Lucius não queria cuidar dela, não lhe agradou em nada sua aparência e seu odor estava horrível, pois ela misturou com alguma coisa fedorenta, para disfarçar seu aroma natural. Colocou-a na banheira, ainda vestida com sua camisa, pegou a ducha, espirrou sabonete líquido sobre ela, da cabeça aos pés e apertou a ducha, percorrendo o corpo dela com o jato d'água.
Ao jorrar direto em seu rosto, ela acordou, se sacudindo e resmungando, com a boca fechada para que a água não a afogasse. Ele desviou para o resto de seu corpo, percebendo os ossos marcarem a camisa molhada. Os mamilos dela estavam duros e parecia que só existiam eles, pois não tinham volume algum.
— Acordou ou preciso te afogar?
— Quem é você e o que acha que está fazendo?
— Já que despertou, tome banho sozinha e tire bem esse cheiro horroroso que usa para se disfarçar.
Ele saiu do banheiro e foi para seu quarto tomar banho, mas se preveniu, trancando portas e janelas, para que ele não precisasse correr atrás dela novamente. Tomou um banho, tirando o cheiro ruim dela que impregnou em seu corpo. Voltou, limpo, cheiroso e vestindo um roupão, iria dar aquela loba fujona, omerecido tratamento.
Enquanto isso, Luz terminou de se lavar, rapidamente, no chuveiro do box. Vestiu o roupão felpudo que encontrou e nem se secou, correu para o quarto e testou as fechaduras, verificando que estavam todas trancadas. O jeito era se conformar e esperar o Alfa voltar.
Lucius caminhava pelo corredor, quando ouviu a voz irritante de Célia:
— Lucius! O que está acontecendo?
— Eu que pergunto: o que você faz aqui? Já te disse que não te quero mais se metendo em minha vida. — falou ele, se virando para encará-la com ar feroz.
— Claro que eu vim, assim que soube que você trouxe uma fêmea para esta casa. Somos prometidos, serei sua Luna, você não pode me envergonhar assim.
— Acho que demorei muito a tomar uma atitude e você foi ocupando espaço demais, que não devia, mas agora chega.
Ele foi se aproximando dela, com passos leves e devagar, como o predador que era e quando estava a um passo dela, ela viu que ele não estava brincando e tentou se afastar, mas ele só estendeu a mão, agarrou seu pescoço, apertando e levantando-a do chão. Desceu as escadas, saiu pela porta e jogou-a longe.
— Não se aproxime mais de mim ou da próxima vez, não sairá viva.
Ele entrou de volta em casa e deu de cara com Célia.
— Você a chamou, da próxima vez, te atiro lá fora, junto com ela, é isso que quer?
— Não, Alfa, mas ela será sua Luna…
— Ela nunca será minha Luna, eu detesto aquela fêmea e se ela provocar uma guerra entre mim e seu pai, eu a esgano com minhas próprias mãos. Isso vale pra você também.
Ele terminou de falar, caminhando rumo ao quarto, mas foi seguro pelo braço e parou, olhando com fúria para a mão que o segurou.
— Não se esqueça, em dois dias é a lua de sangue e você precisa de uma Luna, pode me rejeitar agora, mas vai me implorar para ser sua.
Antes que ele a pegasse, Célia correu, se transformando em sua loba e fugiu da fúria do Alfa. Ele olhou para a loba branca e lembrou da loba dourada e riu, o riso se transformou em gargalhada e ele se virou para ir ao quarto de sua Luna, seria uma surpresa para todos. Entrou no quarto e encontrou-a sentada na cama, vestida num roupão e com o cabelo desgrenhado. Quem respeitaria aquela mulher como sua Luna, se nem uma fêmea decente, parecia.
— Por quê estou presa?
— Parece óbvio.
— Quem é você?
— Não descobriu ainda?
— Somos companheiros e daí? Isso não lhe dá o direito de me prender. — Ela levantou-se e parou na frente dele, de braços cruzados.
Eles se fitavam olho no olho e Lucius ficou hipnotizado pelos olhos verdes dela, pareciam furtacor, uma hora mais claros, outra, mais escuros, ele nem se deu conta que ela o envolvia com uma dominância suave, que o fazia relaxar. Ele não percebeu quando a raiva se foi e a paixão chegou. Passou a mão por sua nuca e a puxou para experimentar seus lábios e assim que se tocaram, ela não conseguiu resistir, pois os hormônios exalados e combinados, falou mais alto e não só recebeu, mas retribuiu o beijo.
Aquela união de lábios macios que se tocavam e provavam, foi se intensificando e logo estavam em um beijo profundo, entregues a uma dança erótica, que os excitava e levava a procurar satisfação. Se entregaram a deliciosa sensação do toque e estenderam seus dedos por dentro dos roupões, se acariciando, em toques sutis, até que tudo se intensificou demais e ele a derrubou na cama, caindo sobre ela e ela despertou.
Ela empurrou ele, com tanta força, que ele caiu da cama e ela se encolheu na cabeceira. Ele se levantou, ainda envolvido pela excitação do momento e olhou para ela, magoado.
— Por que se nega a mim, somos companheiros?
— Eu sei, mas… não te conheço e não sei o que fará comigo.
— Ahhhhh, você é minha Luna, ficará comigo e me ajudará a cuidar da Alcateia.
— Mas eu não posso, você não me conhece, não sabe de onde vim e nem o que sou.
— Não, só sei que somos destinados e só procriarei com você e sua loba é a lendária e especial, loba dourada.
— Especial? Então é isso, você me quer por causa da Loba. Todos a querem, meu pai me vendeu por causa dela. O que me oferece?
— Não tenho que oferecer nada, você é minha e eu sou seu, somos um, juntos.
— Não me parece uma boa oferta. — Luz se arrastou pela cama e começou a andar pelo quarto, apertando o laço do roupão.
— Depois de amanhã, teremos a lua de sangue e eu preciso da minha Luna comigo, para me acalmar e eu não perder o controle, será que você consegue ficar comigo até lá?
Ele não sabia que tudo aquilo era uma crendice, mas Lua sim e aproveitou isso, para adiar seu momento de entrega, até lá, bolaria outro plano de fuga.
— Uma lua de sangue, não esperava por isso, você fez a proposta certa. Precisamos um do outro, só peço que espere até lá,para acasalarmos.
— Eu espero, mas quero que durma comigo, para ficar com meu cheiro. Sua loba está marcada, veja se há uma marca em você? Com meu cheiro e minha marca, você estará protegida, até a lua de sangue.
— Está certo, eu concordo, mas você não se assanhe ou te chuto da cama.
Ele olhou para ela e continuou achando-a feia e magra demais, se não fosse o laço de companheiros, não teria atração por ela, só precisava se controlar.
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Silvia Araújo
coitada
2024-11-15
1
Maria Helena Macedo e Silva
como ele queria que ela estivesse linda o esperando se foi criada como lixo e mercadoria.
2024-10-25
2
Suelen Andrade
tomara que não
2024-10-22
1