cap 7

ALLANA.

Levanto-me da cama arrastando-me. Não consigo acreditar que isso aconteceu comigo, logo comigo que nunca fiz mal a ninguém. Caminho até o banheiro e ligo o chuveiro. Preciso lavar meu corpo e minha alma, sinto-me tão suja, tão imunda, ele me humilhou do pior jeito que um homem pode fazer com uma mulher.

Começo a me lavar, e de dentro de mim, começa a sair sangue pelas minhas pernas. Passo a mão, lavando aquilo, e as lágrimas descem, se misturando com a dor da alma e a queda da água do chuveiro sobre o meu rosto.

Me agacho e sento-me no chão, chorando em desespero. Morei nas ruas por dois anos e nunca fui estuprada, nunca fui tocada. Como pude ser tão ingênua ao ponto de isso acontecer? Como pude ser enganada por um idiota rico? Que vontade de rasgar a garganta dele agora.

Deveria ter deixado esse demônio morrer dentro daquele carro. Agora, não estaria nessa situação, mas sei que a cada dia que passar, as coisas vão piorar para mim. Sou prisioneira de um maluco, um psicopata, um estuprador um... Aí meu Deus!

Quantas vezes mais ele fará isso comigo? Quantas noites mais ele me usará para satisfazer seus desejos imundos?

Droga, devo levar isso como uma lição de vida e nunca mais ajudar um desconhecido. Mas como sou burra, é bem provável que ainda caia na armadilha de ajudar alguém e me dar mal.

Porque é isso que vai acontecer agora, cada dia um tapa na vida, na alma.

Só por pirraça, vou ficar aqui no banheiro a noite toda. Ele vai pagar uma conta de água bem cara. Já sei, minha vingança será falir esse demônio. Vou fazê-lo gastar até o último centavo. Se ele acha que, só porque me tirou da rua, eu não sei gastar, está enganado. Vou escolher as coisas mais caras. Quero só ver o estrago e fazê-lo perceber que sou apenas um gasto para ele e me mandar embora.

Levanto-me e vou direto para a pia do banheiro, deixando a torneira ligada. Sei que isso é um desperdício de água, mas ele vai pagar uma conta absurda, e eu nem ligo. Quero que ele vá à falência.

Volto para o chuveiro e continuo debaixo dele até o sono me vencer, e só por isso que vou sair do banho, senão ficaria a noite toda.

Saio, me seco, e vejo a escova de dentes dele no suporte. Mas tem duas escovas, qual será a dele?

Por via das dúvidas, pego as duas e vou até a privada, limpando o fundo da privada com elas, esfregando bem para deixá-las cheias de germes e fazer todos os dentes daquela boca nojenta caírem.

Depois, coloco as escovas de volta no lugar como se não tivesse mexido em nada.

Vou transformar a vida do meu marido em um verdadeiro inferno.

Saio do banheiro enrolada em uma toalha e vou até a outra porta. Como não tenho roupas aqui, pego uma camisa dele, escolho a que acho mais bonita e me visto.

Saio do quarto, e o demônio está do mesmo jeito, com a boca aberta. Que vontade de pegar uma barata e colocar dentro.

Mas saio do quarto, não vou dormir com ele de jeito nenhum.

Abro a porta do quarto ao lado e entro.

Deito-me na cama e durmo.

Acordo de manhã sendo sacudida. Olho para cima e vejo ele com a sobrancelha levantada.

Levanto-me rapidamente e vou para o canto da cama, com medo de que ele faça de novo o que fez ontem.

Mas seu rosto está estranho. Ele se levanta, pega uma caneta e um bloco de notas e começa a escrever. Percebo que ele é canhoto como eu.

— Vai se trocar, vamos comprar roupas novas para você.

Eu achava que ele ia pedir desculpa pelo que fez ontem, mas me enganei.

Ele se levanta, colocando o bloco de notas em cima da cômoda e sai.

Levanto-me e vou até o outro quarto, onde estão minhas roupas que usei para vir para cá.

Assim que entro, ele me olha de baixo para cima. Queria vê-lo escovando os dentes agora, mas acho que já fez, pois está com os cabelos molhados, deve ter tomado banho.

Pego minha roupa e vou para o banheiro. Tomo um banho e, a partir de agora, vou tomar muitos banhos por dia.

Depois, me troco, e quando saio do banheiro, ele já não está mais no quarto. Minha barriga começa a roncar.

Saio do quarto em busca da cozinha para comer.

Encontro ele sentado à mesa, com uma das empregadas com a mão no seu ombro, rindo, cheia de intimidade.

Sento-me bem longe dele. Ele balança a mão para que eu olhe para ele, mas finjo não ver e continuo no meu lugar.

Como o que aguento. A sorte dele é que como pouco, senão seria uma despesa enorme com comida também.

Ele se levanta, e é aí que eu olho para ele. Ele me chama para irmos.

No carro, sento-me no banco de trás, e ele me olha como se estivesse repreendendo por ter sentado aqui.

Olho para a janela, nem ligando para ele, até ver pelo canto dos olhos ele saindo do carro e entrando pela porta do passageiro, sentando-se ao meu lado.

Reviro os olhos e olho para a janela.

Sinto sua mão na minha perna, empurro-a sem nem olhar para ele, não quero que ele me toque, mas ele é insistente e a coloca novamente.

Respiro fundo e olho para ele, ele dá um sorriso de lado, e eu devolvo o sorriso e empurro novamente sua mão da minha perna.

Ele levanta a mão e puxa meu cabelo pela nuca, não muito forte, mas o suficiente para aproximar meu rosto do dele.

— Se me beijar de novo, vou arrancar a sua língua dessa vez.

Ele sorri e puxa-me, colando nossos lábios, desacreditado de que eu morderia de novo.

Mas ele só sela os lábios, em um selinho, e me solta.

Essa peste é doida, vou mandá-lo para o hospício e ficar com todo o dinheiro dele.

Paramos em frente a uma loja bem chique, fico até de boca aberta, acho que gastar água da casa não fará nem um buraco no bolso dele.

Entramos, e as vendedoras vêm todas animadas sorrindo para ele. Eu só reviro os olhos, parece que entrou Deus dentro dessa loja.

Elas se afastam, e ele pega na minha mão, me levando atrás delas. Entramos em uma parte da loja, onde está escrito 'Exclusivos'.

São roupas caras para caramba, e quando vejo o preço, quase desmaio. Quem em sã consciência pagaria tanto por um pedaço de pano?

Elas vão colocando peça em cima de peça ao meu lado.

Ele pega algumas peças e me entrega, depois me leva até o provador e faz gestos para eu experimentar.

Eu coloco e a roupa fica certinha em mim. É tão gostosa, parece de veludo ou sei lá o que, mas é agradável na pele.

Saio e ele me olha sorrindo.

Dou a volta para trocar, mas ele pega na minha mão, não deixando eu entrar novamente. Acho que ele quer que eu fique vestida assim.

Ele separa todas as roupas escolhidas e me leva para uma loja de cosméticos, onde ele pega tudo do mais caro e me dá.

Depois de comprarmos tudo, até sapatos, ele me leva para um restaurante.

Sentamos à mesa, onde há dois homens na mesa ao lado, que estão me olhando.

Olho para o demônio, e ele percebe que os homens estão me olhando e fecha a cara.

Ciúmes???

Jogo meu cabelo para o lado, mostrando meu pescoço para os homens, fingindo inocência, mas é aí que a coisa fica feia.

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Comments

Rosilene Oliveira

Rosilene Oliveira

acho que ela vai dar trabalho pra ele tomara pra aprender a respeitar mulher

2025-03-12

0

fabiana melo

fabiana melo

quer fazer a menina 👧 de boneca inflamável. 🤬🤬😈👿👊👊

2025-03-09

1

Janayna Santana

Janayna Santana

Isso garota

2025-02-22

1

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