8

Amanda.

Parece que finalmente parou de chover, embora não haja sol lá fora.

Da cama, enxergo apenas um dia nublado através da porta da sacada.

Douglas ainda dorme profundamente ao meu lado, nunca teve o costume de acordar cedo, ademais tivemos uma noite difícil.

Ele decidiu trocar sua amante por mim na noite anterior, por motivo que desconheço. Se mostrou romântico, apaixonado, excitado.

Todavia não consegui me entregar a ele depois da tarde que passei nos braços de Logan, é como se pertencesse a ele agora e não mais ao meu marido, sei que é loucura mas é assim que me sinto.

Precisei inventar que estava nos dias das minhas regras para que Douglas desistisse de me levar para a cama. Episódio que não pode se repetir, afinal ele é meu marido, tem o direito de me possuir.

Nunca antes tinha me negado a ele, pois apesar de jamais ter me proporcionado o prazer que tenho com Logan, quero ser uma esposa exemplar. Não posso deixar que isso se repita. Preciso parar de pensar em Logan. Talvez se envolver com ele tenha sido um erro. Mas ainda não é tarde, posso simplesmente parar de encontrá-lo. Talvez Douglas tenha deixado sua amante e possamos voltar a ser um casal feliz.

Com tais pensamentos levanto-me.

Visto um hoby por cima da camisola e vou até a sacada, apóio-me na mureta de madeira observando a floresta diante de mim, escurecida pelo dia nublado e muito frio para o mês de março.

Ouço um estrondo ao longe, volto meus olhos para aquela direção e avisto Logan, cortando lenha. Está sem camisa, os músculos protuberantes, perfeitos, e as tatuagens à mostra. Fico excitada apenas em olhar para ele, extasiada com o quanto exala masculinidade crua, na sua mais perfeita forma em cada movimento seu, enquanto realiza aquela simples tarefa. Não será fácil deixar de me encontrar com ele, pois está impregnado em mim como uma febre sem cura.

Relembro os momentos vividos nos seus braços na tarde anterior e fico sem fôlego, meu corpo em chamas, o meio das minhas pernas formigando, ansiando por atenção.

Como se sentisse o peso do meu olhar, ele olha diretamente para mim, com uma carranca, voltando para sua tarefa rapidamente.

Percebo que há algo errado e pretendo descobrir o que é.

V olto para o quarto, tomo um banho rápido, visto uma calça jeans e uma blusinha de malha confortável, jogo um casaco flanelado por cima, escovo bem os cabelos, dispensando a maquiagem e vou para a cozinha.

Soraia está preparando o café da manhã. Há sanduíche de queijo com presunto, pão fresco, café, leite, suco e frutas sobre o balcão.

-- Bom dia. – Ela fala com um sorriso. – Já servirei a mesa.

-- Não precisa ter pressa. Douglas e Rebeca não acordarão tão cedo.

Quanto a mim, vou dar uma cavalgada. – Pego uma maçã e dou uma mordida grande.

-- V ocê tem cavalgado bastante esses dias. Parece que tomou gosto pelo esporte.

Digiro suas palavras e sinto minha pele queimar, sei que estou vermelha. Está ela desconfiada de alguma coisa? Mais alguém percebeu isso?

Nem assim me detenho, preciso ver Logan, falar com ele, saber o que está errado, ouvir sua voz máscula, sentir o seu cheiro gostoso de macho. Embora seja necessário, para salvar meu casamento, não conseguiria ficar longe, pois ele é como um vício do qual sou dependente.

Deixo a casa, ainda comendo a maçã. Dirijo-me para os estábulos.

Onde está Raimundo para selar meu cavalo? Percorro os olhos pela propriedade, não o vejo em parte alguma. Não sei fazer isso, só me resta chamar por Logan, acho que ele já aprendeu a tarefa, pois o vi cavalgando sem cair do cavalo.

Deixo o estábulo dirigindo-me até ele. Está de costas, ainda cortando a lenha, o chamo, duas, três vezes, ele me ignora.

-- Por acaso você está surdo?! – Indago, irritada, atirando o miolo da maçã nas suas costas nuas.

Ele abandona a tarefa, virando-se para mim, me encara com uma fúria tão selvagem no olhar que me faz recuar um passo.

-- O que você quer? – Pergunta, com rispidez.

-- Preciso que sele meu cavalo.

Não sei onde está Raimundo.

Ele permanece um silencio por um momento, me fitando com aquele brilho furioso no olhar. Depois, segue para o estábulo, passando por mim com rapidez, quase me derrubando com um esbarrão. O que há de errado com ele? Me pergunto pela décima vez.

Após selar o cavalo, deixa o estábulo, sem mais olhar para mim.

Faço questão de passar por ele antes de seguir pela estradinha que leva ao riacho, para que saiba para onde estou indo, embora tenha minhas duvidas de que venha me encontrar, está furioso comigo, sem que eu saiba o motivo.

Chegando lá, salto da montaria e permaneço em pé, desencorajada a sentar-me sobre a relva, pois tudo parece lamacento por causa da chuva.

Espero. Por uma hora, talvez duas.

Estou certa de que ele não vem, quando ouço trotes apressados de cavalo e ele surge na pequena estrada. Salta, caminha na minha direção, em silencio, ainda fitando-me com olhos furiosos. Recuo, assustada.

-- Está tudo bem com você? – Pergunto, forçando um sorriso.

-- Não. Não está. – Continuo recuando, enquanto ele se aproxima lentamente. – Como foi sua noite?

-- Normal e a sua?

-- Trepou muito com seu marido?

Fico confusa. De onde ele tirou aquilo? Que importância tem se transei com Douglas ou não? Afinal ele é meu marido.

-- Não. Mas se tivesse trepado você não teria nada a ver com isso.

Ele avança para mim com um animal selvagem que ataca sua presa. Empurra-me de encontro ao tronco áspero de uma arvore, prendendo meus pulsos acima da cabeça, pressionando seu corpo grande contra o meu, despertando o desejo dentro de mim com o seu calor gostoso ao mesmo tempo em que me machuca com a forte pressão.

Entro em pânico, afinal não sei nada sobre ele, pode ser uma pessoa violenta. E se me der uma surra, que desculpa usarei para justificar os hematomas?

-- Por favor não me bata. – Falo, a voz trêmula.

O espanto surge nos seus olhos castanhos.

-- V ocê acha mesmo que eu seria capaz de fazer isso?

-- Não sei. Não conheço você direito.

-- Acho que o que está acontecendo entre nós não está me fazendo bem.

-- Está me prejudicando também.

-- Vi você beijando Douglas ontem a noite e fiquei puto da vida por saber que você foi dele logo depois de ser minha.

Agora entendo o motivo da sua carranca, apesar de que ele não tem o direito de sentir ciúmes de Douglas.

-- Não aconteceu nada entre nós além de um beijo. Não consegui me entregar a ele porque só pensava em você. Não queria o corpo dele e sim o seu. Por isso acho que...

Ele não me deixa terminar a frase, silenciando meus lábios com os seus, introduzindo a língua na minha boca, sofregamente, me deixando sem fôlego.

O tesão toma conta de mim, sobressaindo-se à dor que ele causa nos meus pulsos com sua mão forte e nas minhas costas ao me pressionar contra a árvore com seu corpo sólido como uma rocha.

Esquecendo-me completamente do que pretendia dizer, ergo minhas duas pernas, circundando-as em torno dos quadris dele, esfregando meu sexo no seu pau duro, por sob os tecidos das roupas.

Ele liberta meus pulsos, usando as duas mãos para apalpar meu corpo, começando pelos, seios, descendo pela cintura, até alcançar as nádegas, deixando um rastro de fogo por onde passa. Aperta-me ali, empurrando-me mais contra si, intensificando a pressão entre nossos sexos.

-- V ocê me deixa louco Amanda. – Fala, de encontro aos meus lábios, puxando o ar pesadamente.

Liberta-me do seu corpo, afastando-se um pouco, o suficiente para abrir o zíper da sua calça, descendo-a até os joelhos, junto com a cueca, expondo o membro duro, enorme. Faz o mesmo com o meu jeans, sendo que o tira completamente pelos meus pés, jogando-o para longe. Rasga minha calcinha com facilidade e volta a aprisionar-me contra a árvore com seu corpo sólido.

Beija-me novamente os lábios, com voracidade, como se estivesse faminto por eles. Espalma suas duas mãos sob minhas nádegas, erguendo-me do chão, de modo que posso voltar a contornar seus quadris com minhas pernas, completamente tomada pela luxuria. Agora sem as roupas no caminho podemos saciar o desejo que nos consome de estarmos unidos num só.

Ele entra em mim, dilatando as paredes molhadas da minha vagina com seu pênis gigantesco, preenchendo-me por completo, levando-me à uma doce loucura.

Move-se dentro de mim, com fortes e rápidas estocadas, indo bem fundo no meu interior. Quanto mais o faz, mais quero que faça, se parar agora sou capaz de morrer.

O tesão aumenta a cada movimento.

Gemo, grito, aperto os músculos sólidos das suas costas com minhas mãos. Neste momento não preciso de mais nada que não do seu corpo em mim, do jeito que está, como se meu mundo se resumisse a isso.

Meu corpo se contrai, aproximando-se do clímax, ansiando por um alivio. Ele percebe e acelera os movimentos. Quando começo a gozar, loucamente, afasta seu rosto o suficiente para me fitar. Grunhi como um animal, enquanto seus espasmos se fazem dentro de mim.

Nossos corpos amolecem. Antes de nos afastarmos nos beijamos demoradamente, declarando um ao outro, com o gesto, o quanto aquilo foi bom, inesquecível.

-- V ocê gozou dentro de mim! – Falo, aturdida, quando ele se afasta.

-- E o que tem isso? V ocê não toma anticoncepcional?

-- Não! Douglas fez vasectomia! – Estou em pânico.

-- Como você é capaz de se casar com um homem que não pode te dar um filho? – Seu tom é ríspido.

-- Eu também não quero filhos. – Minto, recordando-me dos meus sonhos de maternidade antes de aceitar me casar com Douglas.

Atualmente já nem sei mais porque me casei com ele. Agora que conheci o prazer nos braços de Logan, sei que jamais o amei de verdade, ou não sentiria o que sinto com outro homem. Visto meu jeans sujo de lama, recordando-me das suas palavras. – Como você sabe que beijei Douglas ontem na sacada?

Não estava no seu trabalho de vigia?

Ele demora para responder.

-- Saí mais cedo ontem. Enquanto passava pelo sitio tive o desprazer de presenciar a cena.

Acho estranho que ele tenha visto algo tão distante casualmente, mas não quero pensar mais nisso.

Preciso dizer a ele que nossos encontros de alguma forma estão prejudicando a nós dois, a ele porque sente ciúmes e a mim porque não consigo mais ter relações sexuais com meu marido. Não quero deixar de vê-lo, pois o desejo loucamente, mas é necessário.

-- Escuta. – Começo, escolhendo as palavras com cautela. – Acho melhor a gente não se encontrar mais, porque isso está prejudicando nós dois. O fato é que não devemos levar isso adiante.

Ele encara-me em silencio por um longo momento, seus olhos sem expressão alguma. Então fala:

-- Esperarei você aqui amanhã à tarde, depois do almoço. Se não vier te juro que entro naquela casa e tiro você de lá à força.

Sem mais palavras, monta no seu cavalo e vai embora, deixando-me boquiaberta. No fundo me sinto satisfeita com suas palavras, pelo menos agora tenho um pretexto, que não apenas minha luxuria para revê-lo, ou seja: o fato de que pode entrar na minha casa e destruir meu casamento de vez. Acho que ele não é louco a tal ponto, mas não vou pagar para ver. No fundo me sinto feliz ao saber que não terminamos por aqui, que estaremos juntos novamente. É tudo o que quero, o resto não tem importância alguma, é apenas o vazio em que vivo há anos, o qual ele veio preencher.

Quando volto para casa Douglas e Rebeca ainda dormem. Não sei de onde tiram tanto sono.

Na hora do almoço estão acordados e nos reunimos em torno da imensa mesa na sala de jantar. Como sempre acontece durante as refeições, o silencio reina entre nós.

Rebeca e Douglas não se falam e não tenho assunto quando ambos estão no mesmo ambiente, envolvidos naquele clima hostil.

Comemos galinha caipira ao molho pardo com arroz e salada, prato preferido de Douglas. Após a refeição, nos acomodamos na sala de estar, enquanto Rebeca sobe de volta para seu quarto, provavelmente dormir mais um pouco antes de voltar para a balada.

-- Como estão os preparativos para sua festa de aniversario? – Douglas pergunta, enquanto abre uma folha de jornal.

Será que ele não tem outro assunto que não aquela festa chata?

-- Mamãe vem amanhã para me ajudar com os preparativos.

-- Ótima idéia. Agora sei que tudo ficará pronto a tempo.

É bom saber o nível da credibilidade que ele me atribui.

Ele se concentra na folha de jornal, sem me dar atenção alguma. Fico entediada. Se Logan fosse meu marido duvido que estaria sem ter o que fazer. Pelo contrario, mal teria tempo para respirar.

O observo atentamente tentando me recordar porque me casei com ele. É onze anos mais velho que eu, apesar de não aparentar seus trinta e cindo anos de idade; é alto; tem o corpo atlético; os cabelos escuros; o rosto bonito e seus olhos verdes fazem muitas mulheres suspirarem. Quando o conheci era o solteiro mais cobiçado do Rio de Janeiro, todas as solteiras queriam se casar com ele, mas eu fui a escolhida, me senti privilegiada, até conhecê-lo melhor, saber o quão frio é.

Me dirijo para a sala de vídeo onde assisto um filme de comédia romântica no DVD, quando termina vou para o quarto, afim de observar Logan da saca, o espetáculo mais belo e excitante que qualquer filme possa me proporcionar.

Ao entrar no aposento ouço o som da água do chuveiro, Douglas está no banho. V ou direto para a sacada.

Lá embaixo avisto Logan próximo à cerca de madeira do estábulo, conversando com Rebeca. Ela usa um shortinho e uma mine blusa, deixando à mostra as pernas e a barriga, os cabelos estão soltos ao longo das costas, está muito perto dele e sorriem descontraidamente.

Sobre o que conversam?

Sinto meu sangue ferver de raiva ao observar a cena. Meu desejo é ir até eles e os afastar, não suporto vê-los tão próximos. Agora posso compreender como ele se sentiu ao me ver beijando Douglas. Embora não tenhamos nenhum compromisso há um sentimento forte entre nós, impossível de ser ignorado.

Douglas sai do banho, está completamente nu secando-se no quarto. Talvez eu devesse tentar acender entre nós o fogo que há entre mim e Logan, talvez assim nos tornando um casal feliz. Não custa tentar. Pensando nisso aproximo-me dele, acariciando suavemente seu peito. Ele fita-me surpreso, esquiva-se do contato e pergunta:

-- Suas regras já foram embora?

-- Sim.

Ele fita-me em silencio por um momento, então, deixa a toalha cair no chão, segura-me pela nuca e toma-me os lábios, sugando-os com firmeza. Retribuo o beijo, colando meu corpo de encontro à sua nudez e nada sinto que não repulsa. Gostaria que Logan estivesse no lugar dele, me apertando com seus braços fortes.

A repulsa aumenta à medida que ele me acaricia mais intimamente.

Não consigo ir adiante e afasto-me.

O que Logan fez comigo? Não consigo mais me entregar ao meu marido.

-- Algo errado? – Douglas pergunta.

-- Ainda estou com um pouco de cólica. Acho que não estou pronta. – A mentira sai com facilidade. Sei que com minha atitude o estou empurrando para os braços da sua amante. Por outro lado, talvez estivesse enganada, pois mesmo quando pertencia a si todas as noites, ele procurava por outras mulheres.

Quando a noite cai, nos reunimos à mesa para o jantar. Como acontece na hora do almoço o silencio reina no ar. Ao terminarmos, Rebeca se dirige ao andar de cima, retornando minutos depois vestida com seus trajes nada convencionais: uma mine-saia jeans com a bainha desfiada; meias arrastão; blusa preta brilhosa e a jaqueta jeans por cima.

Parece uma punk dos anos oitenta.

Despede-se de mim com um beijo no rosto e deixa a casa rapidamente. E se tiver ido se encontrar com Logan?

E se ele inventou aquele emprego de vigia para estar com ela à noite?

Ambos pareciam bastante íntimos quando conversavam mais cedo.

Preciso afastar tais pensamentos, afinal não há nada serio entre nós, ele pode sair com quem quiser.

Como eu já esperava, Douglas surge do segundo andar elegantemente vestido, com uma camisa social preta de mangas compridas, calça marrom e uma gravata cinza meio frouxa. Despede-se de mim com um selinho nos lábios e parte ao encontro da sua amante, inventando que vai jogar cartas com os amigos em um cassino clandestino, deixando-me completamente só naquela casa tão grande.

Como eu gostaria que Logan estivesse aqui comigo, na minha cama, onde poderíamos fazer loucuras, entregando-nos à nossa luxuria. Se tivesse ao menos uma pista de onde ele trabalha à noite, iria atrás dele, afinal vigias noturnos ficam praticamente o tempo todo sozinhos, eu podia arranjar uma forma de ocupar esse tempo. Mas talvez nem trabalhando ele esteja, talvez esteja com outra mulher como Douglas.

Só me resta assistir mais filmes no DVD, afastar todos os pensamentos e ir dormir sozinha, como quase sempre.

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Comments

Jô

até o final da história essa mulher não terá mais calcinha kkkk

2025-02-19

0

Zilda Barbosa

Zilda Barbosa

o outro abestalhado parece que nao tem dinheiro pra camprar camizinha

2024-01-02

5

Zilda Barbosa

Zilda Barbosa

essa tonta vai ficar gravida vai sobrar pra cabeça dela

2024-01-02

0

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