Após o banho, Otilo ficou no sofá até mais tarde lendo alguns documentos, enquanto Dan se ajeitou na cama e dormiu rapidamente. Ainda tinha uma rotina biológica muito definida por conta do seu trabalho na fazenda.
Quando percebeu que ela havia dormido, Otilo deixou os papeis de lado e começou a admirá-la de longe mesmo. Algo lhe dizia que finalmente começou a entrar no coração dela e isso o aqueceu e encheu de esperanças.
Preferiu não dormir com ela essa noite, estava muito aceso, especialmente depois do beijo, que finalmente aconteceu.
Pela manhã desceram para tomar café da manhã no hotel.
— Dan, quer ir ao cartório pra gente dar entrada no processo de casamento?
Otilo perguntou antes que se juntassem a Otto.
— Eu não trouxe certidão de nascimento.
— Hoje em dia eles atualizam as certidões, nem precisa da antiga, basta informar seus dados e eles puxam uma certidão nova.
— Ah, é?
— Sim.
— Então vamos. Não precisa de testemunhas?
— Nesse momento não, só quando viermos marcar.
Dan usava uma de suas calças novas e uma camisa branca.
Fizeram a solicitação das novas certidões e o cartório pediu 15 dias para entregar.
— Otilo, quando voltarmos pra fazenda, quero ir à casa do meu pai. Tem algumas coisas que quero pegar, inclusive o meu cavalo, Steeve.
— Vou me organizar para irmos lá amanhã ou depois, pode ser?
— Você não precisa se dar ao trabalho...
— De maneira nenhuma a deixarei ir sozinha.
Dan olhou para ele um tanto aborrecida.
— Não me entenda mal, eu só quero te proteger, eu prometi, caso não se lembre.
Dan revirou os olhos.
— Não faz isso, danadinha.
Otilo riu de si por se sentir atraído por um gesto tão simples.
— Eu não fiz nada.
O retorno para casa foi tranquilo. Otto dirigia enquanto o casal estava no banco de trás. Isso irritava muito o rapaz, mas não ousava dizer nada.
Chegaram em casa em paz. Otilo ajudou a levar as malas de Dan para o quarto dela.
— Obrigada!
— Não vai sair de graça, querida.
Segurou-a pela cintura e a beijou.
— Preciso muito ir trabalhar agora, aproveite a tarde para descansar e arrumar suas coisas.
— Está bem. Bom trabalho.
Assim que ele saiu de casa, Dan foi até a cozinha a procura de Marta.
— Oi Dan, como foi a consulta?
— Correu tudo bem, o médico disse que estou quase 100%. Também consegui fazer uma consulta com o psicólogo.
— Que ótimo, Dan!
— Obrigada pelo incentivo, graças a essa primeira consulta já me sinto mais confiante.
— Você vai conseguir se transformar, Dan. Quer comer alguma coisa?
— Só um copo de leite, mas eu mesma pego.
— Não, já está na mão. Senta aí, vamos conversar.
Marta serviu um copo de leite a ela.
— Preciso arrumar minhas coisas.
— Eu posso te ajudar, se quiser.
— Não quero te atrapalhar.
— Não atrapalha, já terminei a limpeza aqui.
— Então vamos pro meu quarto.
— Dan, por que você não fica no quarto do seu Otilo de uma vez? O closet dele tem espaço suficiente para suas coisas.
— Ainda não nos casamos, então...
— Eu ouvi vocês dizerem ao seu pai que já estão juntos, só falta oficializar, não tem por que estarem em quartos separados.
— Ouh!
Dan se surpreendeu por ela saber disso. Sentiu seu rosto queimar.
-Ele foi o seu primeiro homem, Dan?
-Quê?! Ah! Se ele...
Ela ainda estava engasgada. Como assim todos sabiam que eles estavam juntos. Ou melhor, pensavam?
-O que foi? Tá vermelha.
— Eu... O Otilo foi o meu primeiro, sim, nunca tive ninguém antes dele e nem gostei de ninguém. Mas... A gente não tá junto ainda, não desse jeito que você está pensando.
— Quer dizer que vocês ainda não fizeram amor?
Dan negou com a cabeça.
— Uau!
— Não entendo o seu espanto, não é normal esperar o casamento para fazer esse tipo de coisa?
— É o certo, Dan, mas hoje em dia poucos conseguem esperar.
Dan vivia à sombra dos ensinos de dona Carmem e ela a instruiu a se guardar para o casamento, por isso era tão estranho saber que outras pessoas optam por fazer antes.
— Eu vou conseguir esperar.
— Para mulher é mais fácil, ainda mais virgem, mas e o seu Otilo?
— O que tem?
— Será que ele aguenta esperar? Pelo que sei ele está sem namorar há pelo menos três anos. Quanto mais tempo vocês passarem juntos, mais torturante vai ser para ele.
— Torturante?
— Sim. Homens são insaciáveis, querem sexo o tempo todo. Se vocês estão morando sob o mesmo teto, mas não estão fazendo amor, ele deve estar à flor da pele.
— Eu não sabia disso.
— Dan, você é muito inocente!
— Vamos tentar organizar essas roupas. Você acha que precisa lavar antes de usar? Acabei usando algumas lá em Pontília.
— É melhor lavar, né? Tanta gente passou a mão, sem contar as que provaram.
— Tem razão.
— Nossa, quantas roupas lindas!
— Verdade? Eu não tenho costume de usar roupas assim e é a primeira vez que ganho roupas novas.
— Sério?
Dan assentiu.
— Mas agora você vai ter tudo do bom e do melhor, seu futuro marido tem muito dinheiro e não vai deixar te faltar nada.
— O que uma esposa faz? Além das coisas íntimas.
Marta riu.
— Esposa é uma pessoa normal, Dan. Em suma você vai ser parceira do seu marido, dar carinho, atenção, apoiar os projetos dele, ouvi-lo, acompanhá-lo quando necessário, cuidar quando ficar doente...
— Então ele será o centro da minha vida? Tudo vai girar em torno dele?
— Não! Muito pelo contrário, um casamento é feito de duas pessoas com responsabilidades iguais. Tudo que eu disse que você deverá fazer por ele deve ser reciproco, ou seja, ele também deverá fazer por você. Casamento é a união de duas pessoas que se amam de todo o coração e decidem unir suas vidas, seus sonhos, seus desejos, sua jornada.
— Você deve ter um bom casamento.
— Eu tenho sim.
— Qual o segredo?
— Amor!
Dan ficou em silêncio por alguns segundos.
— É pra vida toda né?
Caiu uma luz sobre Dan. Ela estava se casando mesmo e deveria ser para a vida inteira.
— Você consegue se imaginar ao lado do seu Otilo para o resto da sua vida?
Dan se lembrou dos beijos que deram e dos profundos olhos de Otilo, de como ele se esforça para tentar decifrar suas emoções e especialmente, de como o seu abraço a aliviava.
— Seu sorriso é um belo de um sim.
Riu Marta. Dan nem havia notado que sorriu.
— Vou levar suas roupas e por uma remessa na máquina, amanhã eu termino tudo.
— Eu já estou bem, posso cuidar das minhas roupas.
— De jeito nenhum. Eu estou aqui para isso.
— Eu nunca tive ninguém para fazer nada para mim.
— Agora você tem. Comporte-se como uma milionária!
Depois das 16 horas, o sol já estava mais calmo e Dan resolveu ir até os estábulos. Estava sentindo muita falta do seu cavalo e ver os outros a faria se sentir melhor.
Quando passou em frente ao escritório, Otilo a viu.
— Boa tarde.
Dan cumprimentou o homem que cuidava dos cavalos.
— Boa tarde. Você precisa de algo?
— Vim ver os cavalos.
— Eles estão no pátio. Pode ir até a cerca que conseguirá ver eles.
— Está bem.
Saiu da cobertura e foi até o pé da cerca. Lá estavam os belos animais correndo pela relva baixa.
— Como são lindos!
Sentiu um abraço por trás e um beijo em seu pescoço que a fez arrepiar. Ela sorriu.
— Não se assustou, bravinha?
— Eu conheço bem o seu cheiro.
— É mesmo?
— Hunrum!
— Pensei que você não tinha gostado dos meus cavalos.
— Por que pensou isso?
— É culpa da sua mania de esconder as emoções!
— Não achou que eu iria ficar deslumbrada ao conhecer a fazendo do agricultor milionário, né?
— É, não seria você.
Otilo a virou e a beijou na boca.
— Ei, alguém pode nos ver.
— Eu não ligo.
— Mas eu sim!
Dan se recordou de sua conversa com Marta, sobre Otilo não conseguir esperar até o casamento.
— Otilo, eu torturo você?
— O quê? Como assim?
— É... Sobre a gente não fazer... Você sabe.
Que conversa difícil, ela não sabia onde esconder o rosto.
— Sexo?
— É.
— De onde você tirou isso?
— É só uma pergunta. Sim ou não?
— Sim.
Essa resposta a deixou ainda mais vexada.
— Então, a gente tem que...
— A gente não tem que fazer nada, vai ser tudo no seu tempo.
— Eu ia perguntar se você acha melhor a gente se afastar até o casamento, porque eu quero esperar, mas não quero te deixar mal com isso. Eu soube que é mais difícil para o homem, então eu só quero te polpar.
— Você é uma fofa!
Otilo apertou a bochecha dela.
— Só que eu já não consigo ficar longe de você. Só em pensar nisso, já fico chateado.
Dan o abraçou. Ela também não quer ficar longe, não agora que está se apaixonando.
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Atualizado até capítulo 95
Comments
Alice Miesse
Eu estou achando que essa cunhada do Otilo, que vai chegar vai querer estragar junto com o sobrinho.
2025-01-23
3
Beth Silva
autora não deixe que o filho é a cunhada atrapalhem o relacionamento de otilio e Daniela
2025-02-05
0
ROSIMEIRE DA CONCEIÇAO FRANÇA
lindo esse casal
o amor deles lindo
essa tia vai dá trabalho
2025-02-27
0