Capítulo 12

Na tranquila cozinha da pousada, Eliza se aproximou cautelosamente de Stephanie, cujos olhos refletiam uma mistura de esperança e incerteza.

— Oi. Eu preciso falar com você! — Eliza quebrou o silêncio tenso.

Stephanie virou-se para encará-la. — Então pode falar.

A voz de Eliza tremia com uma mistura de preocupação e compaixão: — Como você pode ter certeza de que Pneu é seu filho?

Antes de responder, Stephanie deixou escapar um suspiro profundo, seus pensamentos retornando a um momento doloroso: — Antes de ele ser levado de mim, eu vi um sinal na barriga dele.

Eliza assentiu, compreendendo a seriedade da situação: — Então, se Pneu tiver esse sinal, ele é seu filho.

Stephanie concordou, uma centelha de esperança reluzindo em seus olhos cansados: — Sim. Eu sempre tive fé de que um dia eu vou encontrar meu filho.

As palavras de Eliza trouxeram um fio de otimismo para o coração de Stephanie: — Quem sabe, talvez você já o tenha encontrado!

— Que os anjos digam amém — Stephanie murmurou em resposta, suas mãos unidas em uma prece silenciosa.

— Na próxima vez que eu vê-lo, eu o trarei aqui. Então você poderá ver se é seu filho —, prometeu Eliza, oferecendo uma pequena faísca de esperança para Stephanie.

As palavras de gratidão mal conseguiram escapar dos lábios de Stephanie: — Muito obrigada.

Eliza deu um sorriso gentil antes de se despedir: — Bom, eu preciso ir. Tenho que trabalhar.

Enquanto Eliza se afastava para vender suas empadas, Stephanie voltou sua atenção para os afazeres da pousada, mas sua mente continuava presa em seu filho perdido, aguardando ansiosamente pelo momento do reencontro que tanto ansiava, mesmo que parecesse impossível.

Lígia acompanhou João até o Hospital São Camilo Pompéia, onde ele foi prontamente submetido a uma pequena cirurgia para remover a bala alojada em seu braço. Enquanto João se recuperava, Lígia o observava com uma mistura de alívio e preocupação.

— Se sente melhor? — perguntou Lígia com um toque de ansiedade em sua voz.

João assentiu, forçando um sorriso: — Sim, o pior já passou.

Mas a curiosidade e a intranquilidade consumiam Lígia. — Mas você sabe o que foi que aconteceu?

João suspirou, revivendo os eventos em sua mente: — Eu escutei vozes alteradas saindo do quarto de Daniel. Levantei para saber o que era, e foi aí que levei um tiro.

A expressão de Lígia se tornou ainda mais séria: — Você não acha isso muito estranho?

— É, eu também acho estranho —, concordou João, sua mente inquieta com as possibilidades sinistras.

Decidida a resolver o mistério, Lígia pega seu celular e discou o número de Daniel. No entanto, o telefone apenas chamava antes de cair na caixa de mensagem.

— Estranho, por que ele não está me atendendo? — murmurou Lígia, uma pontada de preocupação se formando em seu peito.

A preocupação com Daniel se misturou à sensação de desconforto crescente. O que estava acontecendo no hospital? E por que Daniel estava inacessível quando mais precisavam dele?.

Era um dia sombrio na cidade. Os sinos da capela anunciavam um triste evento: o velório de Gabi, uma jovem que partira cedo demais. Enquanto os familiares e amigos se reuniam para prestar suas últimas homenagens, uma atmosfera pesada pairava no ar. À medida que o crepúsculo se aproximava, uma estranha agitação tomava conta do lugar. De repente, um grito ecoou pelos corredores da capela, e todos foram compelidos a sair para o lado de fora, onde uma cena chocante os aguardava. O fogo devorava a estrutura da capela, suas chamas dançando vorazmente contra o céu noturno. Pedro, Olívia, Thiago e Daniel, entre outros, observavam horrorizados enquanto o fogo consumia o lugar sagrado.

— O que faremos agora? —, perguntou Pedro, sua voz carregada de angústia.

— Fizemos o certo —, respondeu Olívia, tentando manter a calma. Mas a sensação de inquietação persistia, pairando sobre eles como uma névoa densa.

Thiago olhou ao redor, seu rosto contorcido pela preocupação: — Sinto-me muito ocupado com isso —, murmurou ele, sua mente turvada por pensamentos sombrios.

Daniel, sempre o mais pragmático do grupo, sugeriu que partissem dali antes que alguém os visse. Voltaram para o carro, deixando para trás o cenário assustador que se desenrolava diante deles. Enquanto se afastavam, os pais de Gabi chegaram ao local, atordoados ao ver a capela envolta em chamas. A devastação em seus olhos era palpável quando perceberam que não apenas haviam perdido sua filha, mas também que ela agora repousava em um túmulo de chamas.

— Meu Deus —, murmurou a mãe de Gabi, as lágrimas inundando seu rosto. — Minha filha, além de morta, está queimada. — Um sentimento de desespero e mistério pairava sobre a cidade, enquanto todos se perguntavam: o que teria causado o incêndio naquele dia fatídica?.

O despertar de Pneu foi marcado pelo desconforto de seu próprio corpo. Seu rosto, inchado e dolorido, revelava os sinais de uma noite tumultuada. Ao passar a mão sobre o rosto, o vermelho do sangue misturava-se ao seu toque, enquanto dores no braço e na barriga o recordavam das adversidades enfrentadas.

— Aí, como está doendo tudo. Mas vai ter volta! — resmungou Pneu —, determinado a enfrentar qualquer desafio que se apresentasse em seu caminho.

Caminhando com dificuldade, Pneu percorreu os trilhos de um antigo estação de trem abandonada, onde o silêncio ecoava o vazio do lugar. Cada passo era uma batalha contra a dor, mas ele persistiu, guiado por uma determinação inabalável. Finalmente, após uma longa jornada, ele chegou à beira de uma praia solitária.

Sentando-se na areia, ele contemplou o vasto oceano diante de si. As ondas quebravam suavemente na costa, como sussurros de um passado distante. Ali, na solidão da praia deserta, Pneu encontrou um momento de paz, mesmo que efêmero, em meio ao caos que o cercava.

A brisa salgada dançava pelo ar, envolvendo a praia em seu abraço refrescante enquanto Eliza percorria a extensão da areia dourada, carregando consigo o aroma irresistível de suas empadas recém-assadas. Seus passos a levaram até Pneu, que está sentado na areia, envolto em seus próprios pensamentos. A luz do sol refletia nas ondas do mar, criando um cenário sereno e tranquilo ao redor deles.

— Oi, era você que eu queria ver! — saudou Eliza, com um sorriso acolhedor.

— Eu e por que eu? — respondeu Pneu —, levantando os olhos para encontrá-la.

— Você lembra de mim? — perguntou Eliza —, sentando-se ao lado dele com delicadeza.

— Sim, a irmã do Gustavo — reconheceu Pneu, com um brilho de reconhecimento em seus olhos.

— Mas o que foi que aconteceu com você? Você está todo machucado — expressou Eliza, observando as feridas em seu rosto com preocupação genuína.

— Nada de mais, não precisa se preocupar comigo! — tranquilizou Pneu, tentando minimizar sua condição.

— Ok, você tá com fome, sobrou duas empadas aqui... você quer? — ofereceu Eliza, estendendo-lhe as empadas com gentileza.

— Se não for incômodo, eu vou aceitar, sim — agradeceu Pneu, aceitando a oferta com gratidão.

Enquanto ele saboreava as empadas, Eliza acariciava sua cabeça com ternura, deixando-o sentir o calor humano e o cuidado sincero que ela irradiava.

— Cadê os seus pais? — indagou Eliza, buscando entender mais sobre a vida dele.

— Eu não tenho. Eu nunca tive pais — confessou Pneu, revelando uma parte de sua história marcada pela ausência.

— Está bem, por que você não vem comigo? — convidou Eliza —, oferecendo-lhe uma nova perspectiva de companhia e apoio.

— Você ainda está procurando o seu irmão? — questionou Pneu, lembrando-se da missão de Eliza.

— Sim, a gente pode procurar juntos por ele — respondeu Eliza, sentindo a esperança renascer ao compartilhar a busca com alguém.

Pneu aceitou o convite com um aceno de cabeça, decidindo confiar em Eliza e seguir em frente.

— O seu rosto está sangrando. Por que você não tira sua camisa para estancar o sangue? — sugeriu Eliza, preocupada com o bem-estar dele.

— Tá bom, só um minuto! — concordou Pneu, levantando-se para tirar a camisa com cuidado.

Enquanto conversavam, ela percebeu o sinal na barriga dele, despertando uma nova curiosidade dentro dela. E foi aí, que ele revelou a marca em sua barriga. Eliza ficou momentaneamente surpresa ao vê-la. A conexão entre eles se intensificou naquele momento, enquanto ela segurava sua mão com firmeza, conduzindo-o para fora da praia, na direção do destino que os aguardava. Neste momento, Pneu avistou Gustavo ao longe e, sem hesitar, soltou a mão de Eliza, correndo em direção ao seu irmão perdido.

— Para onde você vai? — exclamou Eliza, surpresa com a súbita mudança de direção, mas determinada a segui-lo até o fim.

Com o coração pulsando descontroladamente, Daniel empurrou a porta do apartamento de seus pais e adentrou a sala de estar, onde uma atmosfera carregada pairava no ar. Seus olhos encontraram os rostos tensos de seus pais, João e Lígia, enquanto a presença inesperada da polícia adicionava um novo nível de gravidade à situação.

— Onde você estava?. — A voz de seu pai ecoou pela sala, repleta de preocupação e ansiedade. — Eu e sua mãe estávamos preocupados com você.

Daniel engoliu em seco, sentindo o peso do seu próprio silêncio pesar sobre ele: — Eu estava com minha namorada —, admitiu, enquanto Olívia ao seu lado assumia a responsabilidade pelo atraso com um olhar de arrependimento.

Lígia, sua mãe, aproximou-se com uma expressão de angústia marcada em seu rosto: — Eu liguei para o seu celular hoje cedo, e você não me atendeu.

— Meu celular estava no silencioso —, explicou Daniel, mas antes que pudesse prosseguir, a polícia se aproximou, trazendo consigo um peso ainda maior.

— A sua amiga, Gabriela Ferreira da Silva foi morta por um mascarado —, anunciou um policial, seu tom grave ecoando pela sala. — As câmeras do hospital registraram o criminoso usando uma máscara de LED.

Uma sensação de gelo percorreu a espinha de Daniel: — Nossa, uma máscara de LED...

— O pior ainda está por vir —, continuou o policial, sua voz carregada de seriedade. — O velório de sua amiga foi incendiado. Foi um crime.

Daniel sentiu o chão desaparecer sob seus pés enquanto absorvia o impacto das palavras do policial. Sua mente girava em confusão, incapaz de processar completamente a gravidade dos acontecimentos.

— Se você souber de qualquer coisa que possa ajudar, não hesite em nos procurar na delegacia. Meu nome é Mateus —, ofereceu o policial antes de se retirar, deixando Daniel para lidar com o turbilhão de emoções que o envolviam.

Em silêncio, Daniel permaneceu parado por um momento, tentando dar sentido ao caos ao seu redor. Então, sem uma palavra, ele se virou e deixou o apartamento, o peso da tragédia pesando em seus ombros enquanto ele se afastava em direção ao desconhecido.

— Eu não entendo —, sussurrou Lígia para si mesma, enquanto observava a porta se fechar atrás de seu filho. —Daniel acabou de chegar e já saiu novamente...

Olívia, preocupada com ele, decidiu segui-lo de táxi, deixando o apartamento também.

As ruas agitadas da cidade escondiam segredos sombrios sob a luz do sol. Na movimentada pracinha, onde crianças brincavam inocentemente, uma trama sinistra se desenrolava. A cada dez minutos, Gustavo emergia das sombras, carregando consigo os pertences roubados de inúmeras vítimas. Seu destino era sempre o mesmo: encontrar o Garoto. Este último, com seu olhar duro e semblante impiedoso, recebia os produtos do furto com uma mistura de satisfação e cumplicidade.

— Olha, tô gostando de ver, continue assim! — encorajava o Garoto, enquanto Gustavo implorava por sua recompensa em forma de fumo.

— É, mas eu quero o meu baseado. — Insistia Gustavo, ansiando pela droga que o afastaria, ainda que temporariamente, das agruras do mundo.

— Calma, hoje você vai fumar até não querer mais. — Prometia o Garoto, manipulando o desejo do jovem ladrão com habilidade.

Mas Gustavo não podia esperar. Seu vício o consumia, assim como a necessidade de satisfazer seu mestre. Num gesto impaciente, ele retornava às ruas para furtar mais pertences, desafiando as sombras que o envolviam. Enquanto isso, Cabeça, um observador atento, expressava suas preocupações ao Garoto. Temia que as ações ousadas os colocassem em perigo, mas o Garoto, confiante em seu domínio sobre as ruas, ignorava os avisos.

— Relaxa. Eu sei o que estou fazendo — afirmava o Garoto, embalado pela ambição que o consumia.

Dinheiro, poder, controle - Garoto ansiava por mais. Nos cantos escuros da pracinha, onde a luz mal penetrava, ele tecia sua teia de influência, determinado a subir cada vez mais alto na hierarquia implacável do crime urbano.

A praia se desenrolava suavemente, com o sol derramando seus raios dourados sobre a areia dourada e o som calmante das ondas quebrando ao longe. Eliza vagava pela calçada, seus pés descalços afundando na areia macia enquanto ela procurava pelo enigmático Pneu. Seu olhar distante foi abruptamente interrompido pelo som distante de um carro se aproximando. Um carro de cor prateada desacelerou ao seu lado, e de dentro emergiu Daniel. Seus olhos se encontraram, e um sorriso caloroso se espalhou pelo rosto de Daniel.

— Olá, era você que eu estava procurando! — Daniel disse, sua voz carregada de surpresa e entusiasmo.

Eliza arqueou uma sobrancelha, surpresa com a afirmação: — Você estava me procurando? — ela repetiu, com um toque de incredulidade.

— Sim, preciso saber seu nome —, afirmou Daniel, com um brilho nos olhos.

— Eu também gostaria de saber o seu —, respondeu Eliza, seu tom tingido de curiosidade. — Nós nos encontramos várias vezes e ainda não sabemos o nome um do outro.

Daniel sorriu, exibindo uma dentição perfeitamente alinhada: — Não seja por isso, eu sou o Daniel —, revelou ele, estendendo a mão em direção a ela. — E você?

Eliza aceitou o gesto, apertando a mão de Daniel com firmeza: — Prazer te conhecer, Eliza —, disse ela, devolvendo o sorriso.

Uma sensação de alívio e descontração pairava no ar enquanto Daniel e Eliza iniciavam uma conversa animada, compartilhando risadas e histórias sobre suas vidas na cidade à beira-mar.

Enquanto isso, Olívia observava de longe, seu interesse despertado pela interação entre os dois. Depois de alguns minutos, ela decidiu se juntar a eles, sua curiosidade não podia mais ser contida.

— Posso saber o motivo de tanta risada? — Olívia perguntou, seu tom suave e intrigado enquanto se aproximava do casal.

Daniel, surpreso com a aparição de Olívia, ficou momentaneamente sem palavras. Ele olha para ela, seus olhos se encontrando em um silencioso momento de contemplação, antes de finalmente encontrar as palavras para responder. Olívia fitava Daniel com intensidade, sua expressão uma mistura de curiosidade e desaprovação.

— Então vai me contar por que tanto riso? — questionou Olívia, sua voz carregada de expectativa.

Daniel suspirou, seu olhar encontrando o dela: — Estamos rindo porque a vida é engraçada —, respondeu, tentando aliviar a tensão.

Mas Olívia não estava satisfeita: — Além de estar conversando com alguém de baixo nível, você deveria estar apoiando seu pai que acabou de sair do hospital —, repreendeu, com um tom de reprovação.

Daniel tentou se explicar: — Sim, mas o pior já passou, está tudo bem agora —, disse ele, tentando acalmar as coisas.

Eliza, sentindo a tensão, interveio timidamente: — Desculpe, estávamos apenas conversando —, disse ela, sua voz suave contrastando com a intensidade de Olívia.

Mas Olívia não estava disposta a aceitar desculpas: — Não estou interessada na sua desculpa —, retrucou, sua voz carregada de hostilidade.

Daniel tentou apaziguar a situação: — Olívia, seja educada. Ela está apenas sendo gentil —, repreendeu, esperando acalmar os ânimos.

Mas Olívia não estava disposta a ceder: — Ser gentil é roubar o namorado dos outros —, acusou, lançando um olhar acusatório para Eliza.

Eliza olha para Daniel, seus olhos cheios de surpresa. Ela abaixou a cabeça, sem palavras, e pegou sua caixa de empadas, preparando-se para sair.

Mas Olívia não a deixaria sair tão facilmente: — Ei, garota, venha aqui —, chamou, sua voz dura e ameaçadora.

Eliza se aproximou, cautelosa: — Posso ajudar? — perguntou, tentando manter a compostura.

Olívia pegou a caixa de empadas das mãos de Eliza e a jogou no chão com força: — Na próxima vez que encontrar meu namorado, vou te jogar no meio da rua! — ameaçou, sua voz ecoando com uma ferocidade assustadora.

Eliza permaneceu em silêncio, atordoada. Virou-se e saiu, deixando Olívia e Daniel para trás.

Daniel segurou o braço de Olívia, seu tom de voz sério: — Você está agindo de forma irracional —, repreendeu, preocupado com o comportamento dela.

Mas Olívia estava determinada: — Estou tentando te proteger —, justificou, suas palavras carregadas de desespero.

Daniel balançou a cabeça, decepcionado: — Isso não é proteção, é controle —, argumentou, decidido a se afastar.

Olívia não queria aceitar a realidade: — Você está terminando comigo? — perguntou, sua voz trêmula com a dor da rejeição.

Daniel respirou fundo, sua decisão tomada: — Sim. É melhor para nós dois seguir caminhos separados —, afirmou, deixando claro seu posicionamento.

Olívia assistiu, impotente, enquanto Daniel partia. As lágrimas de raiva começaram a escorrer por seu rosto enquanto ela caminha sozinha pela calçada. O peso de sua própria fúria se tornou insuportável, e ela desabou no chão, desacordada. Pessoas se aproximaram para ajudar, levando-a às pressas para o hospital. Enquanto Olívia se debatia entre o amor e a raiva, uma coisa ficou clara: suas ações haviam mudado tudo, deixando-a sozinha em seu próprio abismo emocional.

A atmosfera na Delegacia Geral de Polícia era tensa naquele dia ensolarado. Mateus entra na sala de suspeitos com determinação estampada em seu rosto cansado. Enquanto abria a gaveta, o ranger metálico ecoava no silêncio.

Fotos. Fragmentos de vidas capturadas em papel. Ele as dispôs sobre a mesa, como peças de um quebra-cabeça macabro. A primeira imagem, o rosto do Mascarado, encarava-o com olhos sem vida, um sorriso congelado em seus lábios de plástico.

— Será que esse mascarado tem algo a ver com a morte da Gabi? — questionou-se Mateus, sua voz carregada de suspeita. O mistério pairava no ar, tão palpável quanto a poeira que dançava sob a luz do sol filtrada pelas janelas.

Seus dedos hesitaram por um momento antes de segurar a foto de Renner. Os olhos de Mateus se fixaram na imagem, como se buscasse respostas nos traços do rosto capturados pelo papel.

— Para montar esse quebra-cabeça, eu tenho que começar com o Renner —, sussurrou para si mesmo, como se traçasse um plano na mente.

Agora, segurando as fotografias do Mascarado e de Renner lado a lado, Mateus mergulhou em um mar de pensamentos. As conexões invisíveis entre os dois homens pareciam dançar diante de seus olhos, brincando com sua mente inquisitiva.

— Será que vocês estão ligados de alguma forma? — indagou Mateus, sua voz ecoando na sala vazia. Determinação faiscava em seus olhos, refletindo a promessa silenciosa de desvendar os segredos ocultos nas sombras do passado. — Se estiverem, eu vou descobrir.

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