Ao levantar-se no dia seguinte, Luz foi ao guarda roupa e sua roupa reserva estava lá, terminou seu asseio matutino e vestiu-se, descendo para tomar seu café. Seguiu direto para a cozinha, pensando no que faria e surpreendeu-se por encontrar a mesa posta e Lucius sentado, comendo.
— Bom dia.
— Você está melhor?
— Sim, ainda sinto um pouco de tontura, mas vai passar, assim que meu organismo liberar todas as toxinas. — sentiu que falou demais, estava nervosa.
Luz não sabia que as ervas que tomava para se camuflar, a protegiam até de si mesma e agora sente todos os aromas e todas as emoções como realmente são. Não tinha coragem de olhar para ele, pois percebia seu aroma de macho e isso a excitava. Ele estava frio, como se não fizesse caso da presença dela.
— Hoje é folga no escritório, quer fazer alguma coisa. Podemos ir às compras, sei que não comprou muitas coisas para vestir.
— Obrigada, preciso mesmo de roupas. — Ela sentou-se e iniciou a servir seu café.
Lucius olhou para ela se servindo e se lembrou que devia ter feito isso para ela. Mas não tinha vontade e não faria isso obrigado. Ficou observando ela se servir de ovos com bacon frito e café com leite. Pelo menos, aprenderia sobre o que ela gosta de comer.
— Você voltou logo para o quarto, ou ficou na floresta?
— Voltei, resolvi viver uma vida normal e isso significa não dormir mais em galhos de árvore. — disse ela, comendo.
— Isso é ótimo.
— Deixe o cartão, que vou até a vila.
— Eu levo você.
— Eu vou sozinha, não se preocupe.
Luz não queria que ele estivesse presente, quando se deparasse novamente com a dona daquela loja.
— Somos companheiros, acasalamos e nos marcamos, não adianta fugir disso, é destino.
— Você está confundindo vida real com fantasia. Nós nos reconhecemos pela libido, pelos aromas de nossos hormônios e não por alguma magia ou poder da lua.
— Mas e o que aconteceu na noite da lua de sangue. Você parecia estar brilhando, com poder emanando de você. Sem falar no raio forte da Lua de sangue, que desceu sobre nós.
— Minha amiga Bella, que agora sei que era uma cientista, disse que foi um efeito das ervas que eu tomava para me camuflar, mas agora, sei que ela injetava outras drogas em mim, o Jason contou que viu ela fazendo isso.
— Você acreditou naquele crápula?
— Foi ele que me salvou. Ele me comprou do meu pai, porque acreditou na fantasia da loba dourada, mas agora sabe que é só uma história inventada.
— Mas a luz do luar não foi uma ilusão, todos vimos.
— Foi porque ela estava exatamente sobre nós e não havia nada no caminhão. Não tem nada a ver com magia.
— Como você pode ter certeza?
— Porque pelo que sei, fomos criados pelos cientistas e deve ter uma explicação para tudo que acontece conosco.
— Você não acredita nos companheiros destinados?
— Acredito na combinação entre os hormônios.
— Então não confia que somos destinados? Por isso se deixou tocar por outro macho? — acusou ele, sem medir as palavras.
— Ai, me deixa comer, você nem gosta de mim, por quê faz tantas perguntas?
— Porque acredito no laço de companheiros e quero que dê certo entre nós.
— Então se esforce mais. Me aceitar só porque somos compatíveis, não vai me fazer menos feia — olhou para ele com uma careta de desdém.
Ela se levantou e saiu, acabando com a discussão. Ele nem sequer olhava para ela direito, pois achava ela feia e embora estivesse linda na noite do acasalamento, sem toda aquela arrumação, continuava feia. O cabelo desgrenhado, as roupas simples, sem maquiagem ou qualquer dos subterfúgios que as mulheres usam.
Feia.
Ele ficou olhando para o vazio que ficou depois dela passar e não acreditou no que conversaram. Se fosse como ela disse, por quê ficariam juntos, se não são destinados a ficar juntos, para que se sacrificar. Mas algo ficou plantado dentro dele, quando sentiu que ela era pura, ao penetrar seu corpo virgem. Sentiu como se ela estivesse se guardando para ele, mas ao tomá-la para si daquela maneira, sem carinho, só para protegê-la e a si mesmo, foi como se nada houvesse entre eles.
*
Luz saiu pela porta e foi direto para a vila da Alcateia, esquecendo que era dia de folga e estava tudo fechado, mas no caminho, viu as crianças brincando e algumas a reconheceram e correram para ela.
— Tia, tia, podemos brincar novamente?
— Lá na floresta, tia, podemos?
— Ensinei umas coisas pra minha mãe e ela não acreditou que eu sabia, a gente devia levar ela.
Luz olhou para as crianças e lembrou o dia agradável que tiveram e que foi estragada por mentiras e acusações. Se abaixou e olhou para cada uma com carinho, passou a mão em suas cabeças e falou:
— Seus pais não querem que eu fique mais com vocês, eles não gostaram de eu ter levado vocês para a floresta, eles acham perigoso.
— Mas, tia, a gente aprendeu tanto e foi divertido. — disse o menino que respondeu ao Alfa, da primeira vez.
Ela se ergueu, olhou para a floresta e voltou a olhar para eles.
— Vamos esperar e ver o que seus pais dirão sobre isso. Agora voltem para suas brincadeiras.
Lucius percebeu ela conversando com as crianças e se ocultou atrás de umas folhagens, ouvindo.
— " Então ela cuidou mesmo das crianças e ensinou a conhecer a floresta e acusaram ela injustamente. Vou tirar essa história a limpo." — pensou o Alfa e saiu detrás da planta.
Ele foi até ela e a chamou, ela se virou para ele e perguntou:
— O que foi?
— O shopping está aberto, vamos lá, quero comprar outro vestido bonito, para substituir o que rasguei. Vamos?
Ela olhou para ele e realmente precisava de roupas, então aceitou e foram, juntos, fazendo uma trégua. Chegaram ao shopping e foram direto à loja onde ela comprou o vestido. Ele a fez experimentar vários vestidos, enquanto ficou sentado, apreciando e comprou os que achou bonito e ela obedeceu, experimentando tudo, não gostou da atitude dele, mas na frente das vendedoras, ficou quieta.
Saíram da loja, cheios de sacolas e ela fez ele carregar tudo para o carro e ficou em uma loja de departamentos. Quando ele voltou, ela já estava com uma sacola cheia e encheu mais duas e ele carregou e quando chegaram no caixa, ele pagou tudo como um bom garoto. Luz se perguntou, se Cleide ficaria satisfeita com essas compras.
— Podemos almoçar aqui? — ela perguntou, lembrando das primeiras compras que fez.
— Não, vamos comer em um restaurante.
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Silvia Araújo
ela vai ficar linda ainda espero
2024-11-15
1
Kerollen🌺
Queria tanto que ela desse um pé na bunda dele
2024-11-09
1
Kerollen🌺
E ainda reclama quando ela foge.
2024-11-09
1