...JAVIER SALAZAR ...
— Não era para ninguém saber disso, Russell. Foi uma ação completamente sigilosa...
— Então, como isso já está nos jornais, me explica?
— Fui pego de surpresa ao saber que a mansão era do seu filho, pai do Logan. O senhor já está com a cabeça branca de saber que o seu neto mexe com coisa errada. — me vejo sob pressão, mas não vou baixar a cabeça, esse velho é outro corrupto que passa a mão na cabeça do neto, mesmo sabendo que o garoto não vale o que come.
— Tudo bem, Salazar. Você está fazendo o seu trabalho, não é à toa que deixo essa cidade nas suas mãos. Confio no seu trabalho, meu amigo. Mas o Logan só estava se divertindo com os amigos, você já foi jovem, sabe o quanto eles prezam por isso.
— Curtir festa com os amigos é uma coisa, se drogar é outra completamente diferente. — ele me fuzilou, seu olhar para mim era de fazer qualquer um mijar nas botas, mas não vou abaixar a cabeça para o que estou vendo de modo algum.
O Prefeito de San Vitorio levantou da cadeira, pegou um whisky e pôs no copo com gelo.
— Quem denunciou, Salazar?
— Foi uma denúncia anônima, o d*sgraçado clonou o número, sabia o que estava fazendo. — aproximou entregando-me o copo com whisky. — Eu não bebo essas p0rras.
— Você está muito amargo, meu amigo, relaxa um pouco. — devolveu o whisky para a bandeja. — Como está o seu namoro com a Donna?
— Vai bem.
— Sabe, Salazar. — voltou a sentar na sua cadeira. — Eu sinto falta do meu amigo, Samuel Anderson era um tremendo homem, você chegou a conhecê-lo?
— Não, Prefeito. Ele e o meu pai eram amigos, mas não lembro de trocar duas palavras com o Samuel.
— Justo, o senhor era bem jovem há 14 anos atrás. Eles eram apaixonados, Salazar. E Donna também é uma boa mulher, você tem sorte.
Realmente, não sei onde ele quer chegar com isso, mas vou descobrir.
— A morte dele pegou a cidade de surpresa. — estiquei assunto, pelo menos ele estava calmo, e não enfurecido como eu pensei que estaria.
— Ele estava prestes a vencer a eleição naquela época. Um homem muito influente na cidade, era óbvio a sua vitória.
— Mas ele morreu e o seu pai foi eleito. — falei, mais uma vez sem pensar em consequência. Russell me encarava por detrás da sua mesa. — Não entendo, onde o senhor quer chegar com esse assunto?
— Você é um homem muito importante na cidade, xerife. É feliz com o que faz?
— Muito, estou onde eu queria estar.
— Não almeja ser mais do que já é? Trabalha tanto e tem tão pouco.
— Prefeito, vá direto ao assunto, não estou com disposição para jogos de adivinhar.
Deu um último gole na bebida e devolveu o copo a mesa.
— Esqueça isso, tire o meu neto do que for que esteja metido. Dê uma entrevista dizendo que a invasão na minha mansão, na verdade, foi uma denúncia descabida e enganosa. Eu tenho uma ideia: "Oposição quer acabar com a reeleição do Prefeito, faz uma falsa denúncia anônima de dr0gas". Eu coloquei você onde está e posso te dar muito mais, Salazar.
Levantei completamente desnorteado, ele estava me subornando?
— Não, eu estou onde estou, porque estudei e lutei por isso, agradeço por falar bem de mim ao xerife do condado, mas não diminua a minha capacidade, Russell.
— Claro, mil perdões, meu amigo. — levantou da cadeira. — Eu não queria menosprezá-lo, eu só...
— Desculpa, Prefeito. Eu não quero continuar esse assunto, não conte comigo para mentir, e vou dizer outra coisa, não vou aliviar para o seu neto, se o senhor o ama, coloque juízo naquela cabeça.
— Ok, Salazar, eu... — disse aproximando, contudo, afastei.
— Se confia em mim, deixe que eu faça o meu trabalho sem intervir, e olhe com mais atenção para o seu neto. Tenha um ótimo dia, senhor Prefeito. — dei as costas.
— Pense nisso, Salazar. — gritou atrás de mim.
Desloquei-me de lá pensando em voltar para a casa, porém, ia beber até esquecer dos últimos acontecimentos. Então decidi dirigi até a delegacia para fazer plantão até tarde da noite, ia me enfiar nos problemas da cidade para esquecer os meus. O Prefeito é um tremendo bunda mole, canalha, subornar a mim, o Xerife da cidade? Isso só me dá mais forças para agir e descobrir o que está acontecendo nesse pedaço de terra.
Eu era um homem sozinho, sem família, e amigos, eram os meus próprios policiais. Sempre que algo dá errado, me refugio na bebida, só isso que me acalmava. Cresci vendo a minha mãe beber para esquecer as traições do meu pai, isso de certa forma, serviu para me influenciar.
Já havia embaraços e infortúnios demais na minha vida para que eu pudesse processar, mas nenhum deles se compara a Zara Anderson. Quando passei por aquela porta e bati os olhos naquela menina sentada numa cadeira de pernas cruzadas e mexendo no seu celular, foi como se todos os meus problemas sumissem num piscar de olhos. Um tesão descomunal, um sentimento colossal tomou-me ao vê-la.
Os meus homens atrás do balcão babando nas pernas dessa cachorra. Zara usava uma saia preta curtíssima, um top de malha e um tênis de corrida. Essa filha da mãe me tira do sério de uma forma difícil de explicar.
Quando os policiais me viram adentrar, tentaram disfarçar, mas era tarde demais, já havia notado os olhares de malícia para ela. Zara, por sua vez, não me viu chegar. Ignorei a menina é fui direto para o balcão.
— O que ela está fazendo aqui? — sussurrei nervoso.
— Estávamos ligando para o senhor, mas não atendia.
— Devo ter esquecido o celular em casa.
— Ela está aí há vários minutos. Diz que veio para prestar depoimento.
— Mas que menina... — apertei os lábios, me privando de soltar um xingamento na frente dos homens. Determinado, caminhei até ela. — Veio para prestar depoimento? Não é assim que a banda toca, garota.
Finalmente ela levantou os olhos e viu-me ali, parado na sua frente, olhando-a com irritação.
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Pati 🎀
muito suspeito tudo isso 🤯
2024-10-25
1
Salome Pereira
🙏🙏
2024-08-29
1
Vitorya T.
as vezes é um exagero
2024-08-13
1