...POV Kris...
Amy gemeu em meus lábios e decidi que era hora de parar. As vezes ela insistia tanto que eu acabava esquecendo que era insaciável e ficaria sempre pedindo mais. Quando nos afastamos levei um susto ao ver a beata parada ao nosso lado, nos encarando de maneira estranha. Ela conseguia ficar cada vez mais assustadora, tanto por seu rosto quanto em relação as roupas, usava uma camisola que me lembrava muito aquelas de vovó.
— O que diabos você ta olhando? — perguntei e ela pareceu despertar de um transe, seu rosto atingindo um intenso tom de vermelho. Ela entrou no quarto fechando a porta com força, eu olhei para Amy e ambas caímos na gargalhada.
Quando me recuperei do riso decidi entrar e Amy ainda tentou me convencer a ir visitar o dormitório dela, mas abri a porta e entrei rapidamente, como se fugisse. Olhei para a cama da beata e estava vazia, ouvi o som do chuveiro ligado e me joguei em minha cama retirando os sapatos com os próprios pés. Quando ela saiu do banheiro virei para o lado da parede e tentei cochilar para não ter que ficar aturando sua presença, mas ela estava inquieta e eu não consegui conciliar meus pensamentos, muito menos dormir.
— Gostou do que viu? — perguntei enquanto virava na cama ficando de barriga para cima olhando o teto do quarto. — Coisa feia ficar olhando as pessoas se beijando, estava parecendo aquelas crianças melequentas curiosas. — Ela não respondeu e virei o rosto para ver o que fazia, estava enfiada embaixo do cobertor. — Está com medo de quê?
— Você é lésbica? — Ela retirou o cobertor da cabeça deixando apenas os olhos de fora.
— Tem medo de lésbicas? — Ri levantando da cama para ir vestir meu pijama e a garota se encolheu como se eu estivesse indo ataca-la. — Você é doida? Não te agarraria nem se eu fosse o pé grande. — Peguei meu pijama na cômoda e fui para o banheiro, quando voltei ela estava lá, enrolada e quieta, então apaguei a luz e consegui ignora-la até dormir.
Infelizmente as férias acabaram.
Na segunda, quando acordei estava sozinha no quarto e pude me arrumar a vontade. Peguei minha bolsa que estava preparada desde o último dia de aula — já que levei as férias muito a sério — e saí do dormitório ainda ajeitando minhas roupas, pois estava atrasada.
Cheguei na minha primeira aula quando a professora já estava entrando e corri para um dos acentos. Me acomodei — muito mal por sinal, naquelas drogas desconfortáveis — e corri os olhos por todas as pessoas na sala, observando os rostos novos naquela matéria que fiz o favor de repetir, mas infelizmente a primeira pessoa que vi foi a beata.
Será possível que ela vai estar em todos os lugares?
O dia correu normal, aulas e mais aulas, almoço, conversa fiada com meus colegas e amigo, assim chegou o fim da tarde e eu agradeci mentalmente por finalmente poder dormir um pouco.
Caminhava pelos corredores em direção a saída quando a voz de Charlotte Sullivan me fez parar.
— Kristine! — gritou ela que aproximou-se colocando o braço ao redor de meu ombro.
— Em que mundo você vive para achar que tem essa intimidade? — Retirei o braço dela de mim, dando um passo para o lado no intuito de manter distância.
— Ei revoltadinha, vim apenas te avisar que minha festa de aniversário é daqui a duas semanas. — Dei de ombros e ela fez um bico.
— O que eu tenho a ver com isso, Sullivan? — Eu não conseguia entender o que ela e as amigas patricinhas tanto queriam comigo, elas tinham mania de ficar pegando no meu pé porque sabiam que eu não gostava de nenhuma.
Charlotte era uma loira alta, coxas perfeitas, bumbum arrebitado e seios fartos, uma verdadeira tentação. Quem nos via conversando daquele jeito diria que somos no mínimo colegas, mas ela já havia demonstrado antes não gostar de mim, apenas pelo fato da melhor amiga não ir com a minha cara desde a minha chegada à universidade.
Ashley Brooks era o tipo de pessoa convencida devido o sobrenome que carregava, achava que a atenção de todos tinha que ser sempre dela, mas isso não aconteceu durante a festa de boas-vindas da turma. Como acabei roubando a cena, isso pareceu imperdoável e insuperável para ela.
— Eu quero que você vá, as garotas mais lindas da cidade estarão lá para você exercitar bastante o seu lado lésbico. — Não pude deixar de rir ouvindo aquela babaquice.
— Não preciso das suas festas para "exercitar meu lado lésbico." — Fiz aspas com os dedos e saí andando, deixando ela para trás.
— Te espero lá! — gritou. — Coloca sua roupa mais sexy! — Revirei os olhos enquanto caminhava mais rápido.
Quando entrei no dormitório a beata estava lá, sentada lendo. Joguei a bolsa no chão, peguei uma roupa confortável e fui para o banheiro. Ao sair sentei na cama secando os cabelos e olhei para a outra que parecia concentrada no livro, até que de repente a porta do quarto ser escancarada e uma loira com um metro e meio entrar sorrindo.
— Olá meninas! — Fechou a porta atrás de si.
— Oi Cand! — disse a beata sorrindo e fechando o livro.
— Vim convidar as duas para jantar comigo!
Olhei a beata no mesmo momento em que ela olhou para mim, mas baixou a cabeça.
— Espera! Victoria, essa é a Kristine — disse Candice, gesticulando entre nós duas. — Kris essa é a Vic — A loira colocou as mãos na cintura, sorrindo de orelha a orelha. — Pronto, agora podemos sair juntas, certo?
— Eu não estou com fome — anunciei.
— Eu vou sim! — A tal Vic levantou da cama e pude ver que vestia uma de suas habituais saias abaixo do joelho que lhe fazia parecer uma doida varrida.
— Kris, para de ser chata! Nós tivemos nosso terrível primeiro dia de aula, sei que está cansada, mas acima de tudo com fome. Vamos!
Como eu já planejava sair para jantar porque não queria ficar na casa com o resto das garotas, acabei aceitando.
Assim que saimos entendi o real motivo de ter sido convidada, eu seria a motorista delas.
Fomos até a lanchonete mais próxima, nos arredores do campus, então não demoramos a chegar. Durante o percurso Cand só falou sobre o carinha que conheceu logo no primeiro dia de aula.
— Ele deve ter uns amigos para te apresentar — disse a loira para Victoria e acabei rindo.
— Cand você é toda desinibida, descolada e bonita, já eu... — Ouvi a beata dizer enquanto eu já saía do carro.
Ainda bem que ela tinha noção. Pensei comigo mesma.
— Vic não estou gostando da forma como você se diminui — reclamou e revirei os olhos ouvindo aquilo enquanto observava elas saindo do veículo.
— Depois falamos sobre isso. — A beata pareceu não querer falar na minha frente.
— Você é linda! Só... — Cand buscava uma palavra que descrevesse a nova amiga e eu decidi finalmente entrar na conversa.
— Só anda por aí parecendo a minha avó. — Coloquei a chave no bolso e caminhei para a entrada da lanchonete.
— Para de ser grossa! — Senti algo batendo em minhas costas e quando virei percebi que havia sido a loira que jogou o sapato em mim, mostrei a ela o dedo do meio e entrei no local deixando as duas para trás.
Candice, Amy e Paul, eram os mais próximos a mim, apesar de conhecer praticamente todos que estavam naquela universidade. Os três me conheciam muito bem e sabiam que eu não era de falsidade ou enrolação, sempre falei tudo na cara e muitas vezes me chamavam de grossa, mas eu não conseguia evitar, sentia necessidade de expor meus pensamentos em voz alta.
Logo estávamos sentadas em uma mesa, fazendo nossos pedidos. Pedi uma poção de batatas, sanduíche, mais um refrigerante, logo depois foquei em meu celular, sem dar muita atenção para o que as duas pediam.
— Kris, porquê não nos dá atenção? Começa explicando o motivo de insistir em assustar a Vic — falou Cand de repente e coloquei o celular de lado encarando a besta, me perguntando o quê ela andou falando sobre mim.
— Eu? — Franzi o cenho. — Ela quem me assusta com essa cara. — Vic praticamente me fuzilou.
— Se quer ter o quarto só para você porquê não vai pra casa? Já está na hora de parar com isso de ficar colocando pra correr todas as garotas que entram... — Cand se calou e segui seu olhar, logo avistando Matt que aproximava-se.
— Oi Vic — disse ele parando ao lado de nossa mesa e vi ela sorrir de orelha a orelha, como toda boa boboca que ele jogava charme.
— Oi Matt, tudo bem? — O sorriso ia acabar rasgando a cara dela, de tão largo.
— O que você quer? — perguntou Candice emburrada, bancando a super protetora.
— Cand não se mete em assunto de casal — brinquei e enquanto ela me lançava um olhar fulminante vi a beata ficar vermelha.
Coitada.
— Cand, fica na tua — disse o loiro bancando o idiota de sempre. — Vic, podemos conversar?
— Claro que não! — A loira olhou para a outra que claramente queria ir.
— Candice para, ela já é bem crescidinha — falei.
— Eu volto logo. — Vic ficou de pé e saiu caminhando enquanto Matt colocava o braço ao redor de seus ombros .
Candice bateu na mesa de repente, me assustando.
— Eu nem preciso dizer que ele está planejando brincar com ela, não é? — disse.
— E você vai ficar bancando a babá? A garota queria ir, deixa ela quebrar a cara pra aprender. — A loirinha bufou de raiva.
Nossos pedidos chegaram e comi despreocupada enquanto ela tentava ver os dois através da parede de vidro. No fim das contas pedi para a garçonete preparar o pedido da beata pra viagem, afinal ela ia acabar ficando sem comer pra ficar de papo com o sacana lá.
— Não aguento mais! — A loirinha levantou da mesa e revirei os olhos antes de chamar a garçonete para pedir mais um lanche pra viagem.
Minutos depois, quando saí do local, as duas pareciam discutir próximo a meu carro, mas se calaram ao notar minha aproximação. Nem perguntei nada, entrei no veículo tomando meu lugar no volante.
Durante a volta elas pareciam emburradas, eu nem quis comentar sobre o motivo, então seguimos em silêncio.
Assim que chegamos Candice entrou na casa e nem deu tempo de entregar o lanche, pois passou feito furacão, me fazendo rir da situação. Dei de ombros e fui para o dormitório sendo seguida pela beata, destranquei a porta e ao entrar retirei os sapatos, com os pés mesmo.
— Toma. — Entreguei o lanche e ela ficou olhando por um tempo, parecendo decidir se deveria aceitar. Eu já ia até desistir quando pegou de minha mão.
— Obrigada — murmurou sentando na cama e também me joguei na minha. — Qual o problema da Candice em relação ao Matt? — Virei na cama para olhar ela.
Era incrível que uma garota que provavelmente não sabia nada da vida ficasse se interessando por um cara como o Matthew, justo o tipo de babaca que jamais se interessaria por alguém como ela. Aliás, quem se interessaria?
— Não sei se entenderia... você pelo menos já beijou nessa vida? — provoquei e ela bufou me fazendo rir. — Quando cheguei aqui eles eram namorados.
— Ela ainda deve gostar dele... — resmungou e eu sentei na cama.
— Você é idiota, não é? A Cand odeia aquele imbecil, está estampado na cara dela!
— Idiota? — Jogou o pacote com o sanduíche em mim, de repente. — Não dá mesmo para ter uma conversa com você! — dizendo aquilo ela deitou-se me dando as costas.
— Vai rezar pra Deus, deixa de ser estressadinha! — Rindo coloquei o pacote no móvel ao lado da cama e deitei, também de costas para ela.
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Mary Lima
Ela tinha que acolher a novata e orientar não humilha.
2024-08-07
2
A.G
Nossa que maldade, um coice doía menos…
eu ein menina escrota 🙄😒
2024-06-13
4
futuramente... você idiota
2024-05-04
1