12

Neil

Ainda é dia quando desperto, olho no visor do celular, são duas horas da tarde. Dormi por sete horas seguidas.

Sentindo-me faminto, visto minhas roupas sujas, já que não tenho outras, e deixo o quarto, decidido a procurar um restaurante barato e discreto. Preciso economizar, ou em alguns dias estarei passando fome.

Não há elevador ali, desço as escadas com pressa. Na recepção encontro uma jovem loura, com grandes olhos cor de mel e um corpo de tirar o fôlego, emoldurado pelo vestido colado que usa. Ela não estava ali quando cheguei esta manhã, teria notado, sem sombra de duvidas.

Ao me ver aproximar-me do balcão, ela abandona o livro que lê, me encara diretamente nos olhos e umedece os lábios com a língua, levando-me a pensar em sexo, mas é o rosto de Amanda que vem à minha mente, seu cheiro alcança minhas narinas como se estivesse ali perto, ela está impregnada em mim como uma febre sem cura. Preciso esquecê-la, afastá-la dos meus pensamentos, afinal ela fez sua escolha, preferiu Douglas a mim, deu todas as provas de que não signifiquei nada na sua vida, isso sem falar que pode ser cúmplice de Douglas nos assassinatos, pois era única pessoa que sabia que eu o investigava quando minha cabana foi incendiada. Ou confidenciou tudo a ele, mostrando-se desleal a mim. Há ainda a hipótese de que pode ser a assassina, o que pretendo descobrir, mesmo que demore meses ou anos.

-- Bom dia. – Digo sorrindo, afastando os pensamentos.

-- Bom dia. – Ela responde com o mesmo entusiasmo.

Faço minha expressão mais sedutora ao perguntar:

-- V ocê pode me indicar algum restaurante por aqui que seja bom e barato?

-- Claro. Siga dois quarteirões e vire à esquerda. Na primeira esquina você vai ver a Primus churrascaria. É bem baratinho e a comida é muito boa. – Sua voz é meiga e me cativa.

-- Obrigada. – Faço menção de sair, ela me interrompe, indagando:

-- Qual o seu nome?

Todas as fibras do meu corpo me alertam do perigo.

-- Como é?

-- O rapaz que te hospedou pela manhã não colocou seu nome na ficha.

-- Me chamo Rodrigo.

-- V ocê pode me dar seus documentos para que anote o número?

E agora?

-- Pode ser quando eu voltar do almoço, gatinha? Estou realmente faminto.

-- Claro, sem pressa. – Ela concorda sorrindo, examinando algumas das minhas tatuagens que escapam da manga da camisa.

Talvez, quando voltar do almoço, dê uns amassos nela, afinal estou precisando relaxar.

Deixo o hotel à pés, pois minha caminhonete é muito conhecida, não quero que chame a atenção. Faço o percurso que a loura indicou, chegando à churrascaria. É pequena, porém limpa. Sento-me a uma mesa, quando a garçonete vem me atender.

Como churrasco com arroz à grega, batatas fritas e salada. Após a refeição, parto em busca de uma loja onde possa comprar algumas roupas.

Caminho de cabeça baixa pelas ruas, afim de que ninguém me reconheça.

Quero que meus inimigos continuem acreditando que estou morto e a cidade é pequena, muitos fofoqueiros à solta. Não demoro para encontrar uma loja. Compro o que preciso e volto para o hotel.

A loura não está mais na recepção, no seu lugar há uma mulher de meia idade, gorda, com aparência cansada. Cumprimento-a com um gesto de cabeça e passo apressado para as escadas, antes que ela me peça documentos.

Sozinho no quarto, tento organizar os pensamentos, planejar meus próximos passos, mas as lembranças de Amanda me impedem de pensar claramente, meu corpo clama pelo seu, minha mente está enevoada.

Como uma mulher pode causar um efeito tão avassalador sobre mim?

Alguém para quem não passei de uma transa?

Tento afastar o pensamento. Não consigo, ela faz parte de mim. Só o tempo me fará esquecê-la, como me fez esquecer Rafaela.

A noite cai. Embora esteja cansado disso, preciso seguir Douglas ao seu encontro com sua amante, em algum momento ele vai agir e a única forma de provar sua culpa é estando lá quando acontecer.

Então, tomo um banho rápido, visto roupas limpas, desço as escadas, atravesso a sala da recepção agora vazia, entro na minha caminhonete e sigo rumo ao local está meu Audi, escondido na floresta. Não posso segui-lo de caminhonete, pois não possui velocidade necessária para uma hipotética perseguição.

Deixo a caminhonete bem escondida na floresta e apanho o Audi, dirijo até as proximidades do sitio, estacionando no local de sempre, a espera de Douglas.

Não posso evitar, meus olhos correm pela sacada do quarto de Amanda e lá está ela, de camisola, recostada à mureta, aparentemente desolada e solitária. Meu coração bate mais acelerado dentro do peito, todas as minhas terminações nervosas clamam por si, por sua proximidade. Deixaria tudo em troca de poder ir até ela, tomá-la nos meus braços e fazê-la minha, mas não adianta quando apenas uma das partes quer.

São quase nove horas da noite quando Douglas deixa a propriedade no seu Dodge cor de prata. Espero que se afaste o suficiente e passo a segui-lo de longe. Fazemos o mesmo trajeto de todas as noites:

Teresópolis, Rio de Janeiro, Ipanema, restaurante, motel. Desta vez não se demoram muito neste ultimo, são duas horas da madrugada quando saem.

Como sempre ele estaciona diante do prédio dela para deixá-la, estaciono a alguns metros de distancia, atento, observando tudo, quando um Ford Fiesta cinza pára bem na minha frente, atrapalhando-me a visão. Estou a ponto de xingar o motorista, a quem não consigo enxergar por causa dos vidros escuros, quando algo acontece. É tudo muito rápido. Douglas deixa Camila em pé na calçada do prédio e afasta-se, no instante seguinte o Fiesta pára diante dela e alguém a puxa para dentro, arrancando em altíssima velocidade, cantando pneus sobre o asfalto.

De repente não sei o que fazer, a adrenalina corre solta nas minhas veias, impedindo-me de raciocinar claramente. O correto seria anotar a placa do carro, ligar para a policia e avisar sobre o suposto seqüestro, mas tudo o que consigo é seguir o carro onde Camila está, a quase duzentos quilômetros por hora, com a esperança de salvar sua vida.

O Fiesta segue rumo à Baixada Fluminense, ultrapassando os demais veículos, desrespeitando os sinais de trânsito. Sigo-o no mesmo ritmo, para não perdê-lo de vista.

Para que o motorista e suposto assassino saiba que tem uma testemunha, que se fizer algo contra aquela moça alguém saberá, começo a piscar os faróis do meu carro, dizendo-lhe que estou na sua cola, mas ele não dá importância, aumenta cada vez mais a velocidade do veiculo, que por sorte não corre mais que o meu.

Continuo atrás dele, por quilômetros e mais quilômetros, piscando os faróis incessantemente.

Estamos na Via Dutra, na altura de São João de Meriti, quando Camila é arremessada para fora do carro, com este ainda em movimento.

Sem pensar, paro no acostamento, corro até ela, mas é tarde, está morta, tem um buraco de bala na testa, embora não tiveram tempo de arrancar seus mamilos, como fizeram com as outras.

Sento-me no chão, meio desorientado, sentindo-me culpado, por ter estado tão perto do assassino e não conseguir impedir seu assassinato. Agora pelo menos eu sei que o Douglas não é o culpado e que trata-se de mais de uma pessoa, pois uma atirou nela, enquanto a outra dirigia. Podem ser duas ou muitas pessoas, é impossível saber.

Mas quem e por quê?

A única certeza que tenho agora é a de que Douglas é inocente, pois se quisesse matá-la teria feito a qualquer momento em que esteve com ela, sem precisar seqüestrá-la.

Os acontecimentos dos últimos dias voltam-me à mente. A reação de Amanda quando lhe disse que estava investigando as mortes das mulheres e a tentativa de assassinato contra mim logo na noite seguinte, me levam a deduzir que ela cometeu aqueles crimes. É difícil acreditar que uma criatura tão meiga e doce seja capaz de tamanhas brutalidades, mas não se conhece o interior do ser humano. Ela é a única pessoa em quem consigo pensar como responsável pelos crimes. Não há outra com motivos para isto.

Os carros passam a trafegar mais devagar pela rodovia, os motoristas observando o corpo de Camila.

Logo uma viatura da policia militar pára ao meu lado. Os policiais uniformizados saltam, algemam-me, tentam falar comigo, não respondo, pois ainda estou em choque. Sou levado para a delegacia, jogado numa cela imunda lotada de homens mal encarados. Quando só então dou-me conta de que preciso explicar a situação e sair desta situação Passam das oito da manhã quando o delegado chega e sou chamado para o interrogatório, me sentido mais calmo, consigo relatar detalhadamente todos os acontecimentos a ele, desde o dia em que iniciei as investigações até o presente momento.

Como não anotei a placa do Fiesta no qual os assassinos estavam, meu depoimento não contribui em nada para que estes sejam apanhados.

Minhas informações pessoais, assim como minhas afirmações são checadas, e por volta do meio dia sou liberado.

Encontro meu Audi estacionado diante da delegacia. Entro, dou a partida e não sei exatamente para onde ir. Não sei se vou para meu apartamento no Leblon, se procuro o ombro do meu amigo Renato, ou se volto a Teresópolis, servir de isca para os assassinos e então apanhá-los. A ultima idéia me parece a mais convidativa, afinal minha missão ainda não está concluída, ainda não fiz justiça pela morte de Rafaela.

Então sigo de volta para Teresópolis, sei que os assassinos reconhecerão o carro que os seguiu enquanto tiravam a vida de Camila e virão atrás de mim.

Não tenho um plano elaborado para apanhá-los ou sequer impedir que me matem também, sou guiado por instintos, não instintos de vingança, mas de justiça.

Faço questão de vagar pelas ruas da pequena cidade com o Audi branco, deixando os vidros abertos para que eles vejam quem está ao volante. Em algum momento o assassino me verá, o suposto cúmplice de Amanda, que é o que minha mente se recusa a descartar.

Percorro os olhos pelas garagens das casas também, em busca do Fiesta cinza. E se o tal cúmplice morar no Rio? Então estarei perdendo meu tempo aqui, mas não custa muito tentar, se nada acontecer até o dia seguinte, volto para o Rio de Janeiro e esqueço tudo.

Após circular pela cidade por mais de uma hora, retorno ao hotel onde estou hospedado, deixo ao Audi estacionado no local mais visível possível e entro. Passo direto pela recepção, onde a linda loura tenta falar comigo, mas se detém diante da minha indiferença. No quarto, ligo a televisão, mudo os canais, em busca dos telejornais, de alguma noticia sobre a morte de Camila, mas não há nada em lugar algum.

Tomo um banho demorado. Fico só de cueca, deito-me na cama, não consigo relaxar, pois sei que posso ser morto a qualquer momento. Rolo de um lado para o outro da cama, como passei a noite em claro, consigo finalmente adormecer, para encontrar Camila, Rafaela, Amanda e tantas outras com os mamilos cortados nos meus pesadelos.

São nove horas da noite quando acordo. O ventilador pifou, estou banhado de suor. Tomo outro banho, visto uma camiseta sem mangas preta com o desenho de uma caveira na frente, calça jeans e tênis. Sei que minhas tatuagens à mostra chamarão a atenção e é isso que quero.

Desço as escadas, quase sem forças, já que não comi nada durante todo o dia e encontro a loura na recepção. Guiado por um impulso, aproximo-me dela e pergunto:

-- Por acaso você conhece alguém aqui na cidade que tem um Ford Fiesta cinza?

Ela pensa por um instante, então responde.

-- Conheço. O Marlon.

Meu sangue foge da minha face, meu coração dispara no peito. Então estou na pista certa, o assassino realmente mora em Teresópolis. Ou pode ser coincidência. Mas não acredito em coincidências.

-- Quem é esse Marlon? Onde ele mora?

-- Não sei onde ele mora. Só sei que é um arruaceiro, anda bêbado e drogado por aí incomodando as pessoas.

-- Em que bar ele costuma beber?

-- Uma vez vi ele no DNA, mas não sei se lá é seu lugar de beber.

-- Como ele é?

-- Alto, forte, moreno claro, sem barba e nem bigode.

-- Obrigado. – Dou-lhe um beijo na bochecha e saio quase correndo.

Antes de ir ao bar passo em um restaurante e faço minha primeira refeição do dia. Como sopa de legumes. Em seguida parto para o DNA. Como de costume está abarrotado de pessoas que divertem-se jogando sinuca, dançando, ao som da música sertaneja ao vivo ou simplesmente bebendo e conversando. Aproximo-me do balcão, sento-me e peço um uísque com gelo. Logo me torno alvo de atenções, por causa das minhas tatuagens.

Percorro os olhos pelos arredores estranhando que Rebeca não esteja ali, acreditava que não passasse uma noite sem o álcool e as drogas.

Talvez tivesse procurado outro lugar esta noite.

Chamo a moça que atende no bar e pergunto:

-- V ocê conhece um cara chamado Marlon?

-- Conheço, por quê?

-- Pode me mostrar quem é ele?

Ela percorre os olhos pelo estabelecimento, volta a olhar para mim.

-- Não estou vendo ele aqui hoje.

Também não estava ontem. Mas sempre está aqui. Se ele aparecer, te aviso, ok?

-- Ok.

Ela volta aos seus afazeres. Sinto que estou cada vez mais perto do assassino, ou assassinos, embora ainda não saiba o que farei quando os encontrar. Talvez segui-los até onde escondem o veículo que usaram para seqüestrar e matar Camila, depois chamar a policia.

Estou na minha terceira dose de uísque quando alguém senta-se ao meu lado. Sei que é ela mesmo antes de olhar, pois não esqueceria seu perfume gostoso ainda que vivesse cem anos.

-- Boa noite. – Fala, Amanda, com sua voz meiga.

Ergo meu olhar para si. Está linda, usa um vestido rosa bebê de tecido esvoaçante que emoldura as curvas bem feitas do seu corpo, deixando à mostra boa parte das coxas firmes;

os cabelos louros ondulados cascateiam-lhe os ombros; os olhos, de um azul claro, brilham como duas estrelas enquanto os mantém fixos em mim.

Uma tempestade silenciosa acontece no meu interior. Meu coração bate acelerado no peito, o desejo corre solto nas minhas veias, quero abraçá-la, beijar-lhe os lábios, dizer-lhe o quanto senti sua falta. Mas não posso fazer isso, ela escolheu ficar com Douglas e não comigo, ademais pode ser uma assassina. Talvez esteja aqui para me matar.

-- O que uma mulher casada faz sozinha num lugar como esse? – Pergunto, com sarcasmo.

-- Sabia que te encontraria aqui, por isso vim. – Amanda fala. – Será que podemos ir lá fora conversarmos um pouco?

-- Há! Você só pode estar brincando. Não há nada para conversarmos. V ocê escolheu ficar com Douglas então continue com ele e esqueça que existo. – A mágoa pelo fato de ela ter preferido Douglas à mim, ao descobrir que eu o investigo, ainda me corrói por dentro, sem falar que talvez seu comparsa de crime esteja lá fora me esperando para me eliminar. Não vou cair na sua armadilha.

-- Por favor, não fale assim Neil, o que aconteceu entre nós foi muito intenso, não consigo esquecer.

Preciso ter você de volta na minha vida.

-- E quanto ao seu queridinho marido, já o deixou?

-- Ele está com a amante. Nem lembra que existo.

-- Qual amante? Aquela que você matou ontem?

O choque, a surpresa, a confusão se expressam no azul dos seus olhos.

-- V ocê está me acusando de assassinato?! É isso?!

Pela sua reação, até parece inocente, todavia acredito que seja fingimento e me recuso a cair na sua armadilha. Ninguém mais teria motivos para assassinar aquelas mulheres que não ela, por ciúmes, por medo de perder o marido rico.

Não esqueço sua reação quando descobriu que eu o estava investigando, ficou furiosa, reação natural de quem vê a pessoa amada sendo prejudicada.

-- É isso mesmo. Eu sei que foi você que matou aquelas mulheres, ninguém mais teria motivos para isso. Quando tiver uma prova contra você, vou te entregar à policia.

-- Como você pode pensar isso de mim depois de tudo o que aconteceu entre nós? – Seus olhos ficam marejados de lagrimas, é uma verdadeira atriz. – Achei que me conhecesse um pouco.

-- Eu também achei, mas estava enganado. Agora se quiser sair de perto de mim agradeço.

Ela pensa por um instante, parece confusa, desapontada. Então, ergue o queixo com altivez e fala:

-- O bar é publico. Se quiser saia você.

Eu podia dizer que sentei ali primeiro e ficar naquele joguinho infantil, mas não estou afim de infantilidades. Estou puto com ela por tantos motivos que sequer consigo enumerar. Primeiro por ficar do lado de Douglas quando o acusei; segundo por ser uma assassina; terceiro por tentar me atrair para o lado de fora do bar onde seu comparsa pode estar esperando para me matar.

Sem mais palavras, afasto-me, sentando-me a uma mesa, embora não deixe de observá-la. Saberei quando o tal Marlon chegar perto dela.

De longe parece ainda mais encantadora. Pequena, frágil, delicada. Não combina com aquele ambiente.

Ela pede uma bebida, sem querer fico preocupado que possa se embebedar e fazer besteira. Há um lado em mim que ainda a ama, um lado irracional que a vê como a pessoa pura que não é.

Logo um homem alto, moreno, vestido socialmente senta-se perto dela, puxando assunto. Seria o Marlon?

Chamo uma garçonete e pergunto.

Ela responde que não, aquele é o filho do prefeito de Teresópolis.

Fico enciumado.

Continuo tomando o meu uísque devagar, evitando o olhar malicioso que algumas mulheres me lançam, minha atenção concentrada em Amanda e o filho do prefeito. Eles conversam animadamente, ela sorri, quero ir lá e esmurrar a cara dele.

Todas as vezes que a garçonete vem servir o meu copo, pergunto se Marlon já chegou ao bar, não há indicio dele. Onde estará?

As horas passam com uma velocidade espantosa.

Amanda e o mauricinho vão para a pista de dança. Percebo que ela está cambaleando pelo efeito do álcool.

Ambos começam a se mover ao som da musica agitada, enquanto ele encontra diferentes formas de roçar seu corpo no dela. Em um instante, chega a abraçá-la, meu sangue gela nas veias, quero ir lá e arrancá-la dele.

Uma musica lenta começa a tocar.

Ele a toma nos braços, pressionando-a de encontro ao seu corpo. Ela tenta se desvencilhar, ele não permite, em vez disso começa a beijar seu pescoço. Ela lança a cabeça para trás, tentando evitar o contato. Estou a ponto de explodir de ódio. Quando ele tenta beijá-la à força, perco o controle, vou até lá e a arranco dos braços dele, puxando-a para mim.

Ele avança para mim com punhos cerrados, porém o derrubo com um soco apenas.

-- O que você pensa que está fazendo? V ocê me chamou de assassina, não quero mais papo com você. – Amanda fala, sua voz pastosa pelo efeito do álcool.

-- Não estou afim de discutir isso agora.

Enquanto um círculo de pessoas se forma a nossa volta, para observar o mauricinho caído no chão, ergo-a no ar, pendurando-a sobre meu ombro, carregando-a para fora do bar. Não me importo que seja uma assassina;

que seu comparsa esteja do lado de fora esperando para me matar, para estar com ela, sou capaz de morrer.

Levo-a até meu Audi, ciente de que posso receber um tiro a qualquer momento. Ignorando seus protestos, jogo-a dentro do carro, no assento de passageiros, passo por cima dela, sentando-me ao volante, ligo o carro e dou a partida.

-- Não quero ir a lugar nenhum com você, seu troglodita. V enho aqui abrir meu coração e você me chama de assassina.

-- É melhor você ficar quietinha, ou vai vomitar no meu carro.

-- Eu não estou bêbada, se é isso que você está pensando. Aliás, você não tinha uma pick up vermelha?

Agora tem um Audi novinho não é Neil O’connell? – Ela solta uma gargalhada histérica, típica de quem está sob o efeito do álcool.

Dirijo até o hotel onde estou hospedado. Entro carregando-a sobre o ombro. Me sinto meio ridículo quando atravesso a recepção e o jovem recepcionista nos olha meio chocado. Pelo menos não é a loirinha quem está lá, ou a cena teria sido ainda mais constrangedora.

Chegando ao quarto, estendo-a sobre a cama. Penso em mil coisas que posso fazer com ela, mas está quase adormecida. Antes de cair no sono, murmura:

-- Tome cuidado Neil, sua vida está em perigo.

Mais populares

Comments

Ana Paula Candido

Ana Paula Candido

instinto de burrice, pra ser mais exato

2024-06-15

1

Joseane Lopes Dos Santos Lopes

Joseane Lopes Dos Santos Lopes

acredito que seja Rebeca a assassina

2023-12-11

11

Amanda

Amanda

Muitas coisas pra pensar, muitas hipóteses, todas apontando pra Rebeca

2023-09-10

3

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!