Nem bem clareou o dia, Connor e a sua Mary já estavam no pátio, prontos para partir em rumo a DUNHILL .
Os poucos pertences do casal foram organizados no lombo de um cavalo de carga que Connor comprou para facilitar a viagem da sua dama. Macrolth iria mandar o restante dos pertences de Mary direto para DUNHILL. O tio e a sua esposa queriam ver com os próprios olhos como a sua sobrinha estava sendo tratada no seu novo lar.
— Tem certeza de que pode cavalgar? — Connor perguntou ao ajuda-la a montar.
— Lógico que sim. Baran trouxe-me até aqui. Ele pode levar-me para bem longe daqui também.
— O cavalo é seu? — duvidando que a sua esposa tão pequenininha fosse dona de um cavalo-de-batalha.
— Sim. Cuidei dele desde o nascimento. A sua mãe morreu ao pari-lo.
Enquanto falava, ela acariciava o pescoço do animal e Connor pode perceber que o tal Baran a obedecia, sabia quem era sua dona.
— A viagem até DUNHILL será longa, minha esposa. Espero que aguente a jornada. Se eu soubesse que sairia da corte acompanhado de uma esposa, teria trazido serviçais e algo confortável para a sua viagem.
Mary ficou observando seu marido colocar no cavalo de cargas alguns alforges com comida e vinho que a cozinheira do rei mandou entregar, para que eles não se preocupassem durante a viagem .
Mas o que a preocupava, era o trajeto. Quando veio com seu tio, tinha uma escolta e tudo era pensado para o seu conforto e da sua tia . Agora estaria sozinha, apenas com a proteção de seu marido .
Quem a protegeria dele ?
Ele parecia ser um homem honrado, não faria nada contra a sua vontade e desde a noite de núpcias, estava apavorada com idéia de ter alguma intimidade com ele .
Gostava dos seus beijos, do seu toque, mas não queria ter "intimidade". Só em pensar ficava apavorada! Ele não caberia nela! Ele era grande e ela pequena.
Havia visto meninos nus, mas ele não tinha nada parecido com o que ela conhecia.
Quando seu marido montou em seu cavalo, ela pode ver sua agilidade e também a força daquelas coxas que o tecido da calça nada escondia.
Ele não era um guerreiro normal, era mais forte e mais alto do que os de seu tio. Ele certamente inspirava o terror em seus inimigos.
Saíram lentamente pelo portão, saindo da proteção das muralhas rumo a floresta. Ela estava insegura, os dois não tinham intimidade, pouco conversaram antes do casamento, não sabia nada sobre sua vida ou de DUNHILL e o seu povo.
Mary sabia que estava . começando uma vida nova e isso a assustava. O seu casamento foi arranjado pelo rei, ela não teve a oportunidade de conhecer o marido, seus gostos, manias...
Seguiam lentamente pelo caminho. O silêncio e a lentidão estava deixando Mary frustrada. Jamais conseguiu ficar calada por tanto tempo, o seu tio se orgulharia dela.
Aquele passo lento dos cavalos estava dando nos nervos e para piorar, de tempos em tempos Connor perguntava se estava precisando parar para descansar, el já nem respondia, talvez ele a achasse frágil.
Quando pararam para o almoço, o sol já ia alto e a barriga de Mary roncava desesperadamente.
Deixaram que os cavalos pastassem por perto enquanto se alimentavam do assado de perdiz que a cozinheira mandou. Ficaram em silêncio até que Mary resolveu que, se o seu marido era "mudo", ela não era.
— Gosta de flores, senhor meu marido?
— Não. — ele respondeu sem se dar ao trabalho de parar de comer.
— Quando nos conhecemos, o senhor admirava as rosas do jardim real. Em DUNHILL deve ter um belo jardim.
— DUNHILL não produz flores, produz guerreiros.
Mary ficou curiosa com a reação do marido. Parecia incomodado com algo.
— Devo preocupar-me com a minha chegada na sua fortaleza? — Mary queria respostas. O seu marido estava muito quieto e o seu comportamento era de alguém que escondia algo.
— Senhora minha esposa — Connor colocou com violência o osso que tinha nas mãos no prato de metal e a olhou nos olhos — A senhora fala demais, faz perguntas demais.
O tom de voz que ele usou, poderia assustar qualquer outra pessoa, não a Mary Lowell. Ela não se rendia facilmente ao julgo de um homem, o seu primo Rory bem sabia disso e por muitas vezes quis aplicar-lhe um corretivo.
— O senhor, meu marido...
Com um grunhido, deixou claro que já estava cansado daquela conversa.
— Se vamos viajar juntos por alguns dias, quero que pare de chamar-me "senhor meu marido". Tenho nome, não sou senhor meu marido.
Mary assustou-se. Ao invés de agradar, estava irritando o homem. Mas precisava saber o que esperar do povo de DUNHILL. Tinha que controlar o seu temperamento explosivo e ser uma esposa dócil.
Viu que ele recolhia os pertences e preparava os cavalos. O homem estava carrancudo, parecia haver bebido fel e não o doce vinho real.
Ela foi se aliviar atrás de uma árvore, enquanto o marido vigiava. Ela sabia que estando apenas os dois, seria muito perigoso. Além dos inimigos declarados dos Cameron, muitos salteadores se aproveitavam do movimento de viajantes perto da corte.
— Minha senhora...
— Também não sou sua senhora! Tenho nome. Mary, saiba que gosto desse meu nome. — falou sem pensar, no calor do momento.
Connor desistiu de argumentar. A sua esposa não tinha travas na língua e isso não era bom.
Em DUNHILL a sua palavra era lei, ninguém o contrariava, nem mesmo os seus irmãos. Era obedecido e temido por todos, mas essa pequena inglesa o estava desafiando.
Quando o rei ordenou a união, deu a entender que Mary era dócil e obediente. Agora estava demonstrando que não era nada daquilo.
A pequena era um tormento. Além de fazer muitas perguntas, o estava enlouquecendo. Desde que sentiu o seu sabor, só pensava em se deitar novamente com ela.
Os cabelos negros presos numa grossa trança, lhe dava vontade de puxar a fita de couro e libera-los ao vento...
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Regiane Pimenta
Gente para que isso qual problema de conversar seu cavalo
2024-11-27
1
Luisa Nascimento
Eita, fudeu. xonou-se!💘💘
2024-12-18
0
Rosária 234 Fonseca
essa eu quero ver kkk
2024-07-04
2