...ZARA ANDERSON - HORAS ANTES...
Acordei cedo para correr, tomei um banho e vesti roupas frescas, amarrei o cabelo, pus a calça legging e uma regata curta. Fiz o café da manhã e sentei para comer, rezava para não ver a Donna, pois hoje o dia seria excelente e não estava afim de discussões, nesse momento, vi que Nathan havia dormido na casa, pois ele entrou na copa conversando com alguém no celular, pelas palavras, era a namorada. Deu um beijo no topo da minha cabeça e sentou à mesa:
— Tá bom, minha gatinha, hoje tenho compromisso, mas amanhã eu prometo. Ok, outro beijo. — desligou piscando para mim.
— Namora há quanto tempo?
— Alguns meses. Caramba, Zara, essa casa precisava de você.
— Por quê?
— Café todas as manhãs, casa limpa e cheirosa.
— Eu pensando que você estava com saudades.
— Claro que estava. — Nathan segurou a minha mão. — Acho que devo um pedido de desculpas. Eu senti muita raiva de você.
— Raiva, Nathan?
— Você era a minha irmãzinha, Zara. Quando eu acordei e procurei por você, soube que tinha ido morar na Flórida, estudar naquele colégio gigante e ter uma educação de ensino excelente. Talvez fosse inveja mesmo.
— Por isso você nunca me ligou?
— Acho que sim. Eu era muito novo para entender naquela época. Pode não parecer, mas estou feliz que você tenha voltado, Zara.
— Eu também devo um pedido de desculpas. Guardei uma certa raiva de vocês, nunca me ligaram enquanto estive naquela escola.
— Desculpa, Zara. Mas a mamãe sempre te ligou.
— Ela disse isso?
— Você não vai acreditar, mas um dia eu acordei revoltado, queria de todas as formas que você voltasse, fiz a Donna ligar para o internato e te obrigar a voltar.
Sorri feliz ao ouvir o Nathan me dizer essas palavras. De certa forma, era como se fosse um carinho, o carinho que deixei de ter depois que o meu pai se foi. E ouvir do meu próprio irmão que ele estava feliz por eu voltar me dava um gás a mais.
A minha mãe enganava até mesmo o meu irmão, pois ela nunca me ligou pedindo para que eu voltasse para o Texas. Com as palavras sinceras do Nathan, me senti emocionada, então decidi mudar de assunto:
— Estou sabendo da festa que seus amigos vão dar hoje.
— Quem te contou? — perguntou enquanto passava a geleia nas torradas.
— Adele e Pietra.
— As nerds. — sorriu. — Se bem que você também é uma nerd, né, Zara?
— Eu quero ir.
— Nem pensar. — Nathan parou para me olhar. — Essas festas não é lugar para vocês, Zara. Eu disse que meus amigos são vida loca.
— Por favor, Nathan. Vocês convidaram quase a Universidade inteira, se eu não for, vou virar piada. A irmã do Nathan não foi convidada para a festa dos amigos?
— Eu sinto muito, Zara. Se você se meter em encrenca...
— Eu não vou. Confia?
— Só você?
— E as minhas amigas.
— Aquelas duas?
— Sim.
Ele respirou fundo:
— Tá, vou falar com o James e arrumar os ingressos.
— Você é o melhor irmão do mundo, Nathan.
— Tô longe disso, se eu fosse o melhor irmão do mundo, proibia você de ir nessas festas. Uma dica: lá é quente, se é que me entende.
Ele tomou o seu café e logo saiu, acho que peguei a dica do meu irmão: roupas de banho. Já enviei uma mensagem no grupo das meninas avisando que vamos entrar naquela festa hoje e pedindo para Adele falar com pai, já que ele é conhecido do Javier, eu preciso muito do número daquele homem.
Saí para correr, mas logo ouvi uma mulher me chamar:
— Moça, mocinha. Você pode me ajudar aqui?
Ela estava carregando uma caixa para dentro da sua casa, ao lado da nossa.
— Finalmente, nessa rua não tem nenhum cavalheiro para ajudar uma senhora. — disse assim que aproximei para ajudá-la. A caixa estava realmente pesada.
— Essa rua é um pouco parada mesmo.
— Acho que vamos ser vizinhas, mudei ontem a noite. A propósito, meu nome é Genevieve, mas pode me chamar de Gene.
— Meu nome é Zara, Zara Anderson. — apresentei-me e com cuidado colocamos a caixa no chão da sua sala.
Gene olhou para mim por alguns segundos antes de me abraçar, o que me deixou sem reação.
— Desculpe, você foi muito gentil em me ajudar, não quer comer uma torta de chocolate? Eu acabei de fazer.
— É que eu já estava de saída, fica para a próxima.
— Eu vou cobrar, Zara. Obrigada mais uma vez.
— De nada. — Gene me acompanhou até a saída. Quando estava na calçada me virei para olhá-la e vi que ainda permanecia na porta, acenou para mim com a mão e entrou.
Passei o resto do dia trancada no meu quarto, já estava prontíssima para a festa. Fui até a casa da Adele com um carro por aplicativo e quando cheguei, Pietra já estava lá.
— Adele, conseguiu o número do Xerife com o seu pai?
— Não, ele fez um monte de perguntas, querendo saber porque precisaria do número dele e tal.
— Adele, pelo amor de Deus. Eu preciso do número dele.
— Relaxa. Você cumpriu com a sua promessa, convenceu o seu irmão. Então eu também cumpri com a minha.
Ela me enviou no WhatsApp o contato do Xerife Salazar. Quando eu vi o seu rosto perfeito na tela do meu celular, senti meu coração disparar. Ele me evitou por vários dias, mas de hoje não passa, xerife arrogante.
— Como conseguiu?
— Liguei para a delegacia e disse ser e filha dos Jackson. Só precisei inventar uma mentira de denúncia. Agora, se queria o número dele, não era só pedir a sua mãe?
— Depois te explico. — falei ganhando tempo para inventar uma mentira das boas.
Peguei o meu celular e cobrei o Nathan dos ingressos, ele ainda não havia me dado o convite.
📱— Já liberei a entrada das três, só chegar. — Nathan enviou me respondendo.
Quase o pai da Adele não nos deixa sair de casa, eu tive que dar a minha palavra que cuidaria das duas. Agora pronto, não cuido nem de mim mesma.
Minha nossa! Era uma festa de arromba. Todos daquela Universidade estavam aqui. As meninas de biquíni sentada no colo dos caras. Nathan não exagerou quando disse que seus amigos era vida loca. Javier vai pirar quando ver esse lugar.
— Já estou começando a me arrepender por trazer vocês até aqui. — reclamei para as meninas.
Elas estavam tão eufóricas que nem ouviu os meus resmungos. Eu estava decidida a entrar nessa festa e f0der todos, entregar para o Xerife tudo de errado que eu descobrisse, inclusive o Nathan, se ele estivesse metido no meio disso. Mas depois da conversa sincera que tivemos no café da manhã, eu mudei de ideia.
Não vou entregar o Nathan, mas os amigos dele, sim. Estou fazendo isso tudo pelo Xerife. Depois dessa ele vai me dar credibilidade e o seu conceito sobre mim vai mudar. Me chamou de "rodadinha", ele não perde por esperar.
Eu não paro de pensar naquele selvagem. Se ele não quer me c0mer por bem, será por mal. Já planejei exatamente tudo, e vou botar em prática agora mesmo.
— Meninas, divirtam-se com moderação. Vou ver se encontro bebidas pra gente.
— Não demora. — responderam dançando conforme o batidão da música.
Eu preciso saber de fato o que acontece aqui, se realmente rolava de tudo nessas festas.
— Zarinha. — senti um braço envolver o meu ombro, e esse nome "Zarinha" arrepiava até o meu caneco, pois Donna me chamava assim quando estava com raiva.
Olhei para o lado e na mesma hora identifiquei ser um dos amigos do Nathan. Outro braço segura a minha cintura, era o outro amigo dele. Respirei fundo tentando arranjar paciência, estava prestes a gritar para que não me tocassem, mas estava ali por um bem maior, descobrir o que eles tanto faziam que irritava o xerife.
— E aí, gente. — forcei um sorriso. Senti o cheiro forte de bebida nos meninos. — Bonita mansão, vocês são os donos?
— A casa é dos meus pais, princesa.
Bom saber.
— Viram o Nathan por aí?
— Ele tá num dos quartos lá dentro. Vem aqui. — começou a me puxar para a beira da piscina. — Gente, essa é Zara Anderson, irmã do nosso mano, Nathan. Todo mundo tratando ela como rainha, hein? — alguns começaram assoviar.
Com os olhos procurei por Adele e Pietra, vi as duas dançando com uns caras, por enquanto estava tranquilo, eles pareciam respeitá-las, mas não poderia demorar com o meu plano. Não me perdoaria se alguma coisa acontecesse com elas por minha causa.
Os meninos se apresentam para mim, finalmente, após uma semana, eu estou conhecendo os amigos do Nathan, James e Logan. Falei que estava afim de me enturmar com a galera e pedi uma bebida. Eles me arrastaram para uma cozinha cheia de garrafas vazias, drinks em barris de bebida.
— Zara. — escutei a voz do Nathan me chamar no meio daquela barulheira toda. Ele estava abraçado com duas garotas, elas estavam praticamente carregando ele.
— Você tá bem, Nathan? — assustei, pois não sabia que o meu irmão bebia tanto, a ponto de parecer um bêbado. — Acho que você bebeu demais.
— Isso não é bebida, gata. — os dois ao meu lado começaram a rir.
Se isso não é bebida... é dr0ga? O Nathan está se dr0gando? Comecei a sentir nojo daquela situação, será que a minha mãe sabe o que o Nathan anda fazendo? Eu precisava sair dali o mais rápido possível, só que não poderia abandonar o meu plano, conseguir provas do que acontece nessas festas e entregar para o Xerife.
— Aí. — Nathan aproximou do meu ouvido. — Só não entra nos quartos, ouviu? E não dá para ninguém, esses moleques não prestam. — afirmei com a cabeça e sorri. Pelo menos ele quer me proteger dos amigos e sabe que eles não são boa coisa.
Nathan pediu que eu não entrasse nos quartos, pois é para lá que eu vou. Voltei para fora e verifiquei as meninas, estava tudo bem, dançando como antes. Alguns m3rdas aproximavam tentando me beijar, acham que vão tr*nsar. Não me entreguei sexualmente até hoje, e não será para um qualquer, viciado. O único que terá o prazer desse deleite será Javier Salazar, isso já está decretado por mim.
Fiquei triste quando vi o Nathan naquele estado. Me bateu uma revolta. O meu irmão de amizade com esses caras, onde isso vai parar? Quando criança éramos tão ligados, tão próximos. Fiquei anos fora e quando volto, descubro que ele usa essas porcarias. Começo a entender e admirar o trabalho do Salazar, agora eu compreendo porque ele é tão duro com esses garotos, eu agiria da mesma forma.
Peguei a minha bebida e fingindo estar chapadona, subi as escadas rumo aos quartos que Nathan pediu que eu não entrasse. Algumas portas estavam trancadas, noutra pude escutar gemidos, alguém tr&nsava lá dentro. Como se hoje fosse o meu dia de sorte, abri uma porta e dei de cara com um monte de cigarros e comprimidos, balança de precisão e algumas notas de dinheiro. Meu coração disparou em adrenalina, imediatamente peguei o meu celular para tirar algumas fotos, segurei aquelas balinhas brancas e guardei no bolso.
Me sentia uma traíra da pior espécie, meu irmão deixou eu vir na festa e agora vou entregar tudo para o Javier. Tento botar na cabeça que é por uma boa causa, ver o Nathan meio dr0gado me deu a certeza de tudo, o xerife precisa parar com essa festa de uma vez por todas.
Escutei vozes ao lado de fora da porta vindo do corredor e sem demora abriram:
— O que você está fazendo aqui dentro? — eram três rapazes, aparentava serem mais velhos. Acho que não era estudante da Anderson's. Eu apertava o meu celular com força nas minhas costas tentando matutar uma desculpa da boa para sair ilesa dali.
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Atualizado até capítulo 95
Comments
😘"GabyyJardyylla"❤
nessa batalha, xerife vai ser um perdedor. vai vendo 👀
2024-12-02
0
Pati 🎀
alguma parente da Zara 🤔🤔?!
2024-10-25
1
ribeirx.sz
🤡
2024-08-17
3