As mãos de Christophe me ergueram pelo quadril e eu enrolei as pernas em volta da sua cintura, sentindo-o me prensar contra a coluna da casa onde ele me beijava com voracidade. Seus lábios eram doces e ardentes, com um sabor de vodka e alguma fruta que eu não reconheci, mas que me deixou viciada.
— Espera — murmurei, tentando interromper o beijo, mas ele deslizou seus lábios pelo meu pescoço, arrancando-me um gemido. — Chris…
Eu não consegui terminar o seu nome, pois senti seus dentes cravarem na minha pele, com menos força do que quando ele me marcou no pulso, mas com uma sensação tão deliciosa que quase me fez perder a razão.
— Não! Para!
Eu empurrei seus braços e afastei seus lábios de mim. Olhei para os seus olhos, que estavam completamente dilatados, como os de um lobo selvagem.
— O que é isso? — indaguei, assustada.
Christophe me soltou no chão e me deixou caminhar pelo apartamento, tentando acalmar o fogo no meu corpo. Ele tinha um sorriso bobo nos lábios e um brilho de satisfação nos olhos.
— Nós nascemos com uma marca para alguém. Com os humanos isso é diferente, mas com a escolhida é igual aos lobos.
— Marca… Você quer dizer que isso aconteceu porque você me mordeu?
— Não. Eu te marquei para que todos saibam que te encontrei, mas a escolhida é marcada pela alma. — Ele franziu a testa, vendo que eu não entendia nada. Christophe se jogou no sofá com uma agilidade impressionante e eu fiquei parada, imóvel. — A primeira Luna humana foi a responsável por tudo isso. Há muito tempo, um de nós se apaixonou por uma humana e desencadeou uma guerra. O problema é que a companheira dele não nasceu como deveria. Ela veio como uma humana, mas tinha o instinto de uma loba e foi a primeira vez que isso aconteceu.
— Eu preciso de um café — falei, sabendo que aquela história seria longa. Christophe torceu o nariz para a palavra. — Cachorros não gostam de café, né?
Ele soltou um rosnado. Baixo o suficiente para me fazer estremecer e eu engoli em seco.
— Não gostamos. — respondeu. — Mas vamos continuar… a humana era noiva de um rei da época. Seria um dos casamentos mais importantes da história, se ela não tivesse se apaixonado pelo Alfa e fugido com ele. Os humanos acusaram os lobos de arruinar um casamento histórico, os lobos acusaram os humanos de destruir a mente do seu Alfa e tudo virou um caos. Quando finalmente encontraram o casal e não conseguiram separar os dois com conselhos e palavras maldosas, lobos e humanos os mataram sem piedade.
— Por que essa história parece muito com a de Romeu e Julieta?
— Muitas histórias nasceram de lá — ele disse, sentando-se no sofá para me ver preparando o café. — História de amor, aventuras, guerras. Mas a verdade é essa. O que nunca contam é que havia uma criança no meio desse caos e por isso que nasceu o acordo.
— O que exatamente diz esse acordo? — perguntei, curiosa.
— Para reparar o erro com aquela criança, nossos ancestrais decidiram que a cada quinhentos anos, uma humana seria escolhida para ser a companheira do Alfa da alcateia mais poderosa. Essa humana precisa ser a reencarnação da primeira Luna, e teria o poder de unir as duas espécies. Ela é a única capaz de engravidar do Alfa e gerar um herdeiro híbrido como ocorreu antes.
— E você está me dizendo que eu sou essa humana? — arregalei os olhos, incrédula.
— Sim. Você é a escolhida. A minha escolhida. — ele se levantou do sofá e caminhou até mim, com um olhar intenso. — Você tem a marca da alma, aqui.
Ele tocou o meu pulso, onde ele havia me mordido, depois tirou a camisa, mostrando o seu peito, onde havia uma cicatriz profunda,como se algo afiado o tivesse furado a carne.
— E eu tenho a sua, aqui. Nós somos destinados um ao outro, desde o início dos tempos.
Meus olhos se prenderam em sua marca, que parecia pulsar com uma luz própria. Era como se eu pudesse sentir o seu coração batendo no mesmo ritmo que o meu. Eu não sabia como explicar, mas havia algo de familiar naquela cicatriz, como se eu já a tivesse visto antes, em outra vida. Acariciei a sua pele com cuidado e o senti estremecer com aquele simples toque.
— Foi na noite em que nos mataram — ele revelou, antecipando a minha pergunta. — Estávamos fugindo. Você estava grávida e precisava descansar, então encontrei um lugar para passar a noite, mas foi uma armadilha. Quando tentei despistar os humanos, eles me capturaram enquanto os meus irmãos foram atrás de você.
— Por que não sei de nada disso? — Olhei fundo em seus olhos claros.
— Porque você não se lembra das suas vidas anteriores e essa em questão já ocorreu há muito tempo.
— Mas você se lembra — constatei, vendo a certeza nos seus olhos ao contar aquela história.
— Para mim é diferente. Não importa quantas vidas novas eu tenha, eu sempre me lembro de todas as que vivi. E eu sei que você faz tantas perguntas porque ainda não acredita em nada. Você sempre é teimosa.
Suspirei longamente e me afastei dele, mas Christophe agarrou o meu pulso ferido, tirou o curativo que eu havia colocado e lambeu a área machucada. Eu senti cócegas e soltei uma risada.
— Para, assim não vai cicatrizar nunca. — Puxei a mão e ele fez uma careta. — E sim, é difícil de acreditar. Ainda mais para quem lê tantos livros de romance do gênero.
Apontei para a enorme estante na minha sala, repleta de livros que eu adorava ler.
Ele seguiu o meu olhar e sorriu, mostrando os seus caninos afiados.
— Então você realmente gosta desses livros? — ele perguntou, curioso.
— Sim, eu adoro. E esse tipo de romance que você fala são os meus preferidos. — confessei, sem vergonha. — Acho que toda leitora sonha em viver um romance como esses, com um homem lindo, forte e misterioso.
— E agora que você encontrou um, você não quer?
— Você é bem convencido, né? — Perguntei, Christophe voltou seu olhar para mim. De uma forma tão sensual que meu corpo inteiro estremeceu. Pigarreei. — Bom, eu esperava um Edward Cullen ou até um Jacob Black, mas não estava esperando uma versão lobo do The Rock.
Ele mediu nossa diferença notando o quanto ele era exageradamente grande e isso o fez rir.
— E como posso te convencer do que eu sou? — Ele arqueou as sobrancelhas. Eu achei que era óbvio que ele só precisava se transformar em um lobo enorme, mas ele pareceu não entender. Esperei que ele captasse a minha ideia, mas ele negou com a cabeça. — De jeito nenhum. É perigoso demais.
— Então como você quer que eu acredite em você? — eu perguntei, frustrada. — Você me conta uma história maluca, me morde e fica rosnando pela minha casa. E você espera que eu aceite tudo isso sem nenhuma prova? Você pode muito bem estar com algo que faz esse ruído rosnar no seu bolso.
Ele me empurrou contra a bancada da cozinha, ergueu-me do chão pela cintura sentando-me ali. Em seguida, abaixou suas calças ficando totalmente nu e eu dei um grito cobrindo os olhos. Senti seu sopro em meu ouvido e ele rosnou novamente para mim.
— E agora? Ainda acha que tenho algo escondido?
Neguei enquanto meu corpo inteiro tremia feito vara verde.
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Cleidiane Oliveira
meu marido pediu o divórcio e disse que sou muito teimosa e não quero obedecer ele... e aceitei numa boa pois estava ficando muito chato ele vivia tentando me controlar, eu não podia nem sair ou demorar um pouco, pois quando chegava em casa ele estava com raiva de mim por ter demorado, confesso que hj estou mais aliviada.
2025-03-23
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Cleidiane Oliveira
se eu encontrasse um homem lindo e que me amasse incondicionalmente e o melhor fosse um Alfa, eu morderia o osso e nunca mais soltaria kkkk
2025-03-23
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carol wisch
na realidade não exatamente. pq um deles finge morrer e é outro se mata de verdade e os dois morrem.
2024-12-14
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