Capítulo 10

O Hospital, normalmente um refúgio de cura e esperança, tornou-se palco de uma tragédia terrível naquela noite sombria. Os corredores ecoavam com os gritos desesperados de Gabi, enquanto ela, amarrada à cadeira de rodas, era impelida escada abaixo em uma queda assustadora. O som metálico das rodas batendo nos degraus se misturava aos gemidos de dor e horror, enquanto o Mascarado de LED, impotente, assistia à cena terrível se desenrolar diante de seus olhos atônitos. Gabi, indefesa e vulnerável, despencava em direção ao abismo, como se fosse uma marionete nas mãos de um titereiro cruel e impiedoso.

O Mascarado de LED, figura sinistra que parecia emergir das sombras, observava a cena com uma calma gélida, seus olhos brilhando com uma luz maligna e insensível. Com um gesto de desprezo, ele capturou cada momento da queda mortal de Gabi, como se aquela tragédia fosse apenas mais um espetáculo a ser registrado em sua macabra galeria de horrores. Enquanto Gabi e a cadeira de rodas se chocavam violentamente contra o chão, o silêncio pesado e opressivo se abatia sobre o hospital, interrompido apenas pelo som distante das sirenes de ambulância se aproximando. Mas para Gabi, já era tarde demais. Sua queda havia sido não apenas física, mas também simbólica, marcando o fim de sua jornada e o início de um mistério aterrorizante que assombraria aqueles corredores para sempre.

Na acolhedora cozinha da pousada, Eliza se dedicava a preparar algo para seu novo amigo, quando seu olhar cruzou com o de Pneu, sentado à mesa. Uma conversa despretensiosa se iniciou.

— Você conhece meu irmão há muito tempo? —, perguntou Eliza, curiosa.

— Pouco tempo, na verdade —, respondeu Pneu, com um sorriso gentil. — Mas já sinto uma conexão forte com ele.

Eliza assentiu, contente: — É bom ele ter um amigo como você.

Enquanto trocavam palavras amigáveis, a dona da pousada, Stephanie, adentrou a cozinha, surpreendida ao ver Pneu ali. Com discrição, aproximou-se e dirigiu-se a Eliza.

— Este é seu irmão? —, indagou Stephanie, curiosa.

Eliza negou com a cabeça: — Não, ele é um amigo do meu irmão, estou conhecendo ele agora.

Stephanie sorriu calorosamente: — Prazer, eu sou a dona da pousada!

— Prazer, eu sou o Pneu —, respondeu ele, educadamente.

Stephanie então perguntou sobre o estado de saúde do irmão de Eliza, enquanto expressava alívio ao saber que o pior já tinha passado. Depois de alguns minutos, Eliza se despediu de Stephanie e acompanhou Pneu até o hospital, onde esperavam fazer uma visita ao irmão de Eliza, agora recuperando-se em seu quarto. O vínculo entre eles começava a se fortalecer, unidos por laços inesperados em meio às circunstâncias da vida.

Enquantoisso, Stephanie adentrou seu quarto na pousada após se despedir de Eliza, carregando consigo o peso de uma busca incessante. Seus passos eram pesados, carregados de expectativa e ansiedade. Ao alcançar o guarda-roupa, seus dedos encontraram uma caixa esquecida, escondida entre tecidos e memórias. Com mãos trêmulas, Stephanie retirou a tampa da caixa e seus olhos se encontraram com uma imagem há muito guardada.

Ali, emoldurada em papel, estava uma fotografia que se tornara o centro de sua jornada, a âncora de sua esperança. Seus lábios murmuraram silenciosamente o nome que tanto ansiava: seu filho. Um turbilhão de emoções a envolveu enquanto ela contemplava cada detalhe da fotografia, capturando cada traço, cada sorriso, na esperança de encontrar neles vestígios de sua própria história.

— Será que é ele? — sussurrou Stephanie para si mesma, a voz embargada pela emoção. A esperança irrompeu em seu coração, inundando-a com uma sensação de certeza há muito tempo adormecida. Era como se cada fibra de seu ser reconhecesse a verdade que ela tanto buscara.

Com a fotografia firmemente entre suas mãos, Stephanie afundou na cama, entregando-se às lágrimas que há tanto tempo ansiavam por liberdade. Ali, naquela solidão compartilhada apenas com a imagem de seu filho, ela encontrou um momento de paz, um momento de certeza em meio à incerteza que há tanto a rodeava. E assim, envolta na luz suave do entardecer, Stephanie permitiu-se sonhar, permitiu-se acreditar que, finalmente, havia encontrado o caminho de volta para aquele que sempre esteve perdido, mas nunca esquecido: seu filho desaparecido.

A noite se estendia sobre a cidade, envolvendo-a em seu manto sombrio, enquanto na Delegacia Geral de Polícia, algo sinistro aguardava para surgir. Daniel, Olívia, Pedro e Thiago estavam reunidos, prontos para registrar sua queixa.

— Meu amor, você tem certeza de que quer prosseguir? —, indagou Olívia, preocupada.

— É necessário, precisamos denunciar —, respondeu Daniel com firmeza.

Porém, antes que pudessem avançar, uma nova mensagem perturbadora interrompeu a atmosfera tensa. Fotos e vídeos chocantes de Gabi, morta, chegaram aos celulares do grupo, acompanhados por uma ameaça direta:

...[Grupo do WhatsApp]...

> Se persistirem com a queixa, serão os próximos!. <

O choque tomou conta dos amigos diante da terrível revelação.

— Não pode ser... —, murmurou Daniel, atordoado.

— Meu Deus, Gabi está morta —, exclamou Thiago, incrédulo.

— O que faremos agora? —, indagou Olívia, buscando orientação.

Daniel, em silêncio, levantou-se abruptamente e se dirigiu à porta da delegacia, sem proferir uma palavra sequer.

— Para onde foi o Daniel? —, questionou Pedro, confuso.

— Não faço ideia, ele não disse nada —, respondeu Olívia, visivelmente abalada.

— E agora, o que faremos? —, perguntou Thiago, ansioso.

— Vamos embora, desistiremos da queixa —, decidiu Olívia, resignada.

— Você tem certeza? —, indagou Pedro, incerto.

— Então vamos partir imediatamente —, concordou Thiago, cedendo à pressão do momento.

A noite envolvia o Hospital em seu manto escuro, enquanto Eliza e Pneu adentravam suas portas, carregando o peso do desconhecido. O médico se aproximou com um semblante sombrio, despertando o temor nos corações dos irmãos.

— Eliza —, disse o médico, sua voz carregada de preocupação —, tentamos entrar em contato com você, mas não conseguimos.

O coração de Eliza apertou-se com a ansiedade: — O que aconteceu com meu irmão? — ela perguntou, a angústia pintando suas palavras.

O médico respirou fundo antes de responder: — Ele acordou, mas fugiu do hospital.

Eliza mal podia acreditar no que ouvia: — Fugiu? Como isso é possível?

— Não tenho explicações —, respondeu o médico, sua expressão carregada de frustração. — Além disso, uma paciente foi encontrada morta, e o hospital está mergulhado em caos.

A confusão e preocupação inundaram Eliza, enquanto ela agradecia ao médico e se via perdida em um mar de incertezas. Pneu, ao seu lado, também sentia o peso do desespero.

— Sinto muito —, disse Eliza, seu olhar buscando conforto no irmão: — Não consigo entender como ele pôde fugir.

Pneu assentiu, seus pensamentos em tumulto: — Eu sei —, murmurou ele, mas tenho algo para resolver. Sem mais palavras, ele partiu, deixando Eliza para trás, atônita com a rapidez da partida.

Sozinha, Eliza sentiu-se impotente diante dos acontecimentos. Com o coração pesado, ela decidiu buscar clareza à beira do oceano. A praia, com suas ondas tranquilas e brisa reconfortante, parecia ser o único refúgio em meio ao turbilhão de sua mente.

O ar da noite estava impregnado com a doçura do mar, e Eliza sentiu seu coração acelerar quando seus pés tocaram a areia macia da praia. Com seu caderno e caneta em mãos, ela se preparava para desvendar os mistérios de sua mente, mas seus planos foram interrompidos pela presença de Daniel, emergindo da escuridão como uma estrela cadente.

— O universo adora nos surpreender, não é mesmo? —, disse Daniel, sorrindo para ela.

Eliza não pôde conter o sorriso que brotou em seus lábios: — Você de novo —, murmurou, seus olhos brilhando com uma mistura de surpresa e prazer.

— Sim, sou eu —, respondeu Daniel, seus olhos fixos nos dela. — Mas será que estou atrapalhando seus pensamentos?

— Não, de jeito nenhum —, respondeu Eliza suavemente. — Na verdade, eu estava pensando em algo completamente diferente.

O vento soprou suavemente, como se conspirasse a favor do destino. Quando Eliza abaixou-se para pegar a caneta que escapou de sua mão, seus dedos se encontraram com os de Daniel, enviando uma corrente elétrica de desejo através deles. Seus olhares se encontraram, e por um momento o mundo ao seu redor desapareceu, deixando apenas eles dois, sob o brilho das estrelas. Daniel aproximou-se lentamente, como se temesse quebrar o feitiço daquele momento mágico.

E então, com a ternura de uma promessa e a paixão de um sonho, ele inclinou-se e seus lábios se uniram em um beijo tão suave quanto as ondas que quebravam na praia, marcando o início de uma história de amor que transcendia o tempo e o espaço. Eles compartilhavam um momento mágico na praia. Sob a luz  suave da Lua, seus lábios se encontraram em um beijo longo e apaixonado, envolvidos por uma aura de amor e desejo. Depois que se separaram, Daniel não conseguia desviar os olhos de Eliza, encantado pela sua presença cativante.

— Você é demais! —, ele murmurou, seus olhos brilhando com admiração.

Eliza sorri, achando graça na espontaneidade de Daniel: — E você é muito maluco —, ela respondeu, provocando-o gentilmente.

Daniel olha para ela com seriedade: — Você acredita em amor à primeira vista?

Com um brilho nos olhos, Eliza respondeu: — Eu sou uma pessoa que acredita em tudo!

Daniel sentiu seu coração acelerar: — Será que é muito cedo para eu dizer que te amo?

Eliza hesitou por um momento: — Sim, com certeza é muito cedo —, ela respondeu cautelosamente.

Mas Daniel está determinado: — Quando estou perto de você, todos os meus problemas desaparecem —, ele confessou sinceramente.

Eliza sorri, tocada por suas palavras: — Os meus também —, ela admitiu.

Segurando a mão de Eliza, Daniel a levou para um passeio na praia, aproveitando cada momento juntos. No entanto, Eliza toma uma decisão repentina.

— Eu preciso ir —, ela disse, sua voz carregada de pesar. — Já está escurecendo.

Daniel tentou argumentar, relutante em deixar Eliza partir tão cedo: — Não está tarde. Quero ficar mais um pouco com você.

Mas Eliza sacudiu a cabeça, determinada: — Eu tenho que ir mesmo. Preciso resolver algumas coisas.

Daniel olha para ela com esperança: —Vou te ver de novo?

Eliza deu de ombros, deixando o destino decidir: — Talvez, se o destino quiser.

— O destino vai querer —, Daniel afirmou com confiança.

Antes de partir, Eliza abraça Daniel, preparando-se para se despedir. Mas Daniel não pôde resistir e a beija mais uma vez, selando o momento com paixão. Assim que Eliza se afastou, Daniel fica sozinho na praia, observando-a partir com um misto de tristeza e esperança.

— Estou apaixonado! —, Daniel exclamou para o vazio, sentindo-se inundado por uma onda de felicidade.

Com um sorriso radiante, ele tirou suas roupas e mergulhou no mar, deixando-se envolver pela sensação de liberdade e amor que o preenchia por completo.

A noite caía pesada sobre a estação de trem, envolvendo tudo em uma aura de mistério e possibilidades ocultas. Dentro de um dos vagões, Gustavo sentia os efeitos dos baseados que havia fumado, uma sensação de relaxamento misturada com uma crescente curiosidade. Ao seu lado, um garoto desconhecido observava com um brilho provocador nos olhos.

— Então, o que achou? — perguntou o garoto, que parecia conhecer todos os segredos do submundo urbano.

— Muito bom, fiquei relaxado —, respondeu Gustavo, sua mente oscilando entre a lucidez e a névoa causada pela droga.

O garoto sorri, revelando um ar de confiança sinistra: — Tem muito mais de onde saíram esses —, disse ele, acenando com um pacote suspeito.

— É mesmo? Então quero mais —, murmurou Gustavo, a tentação o envolvendo como uma teia invisível.

Um terceiro personagem, conhecido apenas como Cabeça, entrou na conversa: — Olha, ele gostou e quer mais —, disse ele com uma risada maligna.

— É muito simples —, continuou o garoto, sua voz soando como um sussurro enigmático. — Para ter mais, você precisa fazer alguns serviços.

— Que tipo de serviço? — indagou Gustavo, sua voz vacilando entre a curiosidade e o medo.

— Pegar dos outros —, respondeu Cabeça, sua presença sinistra preenchendo o ar do vagão.

— Vocês estão falando de roubar —, disse Gustavo, sua consciência lutando contra a tentação.

— Sim —, confirmou o garoto, sua expressão desafiadora. — É pegar coisas que ninguém precisa.

— Mas isso é errado! — exclamou Gustavo, um lampejo de moralidade brilhando em sua mente turva.

— Certo que não é —, retrucou Cabeça, sua voz soando como um sussurro persuasivo. — E o que você tem a perder?

Gustavo hesitou, a batalha entre a tentação e a moralidade fazendo uma guerra em sua mente confusa: — Eu não sei —, admitiu ele, sua voz um sussurro derrotado.

— Então, topa? — perguntou Cabeça, sua voz carregada de expectativa.

Gustavo engoliu em seco e, finalmente, cedeu à tentação: — Sim —, murmurou ele, sua voz uma confissão de rendição. — O que eu tenho que fazer?

— Venha comigo, vou te dizer o que você vai fazer —, disse o garoto, seu sorriso revelando as sombras ocultas de seus planos sinistros.

No coração pulsante da cidade, a Avenida Paulista se estendia como um ícone da vida urbana. Era ali que Cabeça, Garoto e Gustavo desembarcaram, prontos para buscar suas oportunidades. Poucos minutos após pisarem na movimentada avenida, Cabeça já avistava uma vítima em potencial para ele. Cabeça apontou discretamente para uma senhora sentada à beira do calçadão.

— Você está vendo aquela senhora sentada? — perguntou ele a Gustavo.

— Sim —, respondeu o jovem, com uma mistura de apreensão e curiosidade.

— Então você vai lá e pega a bolsa dela —, ordenou Cabeça.

As palavras ecoavam na mente de Gustavo, enquanto o medo se misturava com a tentação. Mas as palavras de Cabeça ecoaram novamente, suaves como um sussurro tentador.

— Você quer mais um baseado? —, provocou Cabeça.

A resposta veio rápida e ansiosa: — Sim, eu quero muito.

— Então vai lá discretamente e rouba a bolsa dela —, instruiu Cabeça.

Determinado a satisfazer seus desejos imediatos, Gustavo se aproximou sorrateiramente da senhora. Com um movimento rápido, ele agarrou a bolsa e desapareceu na multidão, deixando para trás apenas os gritos de "pega ladrão" ecoando no ar... Em um local isolado, Gustavo entrega a bolsa para Cabeça, que cumprimentou-o com um sorriso satisfeito.

— Pronto, está aí. Agora eu quero o combinado! —, exigiu Gustavo.

— Claro, combinado é combinado —, concordou Cabeça.

Dentro da bolsa, Cabeça encontrou um tesouro inesperado - mais de R$ 400. Era o resultado do ato impetuoso de Gustavo, alimentado pela tentação e pela promessa de gratificação instantânea. Enquanto Gustavo acendia outro baseado, o gosto amargo da culpa se misturava com a doce euforia do roubo bem-sucedido.

A noite caía sobre o tranquilo apartamento, envolvendo a sala de estar em uma aura de conversa e expectativa. Lígia e João trocavam palavras quando, de repente, a chegada de Olívia interrompeu o momento.

— Olá, a gente pode ajudar você? — perguntou João, enquanto Olívia adentrava o espaço.

— Sim. Cadê o Daniel? — respondeu Olívia, preocupada.

— Mas ele não está com você? — surpreendeu-se Lígia.

— Vocês saíram juntos daqui para saber como Gabi está — lembrou João.

— É, mas eu fiquei lá no hospital, achei que ele já estaria aqui —, explicou Olívia, frustrada.

— Não, ainda não chegou —, confirmou João.

— Se vocês não se importarem, vou esperar ele lá no quarto —, propôs Olívia.

— Que isso, você já é de casa. Pode ficar à vontade —, respondeu Lígia com um sorriso.

Agora, na sala, restavam apenas João e Lígia.

— Você notou algo estranho? —, perguntou João, com uma expressão pensativa.

— Eu não... mas e você? —, devolveu Lígia.

— Eu acho que deve ser uma briga entre casal —, sugeriu João.

— É normal, todo casal brigar, né? —, ponderou Lígia, tentando acalmar as preocupações.

Enquanto isso, no quarto de Daniel, Olívia vagava de um lado para o outro, perdida em pensamentos sombrios sobre o destino de Gabi. Os mistérios pairavam no ar, aguardando para serem desvendados.

A mansão de Débora estava impregnada com a tensão palpável de sua impaciência. Seus olhos incessantemente buscavam o relógio, como se cada segundo prolongasse a agonia de sua espera. Foi então que a campainha ecoou, interrompendo o ritmo monótono do tempo. Débora abriu a porta, e diante dela estava Eliza.

— Eu estava esperando por você —, disse Débora, revelando sua ansiedade.

— Mãe, precisamos conversar —, respondeu Eliza com seriedade. — Como trocamos os endereços no cemitério, decidi vir pessoalmente até sua casa.

Débora acolheu a filha e as duas se sentaram no sofá, prontas para enfrentar uma conversa há muito adiada.

— Agora você vai ficar sabendo de tudo —, começou Débora.

— Sim, mas não hoje —, interrompeu Eliza.

— Por que não? —, perguntou Débora, surpresa com a interrupção.

— Gustavo, mãe —, disse Eliza com um peso na voz. — Ele precisa estar aqui conosco.

Débora concordou, sentindo o aperto no peito ao pensar em seu filho: — Mas onde ele está? Eu preciso abraçar meu filho!

Eliza hesitou antes de responder: — Ele fugiu novamente.

Um silêncio pesado caiu sobre a sala, enquanto Débora processava a notícia devastadora. O som distante de seu coração batendo ecoava no ar, congelando-a em um momento de angústia e incerteza. O que mais estaria por vir nessa jornada familiar repleta de segredos e desafios?.

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