A Promessa Do Alfa
“Você precisa vir para casa, não pode continuar sendo teimosa.” Essa era a centésima mensagem que minha mãe me enviava, com letras maiúsculas e vários pontos de exclamação. Ela ficou mais desesperada e insistente desde que completei 27 anos, como se algo enorme fosse acontecer em nossas vidas. Eu sentia uma pressão e uma culpa enormes, sem entender o motivo de tanta cobrança.
Eu revirei os olhos e coloquei o celular de lado, tentando me concentrar no meu trabalho. O hotel estava abarrotado de novos hóspedes, que chegavam com malas, fantasias e confetes, preocupados com suas reservas para o carnaval. Eu tinha que ajudar alguns deles até a mexer no próprio celular para acessar as informações, enquanto ouvia o barulho da música e dos fogos de artifício lá fora. Não podia perder meu tempo com as chantagens da minha mãe, que me mandava mensagens a cada cinco minutos, me pressionando para voltar para casa.
Sempre achei que ela fosse um pouco excêntrica, mas ultimamente mamãe estava fora de controle. Vivia apavorada com algo que ouviu do meu avô, uma história antiga e misteriosa, que ele contava com voz trêmula e olhar assustado. E eu já começava a suspeitar que estava na hora de mandar os dois para uma casa de repouso, onde eles poderiam receber cuidados adequados e se livrar dessas fantasias.
Regina precisava de ajuda psicológica, mas ela se recusava a ouvir qualquer um que tentasse contradizê-la. Ela vivia em um mundo de ilusões, onde tudo era perfeito e ninguém podia questioná-la. Ela se isolava cada vez mais, evitando o contato com a realidade. Também se irritava facilmente, reagindo com agressividade e arrogância a qualquer crítica ou conselho. Mamãe precisava de um tratamento urgente, mas ela não admitia que tinha um problema.
— Diana! Pode me ajudar aqui? — A gerente do hotel me chamou, apontando para uma fila de pessoas impacientes. Eu suspirei. Olhei mais uma vez para a tela do celular, que se iluminou com a centésima primeira mensagem da minha mãe.
"Ele esteve aqui e vai até você. Eu avisei."
Maravilha! Agora ela estava delirando e projetando suas alucinações. Ignorei a mensagem e voltei para o senhor que estava na minha frente.
— Eu fiz as reservas seis meses atrás — ele reclamou em um inglês com sotaque texano. Eu suspirei de novo.
— Eu sinto muito, senhor, mas parece que houve um erro no sistema. Não temos a sua reserva registrada — eu disse, olhando para o computador.
— Como assim, não tem a minha reserva? Eu paguei adiantado, eu tenho o comprovante, eu quero o meu quarto agora! — ele gritou, batendo no balcão.
— Por favor, senhor, se acalme. Nós vamos resolver isso. Talvez tenha ocorrido uma troca de nomes, ou um problema na comunicação. Deixe-me ver o seu comprovante — eu pedi, tentando manter a calma.
Ele me entregou um papel amassado, onde estava escrito o seu nome, a data da reserva, o número do quarto e o valor pago. Deixei um suspiro frustrado escapar, afinal ele realmente tinha um comprovante. Eu conferi os dados com o sistema, mas não encontrei nada. Era como se a reserva nunca tivesse existido e isso ia causar o maior escândalo.
— Eu não entendo, senhor. Isso nunca aconteceu antes. Realmente ocorreu um erro enorme. Vou chamar o meu supervisor e ver o que podemos fazer — eu disse, pegando o telefone.
— Engano? Engano é o que vocês estão fazendo comigo! Eu quero o meu quarto ou quero o meu dinheiro. Não acredito que terei que arrumar um advogado! Isso é um absurdo! — ele continuou a esbravejar, atraindo a atenção de todos no saguão.
Tentei ignorar os seus insultos e liguei para o meu supervisor, explicando a situação. Ele disse que viria imediatamente e orientou-me a continuar a tentar acalmar o cliente.
Desliguei o telefone e respirei fundo, me preparando para enfrentar o senhor novamente.
— Não tem como arrumar um quarto para ele? — Disse um rapaz próximo de mim e só então notei a sua presença ali, curvada sobre o meu balcão com uma expressão cansada.
Ele era um homem enorme, com ombros largos, braços fortes e pernas longas. Tinha os cabelos pretos, olhos azuis e um rosto tão bonito quanto um Deus grego. O seu nariz era reto, a boca carnuda e um queixo quadrado bem marcante.
Estava usando uma camiseta branca, uma calça jeans completamente simples, mas que marcava todo seu corpo. Ele carregava uma mochila nas costas e uma câmera no pescoço. Um turista típico.
Ele me olhou com curiosidade e simpatia, como se quisesse me ajudar.
— Infelizmente, não — expliquei. — Os quartos estão todos reservados. O senhor tem reserva?
— Acredito que não — ele disse se curvando ainda mais sobre o balcão para tentar observar a tela do meu computador. — Procure aí, Christophe Kiermaier.
Eu digitei o nome dele no sistema, mas não encontrei nada. Ele também não tinha reserva. Eu suspirei mais uma vez, sentindo a minha paciência se esgotar.
— Desculpe, senhor, mas parece que o senhor também não tem reserva. O hotel está lotado devido ao carnaval. Talvez o senhor possa tentar outro hotel na região — eu sugeri, tentando ser educada.
— Esse hotel é uma porcaria! Ninguém tem reservas?! — O senhor voltou a gritar, batendo o punho no balcão muito irritado e impaciente.
— Isso eu já sabia, não estou aqui para me hospedar. Vim buscar algo que me pertence. — Christophe falou, com um sorriso misterioso nos lábios. Ele olhou-me com curiosidade e sua frase me fez enrugar a sobrancelha.
— Deixe que eu resolvo, Di. Vá almoçar — disse o meu supervisor colocando a mão no meu ombro, após surgir para salvar meu dia. O senhor Silva era um dos melhores chefes que alguém poderia ter e eu queria abraçar ele mil vezes por me tirar daquela bagunça.
— Muito obrigada! Espero que resolvam os problemas de vocês — falei para os dois cavaleiros sem quartos e corri para meu descanso. Eu precisava de um tempo para relaxar e esquecer aquele dia caótico.
— Tchau, Di! — Ainda ouvi a voz do enorme homem, mas não o olhei. Senti um arrepio na espinha quando ele disse meu apelido e isso me deixou intrigada.
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Graça Barbosa
desculpa, ele não está insultando ninguém, está no direito dele reclamar quando isso acontece a pessoa fica realmente sem saber o que fazer é simplesmente horrível
2024-09-21
4
Cristine Souza
tu deve ser a dá história antiga 😂😂😂😂😂😂😂 se preocupa não que tá tudo certo, confia!!!!!!
2024-11-14
1
Cristine Souza
O alfa têm que ir atrás da prometida dele
2024-11-14
0