Capítulo 13. Capitão

Ele empurrou-a no sofá, rosnando e uivou, chamando seus betas, que quando chegaram e viram a mulher no sofá, entenderam que o plano não deu certo. Pararam, temerosos, distantes do Alfa e abaixaram a cabeça.

              — Pois não, Alfa?

              — Chamem o capitão Hamilton.

              Os dois iam sair apressados, mas o Alfa impediu e mandou que só um fosse e assim um saiu, perguntou aos outros:

              — Por quê vocês estão com tanto medo de mim? O que está acontecendo com vocês? — falou, com seu lobo querendo sair.

              — A equipe que o senhor mandou ir na tal cabana, está toda morta e antes de morrerem, disseram que o senhor preparou uma armadilha para eles. — confessou seu beta chefe de segurança.

              — Mas são um bando de idiotas mesmo. Não lhes ocorreu me perguntar?

              — Ficamos com medo, Alfa. — respondeu o outro.

              — Que equipe foi até lá? Não foi a que sempre anda comigo, pois se fosse, teria visto as armadilhas e não fui eu que coloquei. Idiotas, merecem morrer mesmo.

              — Olá, Alfa. É um prazer ouvir que não foi você e ver que está bem. — disse o Capitão ao entrar na sala, livrando os machos da bronca do Alfa.

              — Sim e ficarei melhor, quando entender o que está acontecendo.

              — Sua equipe, que sempre faz esse serviço, encontrou um grupo de caçadores no caminho e desencontrou da gente,  mas se comunicou com outros, que não estavam preparados para esse trabalho e pereceram. Pensaram que o senhor estava louco e tinha feito uma armadilha para eles. 

              — Se você tá sabendo de tudo isso, por quê mandou me dar tranquilizantes?

              — Não mandei.

              O Alfa voltou a olhar para a mulher, que se encolheu no sofá e ordenou que a trancassem em uma cela, até que pudesse interrogá-la. No momento, precisava saber como estava o caso e cuidar de Luz, que não parecia nada bem.

              — Como ficaram as coisas por lá, capitão. Descobriram o que ela injetou em Luz?

              — Graças a você, descobrimos mais um laboratório clandestino e a doutora que matou, era a chefe desse laboratório e comandava as pesquisas genéticas e de controle de suas criações, para que fossem usados como armas. Foi isso que um dos cientistas que pegamos, nos contou.

              — Obrigado, capitão. Agora preciso levar a fêmea para repousar, não sabemos o que foi injetado nela e ela não parece bem.

              — Respondendo sua pergunta, encontramos anotações na cabana dela e de acordo com o que ela injetou em vocês, um dos nossos médicos, enviou um medicamento contra efeito do que vocês receberam. Você confia em mim?

              — Trabalhamos juntos a muito tempo atrás desses laboratórios, mas depois de tantas traições, tenho minhas desconfianças. — Enquanto ele falava, Luz caiu de lado na poltrona, desmaiada.

              — Ela precisa do tratamento, deixa eu aplicar, pelo menos, nela? — implorou o capitão, que sabia da gravidade do que injetaram nela.

              — Está bem, ela realmente, não parece nada bem. 

              Ele esperou o Capitão aplicar o dispositivo de pressão no braço dela e percebeu que logo a cor voltou ao seu rosto, ela abriu os olhos, ainda sonolenta e ele pegou-a no colo e levou-a para um dos quartos, deitando-a na cama. Colocou-a confortável e saiu para continuar sua conversa com o capitão.

              Ao chegar na sala, pediu que tirassem a mesa com o chá, da sala e preparassem algo mais substancial para eles e se voltou para Harold, que era humano, mas um grande amigo. Se conheceram quando ele descobriu um cientista rondando suas terras e conversando com seus lobos e logo em seguida, seus lobos começaram a sumir e em sua busca, encontrou a equipe do capitão, à procura do mesmo cientista e encontraram.

              Desde então, estão sempre em contato, para descobrir outros ataques e a suposta cura para o Alfa e ele nem sabia, que seu maior impedimento para que fosse curado, estava ao seu lado. Agora que descobriu e acabou com o problema, esperava ficar bom e descobrir se ficaria ou não com Luz.

              — Que tal você tomar o seu antídoto agora, eu ficarei contigo até que passe o efeito.

              — Será, Harold, que vai funcionar e não piorar tudo?

              — Pior não pode ficar, amigo.

             Jason esticou o braço musculoso e Harold aplicou o tal antídoto. Não teve um efeito como em Luz, mas ele sentiu que a queimação constante e a agitação, passaram e sorriu. Aquilo era muito bom, tanto por sentir-se bem como a anos não se sentia, como por ter um amigo em que podia confiar.

              — Agora que estou bem, me conte: o que encontrou sobre a ligação da empresa do Alfa Lucius, com o laboratório que descobrimos? — Até se deleitou, antes mesmo de daber o que era.

              — Aquela parte da floresta, não faz parte de nenhuma Alcateia, mas descobrimos que pertencem ao sócio da empresa de tecnologia de Lucius e tudo indica que este sócio,  financiava o laboratório. Nós já pedimos a policia para interrogá-los e isso já está sendo providenciado.

              — Qual o interesse desse sócio, como é o nome dele?

              — Klaws Landon.

              — Então é ele, aquele miserável. Ele sempre quis ter mais poder que todos os Alfas e deve ter investido em alguma pesquisa para isso.

              — Talvez, você seja a cobaia da pesquisa dele, não é atoa que você é tão forte e tão temido.

              — Você quer dizer descontrolado, não é? — Jason já estava nervoso e andava de um lado para o outro, mas não estava descontrolado e notou isso.

               O capitão também notou e ficou feliz por aquele homem, que todos consideravam tão mau e na verdade, era uma vítima da maldade alheia. Ele tinha aprendido a gostar do Alfa, quando percebeu a bondade e preocupação que ele tinha com sua alcateia e como cuidava sempre bem de todos os mais fracos. Apenas se descontrolava, sem motivo aparente eatava sem piedade, sem contar nas fêmeas que usou e descartou, sem nenhuma dignidade.

              Agora que sabem o motivo e está tratado, todos conhecerão o verdadeiro Jason. Só não sabiam se aquela fêmea que ele trouxe, era sua companheira, pois pelo que sabia, era companheira de Lucius e ele estava louco atrás dela. Só esperava que os dois não brigassem, pois podiam vir a ser grandes amigos e até trabalharem juntos, para desbaratar aquelas empresas de pesquisa, que faziam experiências clandestinas e ilegais, misturando os genes humanos com os de animais.  

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