Coloquei a mão na frente do meu rosto, tentando esconder a visão da minha mãe de dentro do carro. Ela me olhava com uma expressão de reprovação e felicidade ao mesmo tempo, que me fazia sentir culpa e irritação. Olhei em direção a Christophe, buscando apoio, mas ele parecia alheio à situação. Ele sorria e acenava para a minha mãe, como se fosse um genro perfeito. Senti uma onda de indignação e ressentimento, sem saber como lidar com aquela situação.
— Que merda estamos fazendo aqui? — perguntei, irritada, e ele franziu a testa, sem entender. Ele olhou em volta, como se procurasse algo que justificasse a nossa presença naquele lugar. Era
Os olhos dele brilharam e seu corpo veio veloz em minha direção. Ele me arrancou outro beijo, me tirando o fôlego.
— Visitando minha sogra, bobinha. — Ele disse, com um tom de brincadeira, e me deu uma piscadela.
— Você não é meu namorado e ela não é sua sogra. — Eu respondi, irritada, mas tentei disfarçar quando minha mãe simplesmente abriu a porta do carro aos berros.
— Sua criança desnaturada! Nunca mais voltou à casa da mamãe — Ela gritou, com uma voz estridente, e me puxou para fora do carro.
Mamãe me abraçou e me balançou, enquanto fazia um bico engraçado com os lábios. Eu queria rir, mas estava extremamente nervosa.
— Mamãe… sem exagero. Eu estava aqui no natal. — Eu disse, tentando me soltar do seu abraço sufocante. Me afastei dela e vi os olhos cor de mel de Regina brilharem ao ver Christophe, que já havia dado a volta no carro para chegar até nós.
— Garoto, sua família te alimentou muito bem! — ela elogiou, puxando ele para um abraço também. — Olha que belo moço! O melhor partido para a Heleninha.
— Diana, mãe e ele não é meu partido. — Eu protestei, corando de vergonha. Ele não era meu namorado, era apenas um estranho que podia virar um lobo gigante e me proteger de forças invisíveis enquanto. Eu fingia que a parte de casar com ele não existia.
— Como não? Você ainda não convenceu ela? — Ela perguntou, soltando Christophe e olhando-o nos olhos. — Eu te disse que a mocinha era turrona.
Ela piscou para ele, como se fosse uma cúmplice. Ele sorriu, sem graça, e me olhou, sem saber o que dizer.
— Pelo amor de Deus, eu preferia ser destroçada pelos farejadores agora. — Resmunguei, com um tom de desespero. Peguei minha mochila da picape e tentei colocá-la nas costas, mas Christophe a tirou de mim, com um gesto gentil. Ele me olhou com um sorriso tranquilizador e disse:
— Não se preocupe, eu cuido disso. Você só precisa relaxar e aproveitar o momento.
— Alegria — falei irônica, revirando os olhos. Eu não via motivo para comemorar.
— Vamos crianças! Eu fiz muita comida para vocês aproveitarem. A caminhada até Sombria é longa. — Ela disse, com muito entusiasmo.
— O que é Sombria? — Eu perguntei, curiosa, e Christophe se animou logo para se inclinar em minha direção, mas eu pousei a mão no seu peito, impedindo-o de me roubar outro beijo. — Mãe?
Insisti que ela respondesse, olhando para ela. Minha mãe nos observava com um olhar sério, porém havia uma pequena pitada de esperança em seu olhar.
— É de onde ele vem — ela disse, apontando para Christophe, com uma voz grave e solene. — É para lá que você vai…. Se lembra daquele quartinho de bagunça embaixo da casa do seu avô, que a gente sempre te proibiu de entrar, dizendo que tinha muitos ratos e baratas? Pois é, lá tem uma portinha que dá para um túnel enorme e isso tudo te leva até Sombria.
— Que ótimo! Primeiro eu achei que íamos viver na mata e agora descubro que vou virar uma toupeira — reclamei, com um tom de sarcasmo e desgosto.
Minha mãe abriu a porta da casa do vovô e eu vi o velho sentado na sua costumeira poltrona, lendo um jornal. Ele levantou os olhos e me cumprimentou com um sorriso. Christophe riu das minhas palavras, como se eu tivesse dito algo hilário, e minha mãe o acompanhou, com uma risada contagiante.
— Não é bem assim — ele disse, me abraçando pela cintura e me dando um beijo na bochecha. — Você vai se surpreender.
Ele piscou para mim, com um olhar misterioso e confiante. Ele parecia saber de algo que eu não sabia.
— Esse túnel serve mais como um portal — disse meu avô, com sua voz cansada, mas firme. Ele se levantou lentamente da sua cadeira, apoiando-se na bengala, e me abraçou, com carinho e ternura. Eu consegui ouvir seus amuletos no pescoço balançando, fazendo um som metálico. — Por isso o caminho é longo.
— Estamos falando de quanto tempo de caminhada mais ou menos? — perguntei, nervosa, mesmo que aquilo fosse algo que eu não quisesse saber.
Christophe se colocou em minha frente, antes que alguém pudesse responder. Ele me surpreendeu com um beijo, algo que ele estava tentando me dar desde que começaram a responder por ele. Ele se afastou e deu um largo sorriso, satisfeito.
— Uma hora talvez mais. — Disse, triunfante.
— Vocês dois podem ficar no quarto da Heleninha. Estão noivos mesmo — minha mãe já estava na cozinha, mexendo em suas panelas, e falava gritando para nós.
— Mãe! — eu a repreendi novamente, envergonhada. Regina não parava de nos empurrar um para o outro, como se quisesse nos casar logo.
— Lamento dizer querida, mas ela está certa. — Meu avô interveio, rindo da situação. Ele me deu uma piscadela, como se fosse um cúmplice.
Christophe estava tão radiante com seus ajudantes que eu senti vontade de socá-lo, mas não me atreveria a fazer isso com um homem tão grande.
— Pode parar de sorrir, mocinho. Nós não temos nada a ver. — Eu disse, enfatizando as palavras, e ele ergueu uma sobrancelha.
— Você é minha, Heleninha, e em algum momento vai aceitar isso. — Christophe me lançou uma piscadela e caminhou pela casa em direção aos quartos. — O quarto da Di é aquele em que eu estava dormindo antes, sogrinha?
— É esse mesmo! — Ela gritou da cozinha e eu senti meu rosto afundar ao saber aquela informação. Lembrei-me da mensagem que minha mãe havia me mandado dias antes.
“Ele esteve aqui e vai atrás de você. Eu avisei.”
— Mãe!
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Rosaria TagoYokota
essaae e maluquinha e como as maes faziam antigamente kkkk
2025-03-06
0
Josely Goncalves Faria
oh criatura chata quer proteção mas, fica dando piti
2025-02-07
0
Nilza Maia
o nome dela e Heleninha ou Diana tou em dúvida
2025-03-26
0