A enfermeira chegou e foi muito bem recebida e seu trabalho deu um pouco de sossego a Miguel e Jéssica. Os primeiros tres meses de vida de Gabriela, passaram com louvor. Ela estava bem cuidada e já não chorava mais e seu pediatra era Carlos, o amigo de Miguel. De vez em quando se encontravam para um drink rápido, depois do trabalho.
No quarto mesversário de Gabriela, Miguel convidou os dois amigos para comemorarem com ele. Ele comprou um bolo e foram para o apartamento. Denise arrumou a menina bem bonitinha e cantaram parabéns. No dia seguinte era sábado e depois da comemoração, ele dispensou a babá.
Ele aprendeu a cuidar bem da filha, não previsava mais da enfermeira e nos finais de semana cuidava sozinho dela. Como o pediatra estava ali, não se preocupou em dar um pedaço de bolo a ela, que enfiou as mãozinhas no negócio colorido e macio. Levou a boca e comeu, adorando o gosto doce.
Miguel trocou-a e colocou em seu bercinho para dormir. Carlos ligou o som e serviu whisky para todos. O som estava alto e Gabriela começou a chorar.
— É melhor abaixar o som, está incomodando ela. — disse Miguel.
— Não precisa, debe seranha, vou lá ver, não se preocupe.
Miguel não se preocupou mesmo, mas também não viu que Carlos não olhou a bebê, apenas fechou a porta, para diminuir o som e não ouvirem ela chorar. Continuaram bebendo e lembrando das pegações, o som alto camuflava o choro da criança, que se tornou um choro sentido e com o fôlego entrecortado.
Jessica estava ouvindo a bagunça na casa ao lado e a bebê chorando a pelo menos duas horas, não resistiu, pegou sua maleta e foi até lá, colocou o dedo na campainha e não tirou até Miguel atender.
— O que foi, por que a reclamação, agora? — ele atendeu com a camisa aberta e segurando um copo de whisky.
— Você e um irresponsável, não está ouvindo a criança chorar?
— O pediatra dela está aqui, olhou ela e disse que é manha e logo ela vai se calar.
— Ela está chorando a duas horas, esse choro não é de manha, deixe-me vê-la.
— Já disse que o pediatra dela está aqui, não há necessidade.
— O que foi, Miguel? — pergunta Carlos, se aproximando por trás.
Jéssica ficou horrorizada ao ver quem era o pediatra e aproveitando o momento em que Miguel se virou para olhar para o amigo, abrindo uma brecha, ela passou por ele e foi em direção ao chorinho. Entrou no quarto e assim que olhou a menina, ficou horrorizada. Miguel cjegou em seguida e não acreditou no que viu.
A menina estava suja de vomito e seu rostinho sujo, estava vermelho e inchado.
— O que ela tem?
— É alergia. O que deu para ela comer? O vômito parece gordura colorida.
— Bolo confeitado.
— Idiota irresponsável. — enquanto ela falava, examinava a bebê. Tirou sua roupinha e levou-a para o banheiro, lavou-a com o chuveirinho, na banheira montada.
Miguel chegou com uma toalha e ela passou a bebê para ele, colocou funchicória na chupeta e deu a ela, amenizaria a cólica. Vestiu a fralda e uma camiseta, encontrou uma manta e enrolando a menina, saiu falando:
— Pegue os documentos dela, vamos para o hospital.
— Ei, o que está fazendo com a minha paciente? — perguntou Carlos, meio bebado, barrando o caminho.
Jessica estava com tanta raiva dele, que usou a mão livre e desferou um soco na cara dele, que cambaleou e saiu do caminho.
— Sua vadia frigida, dou parte de você…
— Decida-se, ou vadia ou frígida, as duas coisas não dá e se você me processar, não esqueça a pasta que tenho contra você.
Miguel chegou com os documentos e a chave do carro e pediu ao Álvaro para cuidar de tudo e foram para o hospital. Ela sentou no banco de trás com a bebê e ele ditigiu.
— Para onde vamos?
— Hospital Bittencourt, sabe onde é?
— Sim, a empresa tem convênio com eles.
Entraram pela recepção e Miguel se espantou com a autoridade da mulher, que chegou dando ordens e enquanto ele foi para a recepção, sua filha recebeu o melhor tratamento. Depois que ele deu entrada da filha na recepção, apresentando todos os documentos, foi indicado a esperar na recepção.
Não demorou muito e uma doutora veio falar com ele.
— Boa noite senhor Mendes. Sua filha teve uma reação alérgica a corantes de bolo. O senhor sabia que ela é alérgica.
— Não, se soubesse não teria dado.
— Não devia ter dado, em hipótese alguma, ela não tem idade nem para comer sólidos. Por que fez algo tão inconsequente, o pediatra de sua filha não lhe avisou?
— Não, inclusive ele estava lá e disse que não tinha problema.
— Bem, eu só não vou denunciá-lo por maus tratos, porque a doutora Jessica me contou o incidente e vi que a culpa não foi sua.
— Tão sério assim? Meu Deus, eu fiz mal a minha própria filha? Como ela está?
— A paciente está estável, mas ficará internada até estar totalmente fora de perigo. Sugoro que vá em cada e pegue o que for precisar para ficar com ela no hospital, ela tem direito a acompanhante.
— Obrigado, doutora, posso vê-la antes de ir.
— Sim, ela está no quarto 207.
Ele se dirigiu para o quarto no segundo andar e quando entrou, Jéssica estava lá, debruçada sobre a bebê. ele se aproximou pelo outro lado e viu sua filhinha, com soro no bracinho e mascara de oxigenio.
— Meu Deus, o que eu fiz?
— Confiou na pessoa errada, agora já sabe.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Fatima Souza
bom esse pediatra não e pior amigo do pai já pensou se não fosse e a Jessica agiu rápido e sinta sovou o dr
2025-03-20
5
Tânia Principe Dos Santos
se não fosse Jéssica, a bebê podia ter morrido.
este Carlos é um tremendo irresponsável e inconsequente
2025-03-20
2
Angela Nunes
Esse Carlos é um inconsequente, se não fosse a Jessica a bebê poderia ter morrido
2025-03-26
0