Fazia dois dias que eu não via ele. Até que foi bom, porque minha cabeça estava cheia de problemas e eu não sabia como enfrentar um acordo tão bizarro no meio daquela confusão. Um acordo que poderia acabar com a minha liberdade. Então eu foquei no meu trabalho. Eu ainda tinha parcelas do apartamento para pagar e não ia jogar tudo para o alto por uma aventura no meio do nada.
Ao sair do trabalho, Brenda me convidou para ir ao cinema. Ela disse que tinha estreado um novo filme da Marvel que não podíamos perder de jeito nenhum. Eu aceitei na hora, pois adoro filmes de super-heróis e estava precisando relaxar depois de um dia cansativo. Escolhemos a sessão das 18h e ficamos imaginando o que o filme nos reservava. No caminho, conversamos sobre os nossos personagens favoritos, as teorias que tínhamos sobre a trama e as expectativas que criamos.
No fim das contas não era o que esperávamos, mas conseguimos nos distrair bastante. O filme tinha muita ação, humor e efeitos especiais, mas também algumas cenas previsíveis e clichês. Ainda assim, nos divertimos muito.
Nos despedimos às pressas depois de sair do shopping, quase às dez da noite. A área onde ela morava era muito perigosa para ela andar sozinha e seu irmão não parava de reclamar pelo whatsapp que não queria buscá-la. Mas pelo menos aproveitamos o nosso dia juntas.
Eu estava morta de cansaço quando cheguei em casa. Foi um dia longo e estressante no trabalho, e eu só queria me desligar de tudo. Como eu teria folga no dia seguinte, podia dormir o quanto quisesse. Desabei no sofá logo que tranquei a porta e peguei no sono. Não me importei com a luz acesa ou a roupa que vestia. Só queria fechar os olhos e esquecer do mundo.
Eu dormia sem sentir meu corpo. Parecia que o Deus do sono me levava nos braços por um mundo de sonhos e fantasias enquanto meus olhos lutavam para despertar, mas o sono era mais forte e eu me entreguei até tocar o aconchego do meu leito. Eu me aninhei nos lençóis macios, sentindo o calor e o perfume do meu travesseiro. Sorri, satisfeita, e deixei que o silêncio e a escuridão me envolvessem.
Quando despertei, a noite já tinha tomado todo local. Eu me encontrava na minha cama e uma sombra enorme se projetava ao meu lado.
— Você dorme tão graciosamente — ele falou e eu me assustei. Soltei um berro e me atirei da cama, despencando no chão. Eu teria me machucado se ele não fosse rápido o bastante para me segurar nos braços.
— Como você conseguiu entrar aqui?
— Vim pela janela. — Ele me ajeitou na cama e ligou o abajur ao meu lado.
— Mas eu moro no sétimo andar.
— Eu sei. Por pouco que eu não caí — ele se debruçou sobre mim e me enlaçou com suas mãos. — Mas não aguento mais te ver de longe.
— Agora você está muito perto — sussurrei e ele percebeu que seu nariz estava acariciando o meu.
— Deixa-me sentir você? — Ele implorou e eu lembrei das palavras da minha mãe. “Ah, sim, é época de copular”. Eu empurrei o seu peito com a mão, tentando me livrar dele.
— Não. Eu não aceitei nada disso. — Christophe caiu na cama quando o joguei para o lado e eu saltei para longe. Ele gargalhou. — Que conversa de tarado, credo. E desde quando eu te dei permissão para invadir a minha casa?
— Você vai achar graça quando se recordar. — Ele me olhou com um sorriso estranho, mas parecia que ele falava mais para si do que para mim. Eu balancei a cabeça e tentei tirá-lo da cama.
— Sai daqui, cachorro. Xô xô.
Christophe se virou na cama e eu fui de cara nas cobertas, ele se pôs sobre mim. Senti uma das suas mãos alisar minhas costas, dando-me calafrios por todo corpo. Ele apoiava seu peso em um único braço e seu peito roçou em minhas costas.
— Se continuar me chamando assim eu serei obrigado a te punir, Diana. — Suas palavras acariciaram meus ouvidos como uma brisa suave. Quando ele disse meu nome, algo dentro de mim se desfez em diversos pedaços e eu senti um arrepio percorrer a minha espinha.
— O que eu faço para você me deixar em paz? — Eu perguntei, tentando esconder o medo e a atração que ele me causava.
— Isso não vai acontecer. Preciso de você e preciso que venha comigo. — Ele falou com uma intensidade que me fez perder o fôlego.
— Claro, faz todo o sentido eu largar minha vida para ir embora com um cara que me contou uma lenda maluca. Você pode ser um sequestrador da deep web querendo me vender por aí. — eu disse, sarcástica.
Christophe deixou que eu me soltasse, sentou-se de joelhos na cama e me observou arrumar a postura.
— Se eu fosse algo assim, já teria te feito mal. Para que eu iria perder tempo te convencendo de qualquer coisa? — perguntou ele, indignado.
— É… — eu tentei achar mais alguma coisa para me prender, mas seus olhos azuis me chamavam de uma forma estranha.
— Diana — ele sussurrou meu nome. Seu corpo se arrastou em minha direção e ele me farejou por alguns segundos. — Por que foge sempre que seu corpo responde ao meu?
Mais uma vez senti tudo se arrepiar e a vontade de correr dali foi gigante, mas ele passou a mão pela minha cintura e me encaixou em seu corpo impedindo-me de mover um músculo. Christophe continuou farejando.
— Percebi que você se alarmou ainda mais quando sua mãe disse sobre a época de acasalamento. — Ele desceu pelo meu corpo, deixando-me completamente inerte ao seu toque. — Entendi.
Ele disse ao chegar à minha barriga. Seus olhos azuis haviam sumido quando ele me olhou de volta. Estavam completamente dominados pelo preto das pupilas. O som que ele soltou dessa vez foi diferente de um rosnado, algo manhoso e cheio de desejos.
Ele subiu pelo meu corpo prendendo nossos olhares um ao outro. Lambeu os lábios e deixou que sua voz grossa soltasse as palavras de maneira sedutora.
— Você ainda é virgem.
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Atualizado até capítulo 91
Comments
Rosaria TagoYokota
kkk o que sera que ele vai fazer
2025-03-06
0
Cleidiane Oliveira
eu nem pensaria duas, já perguntava que horas iríamos kkkkk,
2025-03-23
0
Cleidiane Oliveira
kkkkkk... o humor dela é hilário kkk
2025-03-23
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