cap 9

ALLANA,

Esse cara é maluco, quebrou a mesa do restaurante e saiu me puxando igual a uma boneca de pano, agora estou aqui parecendo uma criança que está de castigo, sentada ao seu lado, toda comportada. Que ódio que eu tenho desse sujeito, nem pra morrer engasgado com a comida.

E dessa vez morreria, porque nem gritar por ajuda eu vou. Vou fingir que não estou vendo, finjo que até cega eu sou, só para não ajudar esse demônio dos infernos. Oh, maldito.

Não olho para ele, fico olhando para frente, finjo que ele não está ali, vou fingir que ele não existe, o que não vai ser nada difícil para mim, já que não me importo com sua presença.

As empregadas começam a trazer as comidas, e vamos nos servindo. Não me atrevo a olhar para ele em momento algum, sei que está morrendo de raiva de mim agora, e eu tô pouco me lixando. Se eu puder, farei isso de novo, para aprender a me respeitar.

Mas foi bom saber que eu consigo fazer ele perder a linha com um simples gesto. Bom saber que sente esse ciúmes, e esse será meu ponto forte para que ele se irrite e me mande embora daqui, já que tem seguranças lá fora. Cada dia vou usar um, até ele não aguentar mais.

Meu ponto forte é o ponto fraco dele, combinação perfeita para acabar com esse casamento. Tá ferrado na minha mão. Vou pirraçar tanto ele rsrs.

Terminamos o almoço, e ele se levanta da mesa sozinho, me deixando ali. Me levanto também, mas resolvo que vou conhecer essa casa enorme, só espero não me perder.

Começo olhando as portas, e ao abrir, é uma surpresa atrás da outra, uma surpresa inimaginável, coisas que nunca pensei que teria em uma casa.

Tem biblioteca, uma sala com uma televisão enorme, uma sala enorme sem televisão, uma sala de jogos, com mesa de sinuca, boliche entre outros jogos, uma adega com vários vinhos e uma academia.

Tudo isso no andar de baixo. Cada dia vou estar em um lugar diferente, e vou me embebedar de vinho, ficar bêbada deve ser o único jeito de aguentar o demônio.

Abro a porta dos fundos que vai para a área de lazer, e fico impressionada com a piscina e uns sofás que ficam ao redor de uma espécie de fogueira. Isso ligado à noite deve ser tão lindo.

Tudo tão perfeito, mas não merece o dono que tem. Pelo menos ele tem bom gosto. Só achei a casa meio sem graça nas cores.

Sinto uma mão tocando no meu ombro, e me viro assustada.

A empregada que fica de gracinha com meu marido, falando um monte de coisas que eu nem faço questão de ler seus lábios. Só viro as costas para ela e sigo para a beira da piscina. Se ela inventar de me empurrar daqui, ela tá ferrada, nado melhor que peixinho.

Olho para frente e vejo um quarto grande com cadeados. Olho para trás e vejo a rabuda entrando, e é minha chance de ir lá ver.

Movida pela curiosidade, me aproximo, e são cadeados enormes. Não tem janela, só a porta.

Deve ser o cofre dele, porque eu sempre tive um sonho de ter um quarto cheio de notas de dólares, uma em cima da outra rsrs.

Espera, e se for um quarto de armas, ou drogas? Será que ele é um traficante??? Pensando nisso, me dou conta de que nem o nome do demônio eu não sei.

Mas preciso saber.

Quando eu me viro, vejo alguém se debatendo na piscina. Me aproximo e não penso duas vezes, principalmente por ser uma idosa. Mergulho e vou nadando atrás dela, e vou puxando pra fora da piscina. Ela está bem molinha, respirando com certa dificuldade.

Coloco seu corpo na borda e ela agarra, saio da piscina e a puxo pra fora a deixando deitada de lado.

Ela respira ofegante, como ela caiu nessa piscina? Se fosse pequena tudo bem, mas é enorme. Ela se senta e fala alguma coisa que eu leio em seus lábios.

"Obrigada, Senhora".

Sorrio pra ela e a puxo para um abraço. A solto e me levanto, ajudando ela, e o demônio tá na porta olhando pra gente.

Por que não ajudou, né? Só presta pra fazer mal às pessoas. Passo por ele e nem olho em sua cara de espantalho, levo a senhora até a cozinha, e a deixo sentada.

Ela vai falar, mas dessa vez eu deixo claro pra ela que eu só consigo falar, que sou surda. Ela coloca a mão na boca e pede desculpa bem devagar pra eu ler em seus lábios rsrs.

Sorrio pra ela e saio da cozinha, e o demônio me vê e mexe com as mãos para acompanhar ele até uma parte da casa que eu ainda não explorei.

Quando entro, vejo que é um tipo de escritório, um tipo não, é um escritório, igual desses de empresas tudo cheio de coisas estranhas, livros e pastas.

Ele faz com a mão para eu me sentar, e eu me sento. E ele começa a escrever, e me entrega o papel.

" Tem alguma cirurgia que traga sua audição de volta?"

– Não, meus tios me levaram ao médico, e disseram que era irreversível.

Ele torce a boca pro lado e volta a escrever no papel.

"Não vou ter paciência de ficar escrevendo só para poder falar com você."

– Então vai estudar sobre Libras, assim você conversa comigo em gestos.

Ele dá risada abrindo aquela boca de Satã dele, e eu reviro os olhos, e ele para na hora de gargalhar.

E me olha sério, levanta a mão, e me expulsa balançando ela, como se eu fosse um lixo. Não saio, fico sentada e cruzo os braços e ele me olha e faz de novo o movimento com as mãos.

— Você é um ser desprezível, por isso não tem ninguém do seu lado a não ser que seja a força, deveria ter deixado você morrer naquele carro. Mais não se preocupe, não terá uma próxima vez.

Me levanto e saio de lá. Vou verificar os cantos dessa casa, preciso fugir daqui, ele não vai me manter presa, e muito menos me tocar novamente.

Saio para a área da frente da casa, e vejo que é cercada por seguranças, logo no portão tem dois armários, que acho que nem respiram.

Vejo que tem câmeras também, merda, isso é uma fortaleza, preciso dar um jeito de dar no pé, antes que ele me faça mais algum mal. Continuo caminhando pra ver se acho uma brechinha sequer, mas nada.

Se eu falar que preciso comprar alguma coisa? Mas o que? O demônio comprou tudo. Vou até o portão, quem sabe ele não falou nada pros seguranças.

Mas eu mal chego, e eles já levantam a mão pra mim. Bufo de raiva, e quando me viro, vejo ele na janela olhando pra mim de braços cruzados.

A cópia viva do Satanás. Saio dali e entro na casa, e vejo a senhora que ajudei colocando a mesa do almoço.

Se eu fizer uma greve de fome e ficar doente, posso pedir ajuda dos médicos e sumir daqui. Ou, posso fingir estar doente, o que vai ser melhor ainda. A senhora me olha, e eu sorrio pra ela.

Ela estende a mão para eu sentar, mas eu nego.

— Estou sem fome, mas obrigada. A senhora está melhor?

Ela só balança a cabeça pra mim, então me viro e vou pro quarto, planejar um jeito de sair dessa mansão.

Tiro minha roupa e vou tomar um banho, fico um tempinho e saio, quando estou terminando de colocar o sutiã, ele entra no quarto. Eu corro e pego a toalha pra me cobrir e ele corre pra eu não pegar ela.

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Comments

Rita Silva

Rita Silva

Ehhh... tá complicado!!! Será q no próximo capítulo, Allana vai sofrer outro abuso sexual??!!! Ela precisa de estratégias como: trancar a porta do quarto e do banheiro, levar as roupas p o banheiro e sair vestida de lá... não dar confiança p o embuste e não dar mole p os seguranças!!!

2024-03-25

4

Maria Maione

Maria Maione

o certo é estupro, é horrível

2024-03-15

1

Lele “Lele” Almeida

Lele “Lele” Almeida

Autora amo suas histórias, mas sempre coloca um estrupo, fica muito pesado 🪨

2024-02-24

5

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