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— Você parece confiar muito em sua mãe, mas você é a pessoa mais próxima dela, a que mais a conhece. Não acha que foi muita indelicadeza da parte dela esconder uma coisa tão importante de você?
o corpo de Elay começou a tremer. Cada vez que Elay mostrava algum desconforto aparente, ele não conseguia deixar de sentir seu couro cabeludo formigar. Será que depois de tanto tempo preso em um ciclo de morte sem fim, ele havia se tornado um psicopata?
Mas ele não deixou isso transparecer em seu rosto, dando a Elay uma expressão finalmente sincera.
— Minha mãe não faria isso.
— Você a conhece tão bem? - depois de dizer isso, ele quase ouviu os dentes de Elay rangerem.
O menino fechou os olhos com força.
— Quanto é? Eu pago... Eu só preciso -
Nash o interrompeu, sua voz tão fria quanto o inverno lá fora.
— Nem mesmo se você trabalhasse o resto de sua vida nesses seus empregos medíocres, você conseguiria pagar.
O coração de Elay caiu. Todo seu corpo estava gelado e seus dedos tremiam. Ele simplesmente queria correr para casa agora mesmo, pegar sua mãe no colo e partir para qualquer lugar onde ninguém os encontrasse. Mas ele sabia que não era possível, ele era muito fraco, fraco e pequeno.
Nash havia conseguido fazer com que Elay se odiasse pela primeira vez. Odiasse a própria incapacidade e as próprias fraquezas, a ponto dos cílios do garoto tremerem levemente.
Todo o corpo e espírito de Elay estavam caindo, desmoronando lentamente na frente dele. Para uma criança, ele até que havia persistido bastante.
Contra a própria vontade, Nash deu a Elay um sorriso um pouco mais agradável, tentando confortar.
— Eu não sou uma pessoa de guardar rancor, garoto. - Nash quase riu alto de si mesmo, guardar rancor era o único motivo pela qual ele ainda estava vivo. Mas ainda devia mostrar ao garoto uma imagem mais macia. — Se você fizer uma refeição comigo, talvez eu pense em alguma forma de não ser tão duro com vocês.
Elay nunca viu uma pessoa tão incongruente. Ele queria se vingar? então por que estava chamando o filho da pessoa que o roubou para comer? Era uma armadilha? Ele estava bem acostumado a pessoas enigmáticas tentando fazê-lo ceder. No entanto, ele havia voltado à estaca zero.
Ele não fazia idéia do que essa pessoa queria.
Na mesa, Nash fez um pedido silenciosamente para o garçom. Elay estava tão imerso em seus pensamentos que sequer ouviu uma palavra.
Depois de muito tempo, ele ouviu uma voz na frente dele soar.
— Eu ainda não sei seu nome.
Elay olhou para o menino. Ele tinha por volta de quatorze ou quinze anos, o contraste entre seus cabelos dourados macios e seus olhos negros como um abismo profundo eram evidentes. A aparência combinava com a personalidade, um toque de gentileza escondido nos confins da escuridão sem limites. Mas essa gentileza era verdadeira? Ou era apenas uma miragem proposital?
Ele não sabia. Ele realmente não fazia idéia. Seus pensamentos eram muito limitados e ele não conseguia realmente deduzir muita coisa. Na verdade, ele já era muito inteligente para uma criança de dez anos, mas esse era seu limite.
Ele estava profundamente cansado, o peso que não deveria ser carregado em suas costas pequenas e magras estavam lentamente consumindo-o. No final, o que sobraria dele?
Ele provavelmente morreria, sendo dado como um cadáver indigente na rua.
Nash viu os olhos do menino ficaram desfocados, antes de responder baixinho.
— Meu nome é Elay.
Ele ignorou o estado de espírito do menino, erguendo a mão para ele enquanto mostrava um sorriso gentil. Como uma velha raposa que escondia as garras, acariciando o próprio pelo enquanto sua tola presa se aproximava.
— Prazer, Elay. Eu me chamo Nash.
Depois que ele terminou de falar, o Garçom chegou, dando a eles um cumprimento profissional antes de partir.
Elay finalmente não conseguiu mais se esconder em seus pensamentos. Havia uma grande tigela na frente dele, cheia até a borda de grandes bolinhos recheados de carne, todos soltando um vapor quente e agradável misturado com um aroma de fazer estremecer suas entranhas famintas. A crosta dourada brilhava levemente com um pouco de óleo. Elay olhou para a tigela extasiado. Nash quase viu a baba do garoto cair antes que o menino se recomposse e olhasse para ele com seus olhos profundos.
— Eu já comi, isso é para você.
O menino mostrou um olhar de dúvida, vendo Nash acenar a cabeça, ele não hesitou mais.
O menino não tinha uma refeição decente há dias, na verdade, os bolinhos de carne não eram realmente uma refeição equilibrada, mas para Elay, ele não estava nem um pouco preocupado. Ele não ligou para Nash a sua frente, comendo rapidamente. Ele não se lembrava da última vez que tinha comido algo tão delicioso. A massa era macia, a crosta era crocante e a carne era tão suculenta que parecia derreter em sua boca. Quando ele se engasgou, seus olhos enchendo de lágrimas enquanto batia no peito, Nash deu a ele o grande copo de leite que repousava silenciosamente na mesa, tendo sido negligenciado o tempo inteiro.
Bebendo rapidamente enquanto segurava o copo, Nash observou sem emoção as mãos pequenas da criança que seguravam o recipiente com as duas mãos.
[Ding! O valor de animosidade do herói por você é -25]
Elay era como um pequeno inseto que ele poderia pisar num piscar de olhos. Ele desviou os olhos para a janela de chão de teto, observando o reflexo de ambos na mesa, um grande e um pequeno, sentados silenciosamente.
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Atualizado até capítulo 65
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