Após surgir no campo devastado, Zack deu uma rápida olhada ao redor. Rayka estava caída, desmaiada, em meio às marcas profundas de destruição. As rachaduras no solo e o ambiente em ruínas deixavam claro o que havia acontecido. Ele estreitou os olhos ao perceber que ela havia usado aquela técnica proibida.
— Então ela usou essa técnica… mesmo depois de eu ter avisado — murmurou para si mesmo, os olhos fixos nela. — Precisamos tirá-la daqui antes que seja tarde.
Ele se virou para Samuel, que estava ajoelhado, perdido, com a expressão vazia. As mãos de Samuel tremiam, os olhos arregalados, incapaz de processar o que havia escutado.
Zack deu alguns passos até ele, sua voz calma cortando o ar:
— Ei, não é hora de você ficar aí parado como um morto. Pegue sua amiga e saia daqui.
Samuel, ainda em choque, apenas balbuciava,eus olhos vazios. Sem paciência, Zack estalou a língua e se aproximou mais, até que… *PAH!*
Um tapa seco explodiu no rosto de Samuel.
— Hã?! — O rapaz levou a mão ao rosto, a surpresa trazendo-o de volta à realidade.
— Acordou? — perguntou Zack, cruzando os braços. — Então pegue logo a sua amiga e saia daqui. Não temos tempo pra perder.
Samuel piscou várias vezes, ainda atordoado.
— O quê? Não, eu ainda posso lutar! Aquele maldito, ele disse q—
Zack interrompeu, a voz cortante:
— Cala a boca e faz o que eu tô mandando. Se você ficar aqui, vai ser só mais um estorvo. E se a Rayka não receber cuidados da minha mestra imediatamente, ela vai morrer. É isso que você quer? Depois de tudo o que ela fez por você?
Essas palavras atingiram Samuel como uma lâmina afiada. Ele olhou para Rayka, ainda desacordada, frágil, e a realidade do momento caiu sobre ele como uma onda esmagadora.
— Entendi... — disse ele em voz baixa, a determinação voltando. — Vou tirá-la daqui.
Com uma expressão mais resoluta, Samuel se aproximou de Rayka e, com cuidado, colocou-a em suas costas. Seus olhos passaram pelas paredes destruídas enquanto caminhava pelos corredores, e ele viu os corpos espalhados no chão. O rastro de devastação era impressionante. Algo dentro dele fervilhava de admiração e temor.
— O Zack fez isso tudo sozinho? — pensou ele, correndo em direção à saída. — Ele não para de me surpreender.
Voltando ao campo de treino, Zack retirou seu longo sobretudo negro, deixando apenas a regata branca colada ao corpo, que revelava as cicatrizes que cruzavam seus braços — marcas do treinamento infernal que ele passou .
Do outro lado do campo, o homem que o enfrentava ainda sentia calafrios na espinha. Ele tentou disfarçar com um sorriso largo, mas a tensão era visível em seu rosto.
— Ei, bonitão, quem é você? — perguntou o homem, tentando exibir uma falsa confiança enquanto fechava a expressão.
Zack o encarou, seus olhos frios como gelo.
— É falta de educação perguntar o nome de alguém sem se apresentar antes — disse ele, estalando os ombros, como se estivesse preparando-se para o combate iminente.
O homem deu uma risada curta, inclinando-se levemente para frente em um gesto de falsa cortesia.
— Que descuido o meu, perdoe-me. Pode me chamar de Diretor TK. — Enquanto falava, uma lâmina de gelo começou a se formar sutilmente atrás de suas costas.
— Meu nome é Zack — começou ele, mas foi interrompido por um súbito ataque.
TK avançou com a lâmina de gelo, mas Zack, com reflexos rápidos, deu um passo para o lado, esquivando-se habilmente do golpe. TK recuou, surpreso, mas seus olhos brilharam de excitação ao ver a expressão séria de Zack.
— Essa expressão! Maravilhosa! — exclamou TK, arrepiando-se de prazer com o perigo iminente.
Antes que TK pudesse reagir, Zack desapareceu. Um instante depois, ele surgiu atrás de TK e desferiu um chute poderoso nas costas do inimigo, que voou pelo campo, capotando no chão violentamente. O corpo de TK se arrastou no solo por metros até parar, atordoado. Ofegante, ele olhou à frente, mas Zack havia sumido novamente.
De repente, um soco veio de cima, esmagando TK no chão com uma força brutal. A terra ao redor dele rachou, afundando sob o impacto.
Zack olhou para baixo, seus olhos sombrios.
— Já acabou? — disse, com uma calma aterrorizante.
Uma sombra se espalhou pelo chão, e vinhas começaram a emergir da terra, enroscando-se nos pés de Zack. Ele saltou para trás, evitando ser capturado pelas plantas que subiam rapidamente.
TK, ofegante e com o corpo tremendo, ergueu-se com a ajuda das vinhas. Uma aura de frio intenso começou a envolver seu corpo, enquanto ele sorria de maneira perturbadora.
— Ainda não acabou… — disse ele, seus olhos agora brilhando com uma fúria gélida.
O ar ao redor congelou e a temperatura caiu bruscamente. O ambiente ficou denso, pesado, e o olhar macabro de TK prometia uma batalha ainda mais perigosa.
— Duplo elemento… — murmurou Zack, assumindo uma postura de ataque, seus músculos prontos para o próximo movimento.
TK, sem hesitar, pegou uma segunda seringa com células de variante e a injetou em seu braço. O líquido pulsante se espalhou rapidamente por seu corpo, e as feridas que ele havia sofrido começaram a se fechar num ritmo acelerado. Zack, observando aquilo, franziu o cenho, surpreso com a regeneração instantânea do adversário.
— Hora do segundo round! — exclamou TK, um sorriso selvagem brotando em seus lábios, antes de avançar em alta velocidade.
A lâmina de gelo em sua mão brilhou com uma luz fria quando ele desferiu um golpe certeiro em direção a Zack. Este, com reflexos afiados, ergueu o braço e interceptou o ataque no último instante. Mas as vinhas de TK, como serpentes traiçoeiras, vieram de trás, prontas para enredar Zack.
Zack usou o próprio movimento de bloqueio para girar e pular para trás de TK, mas este apenas sorriu. As vinhas, como se tivessem vida própria, desviaram e continuaram a perseguição implacável de Zack. Ao mesmo tempo, espinhos de gelo emergiram do chão, se projetando na direção dele.
Enquanto corria, Zack se movia com a fluidez de um dançarino, esquivando das vinhas e dos espinhos com graça e precisão. Saltou, girou no ar, executou mortais e cambalhotas, sua expressão serena apesar da intensidade do combate.
— Não vai escapar assim tão fácil! — rosnou TK.
Aproveitando o momento em que Zack estava no ar, esquivando dos ataques, TK lançou uma ofensiva devastadora. Ele ergueu os braços e uma rajada de frio intenso preencheu o ar, congelando tudo ao redor. Agulhas de gelo começaram a se formar no teto, afiadas e letais, antes de choverem sobre Zack como um dilúvio mortal.
O impacto foi explosivo, levantando uma cortina de fumaça e fragmentos de gelo por todo o campo de batalha. TK, com os olhos arregalados de excitação, aguardava ansioso para ver o sangue de Zack manchando o chão.
— Vamos ver se você ainda está sorrindo, Zack... — murmurou TK com um sorriso perverso.
Mas quando a fumaça dissipou, o chão estava repleto de buracos onde as agulhas haviam atingido, porém… Zack não estava lá.
Antes que TK pudesse sequer processar o que acontecia, Zack apareceu ao seu lado, movendo-se com uma velocidade quase impossível de acompanhar. O punho de Zack se ergueu e desceu com uma força colossal, acertando o rosto de TK com um impacto que fez o chão tremer.
TK voou como uma bala, atravessando a parede com tamanha violência que a estrutura ruiu em torno do ponto de impacto. O som de pedras e concreto colapsando ecoou pelo campo de treino.
Zack, agora com a regata toda rasgada por causa dos espinhos e vinhas, não deu muita importância. Ele arrancou o restante do tecido, ficando semi-nú, revelando as cicatrizes de batalhas passadas. Seus músculos estavam tensionados, prontos para mais.
Com passos firmes, ele se dirigiu para o buraco na parede, quando, subitamente, vinhas emergiram de dentro dele, tentando pegá-lo de surpresa. Zack se esquivou com um salto para trás. De dentro dos escombros, TK emergiu cambaleando, cuspindo sangue, mas com um sorriso distorcido no rosto.
— Não vai injetar mais daquela substância estranha? — perguntou Zack, sua voz carregada de seriedade, enquanto observava TK se levantar.
— Está falando das células de variante? — TK limpou o sangue dos lábios com o dorso da mão. — Eu só tinha duas delas.
Zack estreitou os olhos.
— Células de variante...? O que diabos vocês estão tramando, fazendo experimentos com essas coisas? — Ele fechou os punhos, sua paciência se esgotando rapidamente.
— Sinto muito, bonitão — TK respondeu com um sorriso sarcástico. — Não posso te contar isso. Se eu fizer, a organização vai acabar comigo.
Zack encarou TK por um momento, o silêncio entre os dois sendo cortado apenas pelos sons distantes das paredes desmoronando ao redor.
— Já ouvi o suficiente — disse Zack, avançando numa explosão de velocidade. — Agora não preciso mais me controlar para não matá-lo.
Ele desferiu um soco direto em TK, que conseguiu desviar por pouco. O impacto do golpe de Zack no solo criou uma cratera gigantesca, e o ar explodiu ao redor deles com a pressão.
TK ofegou, os olhos arregalados de medo.
— Monstro… — balbuciou ele, recuando alguns passos. — Você tem essa força toda e ainda nem mostrou o seu elemento?!
Zack deu um passo à frente, sua presença imponente sufocante.
— Elemento? — Ele riu de forma sombria, surgindo diante de TK em um piscar de olhos. — Eu não preciso disso.
Antes que TK pudesse reagir, Zack agarrou-o pela cabeça, apertando com força. O chão abaixo deles rachou sob o peso da força bruta de Zack. TK se debateu em pânico, sentindo o crânio ser esmagado lentamente.
Numa tentativa desesperada, TK invocou mais vinhas do solo, que se ergueram como cobras famintas, avançando em direção a Zack. Com um movimento rápido, Zack arremessou TK violentamente contra o chão, desviando das vinhas que se aproximavam.
De repente, o campo começou a tremer. TK, tossindo sangue no chão, começou a rir de maneira sinistra.
— Cof… Cof… Finalmente…! — disse ele, recuperando fôlego entre tossidas. — A autodestruição funcionou… Foi um prazer conhecê-lo, Zack… Nos vemos por aí…
Com uma expressão de puro deleite, TK apertou um botão em um pequeno aparelho em seu pulso. Em um piscar de olhos, ele desapareceu, envolto por um brilho vívido.
Zack observou o local onde ele havia estado, o cenho franzido em frustração.
— Teleporte...? Maldito liso... — rosnou ele, olhando ao redor enquanto o teto do campo começava a desabar.
As paredes tremiam e o colapso iminente se tornava mais evidente. Sem perder tempo, Zack se preparou para a fuga, os olhos fixos na única saída que restava.
Zack caminhava pelos corredores da instalação, atento a cada detalhe à medida que se aproximava da saída. O ambiente destruído sussurrava os resquícios do combate recente, mas algo lhe chamou a atenção. No meio de uma sala mal iluminada, um ovo gigante descansava sobre uma plataforma metálica. O brilho suave que emanava dele parecia envolto em mistério. Curioso, Zack se aproximou e, sem pensar muito, o pegou com firmeza.
— De que criatura é esse ovo? — murmurou para si mesmo, segurando o ovo com cuidado.
Ele continuou seu caminho, agora com o ovo nos braços. Assim que saiu pelo buraco na estrutura, sentiu o chão ceder atrás de si, levando tudo o que restava da instalação para o subsolo. Zack não olhou para trás, seus pensamentos já estavam no próximo passo: o esconderijo nas montanhas.
Horas depois, ao chegar, encontrou Samuel sentado no chão, encostado na parede do quarto de Rayka. O cansaço estava estampado no rosto do rapaz, mas havia uma calma no ar. Zack se aproximou, ainda com o ovo nos braços.
— Como ela tá? — perguntou, a voz baixa, quase cautelosa.
Samuel olhou para ele e, por um segundo, pareceu confuso, mas logo notou o ovo nas mãos de Zack.
— Ela tá bem, só precisa descansar — respondeu, seus olhos desviando para o ovo enorme. — Onde você achou isso?
— Na instalação subterrânea — respondeu Zack com um meio sorriso. — Achei que podia ser útil… ou, quem sabe, uma boa omelete de café da manhã.
Samuel soltou uma risada curta, um misto de surpresa e cansaço.
— Omelete gigante, é isso mesmo? — perguntou, arqueando uma sobrancelha.
Zack deu de ombros e, sem perder mais tempo, seguiu para o quarto de sua mestra. Ele parou à porta e colocou o ovo ao lado, dando duas batidas leves antes de anunciar sua presença.
— Mestra, vim reportar os detalhes da missão.
A voz suave de Roxyne ecoou de dentro:
— Entre, garoto.
Zack abriu a porta devagar, mas assim que entrou, o quarto parecia vazio. Ele deu um passo à frente, desconfiado. De repente, sem aviso, Roxyne pulou de trás da porta e se agarrou ao pescoço de Zack, que se sobressaltou, os olhos arregalados.
— Te assustei, garoto? — disse ela com um sorriso malicioso, seus olhos brilhando de satisfação.
Zack fechou os olhos e suspirou.
— Mestra, já falei para não fazer isso. Eu não me assustei, só fui... pego de surpresa — respondeu ele, tentando recuperar a postura séria.
— Ah, que sem graça! — ela disse, soltando-o com um bico nos lábios.
Quando Zack virou-se para continuar, seu rosto ficou imediatamente vermelho. Roxyne estava apenas de lingerie, e, sem perder tempo, sentou-se na cama, cruzando as pernas e fazendo um gesto para que ele começasse a falar.
— Mestra… você poderia, por favor, vestir algo? — pediu ele, olhando fixamente para a parede oposta.
Roxyne soltou uma risada despreocupada.
— Tá calor demais, Zack. Olha só como tô suando — disse ela, puxando levemente a alça do sutiã para enfatizar.
Zack bufou, tentando manter o foco.
— Pelo menos se cubra com alguma coisa… — pediu ele, com um tom mais impaciente.
O silêncio que se seguiu parecia sugerir que Roxyne finalmente havia se coberto. Aliviado, Zack virou-se novamente, apenas para dar de cara com ela a centímetros de seu rosto, um sorriso provocador estampado.
— Que fofo você corando assim — ela provocou, puxando-o para um abraço apertado, pressionando-o contra o peito.
— Mmmh! — Zack tentou murmurar, sufocado.
Ele, em um esforço para se libertar, acabou apertando sem querer os seios de Roxyne, que soltou um pequeno gemido. Ela o soltou de repente, com uma expressão divertida e um olhar provocador.
— Garoto malvado — disse ela, lançando um olhar sedutor.
Zack deu um passo para trás, claramente desconcertado.
— Mestra, agora… pode se vestir? — perguntou, sua voz levemente irritada.
— Ah, tá bom — respondeu Roxyne com um suspiro exagerado, fazendo um bico.
Depois que ela finalmente se vestiu, Zack pôde retomar o foco e reportar as informações sobre as células de variante e a misteriosa organização por trás dos experimentos.
— Células de variante? E uma organização por trás disso? — murmurou Roxyne, agora muito mais séria. — Isso parece mais complexo do que eu pensava… Zack, reúna todo mundo amanhã de manhã na sala. Precisamos discutir os próximos passos.
— Entendido, mestra. — Zack se curvou levemente e saiu.
Ao sair do quarto, Zack soltou um longo suspiro, aliviado por ter conseguido resistir às provocações da mestra. Ele pegou o ovo novamente e se preparava para ir ao seu quarto, quando Samuel apareceu ao fim do corredor, observando-o com um olhar pretensioso.
— "Garoto malvado", hein? Lá ele… — zombou Samuel, imitando o tom provocativo de Roxyne.
Zack parou, sem paciência.
— O que você quer? — perguntou, revirando os olhos.
— Brincadeiras à parte, eu quero te pedir uma coisa — disse Samuel, agora mais sério.
Zack o olhou de soslaio.
— Fala.
— Eu tô muito fraco. Reconheço isso. Preciso da sua ajuda para treinar — pediu Samuel, seu olhar determinado.
Zack suspirou, como se já esperasse aquele pedido.
— Você tem poder, Samuel, mas falta experiência e técnica. Seu elemento é destrutivo, mas se você não aprender a controlá-lo direito, só vai ser um problema — explicou Zack.
— Entendi... Mas você vai me ajudar? — insistiu Samuel.
— Vou te dar algumas dicas, mas o resto depende de você — respondeu Zack, já pensando no quanto queria descansar.
— Valeu, Zack — Samuel estendeu o punho, esperando o cumprimento.
Zack retribuiu o gesto com uma batida de punhos. Samuel, porém, não perdeu a oportunidade de provocá-lo mais uma vez.
— E aqueles corpos na instalação... foi difícil derrotá-los?
— Não muito, foi rápido até — respondeu Zack.
— Então por que você não foi correndo nos ajudar? — questionou Samuel.
Zack, sem mudar a expressão, respondeu com um tom seco:
— Porque o autor tava sem ideias.
Samuel piscou, confuso por um segundo, antes de esboçar a mesma expressão sem graça.
— Ahh…
Com isso, Zack se despediu, carregando o enorme ovo para seu quarto. Enquanto ele finalmente adormecia, o silêncio foi quebrado por um som. O ovo começou a rachar.
Em um lugar distante, o caos reinava. Um rugido monstruoso ecoou pelas montanhas, enquanto chamas devoravam tudo ao seu redor. Gritos de desespero cortavam o ar.
— CORRAM! FUJAM! — gritava uma voz desesperada.
Uma mulher gritava enquanto era consumida pelas chamas, e outros clamavam por ajuda, suas vozes se perdendo no fogo e na destruição. O som de esmagamentos ecoava junto aos rugidos.
O monstro colossal, em fúria, continuava sua marcha, reduzindo uma cidade inteira a cinzas. E ele se movia em direção à mesma região onde Zack estava.
A primeira catástrofe havia surgido.
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Atualizado até capítulo 26
Comments
Alin3
postaaa maaaais, senão ñ sai do porão kkkkkkkkkk
2023-02-12
1
Alin3
ferroooooou
2023-02-12
1
Alin3
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2023-02-12
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