Capítulo 18. A Marca

Jason estava furioso e inconformado. Não aceitou ter sua casa e privacidade, invadidos e principalmente, perder sua loba dourada. Não queria saber se era companheira de outro ou se não existia magia nela, por ser dourada. Queria porque queria, aquela fêmea.

             Tentou se acalmar, cuidou das urgências da Alcateia, treinou para eliminar o máximo de toxinas do organismo e foi descansar. No dia seguinte, foi atrás de sua loba. Mandou preparar o carro e não disse para onde ia, pois tinha certeza de que tinha um fofoqueiro que estava passando informação para o Alfa Lucius e queria chegar de surpresa.

*

              Na Alcateia dos Anjos, Luz tomou um banho no final da tarde e vestiu um vestido solto de alças, calçou sapatilhas e arrumou bem seus cabelos, secando com escova, para irem jantar fora. Desceu as escadas e encontrou o Alfa, que sorriu ao vê-la. Ele finalmente se agradou de sua aparência, precisava alimentá-la bem, para não parecer tão seca.

              Assim que se aproximou dele, ele foi direto até ela, para sentir seu aroma e conferir sua marca. O aroma dela era incrivel.e provava que era sua, só sua, embora sentisse uma ligeira alteração. Lambeu sua marca e contemplou-a,as não era só a sua marca, havia uma marca por cima, que não era a dele. Ele a empurrou com força, a derrubando bo chão, a fazendo gritar.

              — Ele te mordeu, não foi? Você está com uma marca por cima da minha, Você acasalou com ele, vagabunda!

Luz olhou para ele, assustada com sua violência. A dor invadia seus quadris e seu ventre e ela não aguentou e desmaiou. Ele deixou Wolf assumir e ele daiu como um louco, desesperado e uivou forte, mostrando a dor que sentia, dor de traição e toda a Alcateia ouviu, mas Cleide e Osnir, que sabiam o que tinha acontecido, correram pata a casa do Alfa e encontraram a Luna desacordada.

              Osnir a pegou no colo e viram uma mancha de sangue em sua roupa.

              — Rápido, Osnir, ela está ferida, vou avisar o doutor.

               — Ok, estou indo.

              Osnir entrou com ela no carro e foi para a clinica da aldeia, fora do condomínio e o doutor o esperava.

              — Venha por aqui, Osnir, coloque-a na mesa de exames. O.que houve com ela?

              — Não sei, encontramos ela caída, depois de ouvir o uivo do Alfa.

              — Vou fazer um exame completo, espere lá fora, por favor.

              Osnir saiu e enquanto esperava, Cleide chegou e sentou-se ao lado dele, esperando.

              — Eu não entendo por quê tudo de errado acontece com essa pobre fêmea. Desde que a conheci é assim, e ela não faz mal pra ninguém e vive fugindo.

              — Você não contou a ele o que aconteceu? Como a encontramos?

              — Não vi necessidade. Se ele não soubesse, não sofreria.

              — Mas como ele descobriu? — perguntou Cleide.

              — Não sei, ele estava por sobre ela, mas não sei se chegou às vias de fato.

              — Ela não estava suja, não tinha nenhum resíduo dele, no corpo dela. — lembrou Cleide.

              — Tomara que ela não esteja muito ferida.

              O doutor saiu da sala e foi até eles:

              — Como ela está, doutor? — perguntou Osnir, preocupado.

              — Ela vai ficar bem, levou uma queda forte, quase teve um aborto,as com repouso e bom a alimentação, ela ficará bem.

              — O senhor quer dizer que ela está prenha, doutor? — perguntou Cleide, com a voz esganiçada.

              — Sim, é muito recente, mas seu organismo já deu todos os sinais. Digam ao Alfa que ela não pode ter mais nenhuma queda ou estresse, repouso por pelo menos mais uma semana. Cuide dela Cleide, pelo que vi, ela já passou por muita coisa e está desnutrida.

              — Sim, doutor, cuidarei dela, obrigada. Podemos levá-la?

              — Sim, ela já acordou, apliquei um sedativo, mas ela está muito triste. Não quis contar o que aconteceu, mas chorou muito.

              Osnir entrou na sala e ela estava virada para a parede, não chorava mais, mas estava muito triste. Pegou-a no colo e foi para o carro. Cleide abriu a porta e ele a deitou no banco de trás. Depois deixou seu lobo vir a superfície e uivou, em um lamento pela tristeza da Luna e como aviso ao Alfa, para voltar.

              Chegaram em casa e entraram com ela, ele a colocou na cama do quarto amarelo que é bege, indicado por ela e Cleide a cobriu, deixando-a descansar. Foi preparar uma sopa suculenta e forte, com carne de cervo, para que ficasse mais forte e prendesse o filhote.  O Alfa chegou emburrado, sentiu o cheiro da comida de Cleide e foi tomar um banho, para tirar o suor do corpo.

               Desceu e foi ter com Cleide, para saber como estava a Luna. Só  pensar nela, o asco o enchia, a raiva o consumia e só tinha vontade de quebrar a cara do Alfa Jason. Entrou na cozinha e sentou-se a mesa, sentindo o olhar acusador de Cleide sobre si.

              — O que foi? Ele a marcou e um macho marca a fêmea quando acasala. Ele a mordeu sobre a minha marca.

              — Ela está prenha.

              — Prenha? De quem é, será dele?

              Cleide moveu a cabeça em negativa, com pena daqueles dois. Não daria tempo pro corpo dela perceber uma gravidez se fosse o outro,mas o tonto do.Alfa, não pensou nosso, cego de ciúmes, mas agora, ele teria que vencer a si mesmo, por sua família, pois não eraais só eles, eta uma família. Onir chegou e nem avisou, sentou na frente do Alfa e Cleide foi levar a sopa para a Luna.

              — Nós chegamos na Alcateia de Sangue e ouvimos os gritos da Luna, corremos e encontramos ele sobre ela, me transformei e o empurrei e prendi, com a ajuda de Zilo. Cleide enrolou a Luna com um lençol e a trouxemos. Estava muito fraca e tonta, desmaiou durante a viagem e coloquei-a em sua cama.

              — Por isso senti o cheiro dele, nela. Ele a mordeu sobre a minha mordida, como pôde?

              — Você precisa conversar com ela, para saber o que aconteceu e em vez de ficar com raiva dele e brigar com ela, devia consolá-la e pensar em seu filhote.

              — Mas e se for dele?

              — Larga de ser idiota, p doutor disse que é tevente, mas que o corpo dela já está dando os sinais, se fosse dele, não daria para sentir nada. Você deve tê-la fecundado na lua de sangue. 

              — Será? Continuo de pé atrás.

              — Tudo bem, quer rejeitá-la? Então vai em frente, mas não invente desculpas, ela já sofreu demais. O médico disse que ela não pode mais ter quedas e nem estresse, para não perder o filhote e se for seu, como você se sentirá, se ele morrer? Pense nisso. — Osnir se levantou e saiu, deixando o Alfa com seus pensamentos. 

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