Refúgio temporário

O dia se passou, e a cidade havia sido consumida pelo caos. O som de sirenes, gritos e gemidos ecoava pelas ruas desertas. Cadáveres jaziam em todos os cantos, enquanto criaturas monstruosas vagavam, devorando qualquer coisa que cruzasse seu caminho. A infestação havia se espalhado rapidamente, transformando a cidade em um campo de batalha apocalíptico.

Alice, trancada naquela sala escura do laboratório, estava cada vez mais debilitada. A fome e a sede estavam consumindo suas forças, e a esperança de ser resgatada pelo coronel Lian estava se esvaindo. Suas pálpebras estavam pesadas, e, exausta, ela acabou adormecendo, seu sono perturbado por pesadelos de monstros e morte.

De repente, um barulho ensurdecedor a despertou. A porta de entrada havia sido arrombada com um estrondo, e Alice se sobressaltou, o coração acelerado. Seus primeiros pensamentos foram de terror: “Diego conseguiu arrebentar a porta.”

Mas, ao invés de gemidos e passos pesados, ela ouviu vozes. Vozes humanas.

— Procurem a moça em todos os lugares! — A voz era autoritária, grave e inconfundivelmente de um líder. Alice estava paralisada pelo medo, cada nervo do seu corpo tensionado.

— Vamos, não tem ninguém aqui. — A voz de um dos homens ecoou pelo corredor, misturando-se ao som de botas pesadas no chão de concreto.

Alice ouviu as vozes se afastando, e a esperança brilhou em seus olhos. Se esses homens eram quem ela pensava, havia uma chance de sobrevivência. Com os poucos resquícios de energia que lhe restavam, ela empurrou a porta do armário e saiu, a visão turva e os joelhos fracos.

— Por favor! — Sua voz saiu rouca, um sussurro desesperado. — Me ajudem, por favor.

Os homens se viraram rapidamente ao ouvir sua voz. Um deles, com uma fisionomia determinada e olhos duros, se aproximou dela. Alice mal teve tempo de registrar sua presença antes que suas forças a abandonassem, e ela desabou no chão, exausta e fraca.

— Aqui, rápido! — gritou o homem, correndo em direção a Alice e segurando-a antes que ela batesse a cabeça no chão. — Ela está viva!

Outros dois homens se aproximaram, carregando armas e vestindo uniformes de combate. Eles examinaram Alice com olhos vigilantes, prontos para agir a qualquer sinal de perigo.

— Ela está muito fraca — disse um dos homens, ajoelhando-se ao lado de Alice e verificando seu pulso. — Precisamos levá-la para um lugar seguro.

— Quem é você? — Alice murmurou, suas palavras quase inaudíveis. — Quem são vocês?

— Meu nome é Miguel — disse o homem que a segurava. — Estamos aqui para te ajudar. Você está segura agora.

Miguel a ergueu nos braços com facilidade, e Alice, ainda grogue, sentiu uma onda de alívio. As palavras dele foram um bálsamo para seu espírito esgotado. Enquanto os homens a levavam para fora da sala escura, ela viu, pela primeira vez em dias, uma luz de esperança.

O grupo rapidamente se moveu pelo laboratório, verificando cada canto para garantir que não houvesse ameaças. Os corredores estavam sujos de sangue e restos humanos, um cenário horrível que Alice mal conseguia processar.

Ao saírem do prédio, o som do caos nas ruas voltou a preencher os ouvidos de Alice. Explosões distantes, gritos e o rugido das criaturas que agora dominavam a cidade formavam um coro sinistro. Ela sentiu o vento frio da noite bater em seu rosto, uma sensação ao mesmo tempo reconfortante e aterrorizante.

— Vamos levá-la para a base — disse um dos homens, ajustando a alça da arma em seu ombro. — O coronel Lian vai querer falar com ela.

— Ela precisa de cuidados médicos — respondeu Miguel, olhando para Alice com preocupação. — Não vai durar muito sem ajuda.

Alice, mal conseguindo manter os olhos abertos, sentiu-se envolta por um véu de escuridão e segurança. Os homens a levaram com urgência, seus passos apressados ecoando no asfalto rachado, enquanto o mundo ao seu redor continuava a se desintegrar.

Ela sabia que a jornada estava longe de terminar. As respostas que buscava ainda estavam escondidas nas sombras, e o caminho para a sobrevivência seria árduo e cheio de perigos. Mas, naquele momento, o simples fato de estar viva e nas mãos de alguém que queria ajudá-la era o suficiente para manter viva a chama da esperança em seu coração.

Alice acordou em um ambiente desconhecido, seus sentidos ainda atordoados pela confusão e pelo cansaço. Sentiu algo cobrindo seus olhos e, com esforço, levou as mãos até o rosto, retirando o pano que os envolvia. A luz suave da sala a cegou momentaneamente, enquanto suas pupilas se ajustavam.

Vozes indistintas ecoavam ao redor, e ela percebeu estar em um lugar movimentado, mas não conseguia identificar exatamente onde estava. Ao olhar para o lado direito, viu uma moça deitada e amarrada a uma cama, o que a fez recuar instintivamente, o coração disparado. Alice virou a cabeça para o lado esquerdo e viu pessoas passando apressadas, a maioria em uniforme militar.

— Onde estou? — murmurou Alice, sua voz fraca quase inaudível. Com um esforço tremendo, ela se sentou na cama, sentindo um leve zumbido nos ouvidos. O lugar parecia ser um refúgio improvisado, com várias camas e pessoas em diferentes estados de consciência. Ela retirou as agulhas de seu braço, sentindo uma dor aguda que a fez cerrar os dentes, e se levantou, ainda trêmula.

Com passos vacilantes, Alice começou a caminhar pela sala, seus olhos captando cenas perturbadoras: algumas pessoas estavam amarradas, outras pareciam estar em um sono profundo, e havia aquelas que pareciam inconscientes, com feições de sofrimento estampadas em seus rostos. A sensação de desespero impregnava o ar, e Alice sentia uma angústia crescente em seu peito.

Ao chegar à porta, foi surpreendida por um soldado alto e imponente que bloqueava sua saída. Ele a observava com um olhar sério, as mãos firmemente posicionadas atrás das costas em uma postura de autoridade.

— Vejo que está de pé! — disse o soldado, sua voz grave ecoando pelo corredor. Ele era um homem impressionante, com cerca de 1,95 de altura, lábios carnudos e um cabelo loiro e curto que lhe dava uma aparência quase angelical, contrastando com sua expressão severa.

— Quem é você? — perguntou Alice, ainda tentando entender a situação. Sua mente estava uma confusão de pensamentos e emoções.

— Me chamo Kaito — respondeu ele, sua voz firme. — Venha comigo, o coronel Lian quer vê-la.

Kaito a conduziu pelos corredores do refúgio, sua presença imponente quase intimidante. Alice tentou processar tudo o que estava acontecendo, mas sua mente estava turva, incapaz de juntar as peças do quebra-cabeça que a envolvia.

Eles chegaram a uma sala onde Alice foi instruída a se sentar. O ambiente era austero, com móveis simples e uma atmosfera tensa. Sentiu-se vulnerável e desorientada, suas mãos tremendo ligeiramente enquanto esperava. A porta se abriu com um rangido, e um homem de porte militar entrou, sua figura irradiando autoridade e comando.

O coronel Lian era um homem de meia-idade, com um semblante severo e olhos que pareciam ver além do óbvio. Ele se aproximou de Alice, estudando-a por um momento antes de falar.

— Alice, é um prazer finalmente encontrá-la — disse ele, sua voz carregada de uma gravidade que fazia os pelos de Alice se arrepiarem. — Sei que você passou por muita coisa, mas precisamos da sua ajuda para entender o que está acontecendo. Você tem informações valiosas que podem nos ajudar a combater essa ameaça.

Alice tentou manter a calma, apesar do pânico que crescia dentro dela. Sentiu-se como uma peça vital em um jogo que mal compreendia, mas sabia que não tinha escolha a não ser colaborar.

— O que exatamente você precisa saber? — perguntou ela, sua voz trêmula, mas determinada.

O coronel Lian assentiu, reconhecendo a coragem na voz dela.

— Precisamos saber tudo o que você descobriu no laboratório, especialmente sobre os infectados. Qualquer detalhe pode ser crucial para nossa sobrevivência. — Ele se inclinou ligeiramente para a frente, seu olhar fixo em Alice. — Estamos lutando contra o tempo, e qualquer informação pode ser a diferença entre vida e morte.

Alice respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos em meio ao turbilhão de memórias e emoções. Sabia que o que dissesse poderia mudar o curso dos acontecimentos e estava determinada a fazer o que fosse necessário para ajudar.

Sabia que seu papel nessa luta estava apenas começando.

Capítulos
1 O cadáver
2 A contaminação
3 O chamado
4 Refúgio temporário
5 Uma solução
6 Dores e percas
7 Andando sem rumo
8 A estrada
9 Vai uma briga por aqui?
10 Abrigados na farmácia
11 Presença inesperada
12 A fazenda
13 Podemos confiar neles?
14 Morte rápida
15 O silêncio
16 Momento de paz
17 Sempre bom confiar no local
18 A caminho de uma peça
19 Em busca de uma peça
20 Momento de paz
21 Em uma pequena fazenda
22 Então... Eu cuido de você
23 Um novo membro!
24 Menos um
25 De cara a cara com a fera
26 Salve-se quem puder!
27 Risos e conversas
28 Refúgio no meio do mato
29 Vamos fortalecer nosso abrigo
30 O ataque na loja de Conveniência
31 Judith e Rafael
32 Confio nela, mais do que em mim mesmo
33 Apenas eles dois
34 Novos sobreviventes
35 Trinta e cinco
36 Confiança em primeiro lugar
37 Trinta e sete
38 O Kaito precisa descansar!
39 Trinta e nove
40 Se queria ficar abraçada comigo, era só ter pedido
41 Brigados
42 Um clima pesado
43 A refém
44 Quarenta e quatro
45 A beira do sangue
46 Seja com ele ou sem
47 Ele até tenta ser bonzinho
48 Se conhecendo
49 Chapter 49
50 Chapter 50
51 Chapter 51
52 Chapter 52
53 Chapter 53
54 Luto pela família de Filipe
55 Em busca do Daniel
56 Daniel
57 A busca pelo amanhã
58 Um Momento de Intimidade
59 Chapter 59
60 Chapter 60
61 Chapter 61
62 Acho que estamos sendo seguidos
63 Chapter 63
64 Chapter 64
65 Uma grande esperança a frente
66 Redenção
67 Chapter 67
68 Eu perguntei quem é você, seu imbecil!
69 Chapter 69
70 Estamos do mesmo lado. Por enquanto.
71 Qualquer passo errado... vai ser você, Kaito
72 eu não sou um salvador.
73 desconfiados
74 Eu fui enviado para resgatar ela.
75 Lugar para se chamar de Lar
76 Ainda parece surreal
77 Quando o bravo hesita perto de Alice
78 O desejo
79 Kaito complicando tudo
80 Foi ideia minha
81 Isso é chamado de amor?
82 Conversas e mais conversas
83 Perigo!
84 Não discuta, Alice. Não vou deixar você para trás.
85 Surgindo outro amor
86 A noite será longa
87 Eu amo você...
88 Está tudo sob controle!
89 Três sobreviventes
90 A chegada
91 O amor está no ar
92 Chapter 92
93 Chapter 93
94 O som dos tiros
95 A caminho do refúgio
96 Uma noite na enfermaria
97 Recuperações...Após três dias.
98 Viva ao Kaito
99 Capítulo 99 - Esqueceu a Hera?
100 Capítulo 100
101 Capítulo 101
102 Capítulo 102 - Uma semana depois
103 Capítulo 103
104 Capítulo 104
105 Capítulo 105
106 Capítulo 106
107 Capítulo 107
108 Capítulo 108 - A procura da cura
109 Capítulo 109 - Astrid...
110 Capítulo 110
111 Capítulo 111_ Um caos no laboratório
112 Capítulo 112
113 A grande solução
Capítulos

Atualizado até capítulo 113

1
O cadáver
2
A contaminação
3
O chamado
4
Refúgio temporário
5
Uma solução
6
Dores e percas
7
Andando sem rumo
8
A estrada
9
Vai uma briga por aqui?
10
Abrigados na farmácia
11
Presença inesperada
12
A fazenda
13
Podemos confiar neles?
14
Morte rápida
15
O silêncio
16
Momento de paz
17
Sempre bom confiar no local
18
A caminho de uma peça
19
Em busca de uma peça
20
Momento de paz
21
Em uma pequena fazenda
22
Então... Eu cuido de você
23
Um novo membro!
24
Menos um
25
De cara a cara com a fera
26
Salve-se quem puder!
27
Risos e conversas
28
Refúgio no meio do mato
29
Vamos fortalecer nosso abrigo
30
O ataque na loja de Conveniência
31
Judith e Rafael
32
Confio nela, mais do que em mim mesmo
33
Apenas eles dois
34
Novos sobreviventes
35
Trinta e cinco
36
Confiança em primeiro lugar
37
Trinta e sete
38
O Kaito precisa descansar!
39
Trinta e nove
40
Se queria ficar abraçada comigo, era só ter pedido
41
Brigados
42
Um clima pesado
43
A refém
44
Quarenta e quatro
45
A beira do sangue
46
Seja com ele ou sem
47
Ele até tenta ser bonzinho
48
Se conhecendo
49
Chapter 49
50
Chapter 50
51
Chapter 51
52
Chapter 52
53
Chapter 53
54
Luto pela família de Filipe
55
Em busca do Daniel
56
Daniel
57
A busca pelo amanhã
58
Um Momento de Intimidade
59
Chapter 59
60
Chapter 60
61
Chapter 61
62
Acho que estamos sendo seguidos
63
Chapter 63
64
Chapter 64
65
Uma grande esperança a frente
66
Redenção
67
Chapter 67
68
Eu perguntei quem é você, seu imbecil!
69
Chapter 69
70
Estamos do mesmo lado. Por enquanto.
71
Qualquer passo errado... vai ser você, Kaito
72
eu não sou um salvador.
73
desconfiados
74
Eu fui enviado para resgatar ela.
75
Lugar para se chamar de Lar
76
Ainda parece surreal
77
Quando o bravo hesita perto de Alice
78
O desejo
79
Kaito complicando tudo
80
Foi ideia minha
81
Isso é chamado de amor?
82
Conversas e mais conversas
83
Perigo!
84
Não discuta, Alice. Não vou deixar você para trás.
85
Surgindo outro amor
86
A noite será longa
87
Eu amo você...
88
Está tudo sob controle!
89
Três sobreviventes
90
A chegada
91
O amor está no ar
92
Chapter 92
93
Chapter 93
94
O som dos tiros
95
A caminho do refúgio
96
Uma noite na enfermaria
97
Recuperações...Após três dias.
98
Viva ao Kaito
99
Capítulo 99 - Esqueceu a Hera?
100
Capítulo 100
101
Capítulo 101
102
Capítulo 102 - Uma semana depois
103
Capítulo 103
104
Capítulo 104
105
Capítulo 105
106
Capítulo 106
107
Capítulo 107
108
Capítulo 108 - A procura da cura
109
Capítulo 109 - Astrid...
110
Capítulo 110
111
Capítulo 111_ Um caos no laboratório
112
Capítulo 112
113
A grande solução

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