Capítulo 14

Erguia-se imponente a Mansão, envolta em mistério e segredos sombrios. Era ali que o destino de três jovens se entrelaçaria de forma inexorável. Diante da imponência da Mansão, Gustavo, um rapaz de olhos inquietos, se viu encarando seus próprios dilemas. Seus companheiros, conhecidos como Cabeça e Garoto, aguardavam impacientes por sua decisão, mas Gustavo hesitava, o temor lhe estampando o rosto.

— Por que essa expressão de surpresa? — indagou Garoto, sua voz carregada de autoridade.

Gustavo, enredado em conflitos internos, finalmente confessou: — Não posso fazer isso. Não quero assaltar esta casa.

Mas Cabeça, com sua postura firme, argumentou: — Você tem razões óbvias para fazer isso.

A voz de Gustavo soou alterada quando ele retrucou: — Já disse que não quero!

A paciência de Garoto se esgotou num instante, e um soco cruel atingiu o rosto de Gustavo, silenciando suas objeções.

— A partir de agora, você fará o que eu ordenar —, declarou Garoto, sua voz carregada de ameaças.

Cabeça ecoou o aviso sombrio: — É melhor você se manter alerta pelo seu próprio bem.

Resignado diante da pressão, Gustavo cedeu: — Está bem, farei como quiserem.

Assim, os três jovens retornaram ao abandonado Trem, onde conspirariam os detalhes de um plano obscuro para invadir a Mansão e desvendar os segredos que ali residiam.

A água escura da banheira transbordava, serpenteando pelo chão do quarto de Daniel como uma ameaça silenciosa. Lígia retornou da cozinha, os passos leves interrompidos pelo som sutil do líquido vazando sob a porta. Seu coração acelerou ao abrir a porta do quarto do filho e deparar-se com a visão assustadora: água fluindo livremente, transformando o espaço em um cenário de desastre iminente. Numa fração de segundos, ela viu Daniel submerso na banheira, seus olhos arregalados refletindo o desespero que consumia sua mente. Com adrenalina pulsando em suas veias, Lígia correu em direção ao filho, cujo corpo parecia uma boneca de trapos na água turva.

— Daniel, meu filho, o que aconteceu? — seus lábios tremendo enquanto realizava os primeiros socorros, o coração martelando em seu peito como um tambor apocalíptico.

Daniel tossiu e engasgou, a água saindo de seus pulmões como um último suspiro de um naufrágio iminente.

— Ele está aqui! — murmurou Daniel, sua voz fraca e distante, como um eco dos confins do inferno.

Confusa e aterrorizada, Lígia perguntou quem estava ali, mas Daniel, consumido pela agonia, se ergueu trêmulo da água, suas roupas encharcadas coladas ao corpo, uma sombra pálida contra o cenário caótico do quarto. Com determinação obstinada, ele começou a vasculhar cada canto do apartamento, seus olhos selvagens varrendo a escuridão em busca de um inimigo invisível.

— Daniel, meu filho, por favor, me diga o que está acontecendo!

Enquanto isso, João, alertado pelo tumulto, emergiu do escritório, os olhos arregalados de surpresa e preocupação ao testemunhar o caos que se desenrolava diante de seus olhos.

— O que está acontecendo aqui? Por que tanto alvoroço? — questionou João.

A cena era surreal, um turbilhão de emoções e medos, cada batida do coração ecoando como um eco de terror no corredor escuro do apartamento. Em meio ao caos, uma pergunta ecoava na mente de Lígia e João: — O que estava acontecendo com seu filho?

E assim, envolvidos pelo véu do suspense e da incerteza, eles se abraçaram, os corações unidos pela determinação de proteger seu filho a qualquer custo, mesmo que isso significasse enfrentar os terrores desconhecidos que aguardavam nas sombras do dia.

{...}

O sol estava começando a se pôr quando Débora, Eliza e Pneu chegaram à imponente Mansão da Débora. O dia estava quente, mas a atmosfera dentro da casa era tensa, permeada pela ansiedade pela chegada de Gustavo.

— Ele está demorando demais! —, reclamou Débora, com uma pontada de preocupação na voz.

— Tenha paciência, Débora. Tenho certeza de que ele virá —, tentou tranquilizá-la Pneu, enquanto observava a rua pela janela.

— Como você pode ter tanta certeza? —, perguntou Eliza, cruzando os braços.

— Pois entreguei a carta pessoalmente a ele —, respondeu Pneu, com um olhar confiante.

A espera foi interrompida quando a empregada entrou na sala, trazendo notícias sobre a presença de uma criança no portão. Débora, ao ouvir isso, ficou alerta.

— Se ele voltar hoje, estarei aqui para recebê-lo —, decidiu Débora, com uma expressão determinada.

Pneu, percebendo suas outras responsabilidades, decidiu que era hora de partir: — Tenho muitas coisas para fazer —, explicou, enquanto se levantava.

Eliza, relutante em deixá-lo sozinho, tentou convencê-lo a ficar: — Por favor, venha comigo.

— Desculpe, Eliza, talvez outro dia —, respondeu Pneu, com um sorriso gentil.

Após um abraço reconfortante, Pneu se despediu e saiu pela porta, deixando Débora e Eliza para resolverem seus assuntos.

— Você vai ficar aqui, filha? — perguntou Débora, olhando para Eliza com preocupação.

— Não, mãe, ainda tenho algo importante para resolver hoje —, respondeu Eliza, com determinação.

Enquanto a tarde se transformava em noite, o mistério em torno de Gustavo pairava no ar, deixando Débora e Eliza em busca de respostas em meio à escuridão crescente.

{...}

Um crepúsculo lançava sombras longas sobre a majestosa mansão dos pais de Olívia, enquanto ela atravessava os portões com o coração acelerado. O segredo de sua gravidez a consumia, fazendo-a tremer de apreensão. Ao adentrar a sala de estar, a quietude da mansão foi interrompida pelos sons sinistros de passos descendo as escadas. Ela chamou pelos pais, mas o eco de suas próprias palavras era a única resposta que recebia. Quando se voltou para investigar, seu coração gelou diante da figura que emergia das sombras: o Mascarado de LED, uma presença ameaçadora envolta em mistério.

Sua voz ressoou na sala, desafiadora e enigmática: — Vamos brincar de remandinha mandou!

O medo agarrou-se a Olívia como uma mão gélida, mas sua determinação não vacilou: — Eu não vou brincar de nada -—, ela declarou, tentando ignorar o tremor em sua voz.

O Mascarado persistiu, evocando o nome de uma vítima anterior, Gabi, e a sombra de um destino sombrio. O coração de Olívia afundou em desespero.

— O que eu tenho que fazer? — Sua pergunta ecoou na sala, carregada de resignação e medo.

Uma faca foi lançada aos seus pés, reluzindo à luz fraca da sala. Olhando para a lâmina afiada, Olívia sentiu-se envolvida por uma aura de mistério e perigo.

— Eu faço o que com essa faca? — Sua voz mal passava de um sussurro, mas o Mascarado ouviu, seus olhos ocultos brilhando com malícia.

A resposta veio como um sussurro sinistro: — Você vai esfaquear o Daniel.

Olhando para a faca, Olívia sentiu-se submergir em um oceano de memórias dolorosas e arrependimentos.

— Daniel vai se arrepender por ter terminado comigo —, ela murmurou, suas palavras carregadas de uma determinação sombria e desesperada.

Enquanto o Mascarado observava silenciosamente, as sombras da noite pareciam dançar ao seu redor, envolvendo Olívia em um véu de mistério e perigo iminente. O que aguardava no desenrolar dessa sinistra brincadeira estava além de sua imaginação mais sombria.

O crepúsculo envolveu o cenário sombrio do antigo estação de trem abandonada, onde Gustavo, Cabeça e Garoto se reuniram para discutir seus planos. Uma névoa densa pairava sobre eles, como se advertindo sobre as consequências iminentes de suas ações. As vozes ecoavam pelas paredes corroídas enquanto a discussão se intensificava. Gustavo, com olhos cansados e voz trêmula, tentava dissuadir seus companheiros do assalto planejado, enquanto Garoto, enraivecido, insistia com determinação.

— Eu não vou assaltar aquela mansão —, murmurou Gustavo, buscando uma saída pacífica.

— Quem manda sou eu. E nós vamos assaltar sim —, rugiu Garoto, sua voz ecoando pelo vazio do vagão abandonado.

A tensão crescia a cada momento, como um animal encurralado prestes a atacar. Em um acesso de raiva, Gustavo lançou um soco em direção a Cabeça, cujos olhos arregalaram de surpresa. A respiração se tornou pesada e os corações batiam em descompasso.

— Isto é loucura! —, gritou Gustavo, sua voz cortando o ar denso. — Eu vou embora agora.

Com uma rapidez frenética, Gustavo deixou o trem, seu vulto desaparecendo nas sombras da noite. Garoto virou-se para Cabeça, seus olhos faiscando com uma mistura de raiva e determinação.

— Vá atrás dele. Traga-o de volta —, ordenou Garoto, sua voz baixa, mas carregada de autoridade.

Cabeça lançou-se em uma perseguição desesperada, seus passos ecoando pelos trilhos abandonados. Quando alcançou Gustavo à beira da rua deserta, o ar gélido da noite parecia segurar a respiração.

— Te peguei. Você não vai fugir mais! —, disse Cabeça, segurando firmemente o braço de Gustavo.

Mas Gustavo, em um último ato de desespero, empurrou Cabeça com uma força descomunal, lançando-o diretamente na trajetória de um caminhão que se aproximava velozmente.

— Não! —, gritou Gustavo, sua voz se perdendo no ar frio da noite.

O caminhão avançava como uma besta implacável, sua buzina ecoando pelo vazio da rua deserta. Cabeça, atordoado, viu o veículo se aproximando, seu corpo paralisado pelo terror iminente.

— Cuidado, o caminhão! —, gritou Gustavo, mas suas palavras se perderam no caos da noite.

O som de metal retorcido e pneus chiando encheu o ar, seguido por um silêncio mortal. O destino havia sido selado, e a noite envolvida em segredos guardaria para sempre os eventos sombrios que ali ocorreram. A noite envolvia a rua Cabeça em um véu de mistério, suas sombras dançando ao ritmo dos segredos ocultos nas entrelinhas do destino.

O caminhão cortava o silêncio com sua marcha implacável, suas luzes cortando a escuridão como lâminas afiadas, quando o inesperado se desenrolou. Um estrondo ensurdecedor estilhaçou a calma da noite, seguido pelo lamento desesperado de Gustavo, cujas palavras ecoavam na escuridão como um eco sinistro.

— Não, não, não foi culpa minha! —, clamou ele, sua voz carregada de pânico e incredulidade diante da tragédia que se desdobrava diante de seus olhos.

Com o coração martelando no peito, Gustavo fugiu do local, deixando para trás o corpo inerte de Cabeça, testemunha silenciosa da noite que se tornara seu túmulo.

Minutos depois, Garoto emergiu das sombras, seu olhar penetrante absorvendo cada detalhe da cena macabra diante de si. Uma multidão se aglomerava ao redor do corpo caído, seus murmúrios sussurrando segredos obscuros no ar carregado.

— Olha só, o Gustavo virou assassino agora! —, provocou o Garoto, sua voz cortando o silêncio como um chicote.

Com um gesto solene, ele sacou um objeto sinistro do bolso, sua presença envolta em mistério e ameaça. O soco inglês repousou sobre o sangue de Cabeça, sua superfície metálica brilhando à luz trêmula das estrelas, como um símbolo sombrio de um pacto macabro prestes a se desenrolar.

— Não se preocupe, amigo, eu vou vingar sua morte. Agora é sangue por sangue! —, proferiu o Garoto, suas palavras ecoando na noite como um presságio sombrio de vingança iminente.

A noite sobre a tranquila pousada, envolvendo-a em uma aura de mistério e expectativa. Eliza, ao chegar, sentiu o peso do destino sobre seus ombros e seguiu diretamente para a cozinha, onde encontrou Stephanie, a expressão carregada de preocupação.

Eliza, decidida, aproximou-se com determinação: — É com você mesma que eu preciso falar —, disse, sua voz carregada de urgência.

Stephanie levantou os olhos, surpresa: — É tão importante assim? —, questionou, nervosa.

— Claro que é —, respondeu Eliza, com seriedade. — Mas prepare-se, o que tenho para dizer pode abalar seu coração.

A tensão no ar era palpável enquanto Stephanie aguardava, ansiosa: — O que aconteceu? Não me esconda nada, por favor —, pediu, os olhos cheios de temor.

— Eu tive uma grande oportunidade de olhar a barriga de Pneu —, anunciou Eliza, com um tom solene.

O momento suspenso foi quebrado quando Stephanie, num gesto automático, agarrou uma bandeja com café e biscoitos: — Então me diga, Pneu é o filho que tenho procurado?.

Com um sorriso radiante, Eliza confirmou: — Sim, Pneu tem o sinal na barriga, exatamente como você descreveu. Ele é seu filho.

A bandeja escapou das mãos trêmulas de Stephanie, caindo no chão com um estrondo abafado. Em um instante, mãe e filha se lançaram nos braços uma da outra, uma explosão de pura alegria inundando a cozinha silenciosa.

— Obrigada a Deus! Finalmente encontrei meu filho —, exclamou Stephanie, os olhos brilhando de emoção.

— Você merece toda a felicidade do mundo —, respondeu Eliza, com ternura.

Stephanie, transbordando de gratidão, abraçou Eliza novamente: — Ele partiu daqui com você. Onde está meu filho agora?.

Eliza respirou fundo, os olhos marejados de lágrimas: — Eu pedi para ele vir comigo, mas ele não quis.

— Porém, agora sei quem é meu filho e farei de tudo para trazê-lo de volta para casa —, prometeu Stephanie, determinada.

As duas mulheres se abraçaram, compartilhando um momento de pura emoção e esperança no destino que as uniu.

A noite pesada sobre o tranquilo apartamento, quando Daniel, agitado e inquieto, enviou uma mensagem para seus amigos convocando-os para uma reunião secreta em casa. Enquanto esperava por eles, algo o impeliu a vasculhar o guarda-roupa dos pais em busca de uma camiseta perdida. Entre as dobras das roupas, seus dedos encontraram algo estranho - uma máscara de LED caída aos seus pés, como se esperasse por ele há séculos.

— Não pode ser —, sussurrou Daniel, seus olhos fixos na máscara misteriosa. Uma sensação gelada percorreu sua espinha enquanto ele se perguntava como aquela máscara estranha havia parado ali.

Antes que pudesse desvendar o mistério, Lígia entrou no quarto, sua presença silenciosa enviando arrepios pela espinha de Daniel.

— Meu filho, o que você está fazendo? — perguntou ela, sua voz suave ecoando no quarto escuro.

Daniel mostrou a máscara para ela, seus olhos suplicando por respostas: — Mãe, o que é isso? Por que está aqui?

Com um suspiro pesado, Lígia revelou: — É a minha máscara do carnaval, do dia em que conheci seu pai.

A revelação deixou Daniel atordoado: — Esta máscara é sua?

— Sim —, confirmou Lígia, sua expressão obscurecida por preocupação. — A fantasia completa está naquela caixa ali.

Daniel mal conseguia processar o que ouvia: — Posso ficar com a máscara?

— Claro, querido —, respondeu Lígia, mas sua mente estava longe, mergulhada em pensamentos sombrios. — Mas está tudo bem?

Daniel forçou um sorriso e assentiu, mas sua mente estava tomada por perguntas sem resposta. Enquanto ele se retirava para seu quarto, Lígia fechou a porta do guarda-roupa, sua mente girando com uma única certeza inquietante.

— Tem algo acontecendo com meu filho, algo que ele não está me contando.

Enquanto isso, no silêncio tenso do apartamento, Olívia irrompe como uma sombra sinistra, trazendo consigo uma aura de perigo iminente. Na sala, sua presença é como um eco inquietante, ecoando pela mente de Lígia.

— Onde está Daniel? —, indaga Olívia, despejando a pergunta no ar carregado de suspense.

Lígia, embora hesitante, responde com uma falsa serenidade: — Ele está no quarto dele.

O convite de Lígia para que Olívia entre no quarto é dado com um tom de desconforto mal dissimulado, como se ela pressentisse o perigo que se aproximava. Enquanto Olívia se aproxima do quarto, o coração de Lígia dispara com a sensação de uma tempestade se formando no horizonte. Ela temia pelo que poderia acontecer naquele encontro entre Olívia e Daniel.

Sem bater na porta, Olívia invade o santuário de Daniel, como se fosse uma força da escuridão que penetra pela fenda de uma porta entreaberta. Seus olhos, frios como aço, pousam sobre a figura de Daniel, que permanece de costas, alheio à ameaça que se aproxima sorrateiramente.

Com a faca de cozinha em mãos, Olívia avança com uma determinação fria, como se estivesse possuída por uma força maligna. Seus passos são silenciosos, como os de um predador se aproximando de sua presa. A faca brilha à luz fraca do quarto, seu brilho macabro ecoando a promessa de violência iminente.

— É você ou eu —, sussurra Olívia, as palavras cortantes como lâminas afiadas, rompendo o silêncio da noite como um trovão. O destino de Daniel parece suspenso no ar, pendendo na balança entre a vida e a morte. E naquele momento sombrio, a única certeza é que o mundo de Lígia e João está prestes a desmoronar diante de seus olhos.

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