Durante a semana seguinte, eu não vi mais o cara estranho que tinha me abordado no metrô. Isso me deixou aliviada, pois eu não queria mais saber dele. Na quarta-feira de cinzas, eu aproveitei a minha folga para assistir a um Dorama que estava fazendo sucesso na Netflix: My Demon. Eu ouvira falar muito bem dele e resolvi conferir se era tão bom quanto diziam.
Resultado? Me viciei na história e não consegui parar de assistir até chegar ao final.
Eu me emocionei muito com várias cenas do dorama que eu assisti. E quando ele terminou, eu me senti vazia, como se eu tivesse perdido algo importante. Era assim que eu me sentia sempre que eu me envolvia muito com algum livro, filme ou série.
Fiquei deitada na cama por um longo tempo, pensando na minha vida e em como tudo parecia sem sentido. Eu não tinha motivação para fazer nada, nem mesmo para trabalhar. Quem acha que ficar em casa é fácil, deveria experimentar assistir a uma série inteira em um dia e ver como isso cansa.
Resolvi ligar para a minha mãe e ver como ela estava, mas ela demorou tanto para atender que a ligação caiu. Só depois de algumas horas que ela me ligou de volta.
— Desculpe, filha. Eu estava no jardim, cuidando das plantas. — ela disse, com sua voz alegre. — E você, quando vai me visitar?
— Acho que no mês que vem vou pegar férias e posso ir. Como está o papai?
— Está bem, está bem. Todos estamos bem, só com saudades de você.
— Ah, mãe. Também estou e infelizmente não tenho muitas novidades para contar.
— Você vai ter, minha filha. Você vai ter. — ela disse, assumindo um tom de confiança na voz.
Desliguei o telefone depois de jogar conversa fora e olhei no relógio vendo que ainda eram 19 horas da noite.
Eu não tinha nenhum plano, nem vontade de sair. Sempre que tinha um dia de folga, eu me sentia isolada e sem graça, mas continuava a morar sozinha por pura obstinação. Eu não queria depender de ninguém, nem dividir o meu espaço, mas também não sabia aproveitar a minha liberdade. Então ficava no meu apartamento, olhando para as paredes, sem saber o que fazer com o meu tempo.
Resolvi ligar a TV e ver se tinha algo interessante passando. Zapeei pelos canais, mas não achei nada que me chamasse a atenção. Só via notícias ruins, programas chatos e propagandas sem graça. Desliguei a TV e fui para a cozinha.
Abri a geladeira e vi que não tinha nada do que eu realmente queria para comer. Eu só tinha alguns ovos, um pedaço de queijo e uma garrafa de água.
— Preciso fazer compras — resmunguei.
Não tinha vontade de cozinhar, nem de pedir comida. Usaria o que tinha mesmo.
Peguei um ovo e o quebrei em uma frigideira fazendo uma omelete simples e sem tempero. Eu comi quase sem apetite, olhando para o nada.
Ao terminar, lavei a louça e voltei para o quarto. Deitei-me na cama e peguei o meu celular. Resolvi gastar o resto do tempo em redes sociais e entrei no Instagram para ver as fotos das minhas amigas.
Comentei alguns posts, curti outros, ri com alguns memes na internet e voltei ao tédio habitual. Nada para fazer e ninguém para conversar.
Mandei mensagem para algumas garotas, mesmo sabendo que elas estavam estragadas por terem aproveitado todos os dias de bloquinhos de carnaval pela cidade.
Quando a campainha tocou, estranhei não ter recebido nenhum aviso de visita. Depois, me ocorreu que as correspondências estavam atrasadas naquela semana. Só podia ser o seu Pedro trazendo-as.
Prendi os cabelos com o amarrador que estava no meu pulso, para não assustar a visita com o meu cabelo bagunçado. Eu estava de pijama o dia todo, mas era um pijama fofo de ursinhos, bem mais decente do que certas roupas que eu costumava usar. Não me importei e fui atender a porta.
Senti um frio na barriga e um tremor nas pernas ao abrir a porta.
Diante de mim, o homem que me assombrou dias atrás estava ali me encarando com seus olhos azuis gelados. Ele era uma montanha de músculos, vestido com uma camisa preta que mal cobria o seu peito e calças justas que marcavam as suas coxas grossas. Seus tênis eram tão grandes que pareciam capazes de esmagar qualquer coisa. Ele tinha um sorriso malicioso no rosto, como se soubesse que eu estava apavorada.
— Oi, Di — ele disse com uma voz rouca e grave. — Que saudade de você.
Lancei um olhar desesperado para o corredor vazio, esperando ver algum vizinho que pudesse me ajudar. Mas não havia sinal de vida. Eu estava sozinha com aquele estranho.
Ele tinha um sorriso e um olhar ameaçador.
— Como você… — eu tentei falar, mas a minha voz saiu fraca.
— Eu disse — ele me interrompeu, dando um passo em minha direção enquanto eu recuava. — Sinto o seu cheiro e ele é doce como o mel.
— Não pode me seguir assim, vou chamar a polícia.
Antes que eu pudesse alcançar a porta do meu quarto, ele me agarrou e me jogou no sofá da sala. Me tratou com uma delicadeza irônica e se moveu pelo apartamento com uma velocidade assombrosa. O homem girou a chave na porta da frente e depois na do quarto, me deixando sem saída. Em seguida, ele se colocou diante de mim, de braços cruzados, me encarando com um olhar intenso. Eu fiquei imóvel com a sua agilidade. Aquilo não era humano.
— O que você é? — Perguntei, com a voz trêmula, sentindo um nó na garganta, pois não conseguia acreditar no que eu estava vendo. Ele realmente não era humano, era algo mais. Algo assustador e fascinante ao mesmo tempo.
— Não será fácil te contar tudo de uma vez — ele disse, com uma voz calma e grave. — Mas isso era responsabilidade da sua família.
— Da minha família? — eu repeti, sem entender nada, enquanto ele soltava um sorriso amargo.
— Vou te dar o primeiro susto. Sou seu noivo. — Ele revelou, me olhando com uma mistura de ironia e ternura.
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Atualizado até capítulo 91
Comments
●○Feng Flávia Crys○●
JURO E ATÉ DIFÍCIL ASSISTIR UM NOVO DRAMA
2025-04-01
0
●○Feng Flávia Crys○●
Slk até eu ficaria apavorada
2025-04-01
0
Rosaria TagoYokota
cade as fotos dos lersonagem e le nao devia assustar a mica assim
2025-03-06
2