Capítulo 6 - Utopia da música

[Manhã]

No silêncio repousado da casa, ana acordava enquanto os cristais frágeis sumiam e o gelo derretia pelos raios de sol, não sabia qual estação estava, confessando para si, sentir saudades dela, ao entra no banheiro a olhar para o espelho, no reflexo do seu ser sintonizada ao ambiente, o espelho derramava gotas de uma expressão não feita, sendo visto por um tempo, sem perceber o seu redor, o barulho incessante da torneira ligada, fazia com que ela lembrasse que precisava voltar ao mundo real... Uma canção movimentou-se nas suas memórias, como uma gotícula em direção ao centro do mar agitado, limpando o vidro úmido com o pulso sob o seu pijama branco, a pensar sobre o baú, um tremor no espelho a assusta, uma fina rachadura no meio de cima para baixo, fazia com que ana pudesse ver o que nunca existiu antes, o fundo do espelho.

O percorrer de um líquido preto pelo fundo da pia, anunciava que o perigo estava além do espelho, ana corre em direção a uma das suas gavetas, a procurar por um objeto que pudesse terminar o processo de abertura do espelho, encontrando apenas uma caneta preta em um estojo vazio de outros objetos, segurando firme na sua mão ela tenta puxar um pedaço do vidro, conseguindo quebrar a caneta e ferir a sua palma, uma fresta na fina abertura mostrava ao do lado de lá, ana insistindo em abrir a passagem, usa as suas mãos no processo, no gotejar do sangue a se misturar com o líquido preto na pia, uma parte pequena é arracada, e um som vindo de dentro é ouvido por ela, de repente, a parte tirada é atraída novamente ao seu lugar, fixando firmemente como se não houvesse retirado antes, o reflexo ocultava-se em mostrar o rosto de ana, revelando assim, um lugar dentro dele. Sem pensar, algo a puxa para dentro rapidamente, para o que parecia ser um pensamento vazio, neblinoso e sem paredes, mais adiante no centro, era nítido a ela perceber que uma limitada cópia da sala de estar, fazia daquele lugar algo muito familiar, em meio a neblina olhos a observavam, olhares esses, que não esconderam a sua presença no local.

O medo podia ser sentido por ela, mesmo que nada existisse para a machucar, a única coisa que ela podia ver já estava de fronte ao seu rosto, era o espectro, aparentando tristeza por ana estar ali, querendo que nunca tivesse descobrido, mas não a impedindo de ficar, sentando no sofá ao lado dela, o ambiente volta ao normal no seu profundo silêncio. O ar frio incomodava ana, que não estava acostumada com o ambiente, o espectro então começa a dizer-lhe:

— Como me encontrou aqui?

— Não sei, apenas estou aqui. Esse é o ligar onde fica, quando some?

— Esse é o meu efêmero pessoal, não há mais nada o que dizer sobre esse lugar.

— Esse lugar é tão vazio... Por que tem esses móveis aqui?

— Lembranças, apenas isso, agora podemos voltar para a casa?

— Não estamos numa parte dela?

— Não é como se entendesse, segure a minha mão, vamos voltar.

— Não posso ir, tem algo que me faz querer saber sobre esse lugar, não precisamos ter pressa, se já se acostumou a estar aqui.

— Não posso ter certeza se irá suportar esse lugar, por isso, tenho receio que possa acontecer algo com você.

— Fala como se fosse o criador desse lugar, pelo que eu conheço sobre você, o seu poder pode fazer isso...

— Tem coisas que você não precisa saber! O seu maior erro é querer descobrir, o que não é ser descoberto, ainda mais, quando não se tem um objetivo inicial.

— Perdoe-me, por não saber por que existo nessa história... Sinto que procurando as respostas, eu encontrei o meu objetivo! Eu sei que vou, se não quer a minha presença aqui, pode-me levar para a casa.

— Não vai adiantar dizer isso a você, então, peço-te que segure a minha mão, sinto que o seu ar está a acabar.

— Está mesmo, o que faz isso acontecer?

— Deve ser a origem desse lugar, sou um ser mais que inanimado, então não preciso de ar e nem fôlego, no seu caso, você é só uma criança que tem vida, precisa de ar e fôlego, em outras palavras, esse lugar não é para quem tem vida.

— Então, posso morrer se ficar aqui por muito tempo...

— Infelizmente, não posso fazer nada, quanto a isso, até mesmo eu, sinto um pouco de agonia, quando fico muito tempo aqui, mas com o passar do tempo, isso já não me afetava mais, tenho a certeza, que sou mais esse lugar do que eu mesmo.

— Sabe que isso não é bom para você, por que continuar?

— Lembranças, ana, apenas lembranças!

— Quer mesmo se perder no seu passadismo, sabe que não precisar estar aqui, para poder se encontrar com as suas memórias.

— Aqui é muito melhor do que o mundo lá fora, pelo menos, para quem nunca teve uma vida...

— Não há dúvidas para você, o seu desejo de ficar aqui, ultrapassa a de voltar para a nossa realidade. Mas se aqui é o lugar onde guarda as suas memórias, o que lhe faz lembrar do passado, na minha realidade?

— Muitas perguntas, ana. Não está a levar a sério o fato da sua vida estar a esvair nesse lugar.

— Tudo bem, vamos. Quando chegarmos lá, irá ter que me contar.

— Parece-me não ser uma opção... Espere, a sua mão está a sangrar, vou tentar curá-la... Não estou a conseguir... parece não funcionar.

— Não se preocupe com isso, espectro. Sei que você não me pode curar, quando voltarmos para a casa novamente, eu irei cuidar dessa ferida sozinha. Eu estava a pensar no baú, aquele no cômodo onde fica o porão.

— O que você quer com ele, por acaso, pretende abri-lo e ver o que tem dentro?

— Sim, tenho certeza que não há nada de ruim, lá dentro dele, é só um baú empoeirado e velho.

— Faz o que quiser com ele, não tenha nada de interessante nele. Mas não fique ansiosa, logo após abri-lo, eu vou acompanhar.

— Sempre querendo proteger, não é mesmo?

O espectro segura na mão de ana, e juntos no sofá, somem a aparecer no sofá da sala de estar, onde encontram thome em frente a televisão, fixo na tela em preto e branco, sem que olhasse para os dois, ele entrega a notícia que estava a assistir, o show do fantôme havia encerrado para sempre, o que deixa ele sem acreditar, mais ainda, ana, que não esperava uma notícia dessa, visto que amava o show dele, ambos tristes se abraçam enquanto o espectro apenas toca na tela da televisão, e em segundos sabendo o que aconteceu, ele prefere não dizer aos dois sobre o motivo, mesmo eles insistindo em perguntar.

Após um tempo, ana chama thome para irem até o andar de cima e junto, abrirem o baú que está lá, subindo a escada até o cômodo onde fica, o espectro apenas os observava ao longe, um pouco pesado, mas preservado, o baú parecia guardar algo grande, ou muitas coisas, pensava eles discutindo sobre o que poderia ter antes de abrir, antes de abrirem, thome pega os curativos para cuidar do ferimento de ana, ele tinha muitos curativos na sua mochila, ao ser perguntado pelo espectro, o motivo dele ter tanto curativos, ele responder ser necessário, mesmo que, agora com eles, não precise mais, eram importantes caso algo aconteça.

Após terminar de tratar do ferimento, os dois logo procuram abrir o baú, que para eles era mais um mistério, ao abri-lo devagar, uma surpresa estava guardada dentro, um boneco do tamanho deles, uma luneta que funciona e um gravador, eles não sabiam o que era o gravador, ainda sendo algo novo para eles, o espectro então, trata de dizer-lhes que aquilo era um gravador portátil de fitas K–7, ana ao ouvir isso, logo procuram uma forma de saber se podia reproduzir som, que estivesse guardado, enquanto thome limpava a luneta, contente por ter a oportunidade de ver, aquilo que desejava, as estrelas.

Em nenhum momento, o espectro procurou desviar o seu olhar do boneco gigante, ana sabia que se tratava, porém, estava preocupada em fazer o gravador funcionar, ao procurar mais no baú, ela encontra três fones estéreos, fazendo com que ela tenha certeza que funcionava, após algumas tentativas, finalmente ela consegue, e os dois se reúnem no meio do cômodo, sentado e atentos para o som de iria sair, observando tudo isso, o espectro fala:

— Vocês querem mesmo ouvir o que tem aí?

— Claro que sim!— Diz ana.

— Não pode ser algo ruim.— Complementa thome.

— O melhor a se fazer, é que um de vocês venha testa os fones e o gravador, aí depois o outro.

— E quem seria o primeiro?— Pergunta thome.

— Eu, é óbvio.— Responde ana.

— Mas eu quero ir primeiro.

— Eu encontrei o gravador e os fones primeiro!

— Crianças, não discutem. Thome, deixa a ana testar primeiro, após ela, você testa, não tem como os dois testarem.

— Está certo, eu espero a minha vez, mas com uma condição.

— Qual condição, thome.— Pergunta ana.

— Que após testarmos, o espectro participe junto.— Thome responde.

— Nem pensar, vou ficar apenas observando, aqui no meu canto.

— Vamos lá, espectro. Participa conosco.— Diz ana.

— Vou pensar, agora continuem o que estavam a fazer.

Ana então coloca o fone estéreo, ligando o gravador, por alguns segundos o som não sai, mas depois uma música começa, thome curioso, pergunta o que estava a ouvir, porém, ela não responde, e logo tira o fone do ouvido, dizendo ser uma música horrível, thome então fala que não era para ela agir dessa forma com a música, e sim sentir o que ela quer transmitir, ana não entende no primeiro momento, mas logo após, thome explica a necessidade de entender o que a canção quer entregar, dizendo que toda a música é composta pela essência, que faz com quem ouve, ter acesso à utopia própria. Convencida a ouvir novamente, thome pede para ela ficar os olhos e se concentrar no som, nas palavras e na melodia, deixando que a essência abra na mente, o acesso à utopia.

A voz de thome sumia lentamente, enquanto o som aumentava nos seus ouvidos, sentindo se fora do ambiente, ana adentrava o desconhecido com receio, pois não sabia o que encontraria, ao se deixar entregasse a melodia, a essência dava acesso à utopia, que faz ana se encontrar em um lugar semelhante ao efêmero do espectro, com o detalhe em especial, existiam muitos espelhos, que, ao mesmo tempo em que refletia, mostrava o que estava do outro lado, uns refletiam mais que os outros, ana assustada com o que via, procurava entre todos aqueles espelhos, uma saída para esse lugar, que não existia, até que um dos seus reflexo sai do espelho, e rapidamente a persegue, conseguindo agarrá-la fazendo com que ela olhe para o livro que reflete o seu medo, ana consegue acerta uma cotovelada no seu reflexo, que se despedaça rapidamente e some ao chão.

A olhar para um dos espelhos, uma frase é feita com as rachaduras que apareciam, dizendo: "Não se esconda do reflexo da sua existência! Está com medo do que vê?". Aquilo apavorada ela, que acaba quebrando em pedaços, vários reflexos saíam dos espelhos, agindo como se estivessem perdidas, outra vez, um reflexo que estava perto dela, a empurra contra um espelho, fazendo com que a sua cabeça sangre, após ter manchado o vidro, o mesmo cria outra frase, e essa era: "Sabe que precisa encontrar a luz na escuridão do que existe... Esse é o seu objetivo!"

De repente todos os reflexos, começam a gritar, aumentando cada vez mais, tampando os seus ouvidos não mudavam nada, era a mesma coisa que não ter tampado. Os espelhos tremiam, alguns partiram no meio, e outros quebravam sozinhos, os pedaços do vidro que ela quebrou, juntam e forma um coração de vidro, perto de ana que, ao ver isso tão brilhante, tenta pegar, mas o coração se afasta cada vez que a sua mão aproximar-se, correndo até onde ia, os reflexos explodiam quando ana passavam, a fim de impedi-la a pegar o coração, seus braços e pernas, assim como o seu rosto, estavam feridos pelos estilhaços existências, cada minúsculo pedaço do interior, perfurava ana, cada vez que caia no chão, desistindo e cansada, o íntimo de vidro some para a escuridão.

Thome fica assustado com o estado em que ana está, não respondendo as suas perguntas, e com lágrimas escorrendo dos seus olhos, suavemente pelo rosto, ela chorava quase que em silêncio, o espectro logo percebe que algo não está certo, e pede para que thome tire os fones estéreos dos ouvidos dela, acreditando tirá-la do estado em que estava, o que não ocorreu, pois, permanecia como está, thome explica que ela não sairia tão simples, pelo fato da utopia estar interligada as memórias delas, sejam boas ou ruins. Ouvindo isso, o espectro cogita em quebrar o gravador, mas thome pensar numa forma de ajudá-la, que seria entrar na utopia dela, sendo possível fazer.

Permitindo que thome tente, o espectro chega próximos deles, atentando para que nada piore, ao colocar os fones estéreos, ele concentra-se na melodia da canção, e como um suave sorriso, thome entra na utopia da música. Enquanto isso, ana está no chão, tentando se levantar, mas não conseguindo, pois, do alto caia um espelho cada vez que ela tentava levantar-se, fazendo com que não aguentasse mais, até que um clarão de luz, vindo ao longe do desconhecido, thome correndo na sua direção, a confortando e ajudando:

— Ana! O que aconteceu com o seu corpo?

— Eu... eu não sei. Vamos sair desse lugar, por favor.

— Tenho um lugar que você irá gostar. Segure a minha mão.

— Eu... Encontrei meu objetivo... eu encontrei.

— O seu objetivo? Vamos sair daqui, quando eu te levar para onde estão minhas memórias, lá você irá me contar.

Segurando firme na sua mão, um portal aparece perto deles, e junto adentram as memórias de thome, o lugar era encantador aos olhos de ana, thome suspira profundo ao sentir-se no lugar certo, as feridas que ana tinha começam a sumir repentinamente, e o ânimo volta ao seu ser, o lugar onde estão, parecia ser um longo caminho de nuvens, ele contente por estar ali, diz-lhe:

— Esse ana, é o caminho para a aurora. Essa é a minha utopia.

— Que lindo... Parece interminável.

— Se eu quiser, esse caminho terá um fim, nunca pensei poder estar aqui.

— Essa é a sua primeira vez?

— Sim, nunca conheci esse lugar antes.

— Como você consegue ter tanto controle, sendo essa a sua primeira vez?

— Eu não tenho, talvez seja sorte, ou coisa do destino mesmo, o importante é que estou aqui, junto a você.

— Vamos correr até o final do caminho das nuvens?

— Vamos, mas não vale trapacear.

— Já! — Diz ana, correndo sem olhar para trás.

— Espere! Ainda nem me preparei, volta aqui.

Os dois correm sem parar, no momento em que corriam,"cosmos", o gato de ana, aparece junto deles, acabando por se transformar em um felino, fazendo com que ana suba na sua costa, thome não aceita essa desvantagem, terminando o caminho para chegar na aurora, ana montada em seu "cosmos" e thome que vestia as suas roupas compridas de cores vivas, voavam além da linda aurora boreal, eles podiam sentir passar pelo seu corpo, no frescor da ventania, thome olha para o céu estrelado, reconhecendo entre várias, uma estrela-cadente, que tanto acreditava existir.

Depois de um tempo esperando, o espectro tem por certeza que nada iria acontecer, procurando uma maneira de tirar os dois, ele some a aparecer na sala de estar, onde encontra o "cosmos" perto da lareira, dormindo, ele então acorda o gato, e segunda nos braços, o levando até perto dos dois a colocá-lo perto, com o objetivo de utilizar o gato para observar como reagiria, sendo um ser com poderes, ao passar do tempo, o gato dorme com os fones de ouvido estéreis, a ouvir a melodia da canção, sem querer perder mais tempo, pois a tarde estava a terminar, ele opta por usar os fones de ouvidos, e contra vontade, se entregar a alcançar utopia desejada.

(Mas... Algo acontece...)

O espectro se vê num corpo de uma criança, ao olhar para suas mãos, percebia ser exatamente de uma criança humana, de macacão simples, uma boina e sapatos limpos, o seu cabelo era loiro e os seus olhos cintilavam azul, o cômodo em que estava aparentava ser seu quarto, todo feito em madeira nobre, sem que pudesse fazer algo, ele sente alguém vindo e o espancando sem parar, era um adulto muito maior que ele, seu nariz, olhos e boca sangravam, ele tentava de todas as maneiras, escapar das mãos daquela pessoa, conseguindo passar pela porta aberta, ele corre até um dos cômodos, onde não havia ninguém, para assim se esconder, todo ferido e com uma dor insuportável, respirava com dificuldade, e sinta que não iria suportar.

Ao colocar as mãos no rosto, sentado no canto, ele vê-se um lugar que não havia nada, além de uma escuridão, sendo iluminado por algo em cima dele, olhando para frente, um revólver cai na sua direção, ele pega a arma se levantando a olhar para ela na sua mão, e de repente um tiro é disparado na sua testa, saindo um líquido preto, pelo buraco da ferida, nesse momento o espectro começa a gritar a tentar usar os seus poderes, mas não conseguindo isso, ele começa a se arranhar por todo o corpo, tentando de alguma maneira sair daquele lugar, até que percebendo que não estava mais com a sua roupa de cima, ele coloca a mão dentro do peitoral, passando facilmente, retirando assim, o seu coração que era como de vidro.

Apertando com força, o seu coração quebra em vários pedaços, todos eles se desfazendo ao ar, o espectro logo se vê com uma roupa de balé para menino, um chão a frente dele, mostrava um lugar ideal para dançar, os seus sentimentos naquele momento mudam, e então ele começa a dançar, em poucos passos desajeitados, sentia uma alegria repentina até que dos cantos do salão, na escuridão, mãos o empurravam, chicote vindos do obscuro o acertavam, além de vários golpes serem acertados nele, por seres que passavam de um canto ao outro, causando nele uma dor que nem ao menos podia gritar, pois, nada saia da sua boca, mesmo que quisesse.

Caindo no piso, um dos seres passa por ele com uma corda, que coloca no pescoço dele a passar por algo que flutuava no ar, até as suas mãos, para naquele momento, o puxar para cima com força, enforcando na hora, após um tempo a se debater preso a corda, quando está para parar, a corda é solta e ele cai no chão, a procurar oxigênio, o piso fica espelhado naquele mesmo instante, e ele vê a sua face, achando ter acabado, um som é ouvido a sua frente, no levantar do seu rosto em direção ao som, os seus olhos vão de encontro a ana, que também estava jogada no chão e ferida, como se estivesse espelhado a sua situação.

E então tudo fica escuro, e o espectro volta para onde estava antes, perto de ana, thome e o "cosmos", jogados no chão, todos aparentando estarem a dormir, e o gravador destruído junto dos fones estéreis, a noite havia chegado, e sem que percebesse antes, ainda a pensar sobre o que ocorreu, os seus olhos lagrimavam muito.

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