Não foi fácil persuadir seu Pedro de que aquele homem gigante e sangrando era meu namorado que me defendeu dos vândalos. As câmeras estavam desligadas antes do ataque, então não havia como testemunhar a luta entre Christophe e o que quer que tenha invadido o prédio.
Seu Pedro achou que o grandalhão ferido completamente nu, era um dos arruaceiros. Felizmente, depois de muita argumentação, ele aceitou que éramos um casal e que as roupas de Christophe ficaram dilaceradas pela briga. O pobre homem ainda me deu uma mão para carregar aquele trambolho para o meu apartamento, com a ajuda de mais alguns homens.
Chegando ao meu apartamento, eu abri a porta e empurrei Christophe para dentro, agradecendo aos homens que me ajudaram. Pedro me olhou com uma mistura de curiosidade e preocupação, e me perguntou se eu precisava de alguma coisa.
— Não, obrigada, seu Pedro. Eu vou cuidar dele. — Eu disse, tentando parecer confiante.
— Tem certeza, minha filha? Ele está muito mal. Você não quer chamar uma ambulância? — Ele insistiu.
— Não, não precisa. Ele vai ficar bem. Ele é... diferente. — Eu respondi, sem saber como explicar que uma agulha provavelmente não entraria naqueles músculos.
— Diferente como? — Ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.
— É... Ele usa muitos esteróides, entende? E tem vergonha de admitir isso no hospital. — Eu disse, batendo a porta na cara do senhor, antes que ele fizesse mais perguntas.
Eu me virei para Christophe, que estava estirado no sofá, ofegando com esforço. Ele abriu os olhos e me deu um sorriso fraco, que não escondia sua dor.
— Oi, namorada. — Ele disse, com a voz rouca e cansada.
— Engraçadinho… Aquilo era você? Você é gigantesco. — Eu disse, admirada e surpresa. Ele riu e assentiu, mas vi uma pontada de dor em seu rosto. — Você está bem?
— Estou bem. Só preciso descansar um pouco — ele falava com a voz rouca e cansada, tentando me acalmar. Christophe me estendeu a mão, mas eu fiquei paralisada com a minha na maçaneta da porta, como se temesse que alguém entrasse a qualquer momento.
— O que foi aquilo, Christophe? O que invadiu o prédio? — perguntei, ainda com os olhos arregalados e o coração acelerado, lembrando daquela criatura horrível que quase nos matou.
— Foram dois farejadores. Eles são os olhos e os ouvidos de uma alcatéia que há anos tenta dominar tudo. E estão atrás da escolhida, porque sabem que se te matarem primeiro, eu também morrerei e tudo será deles. Você é a única que pode impedir os planos deles.
Nesse momento, senti uma vertigem e a visão de uma garota fugindo por uma cidade deserta com um cachorrinho nos braços me tomou. Era noite e ela ofegava em sua corrida desesperada. Estava sendo perseguida por uma sombra enorme e ameaçadora que se aproximava cada vez mais.
— O que você viu? — ele perguntou, sentando-se em um sobressalto. Parecia preocupado e ansioso.
— Uma garota correndo com um cachorrinho no colo. Quem era ela? — Eu olhei para o grandalhão confusa. Ele era tão alto que me fazia sentir-me frágil. Acho que fazia isso com qualquer ser humano.
— Ela era você, Diana. Você no passado. — explicou, suspirando. Ele tinha uma expressão de dor e culpa.
— Eu? — perguntei. Um misto de curiosidade e pavor me percorria.
— Acho que você viu a sua primeira morte. A noite em que tudo mudou.
— Ela estava grávida — eu sussurrei, chocada, ao perceber que durante a visão senti um volume na barriga e um movimento suave ali. — O que aconteceu com a criança?
— Felizmente, Aurora sobreviveu. Eu tive a chance de conhecê-la na minha segunda vida, ela já era uma senhora. Minha lobinha. Você também a encontrou. — Ele disse, com um sorriso nostálgico.
Christophe me falou com carinho e isso me tocou profundamente. Eu não podia duvidar que ele era mesmo um lobo. E um lobo branco magnífico, mas ainda havia muito para eu descobrir sobre o seu mundo.
Eu observei atentamente as suas feridas, ele tinha arrancado um pedaço das calças onde o sangue escuro manchava, e notei que a cada segundo o corte se fechava e se regenerava.
Ele captou o meu olhar, então tocou delicadamente o ferimento e contraiu o rosto de dor.
— Eu disse que só preciso descansar um pouco. Mas não podemos demorar. Agora que te acharam, logo eles vão mandar mais e o único refúgio para você é na alcatéia.
Eu poderia até protestar e insistir em seguir com a minha vida de antes, mas a ideia de ter uma horda de lobos invisíveis atacando as janelas para me assassinar me deixou apavorada. Eu senti uma vontade enorme de ser protegida por alguém que pudesse enfrentá-los. Aparentemente, esses monstros não me deixariam em paz nunca mais.
— Por que você disse que se eu morrer, você morre também?
— A profecia diz; "Eles se encontrarão em todas as vidas pela eternidade". — Ele caminhou até mim com passos firmes e confiantes. A perna que antes sangrava e doía parecia que agora estava curada e forte. Ele colocou a mão em meu peito e senti seu calor invadir o meu coração. Uma onda de eletricidade percorreu o meu corpo, me fazendo arrepiar e tremer. — Se um coração parar, o outro também para. Assim como morremos juntos no começo, morreremos juntos para sempre.
— Nos livros isso parece tão romântico, mas agora é assustador.
— Não precisa ter medo, Diana. Depois do meu primeiro erro, nunca mais deixei que te machucasse, não será nessa vida que vou deixar. — Ele me abraçou forte.
— Isso tudo parece um longo pesadelo. — Eu me aninhei em seus braços, sentindo seu calor me confortar. Mas eu não conseguia parar de tremer, pois as feridas em meus joelhos ardiam e sangravam. E a imagem do caixa do mercado, que tinha sido atacado pelos farejadores, sendo socorrido pela ambulância ainda estava fresca em minha mente. Eu sabia que aquilo não era uma fantasia. Era a nossa realidade.
— Venha comigo e você vai estar segura. Prometo que sua vida será um sonho. — Christophe envolveu meu rosto com suas mãos e me fitou com intensidade. Seus olhos azuis brilhavam com uma mistura de amor e desejo, me hipnotizando. Eu senti uma onda de calor subir pelo meu corpo e uma vontade irresistível de atender ao seu pedido.
Acho que eu não tinha muitas escolhas ali...
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Luana Santos
agora eu me lembrei de um livro, que a personagem queria ser sequestra pelo mafioso, para ele comprar tudo o que ela quisesse, ela tinha se separado do ex marido tinha uma filha, e o ex estava devendo para o mafiosos ele queria pegar a filha dele para pagar a dívida, mas a mãe foi no lugar casou com ele cuidou dos filhos dele e tudo, tinha muita comédia, acao, romance, cara eu amei o livro, agora se eu fosse ela ei teria feito que nem o livro que falei, já estou de malas prontas vamos.kkkkkkk
2024-03-23
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carol wisch
kkkkkk se não fosse trágico seria cômico kkkkk ela ainda não tem papa na língua, mas sem agir como um vulgar falando palavrão e. cima de palavrão /Pray//Pray//Pray/
2024-12-14
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carol wisch
/Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/ ela só esculacha ele kkkkkkkkk meu Deus, ela e muito cômica.
2024-12-14
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