Capítulo 19 - Caminho na floresta

Não tinha como se abrigar no caminho pela floresta, ainda mais com a tempestade a cair incessantemente. Ana estava a ficar encharcada, mas o espectro cria uma sombrinha para cobrir ela, e a proteger da água, enquanto prosseguiam. Ela não mostrou os seus poderes para ele, e nem queria que soubesse, a deixar ele ficar sem saber sobre tudo o que aconteceu, enquanto estava preso, mesmo que ele não demonstre interesse.

Ana pensou em um lugar, mas não queria dizer ao espectro, pois não tinha certeza se estava por ali. A casa do pai dos lobos poderia ser nessa floresta, se fosse, logo teriam onde ficar, visto que ela pensava que nessa altura, a casa já não mais suportaria a destruição, e desabou, mas não tinha certeza por não ficar e saber.

Noite ou dia já não mais havia como saber, o céu estava sempre coberto por nuvens, e estavam tão perto que imaginava que a qualquer instante, alguém seria atingido por um raio. A filmadora é o único objeto que ana não parava de pensar, e tinha que esperar uma oportunidade, do espectro se distrair ou se ocupar, para poder assistir o que era a verdade de tudo, o que há nessa realidade.

O quadro principal na sala de estar, deixou um sinal para ana, por estar intacto no meio de toda aquela destruição, e ainda brilhou quando ela ia a se afastar, cada vez mais. Eles estavam a procura de uma nova casa, pela decisão do espectro, mas ela sabia que não podia se afastar daquela casa, do seu refúgio com a qual lutou no que pôde, para não ser destruído, e terminar o que iniciou.

A cada passo em frente, ana sentia um pouco de tristeza, por ter perdido o seu quarto, os seus tão amados livros. Ela sentiu a falta de tudo o que perdeu, e se tivesse uma única oportunidade, de voltar no passado e mudar essa realidade, ela não perderia tempo. Nem ela percebia o quanto tinha mudado, e quanta coragem existia no seu coração, uma vez salva ela queria salvar também.

Ela tinha todo o tempo para pensar, e uma dúvida ficou no ar, para onde foi o cupido orós? Junto do lustre da sala de estar. Eles terem sumido tão repentinamente, era estranho, ou normal para um ser daqueles, já que não tinha o seu arco por ter quebrado, não restou-lhe opção a tentar fugir, mas isso ainda continua a ser estranho, as penas caíram no chão antes dela desmaiar, e já não mais estavam, quando ela despertou.

O cupido era um dos seres que ainda não foi revelado a sua origem, talvez se ana tivesse feito essa pergunta sobre ele, para o retrato sem cor, naquele momento ela teria essa resposta. O sentimento pelo garoto, estava a crescer inexplicavelmente, e mesmo que esteja preso dentro do espectro, ela iria o soltar uma hora ou outra, para que o seu objetivo terminasse por completo.

O espectro desde que voltou, assumiu o tamanho de um adulto, e ana não sabia o motivo disso, já que ele não costuma perceber quando muda. Ela ao pensar sobre o boneco que havia feito, tenta retomar as lembranças do dia em que planejou fazer essa prisão, ou o que fez o espectro ficar impossibilitado, mas precisava se concentrar, e a chuva e o ambiente não estavam a ajudar.

E de repente ao longe na sua direção, uma flecha preta voa, a ser destruída pelo espectro, que viu ela vir. Era o cupido, ou o que restou dele, em pé, e só com uma das asas, sem o seu arco e com muito ódio, por não conseguir dominar ela para sempre, como era o seu propósito. Mesmo sem ter a sua arma, ele mirava e jogava as flechas que tinha, de toda a forma para a atingir, mas dessa vez ele iria encontrar o seu fim, diante ainda fraco espectro.

O cupido avança para perto, a fim de ter um ataque certeiro, mas antes que pudesse chegar próximo a ela, o espectro solta um poder que arranca a sua única asa que restou, a joga-lo ao longe. Mas isso não o fez desistir, que logo se levantou a ser esconder por entre os pinheiros, a esperar uma oportunidade, porém, o espectro não queria que esse ser atrapalhasse o caminho deles, então vai na sua direção, para não escapar.

Pega-o, e o leva para longe, e o finaliza com um raio preto, a voltar para onde ana estava, e der o prosseguimento a caminhada. Ana não queria que essa realidade de mortes a rondar-se, pois, sempre desejou ter vida, e procurar ter mais um pouco dessa felicidade, mas, não importasse o que ela queria, esse era a realidade que foi dada.

E somente ela podia mudar tudo aquilo, e salvar o garoto assim como thome a salvou, como todo o super-herói faria, sem hesitar. Demorou bastante para encontrar algo, era como se esse mundo só fosse uma floresta perto às montanhas, o que encontraram era uma casinha, feita com pedaços de pinheiro, o que ana logo pensou ser onde o thome havia passado, até chegar a sua casa.

Apesar de não ser nada confortável, ainda podia a cobrir da chuva, e der tempo para a sua coberta que sobrou, secar e a esquentar do frio eterno que a tempestade trazia consigo. O espectro não disse nada ao ver ana entrar nessa barraquinha, e, além disso, ele preferiu ficar na chuva, a olhar para o nada, em um constante espiral dos seus pensamentos, parado e com uma forma muito antropomorfa, que antes tinha, como o boneco.

Ana precisava além de tudo, dormir bem, e ter um pouco de energia para continuar, esse era o real motivo do espectro não ter feito nada. Mesmo sem muito poder, ele precisava ao máximo, não gastá-lo, para não correr o risco de morrer, isso, mesmo a ser um ser inanimado, ele tinha um certo medo da morte, e não tinha de perder tudo.

Talvez nesse descanso, ana tente relembrar, o que aconteceu naquele dia, para ela perder a sua memória. Só que ela não iria conseguir dormir, sem antes comer, pois, tudo o que aconteceu, gastou tanta energia, que somente o sono não iria ser o suficiente, mas não tinha nada na mochila de thome, e ela teria que pedir ao espectro, então, essa seria a primeira vez que ela tornaria a falar com ele? Ela no mínimo, esperava uma resposta.

— Espectro, eu estou com fome...

Espectro — Tinha tempo para pegar o que tinha de alimento na casa.

— Mas...

Espectro — Apenas durma que logo trarei algo para comer.

— A sua aparência é mais humana...

Espectro — Deixe-me ficar no silêncio da chuva. Eu não tenho forças para gastar com palavras...

— Desculpa.

E então ana tenta procurar uma forma de dormir, em meio a sujeira que ficou pela água da chuva, que era tanta que estava a fazer poços em cada canto da floresta. O que ela esperava acontecer, assim foi feito, ela teve um sonho da lembrança do passado, enquanto o espectro em silêncio, fazia de tudo para resistir o garoto, para que não saísse, uma vez que, ele teve forças para acreditar que podia ser liberto, e desde então, ele tenta por todo o momento, ter essa liberdade nas mãos, novamente.

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