Enquanto caminhava com o homem ao lado, Alice decidiu puxar assunto.
- Como você se chama? - Ela observou o homem andando.
- Me chamo Filipe. - Ele sorriu para ela.
- Prazer, Filipe. Eu sou a Alice, e aquele ali é o Kaito. - Ela apontou para Kaito, que parecia indiferente à conversa. - Você está perdido?
- Sim, eu estava com um grupo na fazenda. Vim procurar comida e acabei cercado por dois zumbis.
Filipe aparentava ter vinte e cinco anos, cabelos ruivos, olhos castanhos e voz grave. Alice considerou que ele não parecia representar uma ameaça imediata.
- Você sabe onde fica a fazenda?
- Mais ou menos. Estamos indo na direção geral dela.
- Quantas pessoas tem no seu grupo? - Kaito interveio, fazendo Filipe se assustar um pouco. Alice observava a situação.
- Cinco pessoas, minha família. Moramos na fazenda. - Filipe parecia nervoso, especialmente ao olhar para Kaito. Alice puxou a manga da blusa dele, indicando para Kaito que ele deveria se acalmar.
- E se você for uma ameaça? Não queremos colocar nossas vidas em risco.
- Não sou uma ameaça, eu juro. Vocês podem me revistar, não tenho más intenções.
Kaito riu de maneira debochada, mas ainda assim examinou Filipe dos pés à cabeça. Os olhos de Filipe estavam vermelhos de nervosismo. Alice manteve um sorriso calmo enquanto enfrentava a tensão no grupo.
Após o breve momento de tensão, Kaito concordou em deixar Filipe acompanhá-los até sua fazenda, desde que ele obedecesse às instruções sem questionar. Enquanto caminhavam pela estrada entre os carros abandonados, Alice e Filipe conversaram mais um pouco, compartilhando histórias sobre como sobreviveram até aquele momento.
- Você parece ser forte para alguém que enfrentou zumbis sozinho. - Alice comentou, tentando aliviar o clima tenso.
- Eu só consegui escapar porque conheço bem essa área. Meu pai me ensinou a caçar desde pequeno. - Filipe olhou para Kaito, parecendo ainda nervoso com a presença dele.
- Kaito pode parecer rude, mas ele é assim com todos. Ele tem um jeito de proteger o grupo a qualquer custo. - Alice tentou explicar, olhando de volta para Kaito que continuava na liderança, vigilante.
Conforme avançaram pela estrada, Filipe encontrou o caminho de volta para casa. Ele deu um sorriso envergonhado para Alice, que retribuiu com um aceno encorajador. Kaito, com seu olhar sério e vigilante, observava Filipe atentamente antes de voltar sua atenção para a estrada à frente.
- Se seguirmos esta estrada, podemos chegar à fazenda. - Filipe afirmou, confiante em suas direções.
Alice concordou com um aceno.
- Vamos seguir em frente então. - Ela olhou para Kaito, buscando sua aprovação silenciosa. Kaito assentiu brevemente e continuaram caminhando pela estrada ladeada por carros abandonados e árvores sombrias.
O sol começava a se pôr no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e rosa. O clima era tenso, mas a esperança de encontrar um refúgio seguro mantinha os dois motivados. Filipe liderava o caminho com determinação, guiando-os por atalhos e trilhas conhecidas, enquanto Alice e Kaito o seguia de perto, prontos para qualquer imprevisto que pudesse surgir.
À medida que se aproximavam da fazenda, o silêncio pesava entre eles, interrompido apenas pelo som dos passos na estrada de terra. O destino finalmente se revelava à frente deles, uma luz fraca emitida pelas janelas da fazenda indicando a presença de vida e segurança temporária.
- Estamos quase lá. - Filipe murmurou, sua voz carregada de alívio.
Kaito assentiu mais uma vez, indicando para que continuassem avançando com cautela. Alice sentiu um misto de ansiedade e esperança enquanto se aproximavam do local onde Filipe esperava reencontrar sua família e onde eles poderiam encontrar um breve descanso em meio ao caos que os cercava.
Chegando à fazenda, o grupo foi recebido por um alívio momentâneo. A porta rangeu quando Filipe a empurrou para abrir, revelando um interior escuro, mas acolhedor. A luz fraca das lanternas solares espalhadas pela casa mostrava que não estavam sozinhos ali.
- Estamos seguros agora. - Filipe disse, tentando manter a voz firme, apesar do cansaço visível em seu rosto.
Alice olhou ao redor, observando as pessoas que se aproximavam lentamente. Eram cinco, como Filipe havia dito. Ela viu um homem de cabelos grisalhos e mais três pessoas, todas com olhos cansados, mas aliviados por verem um rosto novo entre eles.
- Obrigado por nos trazer Filipe de volta. - O homem grisalho se aproximou, estendendo a mão para cumprimentar Kaito e Alice.
Kaito aceitou o gesto de forma séria, enquanto Alice sorriu gentilmente.
- Filipe nos contou sobre sua fazenda. Parece um bom lugar para se esconder por um tempo. - Alice tentou manter o tom otimista.
- Sim, temos sido sortudos até agora. - O homem grisalho concordou, olhando ao redor com preocupação.
Enquanto o grupo se acomodava na fazenda, Alice e Kaito discutiram em voz baixa sobre os próximos passos. O perigo estava longe de desaparecer, e agora, com novas pessoas para proteger, suas decisões precisavam ser mais cuidadosas do que nunca.
O homem de cabelos grisalhos chamou Kaito e Alice para entrar.
- Vocês devem estar com fome. Há quanto tempo estavam sozinhos por aqui? - Ele perguntou enquanto conduzia-os para dentro da casa.
- Sozinhos? - Alice indagou, observando o homem com atenção.
- Sim, há muito tempo. Viemos de muito longe até aqui. - Kaito respondeu, mantendo o grupo em silêncio, vigilante para garantir a segurança do local.
A família se reuniu com Kaito e Alice à mesa para o jantar.
- Bem, deixem-me apresentar. Sou Rubens, este é meu filho Filipe, como já conhecem, minha esposa Lori, minha filha Karina e meu irmão João.
- Prazer em conhecê-los. - Alice sorriu, enquanto Kaito permanecia sério. - Ah, bem, vamos comer. Estou morrendo de fome. - Ela comentou, quebrando o gelo.
Todos concordaram e agradeceram pela refeição da noite. O ambiente estava tenso, mas ao mesmo tempo havia um ar de alívio por estarem em um local seguro.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 113
Comments