Soltei uma risada estrondosa, dobrando-me de tanto rir. A presença de um homem enorme no meu apartamento era assustadora, mas ele não tinha cara de mau com aquele assunto bizarro.
— O que tem de tão engraçado? — ele quis saber, enquanto eu não parava de rir.
— Eu já saquei o que está rolando — falei. — Minha mãe te pagou para bancar o personagem da história dela.
Christophe deu uma piscadela e em um movimento incrível, saltou do chão caindo sobre mim. Ele se equilibrou com os braços ao meu redor e me olhou com malícia. Sua boca encostou na minha orelha e sussurrou:
— Você acha que eu estou atuando? — ele me provocou. Meu coração batia descompassado e eu sentia cada centímetro do meu corpo vibrar. Um calafrio me invadiu quando ele soltou um grunhido baixo. — Você me pertence, Diana.
Ele pronunciou o meu nome pela primeira vez. Sua voz era tão poderosa que me fazia perder os sentidos.
Ele não teria problemas para descobrir o meu nome, já que eu sempre estava de crachá quando o via. Mas também sabia onde eu morava e se movia com uma rapidez sobre-humana. Eu estava começando a dar crédito à sua história.
— Acho que estou tendo sonhos lúcidos. — Coloquei a mão no peito dele e Christophe percorreu os olhos do meu rosto até meus dedos em um movimento tão sexy que disparou ainda mais o palpitar do meu peito.
— Seu corpo já entendeu de quem é — ele disse, voltando a me olhar profundamente. — Você poderia facilitar as coisas também.
— Talvez eu tenha dormido mexendo no celular e ainda esteja presa no sonho ou pesadelo. — Pensei em voz alta.
— Não é nada disso. É a mais pura realidade. — Ele afirmou, demonstrando uma certeza que me assustou. — Eu sou a criatura das histórias que lhe contaram quando criança e você é a minha companheira destinada.
— Isso é loucura. — Eu tentei me desvencilhar dele, mas ele me segurou firme. — Você não pode ser algo assim. Essas coisas não existem.
— Você está me ouvindo rosnar não está?— Ele sussurrou, com um sorriso sedutor. — Não deveria ser tão teimosa já que é a única mulher que pode me completar.
— Você está delirando. — Eu protestei, sentindo o calor do seu corpo me envolver. — Você precisa de ajuda e eu preciso sair daqui.
— Minha querida, você não vai a lugar nenhum. — Ele declarou, sua mão direita apertarou minha cintura com firmeza, me arrancando um gemido involuntário. — Você é minha, Diana. Veja como seu corpo sabe disso.
Ele desceu seus lábios até meu ombro e isso me deixou ainda mais paralisada. Senti um beijo por cima da roupa dando-me choques por todo corpo.
— O que está… — tentei falar, mas quando ele segurou meu pulso e lambeu a região, eu me desfiz. Senti uma dor aguda em minha pele e sua mordida me fez gritar.
Ele soltou o meu pulso e passou a mão pelo meu cabelo, me puxando para mais perto. Meu corpo estava inerte em um momento só dele. Eu senti o sangue escorrer pelo meu pulso e o calor do seu corpo me aquecer. Christophe sussurrou no meu ouvido, com sua voz rouca e dominante:
— Só tomando o que é meu por direito.
Acordei horas depois com uma enorme dor de cabeça. Estava em meu quarto, coberta pelo meu edredom com estampa de jornal. A escuridão já se fazia presente.
Eu me levantei da cama, confusa e assustada. O que tinha acontecido? Tudo tinha sido um sonho? Ou uma alucinação? Olhei para o meu pulso e vi uma marca de mordida, ainda vermelha e inchada. Isso me fez senti um arrepio percorrer a minha espinha.
Tentei encontrar qualquer justificativa para aquilo e até criei momentos ilusórios na minha cabeça onde um cachorro tinha me atacado para que aquela história não fosse real. Porém não tinha como negar que não fora um cachorro. Fora ele. O homem que tinha invadido o meu apartamento e fortalecido a história absurda de ninar da minha família.
Eu não podia aceitar aquilo. Era impossível. Uma grande e absurda loucura.
Peguei meu celular e vi que tinha várias chamadas perdidas da minha mãe. Logo abaixo ela havia enviado uma mensagem.
“Fico feliz que tudo esteja se resolvendo”. Ela dizia me deixando ainda mais confusa. O som de algo caindo no outro cômodo me alarmou.
Eu soltei o celular e fui até a sala, com o coração acelerado. O que eu vi me deixou atônita. Christophe agitava um pano de prato para dispersar a fumaça da panela e vê-lo daquele jeitão na minha cozinha seria hilário se não fosse real e assustador.
— O que… — eu olhei para a panela queimada e fui tirá-la do fogo. Joguei-a na pia e abri a torneira. — O que você está fazendo?
— Você precisa se alimentar. Eu ouço o seu estômago roncar sem parar.
Recuei ao sentir ele se aproximar de mim. Meu pulso latejava e ele fixou seu olhar na marca da sua mordida. Até tentou tocar em mim, mas eu me afastei mais e ele rosnou.
— Não se preocupe, eu não vou te morder de novo, você já está marcada — ele agarrou meu pulso e passou a língua na ferida.
Senti a dor amenizar naquele instante e ele olhou fundo em meus olhos enquanto limpava minha ferida. Christophe me soltou e se afastou um pouco, mas não o suficiente para me deixar escapar. Com uma expressão séria e intensa ele falou:
— Não queria te machucar. Mas tinha que fazer isso.
— Eu não entendo. — Falei em um misto de confusão e medo. — O que você é? O que você fez comigo? O que você quer de mim?
— Os humanos me chamam de lobisomem. — Ele respondeu, sem hesitar. — E te mordi para te reclamar como minha.
— O que isso quer dizer?
— É uma longa história, e você não tem tempo para ouvir agora. Precisa se preparar para o trabalho.
Ele olhou para o relógio na parede, que marcava 3:30 da madrugada, e eu percebi que estava atrasada.
Corri de volta para o meu quarto, completamente desesperada. Por um instante deixei a história sobrenatural de lado para cuidar da realidade, mesmo sabendo que não conseguiria fazer nada o dia todo pensando naquilo.
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Fátima Ramos
Vai reclamar a companheira e está preocupado que ela se atrase para o emprego
2025-03-25
1
Julia Funniest
caraca a mina tá quase morrendo de medo
2025-03-10
1
Rosaria TagoYokota
confusao na certa kk
2025-03-06
0