Capítulo 7. Compras

No dia seguinte, Luz voltou para a casa  vestindo o roupão e trazendo sua roupa, entrou, foi ao lavabo, vestiu-se e fez sua higiene, foi a cozinha e sentou, esperando. Lucius chegou, vestindo seu terno elegante, com a postura do CEO.

             — Bom dia! Aqui está o cartão de crédito e a senha, para as roupas. Compre o que precisar, estarei de volta para a festa da lua vermelha. 

              — Sim, Alfa. — respondeu Luz.

              Ele saiu em seguida, sem tomar café ou falar mais alguma coisa, Cleide olhou ele partindo sem sequer olhar para ela e olhou para a fêmea, irritada.

              — Você só faz mal a ele, por quê não vai embora logo?

              — Não se preocupe, só terá que me aturar até hoje a noite. Agora vou preparar e comer meu desjejum, para ir à vila, comprar roupa para a festa.

              — Se vai logo embora, fique aí, que preparo seu café.

              O café ficou pronto rápido e foi servido puro, com pão com ovo. Luz não reclamou, comeu o que lhe foi servido e saiu, chegando ao portão da casa, um segurança a esperava com um jipe e levou-a às lojas. Olhou todas elas e escolheu a que tinha roupas mais parecidas com seu gosto. Entrou e a atendente olhou para ela e foi chamar a dona e quem veio foi a primeira mãe que deixou o filho com ela.

              — Bom dia, creio que não temos nada do seu tamanho, no estoque, desculpe.

              — Eu devia daber que a vaca que me aprontou ontem, nãoe atenderia hoje. Que pena, peça desculpas ao Alfa. — Luz saiu rápido para não deixar a outra revidar.

              — Vamos para a cidade, não vou conseguir comprar nada aqui na vila. — faalou pata o segurança, que abriu a porta para ela, consentindo, sabia como aquelaa fêmeas eram rancorosas.

              — Talvez se a você não tivesse tratado mal os filhos delas, ontem, elas te tratassem bem hoje.

              — Vocês comem nas mãos delas, não é? Nem me perguntaram o que aconteceu e me julgaram sem me conhecer.

              — Então me conta o que aconteceu.

              — A dona dessa loja, chegou lá ontem e largou o filho na porta e saiu correndo. As outras chegaram em seguida e fizeram o mesmo. Você sabe o meu nome?

              — Não, desculpe, o Alfa não contou.

              — Pois é, nem elas sabiam e deicaram os filhos com uma desconhecida que acabou de chegar, por quê? Alguém deu a ideia, não fizeram isso sozinhas e cuideiuito bem das crianças, ensinei tido sobre a floresta, pata não se perderem e nem se ferirem e como elas me pagaram? Me difamando.

              — Se isso é a verdade, elas realmente foram cruéis e não só com você, também com as crianças, que ficaram com uma desconhecida. Peço desculpas por todas, uma delas é minha companheira e vou conversar com ela e por essa história em pratos limpos.

              — Não se preocupe, não ficarei tempo suficiente, o Alfa me convidou para a festa desta noite, por isso estou indo fazer compras.

              — Então, espero que escolha algo bem bonito, pois temos muitos machos precisando encontrar suas companheiras. A Célia é a prometida do Alfa, mas ele não a quer, esta é a última Lua vermelha, a grande oportunidade dele acasalar com sua companheira e ter uma Alcateia abençoada. 

              — Então, essa Célia tem se oferecido como vaca para o matadouro? — A risada estrondou dentro do carro e chegaram ao estacionamento do shopping, na cidade.

              Luz entrou, as lojas tinham acabado de abrir e ela procurou uma que fosse exclusiva, mas que tivesse roupas do seu gosto. Entrou e uma atendente a olhou dos pés a cabeça, ela pegou seu passe livre e mostrou a ela, acrescentando:

              — É sem limite, a única limitada sou eu. Quero um vestido para noite, festa ao ar livre e todos os acessórios.

              Foi atendida com esmero e escolheu um vestido simples, dourado fosco, de alças finas, justo até os quadris e saia godê que descia até os pés. Acompanhava uma sandália de tiras dourada e uma bolsa de mão, que ela não quis. Pagou e saiu, indo a uma loja de departamentos. Comprou roupas intimas e uma calça jeans e uma camiseta, não convinha levar muita coisa. 

              — Vamos — falou para o segurança — , acho que não preciso de mais nada.

              — É a primeira vez que vejo uma fêmea vir ao shopping e gastar tão pouco. — riram.

                Foram caminhando para a saída, mas uma loja chamou a atenção de Luz e ela parou para olhar e não resistiu, entrou e foi pegando o que queria, seguiu para o provador e quando saiu, estava vestida como uma motoqueira desbravadora: calça e jaqueta de couro, blusão e botas com fivelas. Toda de preto. Se olhou no espelho e gostou, só o cabelo que não combinou. Pagou no balcão e depois de tirar as etiquetas e se encontrou com o segurança.

              — Tenho que ir ao salão, acho que vamos demorar mais um pouco.

               — Sem problemas, depois almoçamos e vamos embora. Dará tempo até para descansar.

              Quando Luz saiu do salão, ele só a reconheceu por causa da roupa. Seus cabelos tinham um corte com a nuca mais curta e a franja mais longa, em tons de louro escuro e louro dourado. Sorriu para o segurança, que ainda não sabia o nome e passou a mão no cabelo.

              — Que mudança radical, ficou irreconhecível.

              — Essa é quase a cor natural,as sempre pinto de preto, para me disfarçar melhor.

               Ele franziu a sobrancelha, não entendendo o porque dela precisar se disfarçar. Levou-a para a praça de alimentação e entraram  uma churrascaria. Enquanto comiam, ele deu um jeito de perguntar:

              — Acaso você está fugindo de alguém?

              — Só de mim mesma. — respondeu e soltou uma gargalhada.

              Ele riu junto e deixou quieto, achou melhor não insistir. Deixaram o shopping depois das três horas da tarde e voltaram para o condomínio da Alcateia. Ele deixou-a na porta e não precisou ajudar com as bolsas, pois não eram muitas. Quando ela entrou, Cleide olhou para ela e as bolsas, primeiro se espantou por causa dos cabelos e depois riu.

              — Você é medíocre mesmo, com o cartão do Alfa e só comprou isso? E essa coisa que está vestindo, é de alguma gangue? — deu risada.

              — Que bom que não gostou, assim não me pede emprestado. Com licença. — Subiu as escadas, ouvindo a risada da pregada. — Vamos ver quem ri por último.

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