Ficaram só os dois na sala e o Alfa começou sua fala:
— Agora nós. O que você pretendia, pedindo para cuidar das crianças e levando elas para a floresta, ficou maluca. Você acabou de chegar e já se meteu em confusão e o que é pior, colocando a vida das crianças em perigo. Não dá pra ficar quieta até amanhã? Depois eu passo um tempo com você, mostrando a floresta e dizendo os lugares que pode e não pode ir, mas antes disso, fique em casa e não cause confusão.
Luz estava parada, em sua pose clássica de braços cruzados e não falou nada. Percebeu que não adiantava, ele já tinha formado sua opinião e confiava nos seus e não nela, uma recém chegada. Percebeu que Cleide estava ouvindo, escondida atrás da porta que dava para a cozinha e não ia lhe dar o gostinho de ver ela batendo boca com o Alfa. Quando percebeu que ele terminou de falar, perguntou:
— Terminou? Tô cansada, com fome e preciso de um banho.
— Como é? Você sequer vai se desculpar pelo que fez?
— Vá pedir para a sua governanta que se desculpe, com licença.
Ela se virou e começou a se retirar, mas ele foi mais rápido e a puxou pelo braço, soltando sua dominância de macho Alfa, mas não fez efeito nela.
— Você não pode me dar as costas desse jeito e sair andando, me deve uma explicação.
Ela não teve dúvidas, deu um pisão no pé dele, mordeu a mão que a segurava e acotovelou suas costelas, ele a soltou, se inclinando e ela correu porta afora. Correu o mais rápido que pôde, tirando a roupa para não rasgar, pois era a única que tinha. Conseguiu chegar à floresta, com ele vindo atrás, mas a uma certa distância. Ela se transformou, depois de esconder suas roupas e correu, sumindo em meio a mata. Ele ficou perdido, pois não viu para onde ela foi e nem seu cheiro, sentia.
Ele não percebeu o jogo dela, pois ela sempre foi uma expert em fugas e disfarces, usou as sombras, sons e plantas da floresta, para se camuflar e quando ele se aprofundou na floresta, ela deixou seu esconderijo e voltou para casa, pulou pela sacada, direto para o quarto e voltando a forma humana, tomou um banho, vestiu o roupão e foi para a cozinha, continuava com fome.
— Mas, o que faz aqui? — perguntou Cleide.
— Vim comer, estou com fome. — mexeu no que estava na panela sobre o fogão, cheirou e achou ótimo.
— Mas estão todos lhe procurando lá fora!
— Estão procurando no lugar errado, por isso ainda não me encontraram. — Estava colocando o assado de cordeiro com legumes no prato, enquanto falava.
— Não devia estar comendo a comida do Alfa, tem que fazer a sua própria.
— Minha fome não deixa. Agora me deixa comer em paz.
Cleide saiu, foi até a varanda que dava para a floresta e deixou sua loba uivar, avisando que a fêmea criminosa, estava em casa. Logo o Alfa estava de volta e Cleide amava aquela cena, do lobo chegando e voltando a forma humana, nu em pelo, exibindo aquele físico perfeito, toda sua protuberância masculina e força muscular.
Cleide era uma das fêmeas com mais maturidade da Alcateia, mas era esbelta, com a pele lisa e cabelos sedosos, que estavam sempre presos, para mostrar austeridade. Era sempre firme ao servir seu Alfa e nunca o cobiçou, agindo com discrição e sabendo que deveria respeitar sua futura Luna, que acreditava ser Célia, mas não estava morta e gostava de apreciar um macho bem dotado.
— Onde ela está, Cleide? — perguntou ele, vestindo uma calça de moletom, que ficava à disposição, próximo às portas e janelas.
— Na cozinha, comendo a comida que fiz para o senhor — foi falando, seguindo o Alfa —, é uma desaforada, isso sim.
Lucius não prestou atenção ao que Cleide falava, seguindo para a cozinha, enfurecido. Parou ao lado da mesa, onde Luz terminava de comer e ficou olhando para ela de braços cruzados. Antes que ele começasse a desabafar sua fúria, ela cobrou, sem olhar para ele.
— Você me caçou, me capturou e me trouxe para esta casa, me deixou à mercê dessas fêmeas malucas, que pensavam que eu era uma otária. Estou aqui de roupão, porque me trouxe sem minhas coisas e ainda não me deu o básico. A empregada me trata com desdém e me manda fazer a própria comida. Não estou reclamando, esta casa é muito melhor do que tudo que já tive na vida, mas se quer que eu participe da festa de amanhã, preciso de uma roupa.
Ele perdeu a pose, o discurso dela mostrou a ele o quanto foi indelicado com sua fêmea. Sempre observou o tratamento dos machos com suas companheiras e davam tudo a elas, até serviam suas refeições e faziam questão de apresentá-las a todos, mas ele estava com vergonha dela e não contou para ninguém, só Osnir sabia e pediu para que não contasse a ninguém.
— Vou mandar um dos guardas levar você ao comércio da Alcateia. Lá, você encontrará tudo que precisa. Vou tomar um banho, você me deu uma canseira e quero saber como desapareceu e chegou aqui sem que eu percebesse.
— Não vai comer, Alfa? — perguntou Cleide.
— Primeiro vou me refrescar, já desço. — saiu enquanto respondia.
Luz levantou, lavou o prato e o talher que usou, bebeu água e saiu, não foi para o quarto, voltou para a floresta e subiu em uma árvore, deitando na junção de dois galhos largos e se encolhendo, dormiu. Lucius voltou a cozinha e Cleide o esperava para servi-lo.
— Onde ela está, já subiu? — perguntou ele, não gostando dela não tê-lo esperado.
— Não sei, Alfa. — respondeu ela, com pouco caso.
— Ela disse que estava cansada, deve ter ido se deitar. Traga a comida.
Ele comeu rápido e se retirou, doido para sentir o corpo e o cheiro de sua companheira, mesmo feia, era sua e sentia-se completo com ela. Entrou em seu quarto, olhou para a cama, mas ela não estava lá, foi para o quarto amarelo e a cama estava arrumada. Olhou quarto por quarto e não a encontrou. Chegou a conclusão de que ela se ocultou de novo, mas lembrou que ela disse que iria à festa, então se conformou e foi dormir.
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Atualizado até capítulo 58
Comments
jane
que raiva quando ele acha ela feia kkkk
2025-02-07
1
Fatima Monjane
nao ouviu nada do que ela disse?acorda machista antes que seja tarde
2024-11-25
1
Silvia Araújo
adorooo
2024-11-15
1