Denise chegou na segunda-feira, atordoada. Havia enfrentado uma horda de admiradoras na entrada do condomínio, todas querendo ser mães de Gabriela. Viu as postagens na internet e ficou preocupada, ligou para Miguel e ele disse que estava tudo bem, que não precisava se preocupar.
Entrou no apartamento, sendo recebida por uma bebezinha muito sorridente e animada no colo do papai modelo que fazia juz ao apelido, pois trajava um terno elegante e estava pronto para sair para o trabalho.
— Bom dia, minha florzinha! — disse Denise pegando a menina. — Cuidado, senhor, tem uma turma de admiradoras lá fora, esperando pelo senhor. Acho até que tem um carro de reportagem.
— Mas por quê tudo isso?
— O senhor está famoso nas redes sociais.
— Como assim, não uso redes sociais, não tenho tempo para isso.
— Acho que foi no hospital, todas as fotos e vídeos do papai modelo, foram feitas lá.
— Então já sei como resolver isso.
Miguel saiu marchando pela porta e tocou a campainha da porta vizinha, mas ninguém atendeu. Ele ficou aborrecido, não queria exposição de sua filha na mídia social, pois também não queria reclamações de sua mãe, por ele não estar tratando bem a filha.
Voltou para sua casa, se despediu da filha e de Denise e saiu. Por sorte o condomínio era fechado e as pessoas tinham que ficar do lado de fora, ele pôde pegar o seu carro, verificando que o carrinho vermelho não estava estacionado ali e partiu em direção ao hospital.
Chegando lá, estacionou, e logo foi rodeado por pessoas, o que lhe aborreceu mais ainda. Alguns seguranças correram para ajudá-lo a entrar no hospital e o levaram direto à sala da diretoria. Lá, Jéssica já o esperava.
— Bom dia, senhor Mendes, sente-se.
— Não é bem, um bom dia, já que estou aqui ao invés de estar no escritório, tudo por causa de seus funcionários que indevidamente postaram nas redes sociais imagens minhas e de minha filha.
Ele saiu metralhando as palavras e nem sentou, queria resolver aquele assunto o mais rápido possível, pois tinha inúmeras reuniões naquela manhã.
— Não culpe os meus funcionários por sua irresponsabilidade com sua filha. Mas também não gostei da exposição do hospital, neste tipo de mídia, por isso averiguei os culpados e os demiri, para dar o exemplo.
Ele se sentiu como se tivesse tomado um soco no peito, primeiro por causa das emoções que sentia ao vê-la e depois por ela ser tão eficiente, demitindo os funcionários que não souberam guardar a privacidade dos pacientes. Não tinha mais o que fazer ali, mas não conseguia sair. Então sentou-se.
— Posso lhe ajudar em mais alguma coisa? — perguntou Jéssica, notando que ele sentou, embora tivesse dito que estava perdendo tempo.
— Desculpe, estou com medo.
Ela suspirou e relaxou, se encostando em sua cadeira.
— Medo de quê, senhor Mendes?
— Pare de me chamar assim e chame de Miguel.
— Medo de quê?
"Que mulher irritante implica com tudo." Pensou Miguel, mas resolveu relevar e ser sincero.
— Eue apeguei muito a minha filha e estou com medo da mãe dela aparecer e pegar ela de volta.
Doeu no coração de Jéssica, o pensamento de perder também aquela fofurinha, a qual ela havia se apegado tanto.
— Você não tem documentos passando a guarda da menina?
— Sim, tenho. Quando o oficial me entregou ela fez questão de frisar que a mãe tinha desistido da guarda e eu era o total guardião da menina. Tenho todos os documentos, o da guarda e a certidão de nascimento.
— Então você não precisa se preocupar, precisa sim, de um bom advogado e sugiro que seja um especialista nesta área.
— Não conheço nenhum, meus advogados São todos da área empresarial.
— Eu conheço uma advogada muito boa, ela trata dos casos que aparecem aqui no hospital e posso lhe indicar.
— Eu fico muito grato.
Jéssica passou para ele um cartão que tirou da gaveta e acrescentou:
— Qualquer coisa, pode contar comigo para o que for. Me afeiçoei muito à pequena Gabriela.
— E ao pai dela, também se afeiçoou?
— Não seja impertinente. — ela respondeu, virando a cadeira e ficando de lado para ele.
— Eu não tenho vergonha de dizer que me afeiçoei a você, mesmo sendo tão implicante não vou desistir, você vale a pena.
Ele falou e se retirou rapidamente, para não ter que ouvir a resposta malcriada dela. Ela, como da outra vez, ficou estática e depois sorriu tristemente.
" Quando ele souber sobre a minha situação, desistirá dessas investidas. Não posso permitir que se aproxime mais, para o bem de nós dois." Pensou ela, como sempre, tomando atitudes sozinha, sem perguntar a outra parte envolvida, se aceita a situação ou não.
Miguel foi para o escritório, rindo atoa, passou pelos jornalistas e tietes e estacionou no subsolo do prédio, subindo pelo elevador da diretoria. Alvaro esperava impaciente, na recepção de sua sala e falou preocupado.
— Onde estava, cara, você demorou? O que é tudo isso na internet sobre você?
Miguel olhou para o amigo traíra e não falou nada, virou-se para a secretária e entregou-lhe o cartão da advogada.
— Ligue com urgência e veja se ela pode vir aqui.
— Sia agenda está cheia, senhor.
— Minha filha vem em primeiro lugar. Daqui para frente, deixe uma hora reservada todos os dias, para ela.
Ele seguiu andando para sua sala e ela foi atrás com a agenda e caneta nas mãos.
— Muito legal de sua parte, senhor, não é à toa que estão lhe chamando de papai modelo.
— Não mencione mais esse assunto por aqui, quero encerrar isso e é por isso que estou chamando a advogada.
Alvaro entrou atrás dele e achou estranho a contratação de outra advogada, quando já tinham advogados suficientes na empresa e perguntou:
— Por que não chama a equipe da empresa?
— Não lhe devo satisfação dos meus atos, retire-se da minha sala e só apareça quando for requisitado.
— Puxa, Miguel! Sempre fomos amigos, Só dei uma escorregada.
— Eu fui bem claro com você sobre cuidar de tudo e enquanto eu seguia para o hospital, com minha filha entre a vida e a morte, você e aquele pulha faziam uma festinha às minhas custas. Mexeu com minha filha, não tem perdão. Saia agora.
Álvaro sentiu que não devia continuar discutindo com o chefe, pois realmente pisou feio na bola e com todas as notícias que viu na mídia, percebeu que o caso foi sério. Saiu sem falar nada, nem se desculpou e voltou para sua sala. Precisariam visitar a obra e talvez, pudessem conversar melhor com ele, lá.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Fatima Souza
tava muito pra ser verdade tem q se presta a cada coisa pra ter dinheiro tomara q a advogada acabar com essa falsa
2025-03-21
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Tânia Principe Dos Santos
espero que Miguel consiga se livrar das fotos e proteger a filha com a tal advogada
2025-03-20
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Rosa Hosana Santos
espero que a advogada jogue duro com a mãe mentirosa que está vindo por aí 🤪😂🤣
2025-03-22
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