Capítulo 18 - Águas Existências

A chuva estava muito forte, e o tornado assustou todos os antílopes, que fugiram de medo, após destruírem todo o andar de baixo. Pedaços do andar de cima caíram na escada, e uns acabam por atingi-la, a deixar inconsciente por um tempo, mas não a machucou gravemente, somente a deixou caída nos degraus sob a chuva que caía neles, já que o tornado desprotegeu a casa.

O pai dos lobos, que usou o seu assobio, para causar loucura nos antílopes, os fazendo ser um fantoche nas suas mãos, ao obedecer à ordem da destruição, foi atingido pelos móveis, e levado pelo tornado. Na casa não restou quase nada, pela tamanha violência do tornado, que só não levou a casa, por não ser poderoso o suficiente.

A tempestade continua sem parar, e ana acorda toda molhada, assim como a escada, pelas gotas frias de um tempo fechado. Ela ainda atordoada, sobe os degraus até o porão, a ver que nada no andar superior ficou, e a chuva cobria tudo e deixava o piso muito escorregadio, mas isso não há impediu de chegar, de frente para a porta.

Nisso, a vir da floresta, mais lobos a procurar por ela, a correr para casa e logo iria subir até onde estava, por isso não perde tempo a abrir a porta, como se abrisse um armário e visse ela mesma, apertada entre as roupas e toda pálida. Ana se assusta a fechar a porta novamente, mas não conseguia acreditar no que viu, e logo abriu novamente, a perceber um corredor para o lado.

No final dele estava outra porta, e logo ela entra a fechar a porta e seguir nesse corredor. A cada passo que ela dava, as lembranças do que viveu, passam como um filme nas paredes, o fim estava a chegar e nem ao menos sabia se era bom ou ruim, naquele momento tudo era incerto, porém, o caminho que ela seguia, não iria mais voltar...

Próximo à porta, o som da porta à ser arranhada pelos lobos, diziam que o tempo havia acabado, e que após entrar no porão, tudo tomaria um novo rumo, mesmo que pensasse que precisava lutar contra o espectro. Mas ana pensava que nada tinha sido completo, que faltava uma parte, e que por algum motivo, ela era essa parte que faltava.

As paredes tremiam, e de frente para a porta principal, ana pôde perceber água a sair por baixo dela. Sem dar atenção ela abre, a perceber que o porão ficava em baixo, e uma escada presa a parede era a única forma de descer. Porém, o que mais chamou a atenção, foi a água a cobrir o porão abaixo, se ela descesse teria que entrar na água, o que de primeiro não quis, mas ao ver um ponto de luz no fundo das águas escuras, ela pula sem pensar, a mergulhar nas águas escuras da sua própria existência...

Ana mergulhar fundo, a nadar da superfície para baixo, mesmo sem ver nada pela escuridão, o seu foco era na luz que estava nas profundezas do âmago do seu ser. Quanto mais nadava para o fundo, mais longe ficava a luz, até que ela logo percebe, que precisa voltar para a superfície, mas está muito escuro para ver a fraca e chamativa luz da superfície inicial, e as suas tentativas de subir era vã, o que a fez se debater de desespero.

Ela tenta segurar, de todas as maneiras, o ar que a faz viver, mas a pressão das águas a faz ceder, e percorre o seu interior, com uma sensação de morte a vir. Ao sentir os seus pulmões encharcar, ana também sente o frio das águas, com a dor vinha o alívio, o fundo a puxava e cada vez mais ele se entregava, até chegar a hora de perder a consciência.

As águas da sua própria existência a feria, e percorria até o seu coração, e perder-se na sua mente. O seu olhar fraco, via a luz e não podia chegar próximo, às águas não tinha fim, ou um começo, apenas estavam ali, a torná-la uma parte própria, da escuridão abissal. O seu corpo fica pesado e a agonia do fôlego de vida, já não mais existia, a única luz pela qual devia olhar, era a que morreria tentando alcançar, e de repente, o fraco coração para de bater, e a luz some ao fundo.

Nisso, uma voz é ouvida por ela, a passar pelas águas:

(— Podem alguém morrer nas águas da sua própria existência?)

Essas palavras a faz despertar no fundo, e então, as águas ficam claras e algo é mostrado ao seu redor. Várias anas afogadas estavam em todo o redor, eram inúmeras que não dava para contar, todas a olhar para onde estava a luz, e a ter a mesma aparência que ela. O sentimento de ana não podia ser expresso ali, nem podia falar ou se mexer, as águas a pressionavam bastante, e a dor delas percorrendo o seu interior não pôde ser explicado, contudo, a sua mente sugava as águas que o seu coração acumulava, e sim ficou.

Até uma grande mão mergulhar nessas águas que corriam pela existência, a pegar ana e tirá-la daquele lugar. Antes que fizesse isso, ela vê no fundo, uma filmadora e a pegar nas mãos, assim puxada para fora a voltar ao corredor, quase sem fôlego, e o espectro é quem havia tirado ela do porão, e estava todo molhado e com muito ódio.

Ana logo pensou que ele iria a matar, pois, era o verdadeiro espectro, sem mais estar preso no corpo do boneco, completamente vazio, à sua frente. Porém, ele estava muito fraco, e não tinha o seu efêmero pessoal para recuperar as suas forças, e mesmo que desejasse a atacar, não podia fazer nada além de tirá-la da casa, o que fez em seguida, sem dizer uma palavra.

Eles juntos, descem a escada com pressa, e os lobos que vieram antes, estavam jogados no chão, o que indicava que após despertar, ele usou o seu poder contra todos eles, a ficar mais fraco, consequentemente. O tempo que ana teve, foi para pegar a mochila de thome, que não foi destruído com todo o ataque, o frio era intenso, por conta da chuva forte que caia para não mais parar, e isso fez com que ela procurasse algo a cobrisse, e não mais ficar molhada e com frio.

Os passos do espectro vacilavam, era nítida a sua fraqueza, tanto que na parada para ana pegar o que precisava, ele cai no chão e fica por um tempo. Ao perceber que não iria continuar sem forças, ele gasta o seu restante para ir no que sobrou do efêmero pessoal, e lá, tentar recuperar. Ana aproveita para descansar nos escombros, na sala de jantar, pois, pela chuva a cair nos degraus da escada, a sala de estar começava a inundar.

O tempo passa, e ana verifica a filmadora que encontrou, sem pressa para descobrir o que tinha nela, apenas para saber se estava danificada. E não estava, o que fez ela guardar o objeto na mochila, a começar a chorar, e vindo após isso, um grito de sentimento, naquela hora, naquele momento, ela chorou por tudo e todos, como nunca antes, ela passou todo aquele tempo.

Tanto que o espectro retorna com o pouco de forças que tem, e ela não percebe. Em meio aos objetos quebrados, animais jogados pelo local, ele vê toda aquela cena de ana, e decide não fazer nada, pois, pela primeira vez... O espectro já não mais se importava com nada, parecia que estava mudo, os seus olhos eram a sua boca, e a mensagem transmitida era quase compreendida.

Os danos causados eram irreparáveis, não tinha como ficar ali, eles teriam que seguir para outro lugar, para outro refúgio, para outro abrigo. E nas pequenas partes que se lembra, ele despertou a flutuar no quintal, após o tornado, e em seguida, atacar os lobos que estavam na porta do porão, com raios pretos a vir das nuvens, para que os consumisse na hora, e ao voltar para o chão, ele ataca os demais que estão dentro, nem mesmo os antílopes que escaparam, anteriormente, deixaram de ser as suas vítimas, ao seguir, floresta atrás.

Ele somente parou após lembrar-se de ana, e ter que voltar para a casa, a procurar por todo o canto, até perceber que os lobos do andar de cima, estavam atrás de alguém, e então o fez ir ao porão e resgatá-la, já muito fraco. O espectro precisava a todo o custo, fazer outro efêmero pessoal, pois, passou muito tempo aprisionado, e não sabe o que ana fez nesse tempo.

Ana termina de lamentar e se levantar, e junto dela o espectro, que segue caminho à floresta, sem nem dizer nada para ela, que entende a situação e o segue, com receio de ser atacada. O tornado deixou um caminho de pinheiros arrancados por ele, e para o espectro, seria esse o caminho a seguir.

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