Durante dois meses, Miguel, Álvaro e sua equipe, lutaram pelo contrato de construção de um grande resort, na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Quando o empresário responsável concordou com todos os cálculos e prazos de conclusão, todos se reuniram para a assinatura do contrato e foram jantar fora.
Depois que se despediram de todos, Miguel e Alvaro resolveram esticar em um barzinho e encontraram um amigo da faculdade, o Dr. Carlos.
Arrumaram algumas mulheres e foram para o apartamento de Miguel, que a primeira coisa que fez, foi ligar o som alto. Continuaram bebendo, dançando e as mulheres fizeram um strip tease e as risada, junto.com o som, acordaram Jéssica, a vizinha.
O interfone tocou e Álvaro atendeu e era o síndico. Ele respondeu e desligou. Miguel já estava se agarrando com dias no sofá e ele avisou:
— O vizinho reclamou do barulho.
— Vem pra cá, vizinho! — gritou Miguel, bebado.
— É, vem, cê tá precisando de birita e mulher! — gritou Carlos, em apoio a Miguel e deram risada.
Alvaro diminuiu o som e todos foram para seus respectivos quartos e o barulho era outro. Duas das mulheres eram muito escandalosas e o prédio inteiro devia estar escutando a algazarra. O interfone tocou e tocou e continuou tocando e eles nem escutaram. O barulho só parou às quatro horas da madrugada.
Miguel chamou um carro para levar as garotas e desceu, vestido de pijama, para deixá-las na portaria, se despediu e quando voltava para o elevador, o porteiro o chamou.
— Oi, seja rápido.
— O senhor incomodou muito seus vizinhos e provavelmente, receberá algumas multas.
— Deve ser nem aquele meu vizinho chato, mas hoje é sábado, qual o problema em uma comemoraçãozinha?
— É que seus horários são diferentes, senhor, mas me desculpe a interferência, boa noite.
— Obrigado, boa noite e que venham as multas, tô … — achou melhor não completar, entrou no elevador e subiu.
Chegando no seu andar, olhou para o apartamento vizinho e fez um gesto pejorativo, de quem não ligava para as queixas e entrou no seu próprio apartamento. Deitou e dormiu até quase a hora do almoço e não viu a irritação da vizinha, cheia de olheiras, saindo para o trabalho, depois de ter visto seu gesto.
Jéssica estacionou em sua baga e entrou na clinica. Conforme passava, elegantemente vestida em um terninho branco, era cumprimentada com carinho.
— Bom dia, doutora!
— Bom dia, Marina. Pega um café forte pra mim, por favor, hoje vou ser movida a cafeína.
— O vizinho, de novo?
— Sim, foi até às quatro horas, nunca vi mulheres tão escandalosas.
— Mulheres? Uau! Pelo menos ele é bonito?
— Não sei, nunca vi. Vai logo, por favor e depois me passa ps acontecimentos da noite.
A doutora Jessica é médica clínica geral e atende só se for necessário. Faz plantão por causa da falta de pessoal no pronto socorro. Ela é a administradora da Clínica fundada por seus pais, um cirurgião cardíaco e uma obstetra.
Tem 29 anos, trabalha desde os 22 e se especializou em administração hospitalar, para dar suporte aos pais. Morena, alta, esbelta, com longos cabelos castanhos, tem uma beleza clássica, mas não gosta de badalação, apesar de ter que frequentar eventos de sua área de trabalho.
Seus pais reclamam por ela ainda não ter se casado e lhes dado netos, mas compreendem, pela carga de trabalho que encaram todos os dias.
O café chegou e ela já estava sentada atrás de sua mesa, olhando a tela do computador. Ela bebericou o café, esperando a secretária narrar os acontecimentos da noite.
— Então o Dr. Carlos não veio, mas o Dr. Humberto ainda estava aí e atendeu ao paciente?
— Sim, o paciente está estável, mas o Dr. Carlos sequer respondeu.
— Tudo bem, Marina, obrigada.
Por ela ser mulher, os médicos achavam que podiam agir como bem entendiam. Passou a diária para o Dr. Humberto e tirou a do Dr. Carlos, que não compareceu ao plantão, estava três horas atrasado e perderia dobrado, caso chegasse e resolvesse ir embora por ter sido descontado.
Ela trocou o blazer pelo seu jaleco e foi passar as visitas no lugar dele. Já estava buscando um outro pediatra para o lugar dele, lidar com crianças era caso sério e ele estava se comportando com muita irresponsabilidade.
Entrou na primeira enfermaria e iniciou sua checagem e percebeu que a negligência do médico era maior do que esperava. Verificou exames, mudou receitas e examinou curativos. Brincou com as crianças e conseguiu alguns sorrisos.
Saiu dali e foi para o berçário, onde sua mãe estava cuidando de um recém nascido, com a pediatra neo natal.
— Benção, mãe?
— Oi, querida, Deus te abençoe. Essa sua carinha é de quem não dormiu. — respondeu a mãe, Dra. Helena.
— É, mas assim que der uma folga, eu tiro um cochilo.
— Já soube que o Dr. Carlos não chegou.
— Pois é, estou cobrindo ele nas visitas, mas tem tanta inconsequência, que tô com vontade de dispensá-lo hoje mesmo.
— Tenho uma colega que está doida por uma oportunidade, ela acabou de terminar a especialização. — falou a Dra. Letícia, de natal.
— Momento, estou aceitando qualquer um que seja mais responsável do que este que está aqui. Pode chamar o mais rápido possivel.
— Ok. Vou ligar assim que terminar com esse fofinho. — disse a doutora, terminando de examinar o bebê.
— Lindinho, não é filha?
— Nem vem, dona Helena.
Dra. Jessica Bittencourt, 29 anos, Clinica Geral, Administradora do Hospital de Clinicas Bittencourt.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
MARIA DE LOURDES SILVA
PROVAVELMENTE ESSA NOVA PEDIATRA QUE FICARÁ COM DOUTOR CARLOS
2025-03-21
0
Ana Maria Cabral Ferreira Dos Passos
a pediatra deverá ficar com Álvaro amigo do Miguel
2025-03-24
0
Tânia Principe Dos Santos
Jéssica é um amor de pessoa 😍
2025-03-20
1