Dan evitou Otilo o dia inteiro, nem meso as refeições ela compareceu.
Como castigo, Otilo não se esforçou para arranjar tempo de levá-la ao seu pai.
Na manhã seguinte, Dan resolve ir ao café da manhã.
— Bom dia.
— Bom dia.
Otilo e Otto respondem no mesmo tom de desinteresse.
— Você vai conseguir me levar na casa do meu pai hoje?
-Não posso te garantir nada ainda.
— Pois me empreste uma das caminhonetes para que eu vá, estou precisando das minhas coisas com bastante urgência.
— Isso não será possível. E antes que me chame de miserável, saiba que estou preocupado com a sua segurança, não é nada seguro uma moça andar por essas estradas sozinha.
Dan engoliu e seco ao ouvir a palavra miserável. Ele ainda estava profundamente ofendido.
— E não tem algum funcionário seu que vá para a cidade, que possa me levar, de lá pego carona pra casa.
— De jeito nenhum! Dan, você é minha noiva e não pode andar por aí com outros homens, nem pegar caronas!
— Dan respirou fundo, estava possessa. Olhou para Otto e viu o divertimento nos olhos dele. Queria explodir com Otilo, mas não daria esse gostinho ao filho dele.
Não tocou em nenhum alimento da mesa e se levantou sem dizer mais nada.
Saiu pela porta da frente e caminhou até os estábulos. Os três cavalos estavam em suas baias.
“Como será que você está Steeve? Eu até iria a pé se não fosse tão longe…
Agora que irritei o Otilo, ele vai me enrolar ao máximo até que eu
me humilhe para ele, mas isso não acontecerá tão cedo.”
Dan contemplou a paisagem a leste e resolveu se aventurar. Estava de calça jeans e camiseta de manga longa. Calçava um dos tênis novos.
Essa parte da fazenda ainda era verde, ou seja, ainda não havia começado a preparar a terra para a lavoura.
Depois de vários minutos caminhando avistou uma área verde, pelo formato havia um córrego por ali.
Uma equipe de analistas de solo estavam por alí e a avistaram de longe, preferiram avisar Otilo, já que foram todos alertados a não se aproximarem dela.
Dan atravessou o estreito córrego e continuou a caminhar. A vegetação local é cerrado, as árvores são bem espaçadas e seus troncos em maioria tortos. Com mais dez minutos de caminhada, Dan avistou outra área
verde, mais um córrego. Depois desse um campo aberto com menos árvores, olhando bem ela percebeu que ali, antes havia uma pastagem para gado, há bastante tempo, pois só algumas poucas touceiras
restaram.
Caminhou mais um pouco e começou a ouvir o som de uma queda d’água.
— Será que estou ouvindo bem?
Ela ficou tão animada coma possibilidade que começou a correr. Uma extensa área verde se aproximava cada vez mais.
Sim! Havia uma cachoeira ali.
Dan adentrou a área verde e logo deu de cara com uma imensa bacia de água cristalina e uma cachoeira de mais de 15 metros.
— Que delícia!
Vibrou ao sentir a água gelada.
Sabia que não poderia mergulhar de uma vez na água já que seu corpo estava muito quente, então tirou seu tênis e em seguida sua roupa, ficando apenas de top e calcinha.
Sentou-se numa pedra às margens da água e molhou a pontinha do pé. Nesse momento não sentia raiva de ninguém, nem pressa para nada.
Seus olhos verdes vibravam ao contemplar aquelas águas cristalinas. Encheu as mãos de água e molhou seu rosto, em seguida se cabelo. Aos poucos foi umedecendo o seu corpo ansiosa pra se sentir pronta pra mergulhar e então ouviu uma voz.
-Dan!
Ela pulou na água sem pensar duas vezes, como se isso adiantasse, as águas claras não a esconderiam, foi mais um susto mesmo.
Levou a cabeça até a superfície para confirmar se era mesmo Otilo. Mais que isso, havia
dois homens com ele, Dan pensou que a sua decapitação estava marcada. Tentou cobrir o seu corpo com as mãos enquanto Otilo fez seus funcionários virarem as costas.
Dan se lembrou da pedra e se escondeu como pôde, atrás dela enquanto Otilo se aproximava a passos largos.
-Dan.
— Se for brigar comigo, por favor mande eles embora, estou farta de ter plateia nas nossas discussões.
— Vocês podem voltar! Avisem os demais que está tudo bem.
Dan congelou. Ele estava mesmo disposto a brigar com ela.
— Como me encontrou aqui?
— Dividi em três equipes de busca. Por sorte fui eu que te encontrei. Como você tira a roupa assim?
Ele estava contendo a raiva. Tirou sua bota e dobrou a barra da calça antes de subir na
pedra.
— Ou melhor, como você foge desse jeito?!
— Eu não fugi, apenas saí para dar uma volta.
— Você não me avisou que iria sair.
— Você não teria deixado.
— Não mesmo! É muito perigoso, essa região está cheia de onças-pintadas.
-Pretende me manter em cativeiro, senhor Otilo?
-Não, Dan. Mas não quero que saia por aí sozinha, é muito perigoso.
— E com quem eu irei sair? Porque pelo que entendi eu só posso andar com você e você não tem tempo para mim, passa os dias inteiros trabalhando e não dá a mínima para as minhas necessidades, e para completar adora me expor ao ridículo diante do seu filho que tá assistindo a tudo como se fosse um filme de comédia!
Dan jogou tudo que a estava incomodando de uma única vez.
-Dan… Me perdoe por te fazer se sentir assim.
-Não vai me enrolar com essa conversa mole, eu não vou te entregar a minha liberdade assim tão fácil. Eu prefiro… prefiro a minha vida de antes do que ser um pássaro engaiolado.
Estava quase chorando no final.
Otilo sentiu uma agulhada no peito ao ouvi-la dizer que prefere voltar a casa do pai e sofrer tudo que sofreu por quase 20 anos a continuar com ele.
Significa que ele a estava mesmo fazendo sofrer.
Ele desabotoou a camisa depressa e também tirou suas calças.
— O que está fazendo?
Dan teve medo e se afastou da pedra.
Otilo Pulou na água, além de onde ela estava, mergulhou bem fundo e retornou para junto dela.
— Essa água é uma delícia, não é?
Ele comentou assim que chegou junto dela. Seus pés tocavam o chão nesse local.
— Você nunca veio aqui antes?
— Sim, mas não entrei na água. Vamos lá debaixo da queda d’água…
Ele a convidou e já saiu na frente, mergulhando com maestria. Dan o seguiu decidida a chegar antes dele, percebendo isso ele acelerou um pouco, mas acabou facilitando para ela no fim.
Além da queda d’água havia uma pequena gruta.
— Nossa como é frio aqui dentro.
Ela reclamou se encolhendo. Otilo a puxou para junto do seu corpo e a abraçou forte.
— Por favor, me perdoe por te machucar.
Dan gemeu fraco. Ele se inclinou um pouco e a beijou. Ela correspondeu.
Ele encontrou um lugar para sentar ali mesmo na gruta e a sentou em seu colo de frente para ele. Continuou a beijá-la e o que estava frio começou a pegar fogo instantaneamente. Dan nunca ficou tão próxima de um homem a ponto de sentir todo o seu corpo dessa maneira.
Agora ela conseguia reconhecer o quão difícil era esperar pelo casamento e, porque poucos conseguiam. Em certo ponto Otilo quis parar, mas ela não o deixou.
— Você disse que quer esperar pelo casamento, amor.
-Não quero mais…
Ela praticamente gemeu.
— Você é uma delícia.
Otilo a beijou novamente e então a tirou de cima dele rapidamente. Dan não conseguia acreditar quando ele mergulhou e atravessou a queda d’água.
— Ele fugiu?
“O que eu faço com todo esse formigamento no meu corpo e esse fogo terrível?”
Respirou fundo e colocou seu top recém-tirado de volta.
Otilo já estava vestindo sua calça quando ela retornou. Ela subiu na pedra e o beijou outra vez, deu um pulinho e prendeu suas pernas na cintura dele.
— Não faz isso comigo, danadinha!
-É mais forte do que eu.
— Em breve estaremos casados.
— Não me importo mais com isso, todos já pensam que estamos juntos.
— Dan… O que foi isso nas suas costas?
Ele viu uma cicatriz maior e mais deformada em suas costas. Dan pulou no chão rápido.
— Você não tinha visto ainda?
Ela estava constrangida.
-Não.
-É antiga.
Ela pegou sua camiseta rapidamente e se vestiu, em seguida fez o mesmo com a calça.
— Como foi que conseguiu essa cicatriz?
-Tudo começou com um furúnculo, acredita?
Ela não iria contar a ele que seu pai acertou esse furúnculo com uma marca de gado quente!
Naquele dia, Artur estava aborrecido por Dan não ser capaz de ajudá-lo eficazmente a marcar os bezerros e ao vÊ-la se contrair de dor pelo furúnculo, bateu nela com a marca quente. Dan ainda conseguia lembrar do dia e
do tamanho da dor, ela chegou a se contorcer no chão, mas seu pai nunca teve misericórdia dos seus gritos.
Dan começou o caminho de volta. Todo aquele fogo se acabou depois de falar da sua cicatriz.
-Desculpa se te deixei constrangida.
-Tudo bem, o louco é você de gostar de uma menina toda rasgada como eu.
-Não tem nada em você que eu não goste, Dan.
-Nem mesmo esse cabelo esquisito?
Ela puxou uma mexa dos próprios cabelos para cima.
-É uma das partes que eu mais gosto.
-Gosta de cabelo curto?
“Tomara que não, eu finalmente poderei ter cabelos compridos.”
— Gosto do seu cabelo, essa cor, esse jeito espetadinho, mas confesso que tenho curiosidade de ver ele crescido.
Dan sorriu.
— Seu sorriso também é lindo!
-Eu tenho vergonha de dizer essas coisas, mas você é muito bonito. Seus olhos penetrantes, sua boca, sua barba, seu corpo, suas mãos, seu abraço, eu gosto de tudo em você.
Ele dizia de cabeça baixa enquanto caminhavam.
Ele não resistiu e a beijou novamente prendendo o corpo dela em seus braços.
-Você estava falando sério sobre não querer mais esperar pelo casamento?
-Estava.
-Pois se prepare para essa noite.
Falou em seu ouvido antes de beijar seu pescoço.
— Ainda tenho que esperar tanto?
— Muito apressadinha, você. O que aconteceu? Até ontem parecia não sentir nada.
— Não me deixe sem graça.
Na verdade, aquela conversa com Marta a deixou mesmo mais cheia de desejo.
— Quando chegarmos em casa, se troque para irmos até a casa do seu pai, vou arranjar alguém para trazer o Steeve.
— Está bem!
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Atualizado até capítulo 95
Comments
ROSIMEIRE DA CONCEIÇAO FRANÇA
Eita...Eita...vai acontecer a noite de amor
2025-02-27
0
Maria Lucilia De Souza Pereira
Ta aprendendo rapido menina que homem feliz faz o que a mulher quer kkk
2024-10-06
1
ARMINDA
DANDINHA CONSEGUIU DOBRAR O OTÍLIO. 🤭🤭🤭🤭🤭
2024-06-26
3