Capítulo 17

Após o banho, Otilo ficou no sofá até mais tarde lendo alguns documentos, enquanto Dan se ajeitou na cama e dormiu rapidamente. Ainda tinha uma rotina biológica muito definida por conta do seu trabalho na fazenda.

Quando percebeu que ela havia dormido, Otilo deixou os papeis de lado e começou a admirá-la de longe mesmo. Algo lhe dizia que finalmente começou a entrar no coração dela e isso o aqueceu e encheu de esperanças.

Preferiu não dormir com ela essa noite, estava muito aceso, especialmente depois do beijo, que finalmente aconteceu.

Pela manhã desceram para tomar café da manhã no hotel.

— Dan, quer ir ao cartório pra gente dar entrada no processo de casamento?

Otilo perguntou antes que se juntassem a Otto.

— Eu não trouxe certidão de nascimento.

— Hoje em dia eles atualizam as certidões, nem precisa da antiga, basta informar seus dados e eles puxam uma certidão nova.

— Ah, é?

— Sim.

— Então vamos. Não precisa de testemunhas?

— Nesse momento não, só quando viermos marcar.

Dan usava uma de suas calças novas e uma camisa branca.

Fizeram a solicitação das novas certidões e o cartório pediu 15 dias para entregar.

— Otilo, quando voltarmos pra fazenda, quero ir à casa do meu pai. Tem algumas coisas que quero pegar, inclusive o meu cavalo, Steeve.

— Vou me organizar para irmos lá amanhã ou depois, pode ser?

— Você não precisa se dar ao trabalho...

— De maneira nenhuma a deixarei ir sozinha.

Dan olhou para ele um tanto aborrecida.

— Não me entenda mal, eu só quero te proteger, eu prometi, caso não se lembre.

Dan revirou os olhos.

— Não faz isso, danadinha.

Otilo riu de si por se sentir atraído por um gesto tão simples.

— Eu não fiz nada.

O retorno para casa foi tranquilo. Otto dirigia enquanto o casal estava no banco de trás. Isso irritava muito o rapaz, mas não ousava dizer nada.

Chegaram em casa em paz. Otilo ajudou a levar as malas de Dan para o quarto dela.

— Obrigada!

— Não vai sair de graça, querida.

Segurou-a pela cintura e a beijou.

— Preciso muito ir trabalhar agora, aproveite a tarde para descansar e arrumar suas coisas.

— Está bem. Bom trabalho.

Assim que ele saiu de casa, Dan foi até a cozinha a procura de Marta.

— Oi Dan, como foi a consulta?

— Correu tudo bem, o médico disse que estou quase 100%. Também consegui fazer uma consulta com o psicólogo.

— Que ótimo, Dan! 

— Obrigada pelo incentivo, graças a essa primeira consulta já me sinto mais confiante.

— Você vai conseguir se transformar, Dan. Quer comer alguma coisa?

— Só um copo de leite, mas eu mesma pego.

— Não, já está na mão. Senta aí, vamos conversar.

Marta serviu um copo de leite a ela.

— Preciso arrumar minhas coisas.

— Eu posso te ajudar, se quiser.

— Não quero te atrapalhar.

— Não atrapalha, já terminei a limpeza aqui.

— Então vamos pro meu quarto.

— Dan, por que você não fica no quarto do seu Otilo de uma vez? O closet dele tem espaço suficiente para suas coisas.

— Ainda não nos casamos, então...

— Eu ouvi vocês dizerem ao seu pai que já estão juntos, só falta oficializar, não tem por que estarem em quartos separados.

— Ouh!

Dan se surpreendeu por ela saber disso. Sentiu seu rosto queimar.

-Ele foi o seu primeiro homem, Dan?

-Quê?! Ah! Se ele... 

Ela ainda estava engasgada. Como assim todos sabiam que eles estavam juntos. Ou melhor, pensavam?

-O que foi? Tá vermelha.

— Eu... O Otilo foi o meu primeiro, sim, nunca tive ninguém antes dele e nem gostei de ninguém. Mas... A gente não tá junto ainda, não desse jeito que você está pensando.

— Quer dizer que vocês ainda não fizeram amor?

Dan negou com a cabeça.

— Uau!

— Não entendo o seu espanto, não é normal esperar o casamento para fazer esse tipo de coisa?

— É o certo, Dan, mas hoje em dia poucos conseguem esperar.

Dan vivia à sombra dos ensinos de dona Carmem e ela a instruiu a se guardar para o casamento, por isso era tão estranho saber que outras pessoas optam por fazer antes.

— Eu vou conseguir esperar.

— Para mulher é mais fácil, ainda mais virgem, mas e o seu Otilo?

— O que tem?

— Será que ele aguenta esperar? Pelo que sei ele está sem namorar há pelo menos três anos. Quanto mais tempo vocês passarem juntos, mais torturante vai ser para ele.

— Torturante?

— Sim. Homens são insaciáveis, querem sexo o tempo todo. Se vocês estão morando sob o mesmo teto, mas não estão fazendo amor, ele deve estar à flor da pele.

— Eu não sabia disso.

— Dan, você é muito inocente!

— Vamos tentar organizar essas roupas. Você acha que precisa lavar antes de usar? Acabei usando algumas lá em Pontília.

— É melhor lavar, né? Tanta gente passou a mão, sem contar as que provaram.

— Tem razão.

— Nossa, quantas roupas lindas!

— Verdade? Eu não tenho costume de usar roupas assim e é a primeira vez que ganho roupas novas.

— Sério?

Dan assentiu.

— Mas agora você vai ter tudo do bom e do melhor, seu futuro marido tem muito dinheiro e não vai deixar te faltar nada.

— O que uma esposa faz? Além das coisas íntimas.

Marta riu.

— Esposa é uma pessoa normal, Dan. Em suma você vai ser parceira do seu marido, dar carinho, atenção, apoiar os projetos dele, ouvi-lo, acompanhá-lo quando necessário, cuidar quando ficar doente...

— Então ele será o centro da minha vida? Tudo vai girar em torno dele?

— Não! Muito pelo contrário, um casamento é feito de duas pessoas com responsabilidades iguais. Tudo que eu disse que você deverá fazer por ele deve ser reciproco, ou seja, ele também deverá fazer por você. Casamento é a união de duas pessoas que se amam de todo o coração e decidem unir suas vidas, seus sonhos, seus desejos, sua jornada.

— Você deve ter um bom casamento.

— Eu tenho sim.

— Qual o segredo?

— Amor!

Dan ficou em silêncio por alguns segundos.

— É pra vida toda né?

Caiu uma luz sobre Dan. Ela estava se casando mesmo e deveria ser para a vida inteira.

— Você consegue se imaginar ao lado do seu Otilo para o resto da sua vida?

Dan se lembrou dos beijos que deram e dos profundos olhos de Otilo, de como ele se esforça para tentar decifrar suas emoções e especialmente, de como o seu abraço a aliviava.

— Seu sorriso é um belo de um sim.

Riu Marta. Dan nem havia notado que sorriu.

— Vou levar suas roupas e por uma remessa na máquina, amanhã eu termino tudo.

— Eu já estou bem, posso cuidar das minhas roupas.

— De jeito nenhum. Eu estou aqui para isso.

— Eu nunca tive ninguém para fazer nada para mim.

— Agora você tem. Comporte-se como uma milionária!

Depois das 16 horas, o sol já estava mais calmo e Dan resolveu ir até os estábulos. Estava sentindo muita falta do seu cavalo e ver os outros a faria se sentir melhor.

Quando passou em frente ao escritório, Otilo a viu.

— Boa tarde.

Dan cumprimentou o homem que cuidava dos cavalos.

— Boa tarde. Você precisa de algo?

— Vim ver os cavalos.

— Eles estão no pátio. Pode ir até a cerca que conseguirá ver eles.

— Está bem.

Saiu da cobertura e foi até o pé da cerca. Lá estavam os belos animais correndo pela relva baixa.

— Como são lindos!

Sentiu um abraço por trás e um beijo em seu pescoço que a fez arrepiar. Ela sorriu.

— Não se assustou, bravinha?

— Eu conheço bem o seu cheiro.

— É mesmo?

— Hunrum!

— Pensei que você não tinha gostado dos meus cavalos.

— Por que pensou isso?

— É culpa da sua mania de esconder as emoções!

— Não achou que eu iria ficar deslumbrada ao conhecer a fazendo do agricultor milionário, né?

— É, não seria você.

Otilo a virou e a beijou na boca.

— Ei, alguém pode nos ver.

— Eu não ligo.

— Mas eu sim!

Dan se recordou de sua conversa com Marta, sobre Otilo não conseguir esperar até o casamento.

— Otilo, eu torturo você?

— O quê? Como assim?

— É... Sobre a gente não fazer... Você sabe.

Que conversa difícil, ela não sabia onde esconder o rosto.

— Sexo?

— É.

— De onde você tirou isso?

— É só uma pergunta. Sim ou não?

— Sim.

Essa resposta a deixou ainda mais vexada.

— Então, a gente tem que...

— A gente não tem que fazer nada, vai ser tudo no seu tempo. 

— Eu ia perguntar se você acha melhor a gente se afastar até o casamento, porque eu quero esperar, mas não quero te deixar mal com isso. Eu soube que é mais difícil para o homem, então eu só quero te polpar.

— Você é uma fofa!

Otilo apertou a bochecha dela.

— Só que eu já não consigo ficar longe de você. Só em pensar nisso, já fico chateado.

Dan o abraçou. Ela também não quer ficar longe, não agora que está se apaixonando.

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Comments

Alice Miesse

Alice Miesse

Eu estou achando que essa cunhada do Otilo, que vai chegar vai querer estragar junto com o sobrinho.

2025-01-23

3

Beth Silva

Beth Silva

autora não deixe que o filho é a cunhada atrapalhem o relacionamento de otilio e Daniela

2025-02-05

0

ROSIMEIRE DA CONCEIÇAO FRANÇA

ROSIMEIRE DA CONCEIÇAO FRANÇA

lindo esse casal
o amor deles lindo
essa tia vai dá trabalho

2025-02-27

0

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