Eu sei muito bem que há um professor na
sala, explicando algo sobre probabilidade, posso imaginar. E afirmo, com toda
certeza do mundo, que não faço ideia do que está acontecendo. Um passarinho com
seu cântico, do outro lado da rua, se torna muito mais chamativo e interessante
do que matérias de começo do ano. Mas também sei que o professor não tem culpa.
Ninguém tem.
Maia.
Ainda no fundamental,
anos atrás, eu também estava sentando em uma cadeira, exatamente como estou no
momento, contemplando o lado de fora da sala, perdido em imaginações e
situações que nunca iriam acontecer. Lara. Uma garota bonita, afirmo. Cabelos loiros e olhos verdes. Eu gostava dela.
Não sei dizer se pela aparência ou por ter estendido a mão quando tropecei em
um maldito degrau logo na entrada do colégio. Mas ela também esteve em meus
pensamentos, por vários dias, eu diria.
Então tomei coragem.
Ela estava escorada na
porta do banheiro, como se esperasse uma amiga sair de lá. Eu, claro, me
aproximei. Estava nervoso. Muito nervoso. Ainda consigo sentir minhas mãos
suadas e pés frios. Mas eu sabia que não teria outra chance.
— Lara — eu havia sorrido.
Como eu era bobo.
— Caio, oi — parecia
surpresa. Olhava de um lado para o outro, como se temesse aproximação de
alguém.
— Eu... — minha garganta
estava seca. Eu tinha palavras na língua, mas, por alguma razão, elas não
queriam sair. — Obrigado por ter me ajudado. Naquele dia, quero dizer. Quando
eu caí.
— Ah.
Eu esperava mais,
confesso.
— Bem... Você é uma
garota legal, sabia? — por que alguém
diria isso? — Por acaso... Você tem namorado?
Sinto uma pontada de dor
cada vez que me lembro dessa pergunta. Minha antiga psicóloga já me alertou dos
problemas que eu teria em trazer memórias guardadas. Lembranças passadas nada
mais são que lembranças passadas. Não irá mudar seu futuro e nem ajeitará sua
vida. É apenas um fragmento esquecido pelo tempo.
— Nada de se machucar
gratuitamente, Caio. Passado é apenas passado — dizia minha antiga psicóloga, convicta
de cada palavra que saía de sua boca.
Lara parecia não entender
minha pergunta. Seus olhos estavam apertados.
— Namorado? — perguntou,
aumentando e muito seu tom de voz. — Não! — Sorriu. Por que sorriu?
— Então aceita ser minha
namorada? — não faço ideia de como consegui tomar coragem o suficiente para
fazer uma pergunta estúpida como essa.
Prefiro não ter que me
lembrar do “não” dito por Laura Souza naquele dia, muito menos do garoto que se
aproximou instantes depois e beijou seus lábios rosados. Mas agora entendo porque
ela havia sorrido.
Com Maia não será
diferente.
O amor não existe. Não
entendo porque sinto reações estranhas no corpo. O ser humano deveria ser capaz
de escolher alguém, e não o contrário. Deveríamos optar por gostar ou não de
outra pessoa. Provavelmente alguém que também deseje me escolher. Não quero ser
o único idiota sozinho, gostando de garotas que não fazem ideia da minha
existência, tampouco do meu sofrimento. Odeio o fato de não poder controlar meu
próprio destino.
Sinto um leve toque em
meu ombro. David.
Viro-me para trás.
Ninguém está presente; nem mesmo Helena. Estava tão perdido em devaneios que
nem pude notar sua saída. Outros alunos também já se foram, assim como o
professor. Apenas David permaneceu sentado, esperando-me.
Pego minha mochila do
chão e me coloco de pé. Um ar fresco atinge minhas costas, vindo da grande
janela atrás de mim. Ainda consigo escutar os cânticos deixados pelos
passarinhos distantes. David toma minha frente e caminha para fora da sala. Eu o
acompanho. Corredor completamente vazio. Nada de olhares em minha direção nem
julgamento superficial. Consigo notar a luz no fim do túnel. Ou simplesmente,
como gosto de chamar, a saída do inferno.
Mas uma voz me faz
interromper:
— Oi!
Sei que não estou
delirando. Eu realmente escutei alguém me chamar.
— Você ouviu isso? — me
pergunta David.
Eu o encaro por um
momento.
— Oi!
Novamente escuto. Está atrás de mim?
Não estamos tão sozinhos assim.
— Oi! — chama outra vez.
Viro-me para trás. Ela se
aproxima. Está suada, bufando. Não sei o que o dizer. Minha garganta se aperta.
David puxa minha camisa,
tão surpreso quanto eu.
— Eu sei, eu sei —
sussurro para ele.
A garota limpa a testa
com o dorso da mão, retirando um pouco do suor que escorre em seu rosto. Sua
camisa está molhada, assim como o pescoço e braços.
— Puxa, como isso cansa —
diz ela, sorrindo e repousando as mãos sobre os joelhos, apenas por um rápido
instante.
— Está tudo bem? —
pergunta David. — Aconteceu alguma coisa?
— Não. — Endireita o
corpo, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. — Quer dizer, eu estou
bem, sim. Mas não aconteceu alguma coisa. Na verdade eu queria falar com você.
Caio, não é?
Maia sabe meu nome. Não
sei por que me sinto bem com essa informação.
— Isso — respondo, sem
saber se ela conseguiu me escutar. Saiu baixo demais. — Caio, isso. — Confirmo.
— Maia?
Claro
que eu sei o nome dela, idiota. Não se faça de difícil.
— Maia — ela parece mesmo
cansada.
Silêncio.
Por
que Maia gostaria de falar comigo?
— Mas não aqui. Prefiro
não ter que conversar em uma escola, se é que me entende — novamente sorri.
Felicidade ou nervosismo? — Conhece a Lanchonete do Burguinho?
— Claro.
— Hoje? Duas horas? Pode
ser?
Hoje?
Ela quer que eu encontre com ela? Duas horas? Por quê?
Meu coração bate forte.
Será
que não gostou da minha presença mais cedo, quando a espionei pela porta?
Sinto um calafrio
percorrer minhas espinhas.
Merda,
merda, merda.
— Então, Caio. Ela te fez
uma pergunta. Como vai ser? — pergunta David, quebrando minha linha de
raciocínio.
Respiro fundo. Não posso
titubear agora.
— Será um prazer — digo.
Será
um prazer? Por acaso está na idade média?
— Duas horas, então —
confirma. — Uma dica: não corram em volta da quadra quando se sentirem
entediados.
— Pode deixar — diz
David, sorrindo abertamente.
Em poucos segundos ela já
não está presente, saindo pela porta do inferno. Atrasada? Não sei.
Mas isso pouco importa.
Eu acabei de falar com
Maia, e ela me convidou para uma conversa, no qual eu não faço ideia do que
poderá acontecer. Por quê? Ela não pediu meu número, não me abraçou nem
perguntou como eu estava. Só queria conversar. Então por que me sinto bem? Por
que minhas pernas tremem? Por que meu coração bate forte?
— Então quer dizer que
hoje terá um encontro, é? — consigo notar sarcasmo na pergunta de David. —
Parece que o passarinho está prestes a voar, não é mesmo?
— Não é um encontro —
respondo, constrangido. Então sorrio. — Pelo menos eu acho que não. Quer dizer
que agora virou fãs de passarinhos?
— Só quando não posso
usar referências de baleias.
***
13h05. Confesso que não consigo pensar
nada além do encontro — se é que posso chamar assim — que terei hoje. Menos de
uma hora para encontrá-la e sinto uma energia incomum circular toda parte do
meu corpo, do dedinho do pé até o último fio de cabelo da cabeça. Estou sozinho
em meu quarto, tendo o reflexo de um garoto assustado e inquieto como
companhia.
Não gosto de me observar
no espelho. O corpo magro, levemente corcunda. Cabelo alto e bagunçado, sem
contar os lábios finos e sem graça. Bem, é isso que eu vejo quando encaro meu
reflexo por alguns minutos, mesmo que algumas pessoas tentem me fazer acreditar
que nada do que enxergo seja real. Mas eu sei o que sei.
Respiro fundo.
13h10. O tempo não é
muito favorável quando se necessita dele. Não sei dizer se quero encontrá-la.
Uma parte de mim deseja ficar em casa, deitado em uma cama confortável e fugir
de todas as obrigações e desafios que surgem em meu caminho. Enquanto outra
parte — no qual eu odeio profundamente — prefere um encontro em uma lanchonete
tão antiga quanto meu avô e com uma garota tão misteriosa quanto o conteúdo da
maleta em Pulp Fiction.
Não
tenho o que temer. Talvez ela só não tenha gostado da minha presença mais cedo,
quando a observei tocar violino.
Expiro e inspiro,
fechando meus olhos por algum tempo.
13h22, horário que saio
do meu quarto e caminho até o banheiro. Preciso de um bom banho antes de
encontrá-la. Estou suando demais para vê-la desse jeito, sem contar no forte
calor que paira na cidade. Não consigo deixar meu corpo quieto. Parece mesmo
que levei um choque e toda energia insiste em circular dentro de mim.
Assim que os ponteiros
apontam 13h37, após eu permanecer sentado por longos minutos, refletindo, eu
saio de casa. Caminho em um ritmo lento, sentindo cada batida em meu coração. O
local marcado não fica longe de casa, apenas algumas quadras de distância. Não
tenho pressa. Na verdade, eu sinto medo. Não sei o que poderá acontecer. Não
entendo porque Maia gostaria de falar comigo agora. São muitas perguntas para
poucas respostas.
Estou parado do outro
lado da rua, observando-a. Ela está sentada, distraída em seu celular. Lanchonete do Burguinho, diz o grande
letreiro em cima, colorido. Meus pés não obedecem minha mente. Não consigo
caminhar em sua direção.
Vai
ficar tudo bem. Não precisa temer.
Respiro fundo.
Vai
ficar tudo bem.
Ela não me viu. Seria uma
boa hora para girar sobre meus calcanhares e voltar para casa.
Não,
idiota. Não seja covarde.
Não posso fugir agora.
Um...
Dois...
Três...
Tomo coragem e me aproximo.
Maia me observa, assim
que entro no estabelecimento. Um calafrio percorre minhas espinhas, seguido por
um rápido aquecer no peito. Sinto minha garganta seca. Não consigo demonstrar
segurança ou tranquilidade perto de uma garota capaz de causar reações
estranhas em meu corpo.
Porém, não posso vacilar
agora.
Frio da barriga? Pode apostar
que sim. Algumas pessoas estão em volta, e, para ser sincero, não ligo se elas
me observam. Mas Maia? Sim, eu me importo. Muito. E ela está me observando
agora. O celular não está mais em seus dedos, deixando toda atenção em meu
corpo esguio e sem jeito.
Sigo para sua direção.
— Então é aqui que você
trabalha? — apesar de toda instabilidade psicológica que corrói minha mente,
prefiro começar com uma pergunta. Quem sabe assim não sinto um peso sendo
retirado das costas. Tudo é possível.
Mas obviamente eu não
precisava dessa pergunta, até porque o avental amarelo e o cabelo amarrado em
um rabo-de-cavalo deixa claro que ela trabalha nessa lanchonete.
— Faça o possível para
ajudar sua família, pequena Maia. Bem, é isso que eu escuto quase sempre — ela
se levanta, estendendo o braço em minha direção, esperando que eu aperte sua
mão. Eu obedeço. Um frágil sorriso se estende em seus lábios. — Agradeço por
ter vindo. Prometo que será rápido.
— Não se preocupe, minha
agenda não está tão cheia assim, na verdade — deixo um sorriso surgir, em uma
falha tentativa de acalmar meu coração, que insiste em bater de forma
acelerada.
Sento-me em um banco
vermelho, ficando de frente para Maia.
Poucas pessoas estão
presentes; um número infinitamente menor do que eu imaginei antes de entrar. Uma
música no fundo, provavelmente indie,
acalma o ambiente. O ar-condicionado também ajuda, embora não por completo. O
calor ainda prevalece na cidade.
— Caramba, faz muito
tempo não visito esse lugar — digo em um sussurro, fitando tudo que me cerca. O
mesmo balcão, bancos, mesas e luzes fracas. Tudo o que já existia há algum
tempo. — Lembro que meu pai costumava me trazer aqui, principalmente quando eu
ficava triste por tirar notas ruins em provas. Era um jeito dele de me mostrar
que, apesar da situação ruim no momento, a vida ainda não acabou.
Maia me observa por um
momento, em silêncio.
— Desculpe. Nem sei por
que estou dizendo isso...
— Não! — ela sorri. —
Está tudo bem. Nem sempre consigamos manter tudo dentro de nós. Eu também
costumava visitar esse lugar, se quer saber. Agora eu visito por obrigação. Mas
é um bom lugar.
Concordo com um aceno de
cabeça. Lentamente, como o fim de uma tempestade de novembro, sinto meu corpo
se acalmar. Minhas mãos deixam de suar e meus pés param de tremer. Meu coração
se tranquiliza, aliviando toda tensão que antes se acumulou em meu peito.
Não entendo porque me
sinto bem conversando com Maia. Não gosto de dialogar com pessoas no qual eu
não tenho intimidade. Toda pressão para ser alguém perfeito em uma primeira
conversa, passando uma ilusão que nem sempre corresponde com seus atos
rotineiros. Mas com Maia é diferente. Não tenho medo de ser julgado ou de
tentar ser um ser humano incrível. Porque eu não sou. E eu sei que ela sabe
disso. Portanto, não temo o pior.
— E então, pretende me
deixar ainda mais ansioso? — pergunto,
sentindo um calor emanar de dentro do meu peito. Suor escorre em meu rosto, apesar
de tudo. — Eu imagino que tenha me chamado aqui por causa da minha espionagem
mais cedo. Então, eu peço desculpas. — Engulo em seco. — Eu estava passando,
ouvi você tocar, era uma música que eu gostava...
— Não. Não é isso — me
interrompe, sorrindo mais uma vez. — Na verdade você descobriu minha paixão,
parabéns. — Me encara nos olhos por um momento. — Mas não é para isso que te
chamei aqui. — Respira fundo.
Algumas manchas de
ketchup e mostarda estão espalhadas por todo seu avental. O colar se mantém escondido
por trás da camisa, enquanto pouca maquiagem preenche seu rosto.
Se
não me chamou aqui por causa da minha presença inconveniente mais cedo, então qual
o motivo?
— Como tenho apenas vinte
minutos de intervalo, que agora já não são mais vinte, precisamos ser rápidos.
Quer dizer, eu preciso ser rápida. Por acaso alguém... — Dá um tempo antes de
responder. Parece tão nervosa quanto eu, olhando de um lado para o outro. —
Aceitou ser sua... Como podemos chamar? — Seus dedos batem na mesa, subindo e
descendo. — Acompanhante de casamento?
Acompanhante
de casamento?
Alguns segundos se passam
antes que eu possa entender o que ela está dizendo.
— Espera! Acompanhante de
casamento? Está falando do panfleto?
— Sim. Olha, não quero
que pense de forma errada, sabe? Não é como se eu estivesse interessada apenas
no dinheiro, porque não é o caso. Mas não posso negar que não preciso dele, me
entende? Então... Você que decide.
Então
esse é o motivo de ter me chamado aqui? Por isso não queria conversar na
escola. Estava com vergonha?
Apesar de tudo, enxergo sinceridade
em seu olhar. Sei que não está mentindo, não me chamaria aqui se não precisasse
do dinheiro. Também sei que não é por total interesse, ou então ela teria
ficado em uma fila junto com outras garotas. Mas por que precisa do dinheiro?
— Agora tenho cinco
minutos de intervalo — ela sorri, colocando poucos fios de cabelo atrás da
orelha.
Não sei o que responder.
Ainda sou apenas um garoto amedrontado e confuso, que tira conclusão
precipitada de tudo que acontece em minha vida. Minha mente trabalha de forma
acelerada, juntando ideias e encaixando peças, mas nem sempre de forma
positiva. Por mais que eu esteja me sentindo bem, tanto por conversar com Maia
quanto por saber que ela pretende ir ao casamento comigo, não me sinto
totalmente seguro em ter que aceitar o convite. Sei que ela não aceitaria se
não envolvesse dinheiro, mas também sei que eu jamais poderia conhecê-la se não
fosse pelo convite.
Merda.
Parece que estou em um beco sem saída.
Porém, não tenho outra
opção. Faltam poucos dias. Além do mais, não quero aparecer sozinho, como um
ser incapaz de levar alguém. Serei tachado como um idiota, principalmente pelo
meu primo, que sempre duvidou da minha capacidade.
— Então... — começo, após
alguns segundos em silêncio, refletindo. — O que faremos?
— Como assim?
— Bem... Não sei como
faço para organizar isso. É só aparecer na hora marcada e entrar? Preciso te
buscar, como acontece em filmes? Alugo uma limusine?
Maia parece relaxar os
ombros, sorrindo.
— Não se preocupe,
daremos um jeito. Casamentos só são complicados para quem organiza. E, falando
em organização, precisamos ajeitar esse seu visual.
— O que tem o meu visual?
— olho para baixo, enxergando minha camisa com estampa de super-herói.
— Ou o que não tem no seu
visual, né? Mas como eu disse, daremos um jeito. E se prepare, teremos uma
agenda cheia essa semana.
— O que quer dizer com
isso?
— Diário Da Princesa, meu caro amigo.
— Está me dizendo que...
Antes que eu possa
terminar de perguntar, alguém me interrompe:
— Maia, seu tampo acabou!
— grita um homem, atrás do balcão. — Volta para o serviço.
— Se cuida, pequeno
gafanhoto — diz ela em minha direção, se levantando. — E se prepare para
mudanças.
— Espera... Diário Da
Princesa? É sério? E por que não Ela É Demais?
Mas Maia não me responde,
precisando sair, caminhando em direção ao homem de avental amarelo.
Por um segundo, talvez
dois, esqueço todo defeito em meu corpo, toda timidez em meu ser, todo
nervosismo corriqueiro e toda escuridão em minha alma. O mundo se torna um
lugar melhor. Pessoas parecem belas e encantadoras. Maldade? Como se nunca
tivesse existido. Uma simples conversa, de sete ou mais minutos, fez meu
coração se acalmar e minha mente se distrair. Já faz algum tempo que não me
sinto tão bem.
Mas eu sei que tudo tem
um fim e que nada é como esperamos. Descobri isso de várias formas diferentes.
Felicidade, por pior que seja admitir, é passageira. Quando Camila, ainda no
ensino primário, me negou uma mordida em seu chocolate, afirmando que eu não
era bonito o bastante para que ela dividisse comida comigo, eu comecei a
entender que justiça não prevalecia no mundo. Ou quando Bianca, minha vizinha
que eu tanto conversava depois da aula, resolveu namorar Victor e desde então
passou a me evitar, alegando que encontrou pessoas mais interessantes do que
eu, pude perceber que sonhos e planos não se tornam reais apenas pela força do
querer.
Portanto, felicidade
sempre será passageira. Mas isso não apaga o fato de eu me sentir bem, pelo
menos por um minuto. Maia me causou esse sentimento. Ainda não entendo o
porquê. Será uma mais uma peça do destino? Ou será que tudo o que sentimos é
por consequência de nossas escolhas?
Não me lembro de tê-la
escolhido. Na verdade, isso pouco importa. Hoje eu voltarei para casa cantando
e sorrindo, esquecendo que existem pessoas lá fora que não se importam com
minha existência.
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Atualizado até capítulo 31
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