Suas palavras ecoaram pelo ambiente, carregadas de promessas e esperança. Era um juramento de lealdade e união, de enfrentar os desafios juntos e buscar a justiça que tanto ansiavam.
Enquanto o sangue escorria de suas mãos, os solarianos presentes expressaram sua aprovação com gritos e aplausos. Havia uma sensação palpável de emoção e confiança no ar. Aquele momento representava um novo começo, uma era em que pela primeira vez solarianos e lunares estariam unidos em sua busca por um futuro melhor.
Munihir permaneceu em silêncio, absorvendo a magnitude daquele momento. Sabia que a partir daquele instante, eles estavam comprometidos em honrar sua palavra e trabalhar em harmonia. Era um juramento que exigiria sacrifícios e esforços conjuntos, mas também traria recompensas inimagináveis se fossem bem-sucedidos.
— Assim, por ordem deste conselho, você está livre da pena de morte. — disse Aethon ao líder dos lunares.
Munihr permaneceu em silêncio, processando lentamente a notícia que acabara de receber.
Enquanto todos começavam a sair do salão, Kiran seguiu em direção à saída ao lado do lunar e da deusa. No entanto, antes que pudessem partir, Aethon chamou por ele.
— Kiran, meus companheiros e eu gostaríamos de ter uma conversa com você. — disse o velho, atraindo a atenção do jovem.
O ruivo assentiu, lançando um último olhar para Munihr e Astrea, que permaneceram do lado de fora do salão. As enormes portas foram fechadas e dois soldados solares ficaram de guarda, impedindo qualquer pessoa de se aproximar.
— O que você acha que eles querem falar com o Rider? — perguntou a deusa, curiosa.
— Tenho minhas suspeitas. — disse pensativo.
Os dois caminharam pelo corredor, decorado com milhares de estátuas de guardiões dourados em tamanho real, que pareciam guiá-los pela passagem.
Eles observaram o local com olhos brilhantes, encantados como crianças, rindo das expressões engraçadas de algumas estátuas. Até que Astrea parou diante de uma em particular, e imediatamente, seus olhos se encheram de emoção.
Munihr olhou para ela e depois para a estátua do guardião.
— Então, este era Elijah? — perguntou ele.
A deusa assentiu.
— Você nunca chegou a vê-lo, não é?
— Apenas uma vez, mas foi por acaso. — contou Munihr.
Os dois permaneceram diante do retrato de Elijah, envoltos em um silêncio reverente. A figura imponente do guardião, eternizada na estátua de ouro, emanava uma aura de grandiosidade. Sua armadura dourada reluzia com um brilho intenso, testemunha do seu valor e coragem. Cada detalhe da escultura capturava a essência da força e da determinação que Elijah possuía em vida.
A postura impecável do guardião transbordava em poder. Seu porte altivo e imponente denotava a imensidão de sua presença. Ombros largos e peito erguido revelavam a robustez de um homem que enfrentava os desafios de frente, sem recuar. A estatura imponente de Elijah rivalizava com a de Munihr, ambos possuindo uma imponência que inspirava respeito e admiração.
No entanto, eram os olhos de Elijah que mais impressionavam. Mesmo esculpidos no metal, eles irradiavam uma determinação inabalável. Olhos que testemunharam batalhas épicas, que observaram a queda de inimigos formidáveis e que nunca vacilaram diante das adversidades. Neles, podia-se ler a história de um guerreiro incansável, cuja coragem e lealdade eram inegáveis.
Enquanto Astrea e Munihr contemplavam a estátua, sentiam-se envolvidos pela presença imaterial de Elijah. Era como se a energia do guardião se fundisse com a própria escultura, transcendendo o tempo e o espaço. A estátua era mais do que uma representação física do passado; ela se tornava um portal para as memórias e emoções que o guardião evocava.
Astrea abraçou a estátua com carinho, como se abraçasse o próprio guardião. Ela ansiava por sentir o calor do seu corpo novamente, mas sabia que os tempos passados não poderiam ser recuperados.
— Você precisava ver, Munihr. Hoje de manhã, parecia que eu podia senti-lo perto de mim. — disse ela, emocionada. — E agora, aqui, posso vê-lo novamente.
Munihr sorriu de leve, acariciando seu ombro em um gesto reconfortante.
— Você já tinha visto essa estátua antes? — perguntou ele.
— Sim, mas nunca parei para encontrar a estátua dele. Eu tinha medo de vê-lo. — disse ela, secando as lágrimas.
Astrea deu alguns passos para trás, permitindo que seus olhos se encontrassem com o rosto esculpido de seu amado. O coração dela se acelerou enquanto ela mergulhava na contemplação do semblante que tanto conhecia. Ali, diante dela, estava a expressão que a acompanhara em seus sonhos e memórias: serena e tranquila, mas com uma chama ardente de paixão e determinação.
Com mãos trêmulas, Astrea estendeu os dedos em direção ao rosto esculpido, como se buscasse uma conexão além das barreiras físicas. Seus dedos deslizaram suavemente sobre o metal dourado, e ela fechou os olhos, permitindo-se imaginar o calor do toque de seu amado através da frieza da estátua.
Uma onda de emoções varreu seu ser. Ela podia sentir a presença de Elijah carinhosamente apelidado de "Tex", como se sua essência se manifestasse através da obra de arte. O coração de Astrea se encheu de amor e saudade, as lembranças de momentos compartilhados dançavam em sua mente. O calor do sorriso de Elijah, a intensidade do seu olhar, a força reconfortante de seus abraços... tudo isso parecia ganhar vida novamente naquele instante.
Lágrimas silenciosas escorriam pelo rosto da deusa, enquanto ela afagava suavemente a face esculpida de seu amado. Cada contato era uma busca desesperada por um elo além do tempo, uma tentativa de alcançar a conexão que haviam compartilhado algum dia.
A presença de Elijah parecia envolvê-la, como se seu espírito estivesse ali, sussurrando palavras de amor e encorajamento. Astrea se deixou levar por essa sensação, permitindo-se afundar na intensidade de suas emoções. O amor que os unira persistia, mesmo na separação trazida pela morte, e ela se sentia abençoada por ter tido a chance de experimentar um amor tão profundo e verdadeiro.
Munihr permaneceu ao lado dela, compartilhando silenciosamente sua tristeza e lembranças.
Após Astrea recuperar a calma, ela olhou diretamente para amigo lunar, com olhos carregados de uma curiosidade intensa.
— Por que exatamente você decidiu escolher o Rider? — perguntou ela, buscando compreender o raciocínio por trás daquela escolha específica. — Entre todos os guardiões, por que teve ser justamente ele?
Munihr ergueu uma sobrancelha em surpresa, enquanto continuava a enxugar as lágrimas do rosto de Astrea com gentileza. Ele observou-a por um momento, como se estivesse ponderando suas palavras, antes de um sorriso enigmático se formar em seus lábios.
— Você realmente quer saber? — ele indagou, com a voz carregada de mistério. Ao receber um aceno afirmativo da deusa, prosseguiu. — Porque, minha estrelinha, de todos ele é quem menos confio.
...
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Atualizado até capítulo 182
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