Capítulo 7

Juntos, avançaram pela cidade até encontrarem um estabelecimento ao ar livre, onde mesas se espalhavam como notas musicais em uma partitura, algumas abrigadas no aconchego do interior. No entanto, a aparente hospitalidade do lugar era contrastada por um caos encantador, como se um tornado tivesse passado por ali, revirando tudo em sua passagem.

— Isso é... — Kiran começou a dizer, incapaz de descrever o que via.

— Meu bar preferido! — Munihr completou com entusiasmo, sentando-se à mesa e indicando o assento vago ao lado.

Kiran olhou para o lunar, incrédulo.

— Desde que permaneça ao meu lado, ficará tudo bem. — disse Munihr, com um sorriso tranquilizador.

Enquanto se acomodavam, o bar parecia ganhar vida própria. O ambiente exalava uma atmosfera mágica, como se os móveis e objetos estivessem impregnados de histórias e memórias. O dono do estabelecimento, um espectro translúcido envolto em névoa, acolheu-os com um aceno amigável, trazendo uma bandeja com duas xícaras fumegantes de chocolate quente e biscoitos.

— Obrigado. — Munihir agradeceu ao homem de meia-idade — Espero que aprecie o sabor do chocolate.

— Comida do mundo humano? — questionou o ruivo, ceticamente. — Biscoitos e chocolate? Você é uma criança?

Munihr sorriu, compreendendo a perplexidade do solariano. Ele sabia que as aparências podiam enganar e que, por trás da simplicidade aparente, havia um universo de experiências e sabores a serem explorados.

— Pode ser que acredite que uma civilização tão abandonada como a nossa não ostente grandiosas construções e comércios vibrantes — ponderou. — Embora sejamos reservados e pouco comunicativos com o exterior, percebe-se que vocês, os solarianos, experimentam a ignorância.

Kiran franziu o cenho, imerso em uma reflexão profunda, enquanto saboreava o chocolate quente com a mente mergulhada nas ondulações daquele sabor reconfortante. Enquanto a bebida aquecia sua alma, seus olhos vagavam pelo ambiente, capturando os movimentos em um balé suave e silencioso.

Do outro lado da mesa, Munihr que havia terminado de comer, sereno como uma estátua de ébano, apoiou-se sobre os cotovelos e fixou seu olhar no príncipe. Seu rosto, normalmente impassível, parecia esconder um mundo de mistérios e emoções indizíveis.

Um silêncio prolongado envolveu-os, como uma partitura pausada, esperando a nota perfeita para ecoar. Kiran sentiu o incômodo crescer dentro de si, agitando sua mente e fazendo com que as palavras brotassem com um toque de irritação.

— O que foi? — indagou.

O lunar permaneceu em silêncio, seus olhos profundos e misteriosos fixos em Kiran, como estrelas brilhantes escondidas em uma noite nublada.

O vento sussurrou entre eles, trazendo consigo um ar de mistério. As sombras dançavam ao redor, como se o próprio universo estivesse esperando pela resposta que brotaria dos lábios de Munihr.

Então, com a serenidade de um rio fluindo, ele finalmente quebrou o silêncio poético. Sua voz, suave como um sussurro etéreo, deslizou pelas palavras como notas musicais.

— Você não me parece muito contente. O que trás esse olhar abatido, meu sol? — disse.

Kiran baixou o olhar, sentindo-se vulnerável diante das palavras do lunar. A expressão de irritação em seu rosto se desfez gradualmente, substituída por uma melancolia momentânea.

— É como se houvesse um peso em meu coração. — confessou, suas palavras saim por vontade própria, carregadas de uma tristeza profunda. — Tenho buscado respostas, mas elas parecem escapar por entre meus dedos. Sinto-me perdido, como se estivesse vagando em um labirinto de incertezas.

Munihr inclinou-se ligeiramente para a frente, enquanto sua presença era envolta em compreensão e empatia.

— Os caminhos da vida são muitas vezes intricados e desconcertantes.

As palavras do homem lunar penetraram nas camadas mais íntimas da alma de Kiran, trazendo um vislumbre de suas várias noites de insônia.

— Mas como posso encontrar o caminho certo? — questionou o ruivo, buscando o brilho reconfortante das estrelas nos olhos de seu inimigo.

Munihir sorriu gentilmente, como se conhecesse os segredos do universo.

— A certeza nem sempre se encontra em respostas claras e definidas.

O solariano ergueu seu olhar cansado, encontrando um lampejo de serenidade nos olhos profundos de Munihr. Sua presença, tão marcante quanto as estrelas em uma noite enluarada, despertou uma centelha de esperança dentro do coração atribulado de Kiran. No entanto, mesmo diante dessa presença reconfortante, as dores que o assombravam não se dissiparam por completo.

Um sorriso forçado adornou os lábios de Kiran, uma tentativa frágil de esconder as cicatrizes que o tempo e as adversidades deixaram em sua alma.

Os problemas pareciam se acumular sobre seus ombros, pesando como uma carga insuportável. Noites sem sono haviam se tornado constantes, enquanto as responsabilidades de seu papel como guardião da luz o sobrecarregavam. Solaria havia sido atacada, o campanário que tanto amava agora era apenas uma ruína, e a vergonha de sua derrota iminente diante de seu inimigo persistia. Ainda assim, uma pitada de ironia permeava sua derrota, pois fora seu inimigo quem o resgatara. Agora, diante dele, estendia-se um mundo sombrio e desconhecido, um Reino dos Mortos que o impedia de retornar ao seu lar até o amanhecer. Kiran carregava a culpa de suas falhas, envergonhado diante de si mesmo. E diante de tantos problemas, o que estava fazendo? Tomando chocolate e passeando como-se não houvesse o amanhã.

As lágrimas ameaçavam transbordar, quando, de repente, Munihr se ergueu e segurou a mão de Kiran, puxando-o com determinação.

— Hey! — protestou o ruivo, com resistência enquanto era arrastado por Munihr. — Para onde você está me levando?

— Venha comigo. — respondeu o lunar, com sua voz suave e envolvente.

— Você vai me arrastar pela cidade novamente? — Kiran perguntou, nítida a irritação em suas palavras.

Munihr se virou, encarando o ruivo com um olhar intenso, como se lesse seus pensamentos mais profundos.

— Hoje, meu sol, você é meu convidado. — disse. — Não posso permitir que se afunde no tédio e na angústia assim. Já se esqueceu que sou o seu guia?

Uma vez mais, Kiran se viu sem palavras, incapaz de resistir à determinação de Munihr. Uma mistura de curiosidade e resignação encheu seu coração, permitindo-se ser guiado por esse ser misterioso que parecia entender as profundezas de sua alma.

...

No coração da Cidade Lunar, cercado por sua paisagem encantada, erguia-se um castelo em ruínas, um testemunho silencioso de grandiosidade perdida. Suas torres altas e imponentes, antes orgulhosas, agora se curvavam em angústia, suas paredes marcadas pelas cicatrizes do tempo.

Apesar de sua decadência, o castelo ainda emanava uma beleza melancólica. Arcos quebrados e janelas vazias permitiam que a luz prateada da lua penetrasse, criando uma atmosfera de mistério e encanto. Efeitos de heras entrelaçadas subiam pelas paredes, como se a natureza buscasse abraçar e curar as feridas da estrutura.

Kiran se perguntava como não havia avistado aquela maravilha antes. Ele havia desperdiçado tempo demais, envolto nas preocupações que assolavam aquela cidade de monstros e seus mistérios.

No pátio interno, um jardim outrora exuberante era agora dominado pelo manto verdejante da natureza selvagem. Flores exóticas desabrochavam e plantas raras floresciam, criando uma sinfonia de cores e perfumes que se misturavam ao ar noturno. No centro do jardim, uma fonte de pedra, outrora viva, agora permanecia seca, guardando memórias de dias em que a água dançava e refletia a luz lunar.

Kiran e Munihr avançaram com cuidado pelos corredores do castelo em ruínas, cada passo ecoando a história esquecida que ali repousava. As paredes desgastadas pareciam sussurrar contos antigos de reis e rainhas, de batalhas épicas e amores perdidos. A atmosfera enigmática do castelo despertava curiosidade e reverência, como se estivesse prestes a revelar segredos há muito ocultos.

Em meio ao silêncio e ao eco de suas próprias respirações, Kiran contemplou a majestade desvanecida do castelo. A beleza em ruínas era um lembrete poderoso de que tudo na vida é efêmero, sujeito ao fluxo do tempo. No entanto, mesmo em sua decadência, o castelo ainda mantinha vestígios da grandeza que um dia possuíra, uma lembrança eterna de um passado glorioso.

Após adentrarem o jardim, o único refúgio onde as cores ainda prevaleciam, seguiram por um caminho curto que os conduziu a um lago de águas turvas. Nesse espelho líquido, onde os contornos eram indistintos

No jardim dos encantos, onde as cores bailavam em perfeita harmonia, Kiran e Munihr trilharam um caminho sinuoso que os conduziu à margem de um lago de águas turvas. Naquele espelho líquido, onde os contornos se dissolviam como sonhos fugazes, Kiran hesitou, envolto pelas incertezas que afloravam em seu coração.

Um suspiro escapou de seus lábios, ecoando no silêncio tranquilo daquele lugar enigmático. Ele questionou a razão pela qual Munihr o havia guiado até ali, em meio àquela paisagem onírica, onde a realidade e a fantasia se entrelaçavam.

O lunar ergueu os olhos em direção ao céu e um sorriso sereno desenhou-se em seus lábios.

— Olhe. — disse ele, com suavidade.

Aos poucos, os primeiros raios de luz despertavam além do horizonte adormecido, derramando-se como ouro líquido sobre a superfície plácida do lago. A magia do amanhecer começava a se desdobrar diante dos olhos de Kiran, transformando as águas turvas em um espelho encantado.

Com cautela, aproximou-se do lago, sentindo o coração pulsar em sintonia com o ritmo da natureza. Seu reflexo ondulante fundia-se com as cores do novo dia, criando um quadro vivo de emoções e sensações. Naquele instante, a realidade se confundia com os sonhos, e Kiran encontrava-se imerso em um universo de encanto e descoberta.

Como um dançarino seduzido pela melodia dos primeiros raios de sol, o príncipe sorriu, seus olhos brilhavam como estrelas cadentes. Munihr, silencioso observador, testemunhou a transformação que ocorria em seu convidado, sabendo que aquele momento era uma dádiva única, um vislumbre da magia que permeava o Reino dos Mortos.

E assim, ao som sutil de uma melodia distante, cujas notas flutuavam no ar como pétalas de rosas, o solariano mergulhou profundamente na atmosfera envolvente do lago, trazendo a si, uma sensação nostálgica de tempos passados.

Capítulos
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63 Capítulo 67
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