Capítulo 10

Antes que o julgamento pudesse começar, Kiran sentiu uma onda de coragem se erguendo dentro dele. Ele se levantou, erguendo a cabeça para encarar os membros do conselho com olhos determinados.

— Com todo o respeito, nobres guardiões— Kiran começou, enquanto sua voz ressoava pelo salão — peço que Hamal não seja julgado junto a mim. Ele não tem culpa pelas minhas ações. Fui eu quem tomou as decisões que nos trouxeram a este momento. Deixem que a justiça seja direcionada apenas a mim.

Os membros do conselho trocaram olhares breves, considerando as palavras sinceras do príncipe. Após um breve momento de silêncio, um dos guardiões falou com uma voz grave e solene.

— Seu pedido foi ouvido, Kiran Dawnrider. — disse o guardião. — Concordamos em separar os julgamentos, e Hamal será poupado desta audiência. Ele será liberado de quaisquer acusações relacionadas às suas ações.

Kiran sentiu um misto de alívio. Ele se voltou para Hamal, olhando-o nos olhos. O soldado assentiu com um gesto silencioso, demonstrando seu apoio para o que fosse necessário.

Com Hamal retirando-se do salão, Kiran voltou sua atenção para o conselho. Um dos guardiões se adiantou, sua expressão séria, e pediu que ele proferisse o juramento de Solaria.

Kiran inspirou profundamente, sentindo a energia daquele momento decisivo fluir por suas veias. Ele ergueu a voz com determinação, recitando as palavras do juramento:

"Em nome da honra da minha terra e pela proteção do meu povo, juro solenemente dedicar minha vida à defesa da justiça, da paz e da prosperidade. Prometo enfrentar qualquer desafio com bravura, protegendo os mais vulneráveis e confrontando os inimigos com coragem inabalável. Empunharei o revólver da verdade e o farol da esperança contra as sombras que ameaçam nossa tranquilidade. Meu coração será fiel, meu espírito inquebrantável e minha determinação nunca vacilará. Que os céus sejam testemunhas deste juramento e concedam-me a força e a sabedoria necessárias para cumprir meu dever como guardião. Que meu nome seja lembrado como um herói, um defensor da justiça na vastidão implacável desta terra selvagem. Que minha lenda ecoe pelos saloons e pelas pradarias, inspirando outros a lutar pelo que é certo. Que os ventos do deserto levem este juramento aos confins da fronteira, para que todos saibam que estou comprometido com a proteção daqueles que não podem se proteger sozinhos. Assim juro, neste solo sagrado, que serei o guardião impávido destas terras, até o último suspiro e além."

Ele permaneceu diante do conselho, aguardando o veredito e pronto para enfrentar qualquer desafio que estivesse reservado para ele.

Após Kiran proferir o juramento, outro guardião se adiantou, assumindo o papel de juiz no julgamento. Sua voz ecoou pelo salão enquanto ele olhava diretamente para o ruivo, exigindo uma explicação sobre suas ações passadas.

— Kiran Dawnrider, você está diante deste conselho para responder sobre suas ações, especialmente em relação ao momento em que deixou Solaria e partiu em busca do culpado pelo ataque, enfrentando o povo lunar, inimigo de seu reino, sozinho. Explique-se.

O ruivo se manteve a postura ereta, encarando o guardião com determinação e respeito. Ele sabia que era hora de apresentar sua defesa e explicar suas motivações.

— Nobre guardião eu deixei Solaria porque acreditava firmemente que a paz e a segurança de nosso reino dependiam da identificação e captura do responsável pelo ataque. Meu coração estava repleto de indignação e desejo de justiça, e agi por impulso. — baixou a cabeça enquanto falava — Conscientemente, decidi confrontar o povo lunar sozinho, pois acreditava que uma ação rápida e direta era necessária para proteger meu reino e evitar qualquer escalada de conflito. Desde o início, sabia que enfrentar os lunares seria uma tarefa perigosa e arriscada, mas estava disposto a assumir esse risco em nome da justiça. Reconheço que minha escolha de agir sozinho foi ousada e talvez imprudente. Porém, eu estava motivado por meu amor por estas terras e pela responsabilidade que carrego como guardião. Acreditei que, ao tomar a iniciativa, poderia evitar mais derramamento de sangue e destruição ao nosso reino.

Kiran olhou para cada presente ali, buscando em seus olhares qualquer indício de compreensão. Sabia que suas ações poderiam ser vistas como arriscadas e até mesmo imprudentes para um guardião que era, mas esperava que sua motivação fossem levadas em consideração.

— Peço ao conselho que compreenda que minhas ações foram motivadas pelo desejo de proteger Solaria e seu povo. Sei que cometi erros, mas estou disposto a aceitar qualquer consequência e a fazer tudo o que for necessário para reparar quaisquer danos causados.

Ele esperou em silêncio. O salão do conselho estava envolto em um silêncio pesado, interrompido apenas pelas respirações contidas dos presentes. Kiran permanecia em pé, ereto e imóvel, com os olhos fixos no chão de madeira desgastada.

Os guardiões, encarregados de julgar o destino de Kiran, sentavam-se em uma fileira imponente à sua frente. Suas expressões eram severas, refletindo a gravidade do momento. Eles trocavam olhares silenciosos, compartilhando pensamentos e questionamentos sobre a culpa ou inocência do jovem.

O guardião designado para o papel de juiz levantou-se, ajustando sua postura com solenidade. Segurando nas mãos um amontoado de papéis, representando o relatório detalhado do terrível ataque, ele preparou-se para ler as informações que revelariam a extensão dos danos causados.

Sua voz ecoou pelo salão, trazendo consigo uma mistura de pesar e seriedade. As palavras eram pronunciadas com clareza, uma a uma, como se cada sílaba carregasse o peso das vidas perdidas. O relatório descrevia os estragos no campanário, nas moradias circundantes e, com uma pausa carregada de tristeza, mencionava o número de vítimas fatais.

Enquanto o juiz lia os nomes dos falecidos, o príncipe sentia o peso da culpa se intensificar em seu peito. Cada nome pronunciado era como um punhal afiado, perfurando sua consciência e deixando marcas indeléveis em sua alma. Ele fechou os olhos por um momento, sentindo-se consumido pela tristeza e pela responsabilidade pelos destinos interrompidos.

O silêncio no salão era abafado, preenchido apenas pelo eco das palavras proferidas e pela respiração entrecortada dos presentes. O veredito pendia no ar, pairando como uma nuvem sombria sobre Kiran.

— E com isso, conseguiu o que buscava? — perguntou outro guardião, com sua voz carregada de ceticismo. O ruivo abaixou a cabeça, sentindo-se envergonhado ao se lembrar de sua derrota — E então, o que tem a dizer sobre isso?

Ele respirou fundo, reunindo coragem para responder à pergunta direta. Ergueu o olhar e encontrou o olhar severo da multidão.

— Peço desculpas pela minha falha em cumprir plenamente minha missão. Infelizmente, não consegui alcançar o resultado desejado. Fui confrontado por uma força muito além das minhas expectativas, e a escuridão que me envolveu me impediu de prosseguir. —admitiu com sinceridade.

Um dos guardiões ergueu uma sobrancelha e perguntou com firmeza:

— Quantos lunares você enfrentou, Kiran?

O jovem solariano sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao relembrar o encontro desafiador.

— Apenas um, senhor. — respondeu, revelando sua frustração e sua decepção consigo mesmo.

O salão se encheu de risadas sarcásticas vindas dos guardiões veteranos, o que deixou Kiran indignado. No entanto, antes que ele pudesse reagir, o juíz interveio, com voz autoritária:

— Silêncio! — disse — Respeitem a seriedade deste julgamento. Não tolerarei comportamentos desrespeitosos. Lembrem-se de que estamos aqui para buscar a verdade e a justiça.

Uma calmaria se instalou novamente no local, enquanto o guardião sinalizava para Kiran prosseguir com seu depoimento.

— Embora o número de lunares que enfrentei tenha sido apenas um, devo ressaltar que aquele não era um indivíduo comum.

Os ali presentes olharam para o príncipe com interesse renovado, agora curiosos para ouvir mais sobre o encontro incomum.

— O lunar era um guerreiro de habilidades excepcionais e um domínio das trevas que eu nunca havia presenciado antes. Seu poder era avassalador, e a escuridão que emanava dele era sufocante. — explicou.

Os guardiões se entreolharam, começando a compreender a magnitude do desafio que Kiran enfrentara. Percebendo o interesse despertado, o príncipe continuou a descrever o encontro, detalhando a luta árdua e o desfecho dela. O salão foi tomado por um silêncio tenso, interrompido apenas pelo eco dos murmúrios sussurrados entre eles.

— Resgatado por um lunar? — um dos guardiões finalmente falou, carregado de incredulidade. — Isso é um absurdo!

Outro guardião, com uma expressão severa, cruzou os braços e lançou um olhar desafiador a Kiran.

— Está ciente de que, desde tempos imemoriais, nós, solarianos, mantemos uma trégua precária com os lunares. Eles são inescrutáveis, impiedosos e vivem às sombras. Não podemos confiar neles.

O ruivo sentiu a pressão dos olhares céticos que o rodeavam, mas permaneceu firme em sua convicção. Ele recordou os momentos que compartilhou com Munihir, que desafiou todas as preconcepções que ele tinha.

— Com todo o respeito, talvez estejamos equivocados em nosso julgamento sobre os lunares. Munihir não se encaixava no estereótipo que conhecemos.

Quando o nome de Munihir atravessou os lábios de Kiran, um silêncio pesado e carregado de assombro se abateu sobre o salão. O eco daquela palavra parecia reverberar nas mentes do público presente, que se ergueram em um misto de surpresa e indignação.

Um dos guardiões, cuja voz carregava autoridade, irrompeu da cadeira.

— Repita o nome que acabou de pronunciar! — ordenou.

Confuso com a reação exagerada, repetiu o nome de Munihir, tentando compreender a causa de todo aquele alvoroço. O salão estremeceu com a repetição das palavras, e um murmúrio indignado se espalhou entre eles.

— Você tem noção do que esse nome representa para nós? — questionou o guardião, com raiva. — Munihir é uma existência é conhecida apenas pelos registros antigos. Tem certeza de que este, era o nome do lunar?

O príncipe, sentindo-se acuado pelas reações acaloradas, respondeu com sinceridade, tentando acalmar a tensão que se instalara no ambiente.

— Tenho total certeza.

O guardião permaneceu impassível por um momento, enquanto o salão aguardava sua resposta. A atmosfera era eletrizante, carregada com a expectativa de uma revelação ou condenação.

— E como chegou à conclusão de que ele era nosso inimigo? E o responsável pelos ataques em Solaria? — , encarando-o com olhos inquisidores.

O príncipe sentiu-se desnorteado diante da pergunta direta. Não conseguia encontrar uma resposta lógica para fundamentar suas suposições infundadas.

— Na verdade, eu não sei. — admitiu, com a voz carregada de incertezas.

A confissão do solariano gerou uma onda de murmúrios entre os guardiões. Alguns pareciam irritados com a falta de uma explicação clara, enquanto outros se mostravam preocupados com as consequências de um julgamento precipitado.

Uma guardiã, com uma expressão pensativa, levantou-se e fez uma conexão intrigante.

— Se o lunar realmente o auxiliou, isso significa que você adentrou o território deles? — questionou ela.

— É exatamente isso! Diga-nos onde está localizado o Reino dos mortos! — ordenou outro guardião, demonstrando a urgência da situação.

Em meio ao clima tenso, um dos guardiões de aparecia mais velha tomou a palavra, buscando fornecer contexto às informações compartilhadas até então.

— Há 209 anos, desde o último ataque, estamos em busca incessante desse reino, um lugar que permanece oculto, desconhecido dos mapas. Apenas seres sombrios têm conhecimento de sua existência. — explicou ele, revelando a longa busca e a complexidade que envolvia a localização daquele lugar envolto por mistérios.

A menção da Cidade Lunar desencadeou um tumulto no salão. As vozes se sobrepuseram, exigindo respostas de Kiran, que se viu impossibilitado de se manifestar diante da enxurrada de questionamentos.

No entanto, em meio ao caos, um silêncio repentino caiu sobre o salão quando uma voz misteriosa irrompeu pelo ambiente, vindo da imponente porta de entrada. Todos os olhares se voltaram para o intruso, aterrorizados por sua mera presença.

Os olhos de Kiran se arregalaram de incredulidade diante da figura que adentrava o salão. Uma mistura de emoções o envolveu, fazendo seu coração falhar algumas batidas.

O recém-chegado deu alguns passos à frente, com um sorriso quase imperceptível nos lábios, e se dirigiu ao jovem solariano:

— Que bom revê-lo novamente, meu sol. — disse Munihir.

...

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Francisca Barbosa

Francisca Barbosa

quanto mistério porém sinto que há uma istoria de amor ou amizade

2023-10-08

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