CAPÍTULO 20

A mensagem veio em um pedaço de papel amassado, passado de mão para mão até chegar a Morrígan. Seus olhos se iluminaram enquanto lia as palavras escritas à mão, traços cuidadosos delineando o convite secreto. Era claro como cristal: eles se encontrariam no jardim à noite, quando o silêncio reinaria e as estrelas seriam suas únicas testemunhas. Adela, com um risinho travesso dançando em seus lábios, entregou o bilhete a Morrígan, transmitindo os detalhes com clareza, mas mantendo o mistério que envolvia o encontro.

Morrígan aguardava ansiosamente, imaginando o momento em que finalmente veria Gaelen embaixo da macieira, o lugar sagrado onde compartilhavam confidências e sonhos. A expectativa e a promessa de um encontro secreto enchiam seu coração de emoção e antecipação.

Ela mal conseguia conter a explosão de felicidade que crescia dentro dela. Seus olhos brilhavam com a luz da lua, refletindo o turbilhão de sentimentos que a invadia. Era como se seu coração estivesse prestes a saltar do peito, ansioso para se encontrar com Gaelen sob o véu da noite.

Enquanto Morrígan se preparava para o encontro, Adela observava com uma mistura de admiração e alegria. Era evidente que aquele seria o melhor dia da vida de sua amiga, e ela se regozijava com a cena diante de seus olhos, sabendo que estava prestes a testemunhar algo verdadeiramente especial.

Morrígan mal conseguia conter sua emoção transbordante, sentindo como se seu coração fosse explodir de felicidade a qualquer momento.

— Meu Deus, Adela, vou explodir de felicidade! Hoje é o dia mais feliz de toda minha vida! — ela exclamou, seus olhos brilhando com uma intensidade radiante.

Adela colocou uma mão no ombro de Morrígan, tentando acalmar sua amiga excitada.

— Calma, não seja tão fervorosa — ela murmurou, um sorriso brincando em seus lábios. — Não queremos acordar o castelo inteiro, não é mesmo? Isso precisa ser mantido em sigilo. Vou com você, para que não precise atravessar os jardins sozinha.

Morrígan assentiu em concordância, reconhecendo a sabedoria nas palavras de Adela. Juntas, elas partiram em direção ao jardim, onde a ansiedade de Morrígan era tão palpável que sua amiga teve que pegar sua mão para conter toda sua agitação.

A luz da lua derramava-se através das folhagens das árvores, transformando o bosque em um cenário de prata reluzente. Morrígan foi imediatamente transportada de volta à lembrança de Guävanir, o guardião da luz prateada, aquele que havia desafiado todas as probabilidades e se apaixonado por uma mortal. Ela não poderia culpá-lo por seus sentimentos, pois percebeu que experimentava algo semelhante naquele momento. Se não pudesse estar com Gaelen, não desejava mais ninguém. Seu coração ansiava por ele e somente por ele.

Adela lançou um olhar preocupado para Morrígan, uma mistura de cautela e carinho refletida em seus olhos.

— Bem, vou ficando por aqui. Cuidado, e não faça nada que vá se arrepender — ela aconselhou, sua voz suave carregando um tom de advertência gentil. — Quando quiser retornar, estarei aqui, embaixo de alguma árvore. Só não demore muito, pois pode ser que sintam nossa falta.

Com um último sorriso encorajador, Adela deu um aceno de despedida e se afastou, deixando Morrígan sozinha sob a luz da lua, com o coração repleto de esperança e antecipação pelo encontro iminente com Gaelen.

A moça andava entre as árvores, os raios prateados de Guävanir iluminando seu caminho até seu amado. Com cada passo, ela sentia a magia do lugar envolvê-la, transportando-a para um momento nostálgico de juventude, quando os dias pareciam infinitos e o mundo estava cheio de possibilidades.

Com esforço, Morrígan vislumbrou a figura de Gaelen sob a árvore, exatamente onde ele costumava estar em seus encontros secretos do passado. Parecia que o tempo havia retrocedido, trazendo-os de volta àqueles momentos preciosos em que ele se sentava ali, desenhando e escrevendo em seu caderninho, enquanto ela o observava com admiração e amor.

Um sorriso terno iluminou o rosto de Morrígan enquanto ela se aproximava, sentindo seu coração palpitar com a certeza de que, sob a luz da lua e a proteção de Guävanir, eles estariam juntos novamente, unidos pelo poder do amor e da eternidade.

Com o coração batendo forte de emoção, Morrígan correu até Gaelen, que se levantou para recebê-la em seus braços abertos. O calor reconfortante de seu abraço envolveu-a, como se o tempo não tivesse passado desde a última vez que estiveram juntos. Era um momento de pura felicidade e reencontro.

O abraço de Gaelen era tão apertado que Morrígan podia sentir as batidas do coração dele ecoando em sintonia com o seu próprio coração acelerado. Cada pulsação compartilhada era uma confirmação da intensidade do que sentiam um pelo outro.

Além das batidas aceleradas, Morrígan pôde sentir o cheiro inebriante de Gaelen, uma mistura única de terra, folhas e um toque sutil de madeira. Esse aroma familiar fez seu corpo todo arrepiar, enquanto ela se perdia na sensação reconfortante de estar nos braços de seu amado. Era como se o mundo inteiro desaparecesse, deixando apenas eles dois e a promessa de um amor eterno.

— Eu não achei que não viria, Morrígan. Juro que pensei que me deixaria aqui, te esperando para sempre. Naquela manhã, eu pensei que você tinha começado a me odiar de novo, como quando éramos crianças.

Morrígan olhou nos olhos de Gaelen, vendo a vulnerabilidade misturada com o amor profundo que ele tinha por ela. Ela segurou suas mãos com ternura, incapaz de conter a emoção em sua voz.

— Oh, Gaelen, eu nunca poderia deixá-lo esperando para sempre. Eu só... Eu tive medo. Medo de que tudo fosse bom demais para ser verdade. E eu nunca te odiei. Jamais! Que os céus me amaldiçoem se estiver mentindo. Não poderia odiá-lo nem quisesse, pois te amo de todo o meu coração.

Gaelen corou diante das palavras sinceras e apaixonadas de Morrígan, seus olhos brilhando com gratidão e admiração por ela.

— Morrígan, eu... — ele começou, sua voz suave carregada de emoção. — Eu amo você demais, mais do que as estrelas no céu, mais do que as ondas do mar. Às vezes, eu quase sinto que é bom demais para ser verdade, que eu não mereço todo esse amor que você me dá.

Ele segurou as mãos dela com ternura, sentindo a conexão profunda entre eles.

— E eu sabia, no fundo do meu coração, que você nunca me odiou. Suas palavras são como uma bênção para minha alma, Morrígan. Eu te amo mais do que as palavras podem expressar, mais do que qualquer coisa neste mundo. Você é minha luz, minha razão para viver, e eu nunca vou deixar de amá-la, hoje e para sempre.

— Você está falando sério, Gaelen? Não está brincando, não é? Não somos mais crianças.

Gaelen sorriu suavemente para Morrígan, sua expressão cheia de sinceridade.

— Estou falando completamente sério, Morrígan. Não é uma brincadeira. Somos mais do que crianças agora, e o que sinto por você é tão real quanto o sol que brilha no céu.

Ele não disse mais nada, pois sabia que não havia palavras capazes de expressar o que sentia por ela. Em vez disso, ele se inclinou lentamente em direção a Morrígan, capturando seus lábios em um beijo cheio de ternura e paixão. Era um momento mágico e intenso, e Morrígan sentiu seu coração explodir de emoção ao perceber que era o seu primeiro beijo. Cada toque dos lábios de Gaelen era como uma promessa de um amor eterno e verdadeiro.

Enquanto o beijo se desenrolava, Morrígan sentiu-se transportada para um mundo de sonho, onde o tempo parecia ter congelado ao seu redor. Cada toque dos lábios de Gaelen era como uma sinfonia de emoções, fazendo-a esquecer temporariamente todas as preocupações e incertezas que a assombravam.

No entanto, ao tocar suavemente o rosto do rapaz, Morrígan foi trazida de volta à realidade dura e implacável. Ela se viu confrontada com as circunstâncias inegáveis de suas vidas, onde o amor eterno não podia apagar as barreiras impostas pela sociedade e pelo destino.

Ela sabia que como filha do rei, seu caminho estava traçado por expectativas e responsabilidades que não podiam ser ignoradas. Enquanto seu coração clamava por Gaelen, sua mente se preocupava com as consequências de seguir esse amor proibido.

— O que foi? Não gostou? Desculpe Morrígan, não tenho muita experiência nisso.

Ao ouvir as palavras gentis e sinceras de Gaelen, Morrígan sentiu seu coração se encher de compaixão e ternura. Ela segurou suavemente o rosto dele entre as mãos e olhou nos olhos dele com carinho.

— Não, Gaelen, não foi isso. Foi... maravilhoso. Você foi maravilhoso — ela murmurou, tentando transmitir toda a profundidade de seus sentimentos. — É só que... as coisas são complicadas, sabe? Não podemos cultivar uma coisa que não vai dar certo.

Gaelen franziu o cenho, confuso com as palavras de Morrígan.

— O que você quer dizer com isso? — ele perguntou, buscando entender o significado por trás das palavras dela.

Morrígan respirou fundo, sentindo um aperto no peito ao enfrentar a realidade difícil que precisava encarar.

— Quero dizer que... provavelmente não vamos conseguir ficar juntos — ela admitiu, com a voz embargada pela tristeza.

Gaelen olhou para Morrígan, sua expressão refletindo uma mistura de surpresa e tristeza diante da revelação dela.

— Mas estamos juntos, Morrígan. Eu e você, aqui no bosque — ele respondeu, buscando confortá-la com a simplicidade daquele momento compartilhado.

Morrígan abaixou o olhar, sentindo o peso de suas palavras.

— Quero dizer que não vamos poder nos casar. Eu gosto muito de você, mas preferia que não fosse assim — ela explicou, sua voz tremendo ligeiramente com a angústia que sentia.

Gaelen respirou fundo, ponderando as palavras de Morrígan e as possibilidades que se apresentavam diante deles. Ele sabia que o dote era uma questão crucial para garantir uma união entre duas famílias de nobreza, especialmente considerando o status de Morrígan como filha do rei.

Com um olhar determinado, Gaelen decidiu que faria de tudo para ficar ao lado de Morrígan, mesmo que isso significasse enfrentar desafios aparentemente intransponíveis.

— Talvez eu consiga a sua mão. Posso tentar pagar o dote do seu pai — ele propôs, sua voz refletindo uma determinação firme. — Meu pai, Conde Leofric, é um dos apoiadores mais fervorosos do rei. Talvez ele possa interceder em nosso nome e persuadir o rei a conceder sua aprovação para o nosso casamento.

Ao ouvir as palavras determinadas de Gaelen, Morrígan sentiu uma mistura de esperança e apreensão. Ela sabia que o caminho que estavam considerando era repleto de desafios e incertezas, mas a perspectiva de estar ao lado de Gaelen era irresistível.

— Você está disposto por isso, Gaelen? Pode existir a possibilidade de não dar certo — ela questionou, preocupada com as possíveis consequências de seus planos.

Gaelen segurou as mãos de Morrígan com firmeza, seus olhos transmitindo uma determinação inabalável.

— Pode existir, mas não saberemos se não tentar. É uma oportunidade única, Morrígan. Não vou aguentar te ver casando com outro homem, preferiria morrer.

O sorriso aliviado de Morrígan se transformou em um brilho radiante nos olhos ao ouvir as palavras de Gaelen. Ela sentiu-se inundada por uma mistura de surpresa e ternura diante da confissão dele.

— Você sabe, Morrígan, que eu costumava escrever cartas para você? Mas não tive coragem de enviá-las, pois como disse, pensei que me odiava. Então, eu guardei todas elas em um jarrinho, perto da minha cama. Eu costumava ler todas elas antes de dormir, pensando se um dia iria te encontrar, e o melhor, se você se sentiria da mesma forma. E olhe só, estamos aqui. Então não custa tentar.

As palavras de Gaelen tocaram profundamente o coração de Morrígan, enchendo-a de uma gratidão e amor indescritíveis. Ela sentiu-se verdadeiramente abençoada por ter encontrado alguém tão dedicado e apaixonado como ele.

— Gaelen, eu não tinha ideia de que você guardava todas essas cartas. Isso é... é muito especial para mim — ela murmurou, com a voz embargada pela emoção. — E você está certo. Não custa tentar.

— Sim, então não precisa se preocupar quanto à isso — Gaelen respondeu, seu tom suave transmitindo confiança e determinação.

Ele se aproximou dela novamente, e Morrígan sentiu seu coração acelerar com a proximidade dele. Quando seus lábios se encontraram em um beijo doce e apaixonado, Morrígan sentiu todas as suas preocupações e medos se dissolverem. Era como se, naquele momento, todas as suas dúvidas desaparecessem, substituídas pela certeza reconfortante de que estavam juntos, unidos pelo amor que compartilhavam.

— Eu tive tanto medo de você não se sentir da mesma forma — Gaelen confessou, seus olhos brilhando com vulnerabilidade — Desculpe pelas palavras maldosas que disse antes, foi tudo da boca para fora, e eu era muito novo.

Morrígan acariciou gentilmente o rosto dele, seus olhos refletindo toda a intensidade de seus sentimentos.

— Gaelen, não há nada para se desculpar. Estamos aqui agora, juntos, e é isso que importa — ela respondeu com gentileza, seu tom suave transmitindo todo o amor que sentia por ele.

Enquanto Morrígan e Gaelen se entregavam ao momento de intimidade e reconciliação, nos arredores do bosque, Adela começava a ficar inquieta. Ela tinha acompanhado Morrígan até o jardim, mas ao perceber que sua amiga estava demorando mais do que o esperado, começou a sentir uma pontada de preocupação.

Decidida a descobrir o que estava acontecendo, Adela não hesitou em adentrar o bosque em busca de sua amiga. Seus passos eram rápidos e determinados, sua mente fervilhando com todas as possibilidades do que poderia ter acontecido com Morrígan.

Enquanto seguia adiante entre as árvores, Adela sentiu seu coração acelerar com a antecipação. Ela rezava para que tudo estivesse bem com Morrígan, mas não conseguia evitar o medo crescente que se agarrava ao seu peito.

Finalmente, após alguns minutos de busca ansiosa, Adela avistou a silhueta de Morrígan emergindo das árvores, com um sorriso radiante iluminando seu rosto.

— Morrígan! Estava começando a ficar preocupada! — exclamou Adela, correndo em direção à amiga.

Morrígan sorriu suavemente ao ver Adela, grata pela preocupação sincera da amiga.

— Desculpe, Adela, eu acabei me distraindo um pouco. Mas está tudo bem agora.

Morrígan sorriu suavemente ao ver Adela, grata pela preocupação sincera da amiga.

— Desculpe, Adela, eu acabei me distraindo um pouco. Mas está tudo bem agora.

— Você não fez nada de errado não, né? Eu concordei em trazer o recado, mas espero que isso não te prejudique.

Morrígan balançou a cabeça, assegurando à amiga.

— Não! Não aconteceu nada do que você está imaginando. Foi apenas um encontro no bosque, um momento especial que compartilhei com Gaelen. Mas não se preocupe, tudo está bem.

Adela soltou um suspiro aliviado.

— Ah, que bom! Fiquei tão nervosa achando que algo ruim pudesse ter acontecido. Afinal, um encontro no bosque pode ser bastante suspeito, não é?

As duas riram juntas, compartilhando o alívio da situação esclarecida. Morrígan contou para Adela o quão maravilhoso era Gaelen, filho do conde, descrevendo cada momento do encontro no bosque com uma paixão evidente em sua voz. Adela não pôde deixar de sorrir para a amiga, achando graça na expressão apaixonada de Morrígan.

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