Capítulo 20 - Lembrança e Nova casa

O sono que ana tem era muito leve, mas o sonho que ela teve, ninguém iria a acordar sem antes ela saber. Ainda que não fosse tudo revelado, era o suficiente para responder a sua pergunta, sobre o boneco que fez, e sobre a falta dessa memória específica, mesmo que acredite ter uma parte do espectro envolvida. Ana pensava que sabia sobre o boneco, mas o sonho a revelou mais que isso.

...[Sonho]...

Ana era muito nova, tinha cerca de 5 anos, e era uma garota que não parava quieta e gostava de brincar, até o espectro aparecer, e a fazer parar. Ela tinha medo do espectro, seja pela aparência sombria para ela, ou pelo jeito que ela era tratada por ele, e isso ela não conseguia disfarçar dele. O tempo ainda existia, e as horas corriam normal no relógio que fica na sala de estar.

Onde ela ficava boa parte do tempo, a assistir à televisão, até um dia o espectro procurar saber o motivo dela agir estranhamente com ele. E num dia ele vai até ela e procurar conversar:

Espectro — Ana, eu quero saber o motivo de agir com estranheza, toda a vez que eu me aproximo.

Ana — Hum... Eu não quero falar sobre isso.

Espectro — Mais eu quero!

Ana — Para! Você está me assustando.

Espectro — O que te assusta? Tem que ter algo em mim, que faz com que venha a se assustar.

Ana — Eu não sei... Só me deixa brincar.

Espectro — Sabe quem cuida de você nessa casa e garante o alimento, para continuar a brincar e não fazer mais nada!? Sou eu! E exijo que me conte, ana.

Ana — Eu... Queria fazer algo para você.

Espectro — O quê?

Ana — Eu sei o que faz por mim, por isso eu estou a fazer uma coisa para você.

Espectro — Não está a aprontar novamente?

Ana — Não estou...

Espectro — Então, por que vai dar-me algo?

Ana — É, porque eu tenho medo de você, por não ser um humano...

Espectro — Por eu ser um mostro, é isso?

Ana — Eu não sei o que você é, mas eu queria muito que tivesse a aparência de uma criança.

Espectro — Quer que eu fique igual a você? Uma pirralha que não faz nada, além de dar trabalho.

Ana — Viu! Se fosse uma criança, entenderia o por quê eu brinco, e tento-me divertir como eu posso, aqui dentro.

Espectro — E nem pense em sair lá fora.

Ana — Mas você vai aceitar o que estou a fazer?

Espectro — Eu não me importo com o que você vai fazer, apenas não apronte...

Ana — Então, eu posso ir lá fora?

Espectro — O que eu acabei de dizer?

Ana — Mais eu quero conhecer outras crianças?

Espectro — De onde você tirou isso? Você não vai conhecer nenhuma criança!

Ana — Então seja uma criança como eu...

Espectro — Não!

O espectro não demonstrava interesse, mas a permissão que ele deu, trouxe alegria para ana, que foi para o seu quarto a pegar algumas roupas e cortá-las com a tesoura. No seu pensamento vinha um boneco, que ela acreditava que seria de panos só até o espectro usá-la, e se tornar um boneco real, a parecer uma criança de verdade.

Para isso ela teve que sacrificar as suas roupas coloridas, só não as cinza, pois, não queria que ele tivesse um tom tão parecido com ele. Ela passou dias, e o espectro uma vez ou outra, a observava a fazer com cuidado e carinho as partes do boneco, ela até teve que pedir ajuda, e não havia ninguém além do espectro, então ele aceitou depois de tanta insistência, costurar.

Aquilo foi muito estranho para o espectro, e isso certamente o deixou furioso, mas tinha que parar de assustar ela, então fez o mais rápido possível, para ir embora e evitar saber o final disso tudo. O espectro tinha uma ideia do que seria aquilo, e até pensou não ser possível, mas não sabia até onde ia à imaginação dela, então logo deixou de duvidar, para esperar terminar.

O dia em que ana terminou o boneco desejado, um pouco maior do que ela, o espectro aparece a ver como ficou, o que logo entendeu ser algo parecido com um traje para ele, o que rejeitou naquele dia, a acabar com a felicidade dela, que tanto queria uma companhia, um amigo, ou até mesmo, um irmão...

Além de gritar com ela, o espectro pega o boneco e o coloca no baú, que naquele tempo era novo, a fazer com que ana ficasse tão triste, que trancou a porta do quarto e dizia não mais sair, e assim foi por um longo tempo. Ele não se importava em que ela ficasse no quarto, só não queria ser o culpado dela desistir da felicidade, já que não era mais que um ser, jogado ao vazio de coisas perdidas.

Por um momento ele percebe o que ana fez, para fazer aquele boneco, que ainda não tinha visto antes. Todas as lindas roupas estavam nele, o que logo o rejeitou, e para que ana não ficasse naquele estado, pensou ser uma solução dar uma nova roupa com cores, mas mesmo assim, ela não queria mais brincar e sair do quarto.

Isso fez ir no cômodo onde fica o porão, e ver o boneco no baú, para saber se algo tinha nele, a se esquecer que ana era somente uma criança, sem maldade no seu coração. O que mais fez ele ficar incomodado, era o significado do boneco, e a vontade dela em querer o fazer ser uma criança como ela, mas ele não aceitava, pensar que ficaria limitado, e não teria os seus poderes, a sua vontade era destruí-la, mas não podia fazer isso.

Era um presente feito com tanto carinho por ela, que mal sabia das coisas ao seu redor. Por isso o deixou no baú, e resolver esquecer ele lá, após isso, ele foi até a sala de estar, a olhar para o relógio, e o quanto trabalhava com as horas, uma decisão iria ser tomada naquele dia, o que traria uma mudança na realidade. De frente para o relógio, ele fala:

— O tempo está com aqueles que tem há vida, e está atrelada às memórias, a cada ponteiro a passar pelos números. Sem o tempo, a memória e pequenas lembranças sumirão, pelo passado, presente e futuro serem o próprio tempo. Isso não será definitivo, mas o que será perdido, é o mais importante, e o suficiente agora. Eu não queria ter que cuidar dela, e ser o cuidador de alguém que não faz diferença para mim, e que não sentiria nada, se morrer, mesmo a desejar... Mas o que vou fazer é para ela não continuar a ser uma garota que tenha confiança, que tenha coragem, tal como esta de tentar mudar-me. Nunca mais seja essa ana...

E então o espectro estende a sua mão, e faz o que pode para fazer com que o tempo não exista. Isso acontece, porém, também faz com que ele perca a memória mais importante que tinha, o boneco no baú, além de deixá-lo fraco e sem poderes por um tempo. Os efeitos do tempo não mais existir, faz com que as estações mudem e venha de uma forma desorganizada... E assim foi o sonho de ana, e isso foi o que ela conseguiu entender, e o restante não conseguiu lembrar.

Ela acorda com algo para comer perto dela, o espectro havia pegado comida num lugar bem próximo. Ana teve que comer no caminho, sem saber para onde eles iriam, e não demoraria para saber, que era uma casa abandonada de madeira, com dois andares muito menores que a anterior, onde moravam, a ser o novo refúgio necessário, que precisavam em meio a tempestade.

Logo ao entrar na residência, já percebe que o espectro tinha trazido a comida para ela, dessa casa. Então ela vai ao cômodo a parte, para ver se a filmadora não tinha molhado, e pensa sobre o sonho que teve, pois, não esperava saber da verdade dessa maneira. O que ela se tornou era somente o que iria ser, se não houvesse essa alteração e perda das memórias, que nem sabia que tinha perdido, e acreditar ser tudo normal.

Mas agora nada a impedia de saber sobre tudo, e ter que lutar contra o espectro, para saber, se necessário. O espectro tinha que criar o efêmero pessoal o quanto antes, e já tinha iniciado ao chegar, enquanto ana ainda estava a dormir, e agora iria finalizar com ela na casa.

O espectro estava tão concentrado que não iria parar por nada, ana teve que esperar um tempo, logo que o viu sumir, e com tristeza por esperar algo de ruim, pois, todas as verdades vinham com o peso de tristeza e dor. A tranquilidade era pouca naquele momento, e o frio dizia que não teriam muito tempo naquela casa, visto que era pior que o inverno, e não tinha como fazer fogo com tanta água a entrar pelo teto e molhar a madeira das paredes, tudo muito lentamente.

Ela não tinha que gastar o seu tempo, com esses imprevistos, então foi para a mochila e pegou a filmadora, a colocar e tentar ligá-la. Mesmo que nunca tenha pegado em um objeto como aquele antes, não era difícil pela insistência dela, até que ao ligar, ana pega uma cadeira para sentar, já que não tinha tantos móveis nos cômodos, e receosa assisti à gravação deixada por alguém, com o nome de: A história do espectro de ana...

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