Capítulo 16

No coração de uma cidade adormecida, onde as luzes noturnas lançavam sombras inquietas nas ruas desertas, um celular de abrir e fechar repousava silencioso em um beco escuro. Seu brilho suave de LED piscava intermitentemente, como se estivesse aguardando por algo. A noite envolvia o pequeno dispositivo em um véu de mistério, enquanto ele aguardava pacientemente, escondendo seus segredos sob a máscara de luz. De repente, com um clique suave, o celular se abriu lentamente, revelando sua tela iluminada apenas pela luz fraca da lua. Com um movimento quase humano, a tela deslizou para cima, como se estivesse despertando de um sono profundo. Seus pixels brilhantes começaram a formar uma imagem, mostrando lentamente uma visão distorcida do ambiente ao seu redor.

À medida que a imagem se tornava mais clara, revelava-se um galpão abandonado, suas paredes de metal retorcido brilhando fracamente à luz do LED do celular. O espaço amplo e vazio parecia repleto de segredos ocultos, cada sombra dançando nas paredes parecia sussurrar uma história não contada. O celular, agora transformado em uma janela para esse mundo misterioso, continuava a transmitir imagens do interior do galpão. O feixe de luz revelou pilhas de caixas empoeiradas, equipamentos antigos e objetos esquecidos pelo tempo. Mas havia algo mais, algo que escapava à visão imediata.

A câmera do celular explorava o galpão, capturando cada detalhe com sua lente digital, algo se movia nas sombras. Uma figura indistinta, envolta em escuridão, parecia observar silenciosamente, suas intenções ocultas pelo véu da noite. Enquanto o celular continuava a transmitir suas imagens enigmáticas, o mistério do galpão iluminado apenas crescia. Quem estava por trás daquele olhar sombrio? Que segredos o galpão guardava em suas entranhas escuras? Enquanto as perguntas pairavam no ar, o celular permanecia como a única testemunha silenciosa, sua máscara de LED revelando apenas o suficiente para provocar a imaginação e despertar a curiosidade daqueles que ousassem olhar além das sombras.

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Sob o céu pintado de nuances de laranja e rosa, o sol começava sua jornada de despedida, lançando seus últimos raios sobre a praia. O mar, calmo e sereno, acariciava suavemente a areia, criando uma melodia reconfortante. Nesse cenário encantador, Pneu e Eliza se encontravam, suas silhuetas destacadas contra o horizonte dourado do entardecer.

O abraço entre eles era mais do que um simples gesto de carinho; era uma união de almas, uma fusão de emoções profundas que transcenderia o tempo e o espaço. Lágrimas brotavam dos olhos de Pneu, não de tristeza, mas de uma esperança renovada, como gotas de orvalho refletindo os últimos raios de sol.

— Você encontrou sua mãe —, murmurou Eliza, sua voz suave carregada pelo vento que dançava entre seus cabelos.

Pneu fica atordoado com a revelação: — Eu? Encontrei minha mãe?

— Sim, naquele dia, em frente à pousada. Ela estava lá, tão próxima e ao mesmo tempo tão distante.

As palavras de Eliza ecoaram na mente de Pneu como uma sinfonia celestial, cada nota ressoando com a promessa de um reencontro há muito aguardado: — Aquela moça... era minha mãe?

Um sorriso gentil curvou os lábios de Eliza, iluminando seu rosto como o próprio sol se pondo no horizonte: — Sim, Pneu. Era ela.

O coração de Pneu pulsava com uma mistura vertiginosa de emoções, inundando-o com uma gratidão indescritível: — Não quero esperar nem mais um segundo!

Eliza se ergueu, estendendo a mão para ele com uma determinação serena: — Então vamos, Pneu. O tempo urge, mas o destino está do nosso lado.

De mãos dadas, eles iniciaram sua jornada pela praia, cada passo marcando o caminho em direção ao tão esperado encontro. Cada grão de areia sob seus pés era um lembrete do longo caminho que percorreram juntos e da jornada emocional que ainda estava por vir. O sol se despedia lentamente no horizonte, lançando uma luz dourada sobre o caminho à frente, enquanto Pneu e Eliza se aproximavam do capítulo mais significativo de suas vidas até então.

No crepúsculo sombrio da sala de Mateus na Delegacia Geral de Polícia, as sombras dançavam ao redor de Lígia e Mateus, como se testemunhassem a intensidade do momento. Quando se afastaram do abraço que parecia ter desafiado o tempo, um silêncio denso envolveu-os, apenas o pulsar dos corações ecoando, batendo como um tambor distante, marcando o compasso de uma dança proibida.

Com a voz trêmula, Lígia quebrou o silêncio que parecia ter se instalado para sempre: — Eu sou uma mulher casada —, confessou, as palavras saindo como um suspiro carregado de segredos há muito guardados.

O olhar de Mateus, firme e sereno, encontrou o dela, como se lesse cada uma das palavras não ditas: — Eu sei. Mas não sinto ciúmes —, respondeu, sua voz calma contrastando com a turbulência interna.

— Amo meu marido e minha família —, Lígia continuou, sua fidelidade oscilando como uma chama na brisa noturna, lutando contra a irresistível atração que os unia.

— Desde que te vi pela primeira vez, em seu apartamento, fiquei encantado por você —, Mateus confessou, seus olhos refletindo a admiração que sentia, uma chama brilhando em meio à escuridão.

Lígia riu, nervosa, mas sua risada soava frágil, como se tentasse dissipar a tensão que se instalara entre eles: — Meu Deus, senhor polícia. Eu poderia ser sua mãe — brincou, embora as palavras não conseguissem esconder a vulnerabilidade que sentia.

— Por favor, apenas Mateus —, pediu ele, sua voz suave, mas carregada de significado, como se quisesse romper as barreiras que os separavam.

Elevada pela emoção, Lígia insistiu: — Mateus, sou casada —, mas suas palavras pareciam desvanecer no ar, impotentes diante da força magnética que os puxava um para o outro.

— Tudo bem, eu entendo —, respondeu ele, resignado, mas seu coração contava uma história diferente, uma narrativa de desejo e paixão que se recusava a ser silenciada.

— Então, vou indo —, disse Lígia, tentando fugir do turbilhão de emoções que a envolvia, virando-se para sair, mas seu corpo hesitante traía sua vontade de partir.

— Espera, tenho algo para você —, interrompeu Mateus, um brilho misterioso em seus olhos, como se guardasse um segredo prestes a ser revelado.

— O quê? — perguntou Lígia, curiosa, sua voz um sussurro carregado de expectativa, enquanto o ar pulsava com a eletricidade entre eles.

Num movimento rápido, Mateus se aproximou e a beijou, seu toque ardente incendiando a noite. Lígia resistiu, seus lábios protestando contra a traição de seus corações, mas a paixão de Mateus era como uma maré alta, impossível de conter. Ela se rendeu ao beijo, entregando-se ao furacão de emoções que os consumia, mas logo a realidade a atingiu como uma onda fria, trazendo consigo o peso de suas responsabilidades e compromissos.

— Você está louco? — empurrou Lígia, sua voz transbordando raiva e desejo, os olhos faiscando com uma mistura explosiva de emoções conflitantes.

— Estou fortemente atraído por você —, admitiu Mateus, sua confissão tão crua quanto sincera, os olhos ardendo com a intensidade de seu desejo.

— Eu também sinto isso por você —, revelou Lígia, antes de se aproximar e desferir um tapa em seu rosto, a dor física ecoando a tempestade que rugia dentro deles.

— Nunca mais faça isso —, ordenou, sua autoridade incontestável, mas seu coração em tumulto traía sua determinação.

Lígia saiu da sala, deixando Mateus sozinho com seus pensamentos, seu coração pesado com o peso de suas escolhas e desejos proibidos. Sentou-se, um sorriso triste nos lábios, enquanto a escuridão da noite envolvia-o como um manto, ocultando os segredos que guardava em seu coração.

— Um dia, eu vou conquistar você, senhorita Lígia —, murmurou, uma promessa feita mais para si mesmo do que para ela, enquanto o eco de seu nome pairava no ar como um suspiro perdido na noite.

No momento em que o sol se despediu do horizonte, pintando o céu com tons de laranja e roxo, a estrada de terra parecia absorver a luz restante, mergulhando na escuridão crescente. Sob a sombra que se estendia, Garoto empunhava um canivete, cujo brilho metálico parecia capturar os últimos raios de luz, enquanto seus olhos faiscavam com uma mistura sinistra de autoridade e desespero.

— Quem manda agora sou eu —, proclamou Garoto —, sua voz carregada com a gravidade do comando.

Gustavo, diante dele, baixou a cabeça, sentindo o peso do medo e da incerteza pressionando seus ombros. Seus olhos brilhavam com uma mistura de desespero e impotência enquanto enfrentava Garoto.

— O que você vai fazer comigo? — Gustavo sussurrou, mal audível sobre a brisa noturna.

— Sai do carro agora! — ordenou Garoto com ferocidade, e Gustavo obedeceu, cada movimento uma coreografia de resignação.

Lentamente, Garoto o conduziu até a mala do carro, revelando uma pá com um gesto teatral, como se estivesse revelando uma relíquia macabra: — Pega essa pá e cave uma cova! — exigiu.

A confusão entrelaçada com o terror, Gustavo hesitou por um momento antes de começar a cavar, cada pá de terra parecendo pesar mais do que a anterior, cada movimento um prelúdio para o desconhecido. Enquanto a cova se aprofundava, ele sentia a pressão sufocante da terra sobre seus ombros, uma metáfora tangível para o peso de suas escolhas. Quando finalmente a cova foi concluída, Gustavo enterrou o corpo do policial, uma tarefa que ele realizou com uma mistura de repulsa e resignação, consciente de que esse ato selava um pacto silencioso com a escuridão.

Garoto observou com uma aprovação sombria, seus olhos brilhando com uma satisfação sombria: — Gostei de ver, você fez um ótimo trabalho!

Gustavo, com a realidade de seus atos caindo sobre ele como uma mortalha, murmurou: — Você me fez enterrar um policial.

— Vamos deixar de brincadeira. Agora vamos falar de negócios — Garoto mudou de tom, sua voz assumindo uma qualidade calculista e intrigante.

— Que negócios? — Gustavo perguntou, sua mente girando com possibilidades e perigos, enquanto ele lutava para compreender a extensão das trevas que agora o envolviam.

— Me responda, o que você foi fazer naquela mansão naquele dia? — Garoto inquiriu, suas palavras como garras afiadas, cada uma uma chave para o mistério que ele desejava desvendar.

— Eu acho que a minha mãe mora ali, e eu fui visitar ela — Gustavo revelou, sua voz uma chama vacilante na escuridão crescente, sua inocência destacada contra o pano de fundo sombrio.

— Obrigado, era só isso que eu queria saber —, Garoto respondeu, antes de atacar Gustavo com uma força brutal, deixando-o inconsciente.

Com Gustavo agora um peso inerte na mala do carro, Garoto murmurou para si mesmo: — É meu amigo Gustavo, eu vou tirar todo o dinheiro que a sua mãe tem —, suas palavras ecoando na noite como um presságio sombrio.

A pousada, envolta pela tênue luz do entardecer, parecia abrigar segredos antigos que aguardavam pacientemente para serem revelados. O quarto, mergulhado na penumbra dourada, testemunhava o desenrolar de um momento destinado a ficar gravado na memória de todos os presentes. Eliza, determinada, adentrou o aposento com passos firmes, trazendo consigo a promessa de uma descoberta que mudaria o curso da história. Seu coração, pulsante de esperança, ditava cada movimento enquanto ela se dirigia à porta do quarto de Stephanie.

Ao abrir a porta, Stephanie ergueu os olhos, surpresa pintando seus traços: — Eliza, o que posso fazer por você?

A resposta veio na forma de um sorriso significativo de Eliza, que, com um gesto convidativo, deu passagem para a revelação iminente.

Pneu cruzou o limiar do aposento, sua presença preenchendo o espaço com uma aura de expectativa. Os olhos de Stephanie se arregalaram em reconhecimento e amor, sua voz trêmula ao pronunciar as palavras que há tanto tempo ansiava dizer: — Meu Deus, você... você é meu filho!

A emoção transbordou das palavras de Pneu ao responder, a voz embargada pelo peso do momento: — E você é minha mãe!

O abraço que se seguiu transcendeu as barreiras do tempo e do espaço, unindo duas almas separadas por circunstâncias além de seu controle. Eliza, testemunha silenciosa da cena comovente, retirou-se do quarto com um sorriso sereno, sabendo que estava testemunhando o desfecho de uma jornada longa e árdua.

Entre lágrimas de gratidão, Stephanie mal conseguiu articular suas palavras, murmurando um simples: — Muito obrigada!

— Vocês merecem isso e muito mais —, respondeu Eliza, antes de desaparecer pela porta, deixando mãe e filho a sós para desvendar os mistérios de seu passado compartilhado.

Com uma curiosidade que ardia como brasas, Pneu finalmente encontrou coragem para expressar o desejo que o consumia: — Mãe, há algo que desejo saber há tanto tempo...

— Eu vou lhe contar tudo que quiser saber, meu querido. Mas antes, me diga, o que o aflige? — respondeu Stephanie, pronta para abrir as portas de seu coração para seu filho há muito perdido.

— Eu quero saber qual é o meu verdadeiro nome.

Um sorriso emocionado iluminou o rosto de Stephanie, como se uma parte de seu passado finalmente encontrasse seu lugar no presente: — Carlos... Carlos Bombonato. Este é o seu nome verdadeiro!

Pneu sentiu um peso se dissolver de seus ombros, sua identidade agora clara e definida: — Agora tenho um nome, e uma mãe!

— Sim, meu filho, finalmente tenho você em meus braços — disse Stephanie, e juntos, mãe e filho se entregaram à euforia, pulando na cama como se fossem crianças, suas risadas ecoando pela pousada, uma melodia de pura felicidade que anunciava o início de uma nova jornada juntos.

No ambiente silencioso do apartamento, as paredes pareciam conter não apenas o som, mas também a tensão acumulada entre os moradores. No quarto de Daniel, cada respiração parecia ecoar como um sussurro, prenunciando um momento de revelações iminentes. Pedro, com o celular pressionado contra a orelha, permanecia paralisado, seu rosto uma máscara de choque e indecisão. Thiago, ao perceber a súbita mudança no amigo, aproximou-se com uma expressão de preocupação, franzindo a testa em busca de respostas.

— Você está bem? — questionou Thiago, sua voz quase se perdendo na atmosfera carregada do quarto.

Pedro tentou manter a calma ao responder: — Sim, estou bem. Só preciso ir ao banheiro. — No entanto, sua voz trêmula traía a tentativa de aparentar tranquilidade.

Não convencido, Thiago acompanhou Pedro até o banheiro, impelido pela inquietação que crescia em seu peito.

Enquanto isso, no quarto, Olívia aproximou-se de Daniel com determinação estampada em seu olhar: — Agora que estamos a sós, precisamos conversar.

Daniel, de postura defensiva, perguntou: — Sobre o quê?

— Sobre nós —, respondeu Olívia, sua voz carregada de urgência.

— Acredito que não tenhamos mais nada a discutir —, retrucou Daniel, mas Olívia não estava disposta a deixar o assunto de lado.

— Daniel, meu amor... é melhor que você volte comigo, ou então... — Olívia deixou a ameaça pairar no ar, seu tom carregado de intenções obscuras.

Uma faísca de desafio acendeu nos olhos de Daniel: — Isso é uma ameaça?

— Se você preferir interpretar assim —, respondeu Olívia, mantendo-se firme em sua postura desafiadora.

Entre os dois, o ar estava impregnado de tensão, as palavras não ditas ecoando no espaço entre eles, enquanto o silêncio do apartamento era quebrado apenas pelo som abafado da cidade lá fora, como se o mundo continuasse girando alheio aos dramas pessoais que se desenrolavam ali dentro.

Na majestosa mansão de Débora, os corredores se estendiam como veias antigas, pulsando com a história que fluía através de suas paredes de pedra. Salas imponentes, adornadas com móveis antigos e tapetes persas, testemunhavam o passado que se enraizava na essência do lugar. Retratos emoldurados adornavam as paredes, observando silenciosamente o presente com olhos petrificados, guardando segredos que apenas suas expressões poderiam sugerir. No santuário de seu quarto, Débora se entregava ao silêncio reconfortante, imersa na suave luz que se filtrava pelas cortinas de seda. Ali, ela se preparava para mais uma noite, selecionando com cuidado suas vestimentas entre os luxuosos tecidos que enchiam seu closet. Mas a calma foi interrompida pela chegada da empregada, cujos passos silenciosos, mas firmes, ecoavam no ambiente.

— Senhora, com licença —, murmurou a empregada, sua voz suave quebrando o silêncio opressivo —, tem uma pessoa no telefone querendo falar com você. Diz que é urgente!

Débora sentiu uma pontada de apreensão percorrer sua espinha, uma sombra de preocupação dançando em seus olhos: — Tudo bem, eu atendo aqui mesmo —, respondeu, sua voz soando mais frágil do que gostaria.

Com a empregada já se afastando, Débora pega o telefone, seus dedos trêmulos hesitando antes de discar o número: — Alô, com quem eu falo?

A voz do outro lado da linha era um sussurro ameaçador, carregado com o peso de uma urgência implacável: — Eu estou com seu filho, Gustavo.

Débora sentiu o chão desaparecer sob seus pés, seu coração pulsando descontroladamente no peito: — Quem é você? O que você quer? —, conseguiu articular, sua voz ecoando no vazio do quarto.

— Eu quero muito... muito dinheiro. Tudo em barras de ouro!. — A demanda ecoou como um trovão em seus ouvidos, fazendo-a tremer com a gravidade da situação.

No espelho à sua frente, viu o reflexo de uma mulher assombrada pela agonia de ver seu filho em perigo, presa em um jogo onde as regras eram ditadas por um desconhecido implacável.

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