Eu estarei no controle

Subi quieta. Evitei ao máximo fazer barulho. Não queria um Thanatos aparecendo na minha frente me perguntando o que eu queria. Eu não sei dizer. Preciso antes organizar meus pensamentos. Assim que entrei no quarto, olhei para penteadeira, realmente meu celular estava lá. Tinham duas chamadas não atendidas.

— Meu pai? — Fiquei surpresa. Retornei na mesma hora. Será que Thanatos havia mentido para mim sobre ter resolvido tudo.

* CHAMADA ON *

— Oi, pai, tá tudo bem? — Estava receosa. Fazia tanto tempo que não falava com eles.

— Estou, meu amor. Fico tão feliz de falar com você novamente. Procurei tanto por você, mas nunca te achava. Aquele maldito Félix. — Meu pai falou irritado.

— Está tudo bem agora. Thanatos disse que resolveu tudo. Certo? — Perguntei querendo confirmar.

— Ele me disse que depois que você conseguisse a separação, eu deveria assumir a direção da empresa. Pediu que eu tomasse conta, era o futuro da filha dele. Eu gostei dele. Me parece ser um bom pai. O que ele é seu? — Meu pai questionou.

— Eu ainda não sei, mas mudando de assunto, como está a mamãe? — Como iria explicar ao meu pai que era a fiel de Thanatos sem querer e agora ele queria torna o título real.

— Foi ela que ligou. Queria ter certeza que o Thanatos não estava fazendo o mesmo que fez o Félix. Só nos enganando. Agora ela está dormindo, pode ligar amanhã? Ela acorda cedo. Vai ficar feliz em falar com você. Esteve muito preocupada que Félix tivesse fazendo algo cruel com você. — Meu pai disse triste.

— Vai ficar tudo bem. Esqueçam tudo isso. O importante é que tudo se resolveu. Amanhã antes de sair para o trabalho, ligo para vocês. Boa noite, pai. — Eu queria esquecer que houve um Félix minha vida. Não só me machucou, como também me enganou. Vivi anos ao lado de alguém que só me feriu.

— Boa noite, querida. — Meu pai se despediu antes de desligar a ligação. Era bom conseguir falar com eles novamente.

*CHAMADA OFF*

Eu chorei sentada na cama, estava me sentindo péssima. Pensei que tudo que passei e aceitava, ajudava meus pais. Na verdade, não serviu de nada. Eu me odiava por ter sido tão inútil. Doía. Fui usada. Félix se aproveitou da minha situação e inocência para fazer e desfazer comigo. Eu quero acabar com ele. Destruir totalmente. Fazer que sinta o que me fez sentir.

Quando estava me levantando para lavar meu rosto. Decidida que não iria mais chorar pelo meu passado, mas usar essa raiva como combustível para vingança, a carta que meu pai entregou ao Thanatos caiu.

— O que será que tem aqui? — Perguntei para mim mesma enquanto abria.

" Olá, meu amor. Eu tentei te encontrar de todas as formas, queria impedir que você cometesse o maior erro da sua vida, mas não consegui. Quando cheguei no seu quarto, seu closet estava vazio. Félix já tinha mudado de endereço. Procurei em cada cartório. No aeroporto. Não te encontrei em lugar algum.

Me desculpe por entender atrasado, talvez eu nunca nem sequer consiga entregar essa carta, mas se um dia conseguir ler, espero que saiba que você não nos deve nada, Sarah. Você nos deu muito mais do que pode imaginar. Ter uma filha como você é presente de Deus. E eu não podia pedir nada mais. Eu amo a empresa, faz parte da minha história com sua mãe, porém, eu amo muito mais você, que fez muito por nossa história.

Se um dia essa carta chegar para você, espero que fuja para bem longe do Félix. Ele é um ser humano terrível. Meu detetive estava investigando ele. Esse homem é ligado a tráfico de mulheres e crianças. Era isso que iria te dizer, quando achei seu quarto vazio. Então, meu amor, fuja se ler isso. Vá para um lugar longe, protegido. Onde ela nunca possa te achar.

Não se preocupe tanto comigo e sua mãe. Somos seus pais. Ficaremos bem. E queremos que esteja segura acima de tudo. Félix tem uma obsessão por você desde que te viu pela primeira vez. Queria ter entendido mais cedo. Te mandaria para fora do país. E não estaria com tanto medo agora que algo tivesse te acontecido por eu ser um pai tão fraco. Espero que esteja bem. E que me perdoe por não ter me dado conta de tudo isso mais cedo.

Eu te amo, Sarah. Se cuide. Enquanto você estiver bem, eu e sua mãe estaremos bem. "

Não contive as lágrimas enquanto lia aquela carta, meus pais estava preocupados comigo. Era gostoso saber que se sentiam dessa forma por mim. Eu sei que disseram que eu tinha que tomar conta de mim mesma, mas eu preciso manter eles seguros. Se Félix é tudo isso que meu pai disse, ele é bastante perigoso. Eu preciso de proteção. Jade está certa. Preciso ficar no comando da minha vida. Essa será a melhor forma de proteger meus pais.

Tomei um banho demorado. Coloquei uma camisola vermelha de seda. Amarrei o meu cabelo em rabo de cavalo e bati na porta de Thanatos. Eu estava decidida. Faria esse homem ser meu. Não ficaria na mão dele. Ele que deverá ficar na minha.

— Valeu a pena esperar. Já estava indo me arrumar para sair. — Thanatos respondeu com um sorriso malicioso enquanto olhava para minhas pernas.

— Posso entrar? Ou vai me deixar assim no corredor. — Perguntei irritada.

— Vamos para seu quarto. Se Beatriz acorda, tenta entrar no meu quarto e a porta está fechada ou até encontra você na minha cama, eu não sei como ela vai reagir. — Thanatos explicou. Fazia sentido. As mudanças para ela tinham que vir de forma gradual, pouco a pouco. Fazer isso do nada, acabaria desencadeando uma crise grande nela.

— Você está certo. Vamos para meu quarto então. — Respondi com um sorriso.

Thanatos segurou minha mão, indo até o quarto. Mal fechou a porta, já estava me empurrando na parede e me beijando. Era gostoso. Quanto mais ele me beijava, mas eu queria ele, mas não posso. Não vou conseguir o que quero assim.

— Hey! Calma. Precisamos conversar antes? — Eu falei ofegante e Thanatos gargalhou.

— Você parece quer sentar em mim, não conversar. Qualé? Não complica. Eu tô te querendo. — Thanatos enquanto beijava meu pescoço.

— Eu não sou assim. Félix foi o único homem que me tocou. E não foi nada agradável. Eu sei que você não parece que fará o mesmo. Não estou querendo dizer isso. Eu quero dizer que tem que ser um passo de cada vez. No meu ritmo, meu tempo. Não no seu. Hoje você me perguntou sobre com quem você vai dormir. E eu decidi que iria dormir ao seu lado. Você não dorme com mais ninguém além de mim, mas será apenas dormir. Entendeu? Será do meu jeito — Eu estava meio receosa que ele não aceitasse, mas se quiser que seja do meu jeito, eu tenho que ditar as regras e impor limites. Ele sempre teve tudo que quer sem qualquer dificuldade. Eu serei a dificuldade.

— Uhn... Eu concordo. Mas já adianto, vou continuar te atiçando. Farei no seu tempo. Só que vou esperar do meu jeito. Tudo bem? Combinado assim. — Thanatos sugeriu me puxando para a cama.

— Respeitando meus limites? O meu não será questionável? — Perguntei com ele me colocando no seu colo. De frente para ele.

— Você que manda, princesa. Sua palavra é lei. Pelo menos, dentro desse quarto — Thanatos disse antes de me beijar.

— Só dentro desse quarto, que errado? E se eu quiser mais? — Fiz careta.

— Vai precisar conquistar o poder. Será que você consegue? — Thanatos estava sorrindo como criança que ganhava um doce.

— Então já adianto, vou ter todo poder. — Eu disse para ela.

— Se você conquistar, não terei nada contra, mas nunca deve se levantar contra mim. Independente do poder que você tiver. — Thanatos alertou.

— Eu só quero ter poder sobre você. Nada mais. Tenho chances? — Perguntei beijando o pescoço de Thanatos.

— Não sei, ninguém nunca conseguiu, mas nada é impossível. Gosto como você é sincera. Veio dormir comigo para obter poder? — Thanatos me pegou.

— Se eu disse que sim? — Já estava na chuva, porque não se molhar, não é?

— Desde que continue sendo sincera comigo. Vou confiar em você. Na primeira mentira. Você perde absolutamente tudo. — Thanatos não disse brincando.

— Então está tudo bem. Só preciso falar o que vier a cabeça como venho fazendo e não teremos problemas. — Eu disse antes de beijar por conta própria pela primeira vez Thanatos.

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