Mais um tapa na cara da realidade

Acordei com Thanatos acariciando meu rosto com cuidado. Tinha um sorriso enorme estampado, eu perdi alguma coisa?

— Essa é uma das melhores cenas que vi nos últimos anos. — Thanatos sussurrou.

— Acho que minha alma não baixou ainda. Não estou entendendo. — Realmente estava confusa.

— Papai? — Beatriz disse bocejando.

— Oi, meu amor. Teve pesadelo? — Thanatos conhecia bem a rotina da filha, era óbvio.

— Sim — Beatriz respondeu.

— Quer dormir aqui com a gente hoje? — Thanatos acariciou o cabeça da sua filha que apenas concordou com acenando.

— Pode me esperar um tempo com Sarah? Irei tomar um banho e volto para dormir com vocês. — Thanatos disse estupidamente animado.

A menina não deu qualquer resposta, apenas se abraçou com aquela boneca e fechou os olhos. Eu não fazia ideia do que deveria fazer naquela situação. Então, apenas esperei aquele que deveria ter as respostas terminar um banho infinito.

— Ainda está acordada? — Thanatos perguntou enquanto se aproximava vestindo apenas uma calça de moletom.

— Estou um pouco confusa. — Confessei.

— Com o quê? — Thanatos disse enquanto se deitava, deixando a Beatriz entre nós dois.

— A situação. Não sei como deveria agir. Se fiz algo errado. Se está tudo bem. — Eu realmente nem tinha certeza se deveria ter aberto a porta e deixado a menina me encontrar.

— Está tudo bem. Amanhã conversamos sobre suas dúvidas. Podemos dormir? Eu estou cansado e a Beatriz tem um sono bem leve. — Thanatos pediu me dando um beijo rápido nos lábios e abraçando a filha.

Juro. Aquela cena parecia tudo, menos de um dono do morro que deveria ser assustador. Na verdade, ele faz questão de me lembrar esse detalhe várias vezes. Dessa vez, eu demorei um pouco mais para adormecer. Quando acordei, nenhum dos dois estavam na cama. Olhei a hora e me dei conta que estava atrasada para trabalhar. Tomei um banho rápido. Vesti a saia longa creme combinei com uma blusa branca. Desci correndo as escadas olhando meu celular. Tinha várias mensagens dos meus pais e uma de um número desconhecido.

" Dormi fora hoje. Vou direto para clínica. Beijos, cunhada"

Ah! Jade havia enviado mensagem ontem a noite. Eu estava cansada, nem olhei o celular. Na verdade, nem sabia que ela tinha meu número, pelo menos, não lembro de ter dado, mas acho que Thanatos passou para ela. Fiz um sanduíche para comer na clínica e corri para lá.

Quando cheguei, Jade e Letícia já estavam lá. A recepção estava totalmente lotada. Pensei que tínhamos agora hora marcada.

— Jade, bom dia. Desculpa o atraso, a noite foi um pouco... inusitada? Beatriz teve um pesadelo, você e o Thanatos não estavam em casa. Bem, de qualquer forma, porque temos tanta gente aqui? — perguntei confusa.

— Não atendendo ninguém a tarde. Então pedi que uma parte viesse pela manhã e outra a tarde de ontem. Você terá que atender entre um marcado e outro encaixe de ontem. — Jade me surpreendeu com essa resolução.

— Obrigada! É perfeito! — Falei para ela e me virei para as pessoas que esperavam. — Desculpem o atraso, tive um pequeno imprevisto. Começarei os atendimentos.

Tentei atender o mais rápido possível, algumas pessoas tinha que demorar mais, mas boa parte eu fazia o pedido dos exames e pedia para que marcassem na recepção. Com o alto fluxo que estávamos, não tinhamos como fazer os exames essa semana já, apenas a próxima.

— Sarah, pode vir aqui rapidinho? Precisando de você. — Letícia disse da porta enquanto eu estava atendendo um senhor.

— Certo. Irei em um minuto. Então, você precisa fazer estes exames. Jade vai marcar o exame e retorno. Me desculpa pelo atraso. — Eu precisava terminar a consulta antes de descobrir o que estava acontecendo lá fora.

— Eu que agradeço, doutora. Você é um anjo. Deus te abençoe. — O senhor disse andando com dificuldade até a porta. Eu corri para ajudar, mas ele disse que não precisava.

Peguei meu celular, fui descobrir o que estava acontecendo, a recepção que estava sempre barulhenta havia se silenciado, o que me fazia ter certeza que algo tinha acontecido.

— O que foi? — perguntei para Jade.

— Na sala de procedimentos, Letícia está lá com a paciente e a ficha. — Jade respondeu antes de dar atenção ao senhor que entregava os papéis que eu havia dado a ele.

Entrei na sala, me bateu a lembrava de ontem, mas para minha surpresa, só havia uma maca na sala. Thanatos retirou a antiga? Na outra maca havia uma menininha pequena ainda de farda, ao lado dela havia uma professora que estava absurdamente nervosa.

— Bom dia, me chamo Sarah, sou a médica da clínica. Como posso ajudar? — Perguntei, mas já olhando se havia sangue como ontem. Para meu alívio, não havia, apenas a menina estava absurdamente pálida.

— Bom dia. Obrigada por nos atender. — A professora disse, bem, eu acho que é, já que usa a farda com seu nome e o título bordados.

— A paciente se chama Amanda, ela tem seis anos. Quem trouxe ela foi a professora, ela estava em uma creche da comunidade. Já contactei a mãe, na verdade, a avó, ela está a caminho. — Letícia explicou. Só esqueceu de falar o mais importante.

— E o que trouxe a menina aqui? — Perguntei já me aproximando da menina. Olhando a ficha que estava em uma prancheta em cima da cama.

— A professora está preocupada, a garota desmaia sempre na escola, normalmente, na segunda-feira. Não fazia ideia do que fazer. — Letícia explicou.

— Ela apenas desmaia? Sem nenhum outro sintomas? — perguntei para professora.

— Se sente enjoada, uma leve dor no estômago, mas nunca vomita. Desmaia, pálida e fraca, mas também só acontece na segunda. Me pergunto se ela tem alergia a algo. — A professora me respondeu.

— Letícia, pode fazer um teste de glicemia nela, por favor. A pressão dela está mais baixa que deveria para uma criança. O pulso também está irregular. — Eu não conhecia nenhum doença pontual que escolhia o dia para atacar. Primeiro preciso lidar com os sintomas, depois descobri o que acontece.

— Será que a família dela está envolvida com drogas? Todos na escola falam sobre isso. A menina passa a semana na escola. Chega às sete da manhã e volta para casa umas seis da noite. Talvez no final de semana ela tenha acesso a drogas e por isso passa mal. Se fala muito isso na escola. — A professora disse. Eu não sei se ela entendia a gravidade do que estava falando. Era o suficiente para ter a família investigada. Faz sentido, mas a criança não parecia está com sintomas de abstinência.

— A glicose dela está baixíssima! Nunca vi uma tão baixa. — Letícia gritou nervosa.

Poderia ser hipoglicemia? Não faria sentido, a menina só passa mal na segunda. Era mais fácil a alternativa das drogas. Acho que vou perguntar a Thanatos, ele deve saber de todos, quem é envolvido ou não com drogas. Enquanto isso, deixarei a menina aqui.

— Coloque ela no soro glicosado. Volto já. Se algo mudar me chame. — Falei batendo a foto da ficha e mandando para Thanatos.

Sarah: Conhece essa menina e sua família? Ela não está nada bem, a professora chegou com a teoria que poderia ser possível que a família estivesse metido com drogas, por isso que a menina passava mal quando voltava do final de semana, por ter mais acesso.

Thanatos: Não, impossível. Os pais dessa menina morreram tem um tempo. Ela e os irmão estão sendo criados pela avó. Não tem como ser drogas. A avó cuida sozinha dos seis. Vou investigar mesmo assim. Não deixe a menina sair da clínica até que eu libere, ok?

Sarah: Ok.

Atendi mais uma pessoa. Era o tempo do soro fazer efeito. Assim poderia conversar ao menos com a garota. Saber exatamente o que ela estava sentindo. Finalizei a consulta e voltei para a sala de procedimentos. A menina já estava sentada na cama, ainda bastante pálida.

— Olá, Amanda. Me chamo Sarah, tudo bem? Eu sou médica. Podemos conversar um pouco? — Eu sorri para menina que me olhou confusa.

— Não se preocupe, Amandinha. A doutora é muito boa. Pode falar com ela. — A professora disse para menina.

— Eu gostaria de saber o que você sente antes e depois de desmaiar. — Perguntei. Estava suspeitando que poderia ser epilepsia, mas que gatilho teria apenas na segunda para desencadear uma crise?

— Tenho vontade de vomitar. Ah! Eu também tenho muito sono. — Amanda respondeu.

— Isso antes ou depois de desmaiar? — Perguntei.

— Antes. Depois ainda continuo sentindo, o sono não é tão grande, a vontade de vomitar é enorme. — Amanda respondeu.

— Entendi. Letícia, refaça o exame de glicose dela. Coloque outro soro. Lento dessa vez. Ela ainda está muito pálida. Você lanchou já? — perguntei. Não sabia o que era exatamente, mas não parecia em nada com reação a drogas. Preciso prender a menina aqui até descobrir o que é.

— Não. — Amanhã respondeu balançando a cabeça

— Ela passou mal antes da hora do lanche. — A professora explicou.

— Eu trouxe uns sanduíches. Também não comi ainda. Podemos comer juntas, o que acha? — Eu realmente estava com fome e seria uma desculpa para eu ganhar tempo até Thanatos me explicar algo ou a avó da criança aparecer.

— Eu posso? — Amanda perguntou tímida.

— Vou pegar. Letícia, pode ir almoçar por enquanto. Diga para que Jade faça o mesmo. Eu fico aqui com elas. — Já estava na hora do almoço

— Licença, você pode ficar com a menina até a avó chegar? Eu preciso voltar a trabalhar. O segundo turno é em outra escola. — A professora disse parecendo inquieta.

— Tu tudo bem. Anote meu número. Assim pode confirmar onde e quando a avó chegou.— Liberei a professora.

A professora agradeceu, se despediu da menina e de mim antes de sair sem nem olhar para trás. Eu trouxe os sanduíches e comecei a conversar com a menina.

— Amanda, o que você faz no final de semana? Quando não precisa de ir para escola. — Perguntei na esperança que a menina solucionasse o mistério.

— Brinco com meus irmãos e a vovó. De vez enquando, vovó nos leva para o asfalto. — Amanda respondeu comendo animada o sanduíche.

Se as drogas forem descartadas, pode ser... Falta de vitaminas. Algumas deficiências poderiam provocar. O que não se encaixa é o dia. Porque passaria mal apenas na segunda?

— Licença. Sou Greta, avó de Amanda. — Disse uma senhorinha que estava ofegante.

— Obrigada por vir, eu sou Sarah. Médica que está atendendo Amanda. Se sente um pouco, vou pegar um pouco de água para senhora. — Eu falei. Tinha como aquela senhora ofegante, por volta dos seus setenta anos está drogando seus netos ou vendendo drogas? Toma fábrica? Não encaixava.

Thanatos: Não estão metidos com nada ilícito. A Greta deixa todos os dias os netos no asfalto e desce para pedir dinheiro. Nem ao menos leva eles. Depois que os pais das crianças morreram em um acidente de moto, ela teve que cuidar deles, a aposentadoria de um salário mínimo parece não ser o suficiente para as cinco crianças. Pode ser deficiência de vitaminas? Pode chutar a ideia das drogas. Me avisa se precisar de algo.

Sarah: Preciso jantar pizza.

Thanatos: Que mimada.

Deixando de lado minha vontade de comer pizza, voltei a ficar na crianças. Drogas estavam fora da equação. A alimentação quão ruim seria? Tenho que saber da situação.

— Amanda, vou tirar você do soro agora. Pode brincar um pouco no espaço infantil enquanto converso com sua avó. — Eu sugeri enquando oferecia para a avó um pouco de água, café e biscoitos. Pessoas quando se sentem confortáveis, costumam ser mais sinceras.

— Pode deixar a porta aberta? Assim posso ficar de olho nessa sapequinha. — Greta me pediu enquanto pegava os biscoitos antes do líquido. Acho que a coisa deve ser mais complicado do que eu imaginei.

— Claro. Pode ir. Está livre. Só evite correr. — Eu falei a menina que já estava bem menos pálida. Parecia bem mais ativa.

— Tá! — Amanda correu em direção dos brinquedos.

— Doutora, agora que ela não está mais aqui, minha sapequinha está com algo grave? — Greta perguntou.

— Preciso que me confirme algumas coisas para eu ter certeza do que estamos lidando. Preciso que seja verdadeiramente honesta sobre tudo. Tá bom? Nada que me disser saíra daqui. Sigilo médico. — Queria acalmar a Greta, mas deixei ela ainda mais nervosa.

— Sim, senhora. O que precisar para deixar minha menina bem. — Greta parecia uma avó bastante cuidadosa.

— Fiquei sabendo que os pais da menina morreram em um acidente, um tempo depois apenas que as crises na segunda começaram ou ela já havia? — perguntei.

— Minha filha nunca me disse nada, apenas que o mais novo tem asma. Deus me abençoou com netos saudáveis. O que tem asma, tá oma medicação bem direitinho. O que Amanda tem aconteceu depois do acidente dos seus pais. — Greta parecia acelerada. Como se tivesse tentando encontrar na memória algo diferente do que ela disse.

— Entendi. Não é algo antigo. Senhora Greta, pode me dizer se as crianças costumam brincar na rua ou ficar um tempo na casa de algum coleguinha? — Eu estava avaliando todas as alternativas.

— Não, elas passam o dia na escola. Quando chego, não deixo que elas saiam na rua, doutora. Elas me pedem, mas tudo anda tão perigoso, que não tenho coragem. — Greta não parecia está mentindo. — Somente no final de semana, às vezes eles dão uma saidinha comigo para o asfalto, mas sempre perto de mim. Também raras vezes vamos na casa da minha outra filha, ela trabalha como faxineira de hospital, sabe? O marido como vigia. Vez ou outra trabalham no final de semana e preciso ficar com os filhos dela.

— Verdade. Você está certa, Greta. Agora me fala, como é a alimentação das crianças? — Greta era idosa, eu não aguentaria nem duas crianças. Imagina todas as que ela cuida, mais as da outra filha. Ela merece um troféu de melhor avó do mundo.

— Doutora, eu não faço ideia do que eles comem o dia todo. Passam o dia na escola. Quando comem algo diferente, o que é raro, como cachorro-quente eles costumam comentar, mas é bem raro. — Greta parecia nervosa novamente.

— Creio que as escolas públicas devem ter uma nutricionista que organiza as alimentações diária das crianças. E em casa, o que elas comem? — Perguntei.

— Não, Sarah. Mal tem comida. Compram o que podem com o dinheiro que recebem da merenda, fazem o que podem para que possa render e alimentar o máximo de crianças possíveis. Boa parte dos estudantes só tem acesso a comida dentro da escolas. Então, os diretores fazem de tudo para que não falte comida. Nutricionista é a última coisa que pensam. Isso é coisa de rico. Pobre só quer comida. — Letícia me respondeu.

Depois do que Letícia falou, o estalo deu na minha mente. Era óbvio o tempo inteiro o que estava acontecendo. Minha falta de conhecimento da escola pública e da realidade do entorno atrasou todo meu julgamento.

— Greta, o que as crianças comem no final de semana? — perguntei. Greta olhou para o chão envergonhada.

— Doutora, tem dias que consigo fazer um caldo de arroz. Quando é um final de semana que consigo um bom dinheiro, faço um cuscuz. Não vou mentir que eles ficam me pedindo mais comida, mas as medicações do Lipe são tão caras. Eu fico sem saber o que fazer. — Greta chorou ao lembrar da dificuldade que estava passando. E confirma o que eu suspeitei. A menina desmaia na segunda, porque diferente dos outros dias da semana que ela se alimenta na escola, no final de semana ela mal come.

— Tudo bem. Se acalme. Amanda vai ficar bem. Vou pedir uns exames de sangue para ter certeza que não há nada mais. No caso dos desmaios, o corpinho dela está sentindo a diferença dos dias que está na escola, do que ela consome diariamente lá.. Vou pensar em algo pare resolver esse probleminha, tá? Você é uma avó maravilhosa. — O que eu poderia dizer? Você tem que dar comida a sua neta? Não tem como. É óbvio que a senhora estava dando mais do que o máximo dela por aquelas crianças. Não poderia exigir nada dela.

— Doutora, quer dizer que eu estou deixando ela passar fome, né? Por isso ela passa mal? Por não ter comida? O que eu faço! Eu não sei mais como lidar com tudo isso. Cada vez tudo fica mais caro. A medicação do Lipe só aumenta. — Greta não parava de chorar.

— Vamos pensa em algo juntas, tá? Vou reunir uma lista de alimentações baratas e que fortalecem. Vamos organizar a alimentação deles, para que seja mais barata possível e que mantenham todos bem alimentados. Vou pensar em outras formas de ajudar a senhora. Eu prometo, tá? Depois pode trazer o menino para consultar? Jade daqui a pouco deve chegar e você marca as consultas. Na verdade, gostaria de ver todos eles. Vamos fazer alguns exames e ter certeza que estão bem. Vamos fazer uma geral nessa criançada. — Eu falei segurando as mãos de Greta, que puxou e me abraçou forte.

— Deus abençoe a senhora, Deus abençoe. Eu farei tudo que em disser, o que eu conseguir. Quero o melhor para eles. — Greta me abraçava com tanta força que pensei que iria quebrar.

— Eu sei. Vamos conseguir. Tá bom? Na ficha que fizeram de Amanda, não tem o seu número de telefone. Quando sair, pode colocar? Assim poderei fazer contato. Também não esqueça de marcar o exame de Amanda e a consulta das outras crianças. A senhora tem mais alguma dúvida? — Perguntei.

— Posso levar Amanda para escola hoje? — Greta perguntou envergonhada.

— Claro. Ela já está bem. — Eu nem precisei pensar muito para entender o motivo de querer levar a menina para casa. — Vejo a senhora em breve, Greta.

— Obrigada, doutora. Senhora é anjo. Deus te conserve assim. — Greta gritou, eu apenas sorri. Fiz o básico. Era estranho ser agradecida por fazer a minha obrigação. Ficava sem jeito.

Sarah: Cancela a pizza. Não preciso. Pode mandar uma cesta básica no lugar da pizza para casa da Greta?

Thanatos: O que rolou?

Sarah: Não eram drogas, a menina se alimenta basicamente na escola, no final de semana, não tem o suficiente e acaba passando mal de fome.

Thanatos: Vou pedir para levarem uma cesta básica.

Sarah: Obrigada.

Não era mentira. Eu realmente deixei de me importar coma pizza. Minha mente estava girando em como eu poderia ajudar a Greta naquela questão. Fiz os atendimentos da tarde e voltei para casa. Jade estava falando horrores no caminho, eu nem absorvi nada. Quando entramos em casa tinha cheiro de pizza tomando conta do lugar.

— Acabou de chegar. Está quentinha ainda. Vamos comer? — Thanatos disse com aquele sorriso que me derruba.

— wow! Eu preciso muito de pizza. E a Beatriz? — Jade perguntou.

— Está lá em Thelma. Não pude ir buscar ela na escola e nem a senhora, esqueceu? Vou buscar ela depois de comer. — Thanatos respondeu.

— Eu como e vou. Quero esticar as pernas.Passei o dia sentada. — Jade disse correndo para a cozinha.

— E você, princesa? Não parece nada bem. — Thanatos me perguntou enquanto me puxava para seus braços.

— A realidade é mais dura do que eu pensei. Eu estava pedindo pizza, enquanto tem crianças desmaiando de fome. Me senti tão culpada. — Confessei.

— Imaginei. Não se preocupe. Mandei duas cestas básicas e uma pizza para ao jantar deles. Tudo em seu nome e do seu salário. — Thanatos brincou.

— Você é o melhor vilão de todos. — Falei rindo puxando ele para cozinha.

— Devo ser, andam por aí dizendo que tô com a moral no céu. Tenho um anjo na minha casa. — Thanatos disse rindo enquanto me seguia.

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Comments

Clea Moraes

Clea Moraes

Infelizmente essa é a realidade que vivenciammos todos os dias e ninguém dá jeito é uma discordância mundial a FOME. 🤔

2024-03-29

1

Sonia Helen 💜💜

Sonia Helen 💜💜

é muito triste coitados 😔 não ter o básico para comer e de partir o coração ❤️

2024-03-27

4

Valéria

Valéria

Aí meu coração até eu me senti com o coração apertado,mas Ainda bem que Deus é maravilhoso e coloca anjos pra escrever essas realidades em uma história maravilhosa é assim é sempre bom dá uma sacudida, né Autora ,vc me quebra desse jeito com tantas emoções 😞😞😞, tenho certeza que mexeu com muita gente, não é fácil nem vê e lê essas coisas relacionadas a Fome e dificuldades que famílias passam , a avó nem respira direito e está lá tentando conseguir mais verba pra tentar colocar o pão de cada dia dentro de casa pq tem o medicamento do neto que é caríssimo, um rico não tem coragem de ceder cestas básicas, .. mas Deus vai suprir as necessidades

2024-01-22

5

Ver todos
Capítulos
1 Minhas preces foram atendidas?
2 Uma mão lava a outra
3 Oferta
4 Contrato
5 Me tornei a tal da fiel
6 Sobre escolhas
7 Conhecendo o lugar
8 Choque de realidade
9 Palavra de hoje: Privilégio
10 Conhecendo a Beatriz
11 Planos maquiavélicos de dominação dos homens
12 Eu estarei no controle
13 O primeiro dia no novo emprego
14 A confusão do guarda-chuva
15 Quando a gente chora
16 Batidas na porta
17 Mais um tapa na cara da realidade
18 Uma noite sossegada
19 Não se mexe com uma profissional do bisturi
20 Fogo e gasolina
21 Todos os dias na batalha
22 Marmita ou quentinha?
23 A cobra pode te picar
24 Existe o certo ou errado?
25 Escudo e espada
26 Partiu para o fluxo
27 A galinha e os pintinhos
28 A briga pela bala
29 Um doce amargo
30 Eu tenho um parque privativo
31 É apenas um inseto
32 Nada é totalmente controlado
33 Carnaval e uma pata quebrada
34 Despedida
35 Eu não me arrependo
36 Posso confiar Beatriz a você?
37 A calma no meio da tempestade
38 Legítima defesa
39 Trabalhe seu egoísmo
40 Uma noite tensa
41 O destino é sempre incerto
42 Saudade de você
43 A fuga
44 Toc toc toc
45 Uma fuga assustadora
46 A vida não espera nosso tempo
47 Troca de vasos
48 O desabafo de Thanatos
49 Uma promessa
50 O dono do morro está diferente
51 Uma mudança no rumo da conversa
52 Uma torre erguida
53 Queremos o melhor para quem amamos
54 O demônio surge
55 A maldição da família?
56 O início da maldição
57 Romeu e Julieta
58 Respira, não pira
59 A paz não chega
60 Fuga concluída com sucesso
61 O romance está no ar
62 Qual a resposta certa
63 O certo
64 A faísca da mudança
65 A verdade sobre Letícia?
66 O medo
67 O pior dia da minha vida
68 Alucinação ou realidade?
69 O presente
70 O que realmente aconteceu?
71 O pesadelo de Thanatos
72 A preparação para o novo capítulo
73 O fim do capitulo
74 VOLTAMOS!
Capítulos

Atualizado até capítulo 74

1
Minhas preces foram atendidas?
2
Uma mão lava a outra
3
Oferta
4
Contrato
5
Me tornei a tal da fiel
6
Sobre escolhas
7
Conhecendo o lugar
8
Choque de realidade
9
Palavra de hoje: Privilégio
10
Conhecendo a Beatriz
11
Planos maquiavélicos de dominação dos homens
12
Eu estarei no controle
13
O primeiro dia no novo emprego
14
A confusão do guarda-chuva
15
Quando a gente chora
16
Batidas na porta
17
Mais um tapa na cara da realidade
18
Uma noite sossegada
19
Não se mexe com uma profissional do bisturi
20
Fogo e gasolina
21
Todos os dias na batalha
22
Marmita ou quentinha?
23
A cobra pode te picar
24
Existe o certo ou errado?
25
Escudo e espada
26
Partiu para o fluxo
27
A galinha e os pintinhos
28
A briga pela bala
29
Um doce amargo
30
Eu tenho um parque privativo
31
É apenas um inseto
32
Nada é totalmente controlado
33
Carnaval e uma pata quebrada
34
Despedida
35
Eu não me arrependo
36
Posso confiar Beatriz a você?
37
A calma no meio da tempestade
38
Legítima defesa
39
Trabalhe seu egoísmo
40
Uma noite tensa
41
O destino é sempre incerto
42
Saudade de você
43
A fuga
44
Toc toc toc
45
Uma fuga assustadora
46
A vida não espera nosso tempo
47
Troca de vasos
48
O desabafo de Thanatos
49
Uma promessa
50
O dono do morro está diferente
51
Uma mudança no rumo da conversa
52
Uma torre erguida
53
Queremos o melhor para quem amamos
54
O demônio surge
55
A maldição da família?
56
O início da maldição
57
Romeu e Julieta
58
Respira, não pira
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A paz não chega
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Fuga concluída com sucesso
61
O romance está no ar
62
Qual a resposta certa
63
O certo
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A faísca da mudança
65
A verdade sobre Letícia?
66
O medo
67
O pior dia da minha vida
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Alucinação ou realidade?
69
O presente
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O que realmente aconteceu?
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O pesadelo de Thanatos
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