Capítulo 19. Repórteres

Jéssica saiu de casa, antes do tumulto começar, mas chegou no hospital, encontrando quase uma barricada de jornalistas e manifestantes. Os seguranças do hospital a esperavam e ajudaram-na a passar e entrar no hospital, mas não impediram as fotos.

Ela entrou e parou e viu vários funcionários parados ali na recepção, longe de seus devidos lugares de trabalho. Elevou a voz e falou:

— Creio que agora sabem o resultado de sair divulgando o que não devem, agora voltem para seus setores, nosso trabalho não pode falhar, pois pode colocar a vida de alguém em risco. Bom dia.

Os funcionários foram se retirando e a recepção voltou ao normal.

— O que faremos com a multidão lá fora, diretora?

— Chame a polícia, eles estão obstruindo a passagem de possíveis pacientes em estado crítico. 

Ele assentiu e foi para a sala de controle da segurança e Jéssica foi para sua sala. Os funcionários admiraram mais a maneira como ela tratou o caso e sentiram-se seguros por trabalharem com ela.

Mas o dia estava só começando, algumas pessoas desafiaram os policiais e foram presos e os carros de reportagem se foram,mas os paparazzi ficaram espreitando e um deles conseguiu entrar e se esconder e tirar várias fotos de Jéssica, mas não era suficiente, precisava de um furo e continuou lá, se escondendo entre a despensa e o banheiro.

*

Miguel não conseguiu sair para trabalhar no escritório e trabalhou em home office, remarcando as reuniões e atendendo on line os casos mais urgentes. A obra havia sido atacada e a polícia foi chamada e estava tendo muito trabalho por causa de fake news e iniciou uma investigação para saber quem iniciou tudo aquilo.

O investigador responsável foi a televisão e alertou no jornal, sobre o procedimento da polícia em casos assim e que manifestantes que atrapalhassem o ir e vir de pacientes de hospital, impedissem o livre trânsito das pessoas e vandalizassem locais públicos ou privados, poderiam ser detidos e responder processos.

Os tumultos foram diminuindo, mas Gabriela estava a cada hora que passava, mais agitada e manhosa, apontando para a porta. Miguel já havia ido até a porta da vizinha, com a filha no colo, tocado a campainha e batido na porta, para a menina ver que ela não estava ali. Ela sossegou um pouco, mas voltava a resmungar e apontar para a porta.

No fim da tarde, ele desceu com ela para dar uma volta e deixar Denise arrumar tudo para ir embora e ficou passeando pela área externa, distraindo a menina no playground, na área fitness e chegou ao estacionamento no instante que o carrinho vermelho estacionava.

Jessica desceu do carro e viu pai e filha parados, esperando por ela e ficou parada, encarando os dois, querendo fugir da situação. Mas não teve como, tal o escândalo de felicidade que a menina fazia ao vê-la. Seguiu até eles, sem conseguir fugir da garotinha fofa que demonstrava tanta felicidade ao vê-la.

Pegou a menina no colo e recebeu mais um beijo nos lábios de Miguel e depois entraram como se fossem uma família e foi essa sequência, que o paparazzi que a seguia captou com as lentes de sua câmera. 

Já havia passado na televisão, a reportagem gravada com Miguel e p final, era justamente o que ele não queria, uma outra sugestão para ele, um casamento.

” Quem será a futura senhora Mendes?"

A  pergunta ficou no ar e um novo frenesi iniciou nas redes sociais. O paparazzi já havia visto e postado as fotos que tirou da diretora do hospital com o título:

" Qual o seu envolvimento com o CEO Mendes?"

Agora estava feliz da vida, mesmo que tivesse se arranhado nos galhos da árvore onde trepou. Venderia a sequência de fotos por um ótimo preços e mal conseguiu descer, iniciou seu leilão virtual pelas emissoras.

Miguel e Jessica entraram, levando a feliiz Gabriela, sem desconfiarem que o drama continuou, agora com as românticas de plantão. Subiram e quando Miguel foi pegar a filha, ela não quis ir, mas filho não tinha vontade, dizia sua mãe e ele pegou a menina a força e o berreiro se ouviu de longe.

— Pare, Miguel. Vão pensar que estamos torturando a menina, venha comigo. Vou ao meu apartamento, tomo banho e me arrumo, enquanto você espera.

— Você quem sabe…

Já andavam para o apartamento dela e Gabriela se calou ao ver para onde iam.

— Como uma bebezinha de quatro meses consegue manipular dois adultos? Você é uma prodígio, filha.

— Concordo plenamente, fiquem a vontade. — disse Jessica, fechando a porta após entrarem.

A menina se aquietou, pois sabia que só precisava esperar, pois estava na casa de sua amada vizinha e ela estava presente. Estava sonolenta, mas não dormiu, até estar no colo de Jéssica, tomando sua mamadeira noturna, em seu quartinho.

Depois de colocar a menina fofa no berço, se virou para sair e trombou com um peito forte e braços carinhosos que a rodearam. Seus lábios foram tomados de assalto em um beijo profundo e caliente, que correspondeu plenamente. Ficaram se saboreando por um tempo, até que se deu conta de que estavam avançando demais.

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