17 - Provocações Nunca é Demais

...ZARA ANDERSON ...

Senti uma presença na minha frente, era o xerife me olhando com uma carranca na cara. Ele estava extremamente lindo, o que não me ajudava muito, pois hoje, em específico, não estava afim de provocá-lo, não descaradamente. Usava uma camisa branca que deixava, seu peito grande e bem desenhado, a jaqueta preta de couro dava um charme a mais, deixa ele até com uma aparência menos bruta e selvagem. Não usava o seu chapéu e estava com os cabelos penteados para trás. Já me senti quente ao vê-lo me olhar com raiva. Certamente teve uma baita surpresa ao me ver aqui. 

— Veio para prestar depoimento? Não é assim que a banda toca, menina, você tem que esperar ser chamada. 

— Bom dia para você também, senhor Xerife. — por trás, pude ver alguns policiais nos olhando de canto de olho. Para não dar muita bandeira, resolvi abaixar o tom da minha voz, assim como o Xerife também havia feito. 

Estressado, ele coçou a nuca e calou-se por alguns segundos. 

— Se não quer ouvir o que tenho para falar, eu vou embora. 

— Vá, vá e volte só quando eu chamar. — ele estava muito bravo, além do normal. 

Descruzei as minhas pernas lentamente e vi aqueles olhos se deliciar nas minhas curvas. Levantei e Salazar deu um passo para trás. 

— Eu vou embora, mas não me chame. Será hoje ou nunca mais. 

Ele abriu a boca soltando o ar dos pulmões, ouvi uma respiração forte sair dos seus lindos lábios.

— Certo, senta e espere um momento. — ele virou para os policiais. — Ligue para o escrivão, peça para vir a delegacia imediatamente. 

— Não precisa ficar nervoso. Não quero nada de você, vou dar todas as informações de graça, xerife. — resmunguei. 

Ele parecia meio confuso, pois ontem mesmo eu estava louca por ele e hoje eu parecia indiferente. Provocando de forma singela, como se não quisesse nada. Na verdade, eu estava preocupada com o Nathan e suas ameaças ao Javier. Eu não sei o que houve aqui, mas deve ter acontecido algo que tirou o xerife do sério para socar o nariz do meu irmão. 

Gene foi embora assustada e nem provamos a torta de chocolate juntas. Nathan não quis conversa e subiu para o quarto trancando-se lá dentro. Eu cheguei a poucos dias e não sei o que Nathan é capaz de fazer quando está com raiva, mas aquilo me preocupou bastante. 

Fiz o que pretendia fazer, sentei novamente e fingi atenção no meu celular, ignorando Javier bem ali no outro lado do balcão. Cruzava e descruzava as pernas sabendo que eles estavam de olho nelas. Nesse meio tempo, Pietra me enviou uma mensagem falando que viu a reportagem sobre a ação da polícia na mansão. Eu nem sabia que havia uma reportagem sobre isso, agora está explicado a irritação daquele grosso. 

Mandei um áudio para ela perguntando do Noah, um garoto que nem existia, invenção da minha cabeça, só para deixá-lo mais agitado ainda atrás daquele balcão. Javier digitava no computador, mas poderia jurar que fingia serviço, apenas por sua postura, pois quando disse "Noah", ele olhou para mim imediatamente. 

O escrivão não demorou a chegar, me serviram um copo com água e fomos para uma sala. Estava o escrivão no computador, o Xerife e o Jonh, Jonh fazia as perguntas para mim, enquanto Javier me tomava com os olhos. 

— Você sabe o nome dos três rapazes, senhorita Anderson, os quais disse que estava desenvolvendo os comprimidos? 

— Eles não disseram, mas lembro de suas fisionomias perfeitamente. 

Javier emitiu um som alto na garganta:

— Então você deixou que eles colocassem um comprimido na sua boca? Uma p0rra de comprimido, que dizia fazer você andar nas nuvens? 

Eu fiquei calada, não tinha qualquer resposta para sua pergunta. Jonh olhou para o Javier e pediu calma, o mesmo se calou e deixou que eu continuasse a falar. 

— Cuspi o comprimido, então não sei realmente o que aquilo provoca no corpo. 

— Irresponsável. — Javier resmungou, mas pude ouvir corretamente a sua reclamação. 

A verdade é que ele precisa tomar a vacina da raiva. Vive com esse sentimento de cólera. Parece calmo, mas num piscar de olhos está estressado de novo. Fora essa arrogância descabida, perfeitamente explicado se ele não tiver amigos. Deve ser um homem sozinho na vida, nunca foi casado e se tive um namoro que durou mais de dois anos foi devido ao p@u grande que certamente tem, pois amar esse homem seria impossível. 

— Se ele continuar com essas ironias, eu vou parar por aqui. — disse levantando. 

— Espera, senhorita Anderson, estamos acabando, sente-se novamente, por favor. O Xerife não está num bom momento. — disse Jonh. 

Sentei e cravei meus olhos nele. Javier estava sentado, escorado na cadeira, braços cruzados sob o peito e as pernas bem abertas, notei seu nervosismo, pois não parava de bater os pés no chão. Se esse homem me pega com essa raiva, eu sou uma garota arregaçada. Chego a sentir fisgadas no meio das minhas pernas. 

— Você viu o Nathan usar alguma coisa, Anderson? 

— Não, ele não estava bem, mas não cheguei a vê-lo usar. 

Javier soltou um gruído com a boca, parecia não acreditar em mim. 

— Mentir em depoimento é crime, Anderson, lembre-se disso. — o grosso e arrogante disparou. 

— O senhor está insinuando o quê? Que eu estou mentindo? 

— Não, não senhorita, Anderson. — Jonh virou para ele e disse algo em seu ouvido, Javier levantou imediatamente. 

— Me avise quando terminar. — saiu da sala. 

Senti-me um pouco mais aliviada, pois seus olhos em mim estava me deixando quentíssima. 

Em menos de 10 minutos acabamos. Jonh me agradeceu e afirmou que ninguém saberia de mim, que eu passei aquelas informações. Pediu para que eu esperasse, o Xerife queria falar comigo, logo saíram da sala me deixando sozinha. Fiquei encolhida na cadeira com um certo medo daquele homem, pois ele estava realmente irritado e eu piorei tudo. 

Javier já entrou batendo a porta, o que secou a minha boca imediatamente, arrancou a sua jaqueta de couro e jogou por cima de mesa. Aproximou de mim, segurou meu antebraço levantando-me da cadeira com força. O meu coração já nem batia no peito, batia na vagiina, pois ela pulsava descontroladamente, mesmo assustada com essa atitude agressiva. 

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