...POV Kris...
— Deixa ver se entendi, você... — Paul tentava parar de rir enquanto tomava mais um gole do suco. — Beijou a Ellie e logo depois a Ashley, que deseja seu corpo e está com raiva da coitada da braço esquerdo que você mesma quase matou jogando na piscina, encima do demolidor. Enquanto isso, em um universo paralelo você está bancando amiguinha da garota que chamava de beata idiota só porque agora ela ta gata e gostosa. — Revirei os olhos. — Estou com vontade de ir nessa tal Victoria e mandar ela acordar pra vida porque minha filha, você só quer comer! — Dei um soco no ombro dele.
— Eu nem pensei nisso! — Senti-me ofendida.
— Fale sério, eu vi a garota mais cedo e nem reconheci. Ficar trancada no quarto com aquela peituda, bancando a boa moça, não é do seu feitio, na primeira bebedeira vai tentar agarra-la.
Peituda? Eu não havia observado isso. Mas estava muito incomodada que meu amigo pensasse aquilo sobre minha pobre pessoa.
— Ouvindo você estou ficando com medo de mim mesma, sério. — Voltei a comer antes que a pausa chegasse ao fim e tivesse que encarar a próxima aula.
Ele gargalhou e parou me olhando com aquela cara de safado.
— Ontem passei o dia pegando um carinha alí — comentou.
— O dia inteiro transando? — falei alto demais e as pessoas ao redor nos olharam. — Como você está conseguindo sentar? — Ri alto e ele fez cara feia. — Droga, acho que não vou mais comer.
— Escrota! — Se fez de ofendido enquanto levantava. — Vamos, tenho um monte de coisas para fazer.
— Espera aí, você ainda não disse quem pegou. — Ele fez uma cara pensativa.
— Você não conhece... Beijos! — Saiu andando e mandou beijos no ar.
Aí tem coisa.
Ambos voltamos para nossas respectivas salas que ficavam em prédios diferente. Paul estava cursando medicina e sempre que eu pensava sobre isso me imaginava entrando em um consultório em que ele estivesse atendendo. Definitivamente eu só conseguia imagina-lo pegando os outros médicos, pois não havia uma parte sequer daquele ser que demonstrasse apreço pela profissão, estava alí apenas por causa da família. Ele atravessava todo o campus para fofocar comigo e claro, em parte porque os estudantes de administração são bem mais gatos, segundo suas palavras.
Entrei na sala e procurei um lugar afastado de outras pessoas, onde logo sentei. Fiquei de cabeça baixa enquanto rabiscava o caderno, pensando sobre o projeto que ainda nem tinha começado a fazer, quando de repente percebi alguém sentar ao meu lado.
— Você acorda bem tarde. — Olhei para a beata que mantinha o olhar na própria bolsa, onde procurava alguma coisa.
— Victoria... — murmurei na esperança de convencer meu cérebro de que devia chama-la pelo nome.
— Me chama de Vic. — Sorriu antes de levar a ponta caneta até a boca e morder, mantendo o olhar na professora que entrava na sala.
Não sei porquê minha ação no momento foi descer os olhos para observar seu decote e nossa, eu devia estar cega. Paul rinha razão. Victoria usava uma blusa que valorizava bastante o busto. Tive que virar o rosto imediatamente para não dar na cara, me amaldiçoando por estar sendo influenciada pelas palavras daquele idiota.
— Gosto de sair atrasada todos os dias — falei, ainda me referindo ao assunto anterior, mesmo que parecesse ter passado uma eternidade desde que ela sentou ali e pude analisar seus peitos.
— Vai ao jogo? — perguntou e franzi o cenho, pois estava por fora do assunto. — Do time de basquete — explicou.
— Aah, não gosto muito desse tipo de evento, são muitas garotas enlouquecidas gritando por aqueles babacas de dois metros.
Ela riu confirmando.
— Eu imagino. As meninas me chamaram, mas... Não sei. — Ficamos em silêncio e decidi prestar atenção na aula, ela fez o mesmo e permanecemos assim.
No fim da tarde, enquanto caminhava para o estacionamento avistei Ellie próximo ao meu carro e me perguntei o quê ela fazia alí com aquela cara abatida. Olhei ao redor e não vi nenhuma patricinha, então me aproximei.
— Oi — disse e vi ela forçar um sorriso.
— Preciso falar com você — anunciou e eu confirmei, esperando ela desembuchar de uma vez. — A Ashley me odeia, não quer mais ser minha amiga e quer me tirar da Beta. Ela não me disse o motivo e eu pensei que fosse porque beijei alguém que odeia, mas...
— Pode ser. — Dei uma de desentendida, ninguém mais precisava saber que aquela cobra estava me querendo. — Mas porquê está me cobrando isso?
— Porque o Paul me contou que ela gosta de você. — Escancarei a boca, prestes a dizer um palavrão. Aquele linguarudo do caralho! — Eu nunca imaginei que ela gostasse de você, pensei que te odiasse. — A garota suspirou baixando a cabeça. — Acontece que eu nem faço questão de ficar naquela droga de irmandade, vou para a Kappa, mas antes quero te dizer algo.
— Pra Kappa? — Ah meu Deus, será que ela vai ser mais uma Amy?
— Eu sempre fui afim de você e nem acreditei quando o Paul me disse que queria ficar comigo. Quero que saiba que não me arrependo de nada.
Ai senhor, o que está acontecendo com essas garotas? Tudo bem, eu não sou de se jogar fora, mas tinha que ser justo as beta? Tinha alguma coisa errada aí, não era possível que estivessem afim de mim ao mesmo tempo.
— Olha Ellie, eu também não me arrependo e não estou nem aí para a Ashley, ela que venha falar comigo e pare de joguinhos idiotas. Agora, eu só tenho a dizer que você será bem-vinda a nossa casa. — Pisquei e destravei o carro enquanto ela claramente corava.
— Bom, espero estar lá até o final de semana, fiquei sabendo que a Mary vai dar uma festa de boas-vindas para as calouras. — Confirmei, não querendo prolongar o assunto.
— Sim, vai ser ótimo ter mais alguém para ajudar. — Abri a porta do carro. — Tchau! — Entrei e liguei o automóvel desejando sair logo dalí.
Aquelas conversa me fez lembrar que tinhamos uma festa para organizar e essa teria que ser mil vezes melhor que a das Beta idiotas.
Cheguei decidida a ir falar com a Mary, líder de nossa irmandade, uma beldade alta, com lindos cabelos escuros e um sorriso encantador. Se eu dissesse que nunca quis da uns pegas nela estaria mentindo, mas a danada gosta mesmo de homem, tanto é que já pegou praticamente todos do time de basquete.
Passei em meu quarto onde tomei um rápido banho e vesti algo confortável, tipo short e camiseta. Saí descalça mesmo, até a porta do quarto de Mary que tinha um cômodo todo só para ela, isso era uma das vantagens de ser líder, porém haviam muitos contras. Ela estava no último ano e todas ficavam dizendo que eu tinha potencial para ser a próxima líder, só não sei se teria saco para aquilo.
— Oi Kris! — disse assim que abriu a porta e me puxou para dentro. — Pensei que não ia aparecer, só temos uma semana.
— Meu quarto fica no outro corredor — falei me jogando na cama de casal macia o suficiente para me sentir super a vontade.
— Olha só, eu estava pensando em uma Neon Party ou festa à fantasia, que tal? — Marysentou ao meu lado, pegando o iPad sobre o móvel ao lado da cama.
— Neon Paty me parece uma boa. — Ela virou o objeto onde havia uma lista de coisas para comprar.
— Por falar nisso, estou quase transando com o reeitor para que mandem arrumar a piscina lá dos fundos. Nós precisamos fazer algumas pool partys nos fins de semana. Festa na piscina é algo essencial! — disse ela com uma naturalidade assustadora.
— Acho que você deve mesmo transar com o homem, pois faz um ano que aquela droga esta interditada, mas... — falei, tendo uma brilhante idéia. — Se a gente fizesse a festa de boas-vindas tipo fechada e quem fosse de fora teria que comprar ingresso? Pegamos o dinheiro e guardamos, depois organizamos aquelas idiotices do tipo lava rápido, sei lá. Colocar as meninas para esfregar os peitos nos carros dos marmanjos nos renderia uma boa grana e ajudaria com a reforma da área externa.
— Kristine você é tão incrível que eu quase te daria um beijo agora! — disse ela segurando meu rosto e logo tascando um beijo estalado em minha bochecha.
— Calma aí, não precisa arrancar minha cabeça. — Sorri, ficando de pé. — Hoje vou ver o último treino de basquete, mas amanhã vamos começar a comprar as coisas para a festa.
— Vou procurar um DJ bem conhecido, nossas calourinhas vão se acabar! — Ela deu uma gargalhada, parecendo uma doida. — Então ta marcado, amanhã depois das aulas vamos sair. — Eu já estava caminhando para a porta quando decidi comentar sobre algo.
— Você devia ter avisado antes que a Ellie vem para cá. — Mary fez uma cara, parecendo a ponto de vomitar.
— Esqueci completamente esse detalhe. A Ashley está odiando ela, só espero não ser a próxima a odia-la. — Eu ri e saí do quarto.
Assim que abri a porta de meu quarto avistei Victoria parecendo procurar algo na cômoda. Não falei nada, apenas me joguei em minha cama, pensando sobre o que comprar para a festa, quando senti um tapa em meu pé. Abri os olhos e ela segurava duas saias, uma menor que a outra.
— Qual eu uso? — Franzi a testa analisando uma e outra.
— Melhor usar calça — respondi e ela revirou os olhos.
— Estou perguntando qual das duas é melhor e não se devo usar saia ou calça — falou daquele jeito toda chateade, então sentei na cama para olhar melhor.
— Vic, até outro dia você usava saias abaixo do joelho. Não sente nem um pingo de vergonha em se imaginar usando essas coisas minúsculas? Além do mais que vai ta cheio de caras lá e tem as arquibancadas... — Ela suspirou parecendo entediada.
— Claro que não é a coisa mais normal e confortável do mundo vestir esses pedaços de panos , mas é o que temos para hoje. — Sorriu. — Qual delas?
— Não tem mesmo a opção calça? — insisti.
— Ai Kris, eu comprei elas para usar e calça uso para ir a aula.
— Ok, vai com a preta que parece ter um dedo a mais de cumprimento. — Me joguei deitada na cama.
Imagina ela subindo aquelas arquibancadas.
Ouvi batidas na porta e vi Victoria ir abrir. Logo Amy estava sentando em minha cama, sorrindo de orelha a orelha.
— Vamos juntas para a quadra? — Ela pegou um de meus pés e começou a fazer massagem.
— Vamos sim. Você vem Victoria ?
Amy fez um bico, provavelmente estava planejando ficar sozinha comigo e me agarrar.
— Não, vou com as meninas. — Ela ainda mexia nas roupas.
— E essas saias cafonas de piranha — comentou Amy olhando as peças sobre a cama da ex beata.
— Amy! — repreendi ela lançando um olhar de reprovação.
— São apenas peças de roupas — disse Victoria que virou para nós duas, encarando Amy. — É bem menos feio que carregar na própria cara ser uma. — Ela gesticulou para a outra e fiquei de boca aberta por sua resposta.
— Como é que é? — Amy levantou rapidamente, indo confrontar a beata e saltei da cama na mesma hora me pondo entre elas.
— Ei, ei ei, podem ir se acalmando, aqui não é lugar para vocês discutirem sobre piranhagem. — Eu olhava de uma a outra que se encaravam.
— Você me chamou de piranha? — rosnou Amy.
— Se a carapuça serviu...
Amy já queria partir pra cima dela, chamando-a de vadia, mas segurei em seus ombros.
— Olha Amy, melhor você ir embora! Não pode vir aqui provocar alguém e se fazer de ofendida por não aguentar as consequências. — Ela bufou. — Não quero briga em meu quarto! — Segurei em seu braço e caminhei com ela até a porta que abri.
Só após lançar um olhar fulminante para Victoria, saiu.
— Que garota mais... Idiota! — disse ela assim que fechei a porta e acabei rindo.
— Ela gosta de provocar, não cai nessa. — Decidi procurar algo para vestir também. — Esquentadinha…
— Espero não encontrar ela hoje ou... — Ela fechou a mão com força, parecendo bem brava.
— Que valentona — brinquei. — Mas olha, tem certeza que não quer ir de calça? — Ela me olhou.
— Agora que vou usar saia mesmo! E estou me lixando para o que vão pensar. — Me deu as costas e seguiu para o banheiro.
Eu não queria nem ver ela subindo aquelas arquibancadas.
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Atualizado até capítulo 42
Comments
só zueira
hahahahah vai se o grandão que ela brigou por causa dele já tô vendo
2024-10-16
0
Mary Lima
Está.meninas são demais /Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Tongue//Tongue//Grin/
2024-08-07
0
Cleidiane Oliveira
QUERO MAIS....
2022-12-28
3