Forçada A Casar A Surda E O Ceo Cruel
Allana
Me chamo Allana Trindade, amanhã completarei 18 anos de idade, e vou contar como minha vida tem sido uma luta todos os dias. Moro nos Estados Unidos, em Nova York, para ser mais precisa.
Aos meus 8 anos de idade, perdi meus pais em um acidente de carro. Eles me deixaram com uma babá e foram comemorar o aniversário de casamento deles. Antes de saírem, me deram um beijo de boa noite e prometeram dar outro quando voltassem para casa. Eles estavam tão bonitos que, se eu fechar os olhos, ainda posso ver as roupas que eles estavam usando naquele dia.
Fiquei esperando eles voltarem para meu segundo beijo, mas quando anunciaram a morte deles, meus tios foram para a casa dos meus pais e decidiram cuidar de mim. Como meu pai me deixou uma herança substancial, era tudo o que eles queriam: viver do dinheiro dos outros sem se preocupar. Quem não faria isso, não é?
Eles só precisavam manter a empresa para que ela não fosse à falência.
Aos 10 anos, fiquei doente com meningite bacteriana. Os médicos conseguiram curar, mas fiquei com sequelas, incluindo a perda das células ciliadas no ouvido interno. Estou totalmente surda, mas ainda consigo falar e às vezes consigo ler os lábios das pessoas, mas tenho que prestar muita atenção.
Meus tios me levaram ao médico e me disseram que era irreversível. Tive que aprender com um professor particular a conversar através da língua de sinais, mas eu mesma fui quem mais aprendeu. Eles nem se interessaram em aprender para se comunicar comigo.
Como sempre, mais uma vez me vejo sozinha. Conheci a solidão depois da morte dos meus pais, e desde então, minha vida tem sido uma ladeira abaixo.
Graças a Deus, ainda consigo falar. Não fiquei muda, mas as pessoas só conseguem se comunicar comigo usando a língua de sinais ou escrevendo em uma folha de papel, já que são poucas as pessoas que sabem língua de sinais. Isso às vezes é um pouco irritante, pois sempre tenho que pedir para que a pessoa me ajude a entender, e isso me irrita um pouco, apesar de eu ser uma pessoa calma. Mas, de vez em quando, isso me faz perder a paciência.
Aos 15 anos, meus tios levaram a empresa de perfumes que meu pai havia construído com tanto esforço à falência. Ficamos na ruína e sem dinheiro. Minha situação foi do céu ao inferno em um dia para o outro.
Fui muito mimada por eles até então. Quando o dinheiro acabou, comecei a ser um fardo para eles, e foi quando começaram os maus-tratos e as agressões. Cada dia era algo diferente que faziam comigo.
Não suportei muito tempo isso, e aos 16 anos, resolvi fugir de casa. Agora, atualmente, estou morando nas ruas, em uma pracinha para ser mais precisa.
Aqui, encontramos de tudo, mas consegui fazer amizade com uma família muito gentil: um casal com um filho de 3 anos, Marcelo, Bia e Noah. Sempre ajudo a ganhar dinheiro e também a cuidar do bebê deles.
Nós compramos balas e vendemos no farol. Com o dinheiro ganho, eles compram mais um pacote de balas e o resto é usado para comprar coisas para comer. As roupas a gente ganha, e como eu e a Bia temos quase o mesmo corpo, nossas roupas são as mesmas.
Tomo banho em um lago que fica aqui próximo na maioria das vezes, mas de vez em quando conseguimos tomar banho em uma pensão. Isso só acontece quando o dono não está lá, já que se ele pegar, somos expulsos e apanhamos.
Como não escuto nada, eles sempre se comunicam comigo mostrando as coisas ou fazendo gestos e falando devagar para que eu possa ler seus lábios. Isso às vezes é bem engraçado e até dou risada.
Agora, estou no farol oferecendo balas. Um carro luxuoso para no farol, e quando vou oferecer a bala, o motorista me olha de cara fechada.
Que humor... Chega a ser contagiante.
Ele diz algo, e eu faço sinal de que sou surda. Ele revira os olhos e fecha o vidro na minha cara.
Que idiota, não sabe o que está perdendo. Ninguém vende balas tão gostosas quanto as minhas na face da Terra.
Termino o dia com o dinheiro no bolso e o pacote de balas vazio. Como não sou boba, muitas vezes finjo que estou chorando e digo que sou surda, e a pessoa compra apenas para me ajudar. Eu sei que é errado, mas por que não usar isso a meu favor?
Entrego todo o dinheiro para o Marcelo, e ele sorri e junta com o dinheiro da Bia para comprar mais balas e coisas para comer.
Deito no cobertor estendido sobre o gramado, e não me importo muito de dormir aqui, já que o teto é o céu estrelado. Com essa visão linda, fecho meus olhos e acabo dormindo.
Acordo com a Bia me balançando suavemente. O dia já está claro, mas acho que ainda está muito cedo. Pego o pacote de balas e vou até o laguinho tomar um banho para despertar.
Hoje estou completando 18 anos, já sou uma adulta, pelo menos em idade.
Me lavo rapidinho, entro na água só de calcinha e sutiã e, depois de colocar o vestido, faço malabarismos para vestir a calcinha e o sutiã sem ficar completamente nua. A gente tem que ser pobre, mas nunca "podre", rsrs.
Passo os dedos nos cabelos para pentear, e está bom. Vou para o farol vender minhas balas.
Mais uma vez, o homem arrogante está lá com seu carro de cor desagradável. Não vou passar por mais uma humilhação, então o ignoro. No entanto, percebo que ele para o carro e parece estar mal, com dificuldades para respirar.
Não sou tão má assim e vou até ele para ver se precisa de ajuda. Ele me olha com os olhos arregalados, buscando ar, e sinto pena. Abro a porta do carro dele, retiro o cinto de segurança e faço gestos para ele tentar respirar profundamente. No entanto, ele segura minha mão com força.
Tento chamar alguém para ajudar, mas as pessoas na rua não prestam socorro. Começo a entrar em pânico, com medo de que ele morra ali e as pessoas pensem que eu o matei.
Vou até o outro lado do carro dele e vejo uma viatura do outro lado da rua. Saio correndo em direção a eles.
– Senhor policial, preciso de ajuda, o homem ali está com falta de ar, e eu não sei o que fazer. — Ele abre a boca para falar, mas o interrompo. – Desculpa, senhor, eu sou surda, só posso falar.
Eles balançam a cabeça e correm para ajudar o homem.
Chegam lá, e ele está quase desfalecido. Os policiais o tiram do carro e começam a fazer manobras para ajudá-lo a respirar.
Ele parece estar se recuperando, mas está encostado no carro, sentado. Ele me olha como se estivesse agradecendo, pelo menos foi o que pareceu naquele momento.
Uma ambulância chega, e ele segura minha mão, como se quisesse que eu vá com ele. Mas não posso acompanhá-lo. Um dos policiais usa sinais de libra para se comunicar comigo, pedindo para que eu vá com ele, e não posso negar.
Peço para que avisem a Bia e o Marcelo, descrevo como eles são, e os policiais apenas confirmam com a cabeça. Entro na ambulância, segurando a mão desse homem arrogante.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Letícia Leal
Bom eu nem preciso ler mais história pra saber que e uma das melhores qúe eu já li porque e dessa autora maravilhosa
2024-11-22
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Graça Barbosa
Realmente a vida dela mudou da água pro vinho, ela deveria sofrer muito na casa dela com os tios, afinal a casa é dela, ela preferiu essa vida não é nada fácil
2024-11-07
1
Tânia Principe Dos Santos
o que a necessidade não faz.
Alana é uma boa menina e lamento o que lhe aconteceu
2024-11-21
0