Lucius já havia se desesperado, se acalmado e se desesperado novamente. Uivou para a lua, rosnou para seu bando e correu para todos os cantos da floresta, tentando encontrar sua companheira. A decepção por ter encontrado e perdido sua companheira, o fazia se culpar e martirizar, o tempo todo e sua aparência desleixada, correspondia ao seu desespero.
Cleide estava sempre na vigilância, sabia que agiu mal com sua Luna e sentia-se em dívida com o Alfa e não deixou seu companheiro voltar com ela para sua Alcateia, implorando para ajudarem o Alfa Lucius. Seu macho não gostou, mas concedeu e ficou, para melhor conhecer os costumes daquela Alcateia. Foi assim que receberam notícias importantes e ela foi correndo contar.
Entrou na casa do Alfa correndo e não dando oportunidade dele reclamar, contou sobre o laboratório clandestino e o paradeiro da Luna. Lucius ficou desnorteado, querendo sair do jeito que estava, para correr até sua Luna e trazê-la de volta para casa. Foi preciso Cleide trazê-lo a razão:
— Pare, Alfa. Se acalme, vá tomar um banho e se arrumar. Você não quer se apresentar nesse estado a sua fêmea e principalmente, na Alcateia de seu rival.
— Meu rival? Então foi ele que a encontrou? Eu mato aquele desgraçado, se ousou tocar nela! — terminou de falar correndo pelas escadas e foi se arrumar.
Quando ele desceu, era outra pessoa, voltou a postura do CEO importante e firme, mas estava com visitas. Era a Polícia Federal, que o requisitou para esclarecimentos.
— O senhor terá que nos acompanhar até a agência, senhor Wolfgang.
— Por quê isso agora, preciso ir resgatar minha mulher! — Estando com os humanos, se comportava e falava como eles, todo cuidado era pouco.
— É uma ordem judicial legítima, senhor. Sua empresa foi citada como associada ao laboratório clandestino. — informou o delegado, que veio lhe buscar — Não estamos lhe prendendo, é apenas uma condução coercitiva para esclarecimentos.
Lucius compreendeu que precisava resolver essa questão primeiro e consentiu em ir, mas primeiro, pediu a Cleide:
— Vá para lá com seu companheiro, pode usar o helicóptero, vou avisar Osnir, cuide de minha companheira, por favor.
— Sim, Al…senhor, é o mínimo que posso fazer.
O Alfa acompanhou o delegado e haviam vários observadores da Alcateia, do lado de fora da casa. Lucius enviou uma explicação, através da ligação mental, esclarecendo o que estava acontecendo e depois falou só com Osnir, pedindo que providenciasse tudo para a viagem de Cleide e a acompanhasse para o resgate da Luna e não admitia fracasso.
Ao chegarem na delegacia, encontrou Célia lá e ficou desconfiado. Logo o delegado o pôs a par do que estava acontecendo e lhe mostrou alguns documentos de investimentos, em nome da empresa, assinados por seu sócio, pai de Célia. Ele franziu a testa e olhou para Célia, que até então, ficou calada.
— Não sei nada sobre isso, delegado, só ele pode lhe dar informações. Nossa sociedade na empresa é para fins jurídicos, mas eu coordeno a parte tecnologica e ele, a jurídica, nem sempre temos os mesmos investimentos. Não misturamos os dois setores. Onde está seu pai, Célia. — perguntou, olhando para ela e exalando sua dominância, que a fez se encolher na poltrona.
— Não sei, ele sumiu assim que soube que descobriram o laboratório.
— Se o senhor concordar, delegado, vou enviar alguns homens atrás dele e farei uma auditoria no setor dele da empresa.
— Já estamos atrás do paradeiro do seu sócio, mas agradeço se encontrar algo na empresa. Não encontramos nada relacionado a sua pessoa, só a empresa, então, toda informação que puder nos dar, é válida.
— Vou agora mesmo para a empresa, levarei Célia para ajudar, ela deve saber de alguma coisa ou pelo menos, como funciona a cabeça de seu pai, já que trabalha com ele.
O delegado concordou e Lucius, mesmo não gostando, precisou ir para a empresa. Seguiu direto para o andar de seu sócio e encontrou os funcionários alvoroçados e se comunicando com alguns dos seus, soube que seu sócio estava lá, picando documentos na sala de arquivos. Correu para lá, já chamando a segurança, que chegou logo atrás e detiveram o homem.
Não foi fácil detê-lo, afinal, ele era um Alfa, porém, Lucius era muito mais forte e o dominou. Levaram-no para a delegacia e Lucius olhou feio para Célia e mandou-a ir junto. Foi até as pastas que restaram e viu que estava tudo ali, preto no branco, o conluio dele com os laboratórios de pesquisas genéticas e todo o capital que investiu. Ficou intrigado em saber o que levou um Alfa a investir nesse tipo de pesquisa macabra.
Ele não percebeu que Sônia, a irmã mais nova do seu sócio, estava oculta em um canto, só observando tudo, para ver o que poderia usar depois, a seu favor, já que não conseguiu fisgar o lobão.
*
Enquanto isso, Luz, depois que o Alfa Jason deixou-a sozinha, ainda sonolenta, levantou-se e foi olhar pela janela. Viu que não haviam grades e podia saltar por elas, mas haviam dois incovenientes: estavam rodeados por floresta, que ela não fazia ideia de onde era e estava muito debilitada para empreender uma fuga. Resolveu esperar. Foi para o banheiro e preparou um banho de banheira.
Nunca teve esses luxos, até conhecer a banheira da casa do Alfa Lucius e resolveu aproveitar. Enquanto a banheira enchia, chamou por sua loba e conversaram:
— " Oi Luzia, como você está?"
— " Estou bem, apesar da toxina ainda não ter sido toda eliminada."
— " Então, Bella era mesmo uma cientista e nos fazia de cobaia?"
— " Isso explica o porque eu sempre me sentia fraca, depois de estarmos com ela. As injeções que ela aplicava enquanto você dormia, eram para me enfraquecer."
— " Por quê você nunca me contou?"
— " Porque também achava que ela era nossa amiga. Você confia no Jason? "
— "Não, e assim que estivermos mais fortes, darei um jeito de fugir. Mas enquanto isso, vou ver se descubro mais algumas coisas. Bella falou que aquele resplendor sobre você, no dia da comemoração, foi efeito das ervas que eu estava tomando para disfarçar o nosso cheiro. Só que não podemos mais acreditar em tudo que ela falou. "
— " É verdade. Mas se nós fomos criados em laboratório, é meio estranho este papo de magia. "
— " Exatamente sobre isso que quero investigar, pois se nos criaram em laboratório, como somos duas em uma? Vou relaxar agora, minha única e verdadeira amiga, vamos descansar e nos alimentar bem, para podermos fugir."
Luz entrou na banheira cheia d'água, coberta de espuma dos sais que colocou e relaxou, deitada. Jason entrou no quarto com uma bandeja de comida e percebeu que ela não estava na cama. Depositou a bandeja na mesa e foi olhar o banheiro, abriu a porta devagarinho e espiou. Sorriu ao vê-la relaxada e coberta de espuma, então saiu, silenciosamente e resolveu fazer o mesmo, agora que o capitão se foi, estava livre para concluir seus intentos.
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Silvia Araújo
de lobo mau a bonzinho, é
2024-11-15
1
Maria Helena Macedo e Silva
esse alfa não tem radar para captar outros próximos ou se aproximando🤦
2024-10-25
1
Suelen Andrade
família de cobra
2024-10-23
1